OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 44
Capítulo XLIII - Traiçoeira


Notas iniciais do capítulo

Boa tardee! Muito obrigada Peh M Barton, Carol Marques e Ana Luisa ♥

O próximo capítulo será o PENÚLTIMO. Espero que gostem. Bjs *.*



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Os jotuns e guerreiros asgardianos estavam perdendo em Jotunheim. Os gigantes de fogo estavam em maior quantidade e o clima extremamente frio fazia os asgardianos ficarem mais fracos. O exército já tinha sofrido uma grande baixa, e não sabiam quanto tempo levaria até todos serem vencidos pelo exército de Surtur. Gigantes de fogo e Jotuns continuavam lutando uns contra os outros, numa mistura de gelo e fogo. 

Magnus rolou no chão quando um gigante tentou o atingir com fogo. Ele rolou mais uma vez e por um triz não foi atingido. Quando Knut passou em seu pegáso, o guerreiro posicionou sua espada e arrancou a cabeça do gigante de uma vez só. Magnus e Knut trocaram um cumprimento rápido com a cabeça antes dos guerreiros avistarem algo se aproximando das colinas. Era um grande exército de mortos, acompanhados de um lobo gigante na frente. 

— Mas o que é isso? - Magnus gritou para Knut, que lutava para estabilizar seu pegáso no ar. O guerreiro esboçou um sorriso, sabendo do que se tratava. 

—  Isso, Magnus, é a nossa salvação. - Respondeu por fim.



***

 

A luta estava finalmente mais equilibrada. Os guerreiros do exército de Hela eram fortes o bastante para destruirem os gigantes de fogo e a luta entrava em um empate. Hela usava a magia de seu corpo, com uma força sobrenatural, e lançava contra dezenas de gigante de uma vez só. Thor lutava contra três gigantes e os derrubava com seu machado, enquanto seu irmão terminava de matá-los. Guerreiros Asgardianos continuavam lutando com suas espadas e os Jotuns os protegendo dos ataques furiosos de Surtur. 

Evie e Nerfi lutavam lado à lado. A jovem abriu a palma da mão, apontando-a na direção de um gigante de fogo, e deixou que uma forte energia saísse. O poder acertou o gigante, fazendo-o ser arremessado pelo ar. Nerfi terminou o trabalho da irmã, arrancando a cabeça do monstro com sua espada. Evie virou o rosto para o lado, contendo o embrulho no estômago. Aquilo ainda era nojento demais para ela. 

— Relaxa, Evie. – Nerfi esboçou um sorriso divertido. Ela fez uma careta de vômito. Ele riu ainda mais. – Com o tempo você acostuma. – Evie respirou fundo, evitando olhar para a substância gosmenta e quente que saía da cabeça do gigante.

— Não acho que vou me acostumar a arrancar cabeças de gigantes, bebê javali! – Resmungou. Nerfi revirou os olhos. – É nojento!

— Depois eu que sou o fresco. – Murmurou. 

— Mas você é! – Rebateu rindo. Nerfi fez uma careta. 

— Cale a boca, Evie! – Ela soltou uma risada. Nerfi parou um instante, até que sorriu. – Acho que tem uma surpresa pra você! – Evie franziu o cenho, confusa.

— Que surpresa? 

— Hey, Elsa! – Uma voz familiar falou em suas costas. Evie sentiu seu coração batendo mais rápido ao ouvir aquela voz. Seria possível? Não. Ela só podia estar delirando. Evie virou-se vagarosamente com medo de ser apenas coisa da sua cabeça. No entanto, quando o viu, sorrindo para ela, Evie teve certeza de que não estava louca. Seus olhos se encheram de lágrimas de emoção. Era ele.

— Peter? – Perguntou baixinho. Ele assentiu, sorrindo ainda mais. Evie correu em sua direção e praticamente se jogou em seu colo, apertando-o num abraço. Ela passou os braços por volta de seu pescoço,  puxando-o para mais perto. Peter soltou uma risada baixa. – Você está vivo? – Evie o soltou, em lágrimas, e segurou seu rosto de forma afobada. – Isso não é uma ilusão? Você está bem? – Evie estava prestes à revirá-lo de ponta à cabeça quando Peter segurou suas mãos de forma carinhosa. 

— Eu estou vivo! – Sorriu. Evie semi-abriu a boca, em choque e limpou as lágrimas. – Você não tem ideia do que aconteceu. O sr. Osborn virou uma criatura sinistra. – Tagarelou, animado demais. – A gente entrou numa luta, daí apareceu a Mulher-Aranha e mais um Homem-Aranha que eu não sei quem é. – Evie o observava atentamente, mas não parecia estar o ouvindo. – Então, o Sr. Osborn tentou explodir o hospital e depois matar a tia May, mas eu acabei me jogando na frente e...Eu não lembro do que aconteceu depois, nem aonde eu estava, eu só apareci na Terra, sem saber de nada e eu falei com o Sr. Stark e ele gritou comigo porque eu tinha morrido, mas ficou feliz depois e até me deu um abraço, depois eu falei com a tia May e ela chorou tanto, daí eu perguntei de você e seu pai e descobri que estava tendo a maior briga aqui. Então, eu disse que tinha que ajudar  e o Sr. Stark gritou de novo porque não queria que eu viesse porque eu tinha morrido antes e a tia May... – Evie interrompeu sua fala com um beijo inesperado. Ela segurou seu rosto com as duas mãos, grudando seus lábios num beijo afoito. Quando o soltou, Peter sorriu. – Wow! – Arfou. Evie segurou a gola de sua camisa firmemente, puxando-o para mais perto. Ela o encarou, quase grudando seus narizes. 

— Nunca mais se atreva a morrer, Peter Parker! – Disse quase ameaçadora. Peter sorriu. Evie deu um longo suspiro, controlando suas emoções. Ela o encarou e finalmente sorriu, o abraçando novamente. 

— Com licença! – Nerfi pigarreou, assistindo os dois. – Sem querer atrapalhar o momento melosamente dramático de vocês, mas, caso tenham esquecido, nós estamos no meio de uma guerra. – Disse quase impaciente. Evie e Peter se entreolharam e soltaram uma risadinha. Ao redor deles, soldados lutavam fervorosamente.

— O que foi? – Evie arqueou uma sobrancelha. – Parece até que nunca beijou. Não se finja de santo, Nerfi. 

— Sim. – Respondeu por fim. – Mas existe uma grande diferença entre eu beijar alguém e ver você, a minha irmãzinha que até ontem estava lambendo caneta colorida achando que era doce, beijando. – Acrescentou com desgosto. Evie abriu a boca, contrariada. – Isso é nojento, constrangedor e traumatizante. – Ela soltou uma risada baixa, até que algo veio à sua mente.

— Espera, você disse que eu tinha uma surpresa. – Franziu o cenho. – Foi você que trouxe o Peter? – Nerfi soltou um suspiro fraco, entediado. 

— Digamos que eu tenha feito uma visitinha à Valhalla. – Esboçou um sorriso. – Eu tive um trabalho e tanto para convencê-los a devolver o Peter, já que ele é um humano e as coisas são diferentes para os humanos. – Contou. – Mas, como ele morreu de uma forma heróica... – Deu de ombros. Peter e Evie sorriram. 

— Como conseguiu convencê-los? – Evie franziu o cenho. Nerfi ficou sério, de repente. 

— Uma alma pela outra. – Deu de ombros. 

Sua irmã franziu mais ainda o cenho, não entendendo do que se tratava. Não teve muito tempo para pensar até alguém arremessar uma lança nas costas de Nerfi. A arma passou pela lateral de seu corpo como uma bala. Ele mal teve forças para soltar um suspiro de dor antes de despencar no chão. Evie arregalou os olhos, vendo seu irmão cair e Peter parecia tão em choque quanto. Ela olhou para o lado e avistou quem havia ferido Nerfi. O gigante, chefe da guarda de Surtur, tinha um sorriso nos lábios ao ver o que tinha feito. Evie cerrou os punhos, furiosa, agitando toda a magia dentro de si. Poucos segundos depois, o gigante caiu, morto. 

Evie correu até o irmão, ajoelhando-se ao seu lado, e Peter a seguiu. 

— Nerfi? - Chamou. Suas mãos estavam trêmulas. Nerfi não se moveu no chão, nem seus olhos se abriram. Peter tocou o ombro de Evie, sem saber o que fazer. - Nerfi? - Insistiu, mas não houve resposta. Evie sentiu sua garganta apertar. De novo não. - Nerfi? - Ela deitou a cabeça no abdômen do irmão, tentando sentir sua respiração. No entanto, não havia nada. - Nerfi? - Chorou. - Por favor. - Lágrimas escorriam pelo seu rosto, sem mais nenhuma esperança. 

— Ah, não! Você vai manchar minha camisa novinha. - Resmungou com a voz rouca. Evie levantou a cabeça imediatamente. Nerfi tinha um sorriso divertido nos lábios. - Enganei vocês. - Riu. Peter arregalou os olhos, pasmo, enquanto Evie tentava entender a situação.

— Mas, você disse aquilo da alma… - Evie ainda estava trêmula. 

— O que foi? - Nerfi franziu o cenho. - Você não achou que eu tivesse trocado a minha alma pela a do Peter, né? - Perguntou ofendido. - Eu não sou estúpido! - Ele levantou seu tronco, sentando-se. - Nem tão nobre. - Completou baixinho. 

— Mas, então, pela alma de quem você trocou? 

— De um condenado qualquer. - Deu de ombros. 

— Mas, como? - Insistiu, ainda em choque. Ele revirou os olhos, impaciente. - Deveria ser uma alma boa por outra boa. 

— Digamos que eu tenha trapaceado um pouquinho. - Esboçou um sorrisinho infantil. - De qualquer forma, uma vez que a alma é devolvida, eles não podem pegar de volta. - Peter sorriu, mas Evie fechou a expressão, saindo do choque. 

— Você me assustou. - Chorou. 

— Ah, Evie. - Peter acariciou seus ombros, enquanto ela escondia o rosto com as mãos, em lágrimas. Nerfi encarou Peter e depois a irmã. 

— Tudo bem. - Respondeu sem jeito. - Não precisa chorar. - Evie não deu atenção. - Olha - Ele apontou para si mesmo. - eu estou vivo! - Forçou um sorriso. Ela continuou chorando. Nerfi encarou Peter, em busca de ajuda, mas Parker apenas deu de ombros. - Está bem, desculpa. Não vou fazer mais isso. Não precisa chorar, está bem? - Evie tirou as mãos do rosto, rindo. 

— Peguei vocês! - Sorriu. Nerfi bufou, irritado consigo mesmo por ter caído na mentira de Evie. 

— Sinceramente, eu te odeio, Evie! - Nerfi se levantou. Evie e Peter fizeram o mesmo. 

— Vocês são um pouquinho esquisitos. - Peter falou baixo, cético. Os dois deram de ombros. 

— Vamos logo! - Nerfi apressou. - Temos uma guerra para vencer! - Evie assentiu e depois encarou Peter. 

— Você precisa se proteger. 

Peter sorriu. 

— Eu vim para lutar. - Respondeu cautelosamente. Evie franziu o cenho, preocupada. - O sr. Stark me emprestou algo que pode ajudar. - Peter apertou um dispositivo em seu relógio. Poucos segundos depois, algo vermelho apareceu no céu, voando em sua direção rapidamente. A armadura de ferro se desmontou no ar e se montou no corpo de Parker automaticamente, ajustando todas as suas funções. - Não se preocupe, Evie. - Ela suspirou.-  Não pretendo morrer tão cedo. - Foi a última coisa que disse antes de fazer a armadura voar. Evie e Nerfi se entreolharam rapidamente antes de voltarem para a luta. 

Valkyrie, em seu pegáso, tentou acertar a espada em um gigante. Ele defendeu-se rapidamente com sua lança, e as duas armas se chocaram bruscamente. No chão, Brenna posicionou três flechas em seu arco e as lançou de uma vez só contra o monstro de fogo. As flechas agarraram em seus ombros, mas ele nem mesmo sentiu. O gigante investiu mais um ataque contra Valkyrie. A guerreira se defendeu mais uma vez, enquanto o gigante tentava a acertar novamente. 

— E aí, gente? - Peter aproximou-se, sobrevoando em sua armadura. Brenna franziu o cenho, confusa, e Valkyrie arqueou uma sobrancelha. 

— Espera aí. - A guerreira acertou os chifres do gigante com sua espada. - Você não tava morto, pirralho? - Por um momento, Valkyrie achou ter bebido demais e estar tendo alucinações. Peter sorriu. 

— É uma longa história, srta. Valkyrie. - Respondeu enquanto lançava ondas de energia pela armadura contra o gigante, que foi arremessado contra o ar. Valkyrie suspirou. 

— Bem-vindo de volta ao reino dos vivos, garoto! - Cumprimentou. Parker sorriu. - Vamos, Brenna! - A guerreira puxou as rédeas do cavalo e o fez voar. Brenna a seguiu, pelo chão. 

A batalha continuou. O exército de Surtur estava finalmente perecendo, o que deixava o gigante furioso. Ele não aceitaria perder desta forma. Seu corpo estava em chamas, quando ele acertou, com fogo, três soldados asgardianos de uma vez só. Aryeh posicionou sua lança e arremessou contra o gigante. Surtur agarrou a arma muito antes que ela o atingisse e a arremessou de volta contra o guerreiro. A lança atravessou o corpo de Aryeh, vazando em suas costas. O guerreiro soltou um último suspiro antes de cair, sem vida. 

Não muito longe, Evie e Nerfi observaram a morte do guerreiro. Ela abriu a boca, pasma, e seus olhos encontraram os de Surtur pela primeira vez. O gigante esboçou um sorriso diabólico e Evie sustentou o olhar. Era a hora de enfrentar o líder. Seus olhos estavam cheios de fúria. Evie cerrou os punhos e avançou na direção do gigante em passos pesados. Surtur não se moveu. Ele apenas sorria, esperando que a menina se aproximasse ainda mais, para que ele pudesse destruí-la com suas próprias mãos. Então, Evie parou de andar. 

Ela estava em um quarto de hospital há quase dois anos antes. A cama estava ocupada. Era sua mãe. Melina estava ligada à aparelhos e ao oxigênio. Estava fraca demais. Seu corpo estava mais magro do que o normal e seus braços estavam cobertos de hematomas roxos por causa de tantas injeções. Ela tossiu, meramente consciente, e Evie aproximou-se da cama imediatamente. A menina pegou um copo d´água e ajudou a mãe a tomar alguns pequenos goles. 

— Filha. - Melina balbuciou. Evie olhou para a mãe, contendo algumas lágrimas. 

— Sim? 

— Pode me prometer algo? - Perguntou fraca. Evie assentiu. - Promete que não vai desistir nunca? - Arfou. - Promete que sempre vai lutar até o fim pelo que quer? 

— Por que quer que eu prometa isso? - Os olhos de Evie se encheram de lágrimas. Melina deu um sorriso fraco. 

— Pode prometer? - Insistiu. 

— Prometo. 

Melina esboçou um sorriso. 

— Meu amor - Disse fraca. - pode buscar uma revista pra mim na recepção? - Pediu. Evie assentiu. 

A menina saiu do quarto e foi direto à recepção. Ela buscou por alguma revista nova, mas só encontrou antigas. Por fim, Evie decidiu levar a menos antiga. Quando voltou ao quarto de sua mãe, Evie encontrou uma enfermeira e um médico. Ela franziu o cenho imediatamente, olhando para a cama da mãe. Melina não estava mais acordada. Os aparelhos não indicavam mais seus batimentos cardíacos. Evie apenas encarou a enfermeira, que balançou a cabeça, indicando que já era tarde. Evie deixou a revista que segurava escorregar de suas mãos. 

— Mãe? - Ela correu até a cama, mas foi impedida pela enfermeira. 

— Eu sinto muito, querida. Ela se foi. 

Evie caiu no choro, desesperada, tentando se soltar. 

— Mãe? - Soluçou. - Por favor. Mamãe. - Gritou. Mas não houve resposta. 

Evie estava com a respiração ofegante. Estava chorando. Era como se ela estivesse naquele hospital novamente. Quando olhou para os lados, entretanto, viu apenas borrões de uma batalha. Não havia som. Ela olhou para o lado a viu. 

— Filha. - Melina está de pé, com um braço estendido para ela. - Vem comigo! - Chamou. - Senti tanto a sua falta. - Sorriu de forma maternal. 

 

— Mãe? - Perguntou trêmula. Melina a incentivou para que ela se aproximasse. 

— EVIE! - Nerfi sacudia os ombros da irmã bruscamente. - EVIE! - Ela o encarou, vendo a imagem de sua mãe desaparecer e tudo voltar ao normal. - Evie? - Nerfi insistiu, enquanto Evie piscava, confusa. 

— A minha mãe… Ela… - Soluçou. 

— Não é Melina. - Nerfi apertou os ombros da irmã para que ela acordasse. Evie franziu o cenho. 

— Eu a vi…

— Olha pra mim! - Gritou, fazendo Evie o encarar. - Não é a nossa mãe. - Acrescentou, ofegante. - É Surtur! Ele está fazendo isso com a sua mente. Ele quer te desestabilizar. - Evie respirou fundo tentando voltar em si. Ela limpou as lágrimas do rosto, percebendo que tudo não passara de uma ilusão. Evie encarou o irmão. 

— Eu quero explodir a cabeça daquele desgraçado filho da mãe! - Disse com uma raiva gélida. Nerfi sorriu, soltando seus ombros. 

— É pra já, irmãzinha! - Sorriu maliciosamente. 

Os dois partiram, lado à lado, até que chegaram perto o bastante de Surtur. O gigante sorriu, encarando os dois irmãos. Estava mesmo esperando por eles.

— Trouxe a sua irmã para que eu possa matá-la antes de acabar com você? - Perguntou a Nerfi. O garoto riu, debochado. 

— Olhe ao seu redor, Surtur. - Respondeu. Surtur observou discretamente mais gigantes de fogo sendo derrotados. Ele estava perdendo. Seu exército estava quase todo morto. - Você já era! - O gigante abriu a boca, cheia de fogo. 

— Eu sou Surtur, sou a ruína dos reinos. - Gritou entre dentes. Nerfi sorriu. 

— Você pode até ser a ruína dos reinos. - Deu de ombros. - Mas eu serei a sua ruína. - Sorriu. 

Surtur esticou suas costas, explodindo de raiva, e lançou toda a sua força em fogo contra Nerfi e Evie. Rapidamente, Evie projetou um campo de força ao seu redor e ao redor do irmão, absorvendo todo o fogo. Ela sorriu ao olhar para a expressão de Surtur. 

— Acho que você precisa esfriar a cabeça, Surtur. - Nerfi provocou. 

Evie estendeu sua mão, lançando gelo pelas luvas, contra Surtur. O gelo derreteu rapidamente e Nerfi lançou magia contra o gigante. Surtur cambaleou para trás, mas logo se recuperou, lançando mais fogo contra os dois. O golpe foi forte demais, fazendo Evie e Nerfi serem arremessados no chão. Eles se entreolharam, ainda caídos. Estavam cansados. Surtur se preparou para acertá-los mais uma vez. No entanto, alguém se meteu na frente, lançando uma poderosa magia contra ele. Loki sorriu para o gigante. 

— Não achou mesmo que eu perderia isso, né? 

Evie e Nerfi levantaram-se, aproximando-se do pai, um de cada lado. Loki olhou para os filhos, que sorriram em resposta. Um trovão cortou o céu, estrondoso, e Thor pulou ao ao lado de sua família com os olhos brilhando. O chão estremeceu onde os pés do deus bateram. Sua pele emanava raios e em sua mão direita ele segurava o machado. Surtur gargalhou. 

— Acham mesmo que podem me destruir? - Debochou. 

— Eles eu não sei. - Uma voz feminina soou em suas costas. Hela tinha um sorriso maquiavélico nos lábios. - Mas, eu com certeza. - Surtur olhou ao seu redor. Estava cercado. Não haviam soldados livres para ajudá-lo. 

— Acabou pra você, Surtur! - Thor rosnou. 

O gigante trincou os dentes e abriu os braços, em chamas. O fogo tocou o céu, enquanto tudo tremia. Os cinco se entreolharam entre si. Todo o poder de Surtur foi lançado contra eles de uma vez só. Loki, Evie e Nerfi mal tiveram tempo de projetar um campo de força. Thor grunhiu e deixou que trovões saíssem de seu corpo com uma força sobrenatural, acertando o gigante. Furioso, Surtur lançou mais fogo ainda, sendo parado por Hela. 

Nerfi foi o próximo a acertar Surtur, com uma rajada de energia. O gigante lançou mais fogo contra eles, mas Loki foi mais rápido, acertando-o primeiro. Evie cerrou os punhos, concentrando-se em toda a magia de seu corpo. Seus olhos ganharam uma tonalidade violeta quando energia saiu de sua pele. Ela encarou o gigante antes de deixar que todo o poder saísse de seu corpo, varrendo o chão e o ar por onde passava, como uma explosão. 

O gigante não desistiu, e atacou novamente. O fogo que saía de seu corpo era forte demais e o campo de força projetado por Loki estava quase sendo rompido. Os cinco se entreolharam e se posicionaram um do lado do outro. De uma vez só, eles lançaram seus poderes contra o gigante. Surtur foi arremessado contra o chão, vencido. Ele levantou a cabeça quando Hela se aproximava, com as mãos estendidas. De uma vez só, ela o fez urrar de dor quando seu poder o atingiu. O gigante se revirou por longos minutos, enquanto Hela o torturava com a magia. Quando sua alma deixou seu corpo, um estrondo se fez. O fogo de Surtur se apagou e a guerra parou. Seus guerreiros pararam de lutar e ao ver que seu líder estava morto, eles fugiram sem olhar para trás. Era o fim da guerra. Guerreiros asgardianos e Jotuns urraram pela vitória e jogaram suas espadas para cima. 

Valkyrie e Brenna sorriram, e Thor comemorou. 

— Isso! - Peter comemorou enquanto pousava no chão com sua armadura, ao lado de Valkyrie. - Nós vencemos! 

Loki franziu o cenho e encarou o irmão. 

— O que foi? - O loiro perguntou. 

— Uma coisa esquisita. - Loki respondeu mais para si mesmo do que para Thor. - Estou com aquela vozinha irritante do Peter na cabeça. - Comentou. 

— Estou bem aqui, sr. Loki. - Peter acenou de longe para o deus. Loki franziu a testa quando viu o garoto. 

— Ah! - Disse quase desanimado. - Ele está vivo. - Acrescentou baixinho. Hela aproximou-se dele. 

— Se quiser, posso resolver isso num instante. - Ela ofereceu. 

Hm!— Loki estreitou os lábios, pensando na ideia. 

— Loki! - Thor ralhou. Loki revirou os olhos. 

— Não, obrigado. - Respondeu contrariado. - Deixe o garoto inseto vivo. - Cruzou os braços. - Hela deu de ombros. - Mas como ele está vivo? - Perguntou a si mesmo. 

— Eu trouxe ele de volta. - Nerfi aproximou-se do pai. Loki franziu o cenho, desconfiado. 

— Como? 

— Umas mentirinhas aqui, outras ali… - O garoto deu de ombros e Loki acabou rindo. 

— Agora que a guerra acabou. - Hela chamou a atenção de todos. - É hora de cumprir o contrato, querida sobrinha. - Ela encarou Evie, que engoliu seco. Todos encararam a menina, confusos. 

—Contrato? - Thor franziu o cenho, encarando a sobrinha. Uma tensão se espalhou entre os guerreiros e Peter se aproximou de Evie. 

— Sim. – Hela respondeu com um humor ácido. – A Evie assinou um contrato mágico, em troca da minha ajuda, ela me entregou Asgard. – Contou, fazendo surgir o contrato em suas mãos. Um burburinho começou entre os Asgardianos  e um vinco de preocupação se formou na testa de Thor. 

— Isso é verdade, Evie? – Perguntou sério. Evie soltou um longo suspiro, sentindo os olhares e reclamações de todos. 

— Devia ler melhor o contrato, tia. – Esboçou um sorriso divertido. – Há uma cláusula que você não reparou. – Hela franziu o cenho, lendo o pergaminho. 

— Não há cláusula alguma! – Rebateu. Evie sorriu. 

— Ah! Que cabeça a minha. – Evie fingiu inocência. – Esqueci de dizer que é uma cláusula oculta. – Hela deixou um fio de magia sair pelos seus dedos, em cima do contrato, revelando uma pequena cláusula no fim da folha. A deusa uniu as sobrancelhas, irritada. – Aí diz que o contrato só seria válido se você não matasse ninguém na guerra, o que não é o caso. – Esboçou um sorrisinho. 

— Isso é impossível! – Respondeu entre dentes. – Eu fiz o contrato! Não havia cláusula nenhuma!

— Ah, mas esse não é o seu contrato. – Deu de ombros. – Eu troquei o seu contrato pelo meu antes de assinarmos. – Um falatório de comemoração se iniciou. Loki arregalou os olhos, surpreso. 

— Eu sugeri o contrato! – Hela rosnou. – Eu pedi Asgard! – Evie suspirou. 

— É! Eu meio que induzi você a fazer isso, soprando a ideia na sua mente sem que você percebesse. – Hela trincou o maxilar. – Seria muito óbvio se eu oferecesse. 

— Eu deveria ter desconfiado daquela sua historinha. – Respondeu baixo, com uma raiva gélida. 

— Foi mal. – Evie forçou um sorriso. – Não é nada pessoal. 

— Você vai...

— Vou pagar caro? – Interrompeu casualmente. – Eu sei. Provavelmente eu vou pro inferno por isso. De qualquer forma, nos vemos lá quando o momento chegar. – Deu de ombros. 

— Você não acha que vai ficar assim, não é? – Gritou, furiosa. 

— Na verdade, sim. O contrato expira agora. – Hela franziu o cenho. – Tchau! – Evie acenou. Uma luz se acendeu no pergaminho que Hela segurava e uma força de começou a puxar todo o seu exército para dentro do papel. Ela tentou se soltar, mas foi arrastada junto, sendo enviada de volta para seu reino. O pergaminho desapareceu logo em seguida. Evie respirou aliviada e os guerreiros comemoraram antes de se dispersarem. Nerfi sorriu. 

Loki encarou a filha, pasmo, e passou uma mão na testa. 

— Então – Loki falou tenso, olhando para os dois filhos. – o meu filho foi à Valhalla e mentiu no reino dos mortos. – Nerfi forçou um sorriso, sem graça. – A minha filha, mentiu para Hela, a deusa da morte! – Acrescentou. – Vocês dois resolveram brincar com a morte? – Perguntou histérico. Nerfi e Evie encolheram os ombros,  enquanto Thor ria, ao lado de Valkyrie.

— Você também já brincou com morte! – Nerfi rebateu baixo. 

— Verdade. – Evie concordou. – Já fingiu que morreu várias vezes. – Loki abriu a boca, sem saber o que dizer. 

— Nós não estamos falando sobre mim! – Rebateu. Nerfi e Evie ameaçaram falar algo mas Loki fez um sinal para que eles se calassem.  Eles cruzaram os braços, emburrados. – Os dois foram imprudentes e trapacearam! – Loki suspirou. – Não sei se fico preocupado ou orgulhoso. – Disse mais baixo. O deus soltou um longo suspiro. – Estou muito orgulhoso de vocês dois. – Admitiu. Evie sorriu e Nerfi abriu a boca, surpreso pelas palavras do pai. O deus abriu os braços discretamente, oferecendo um abraço. Nerfi hesitou, mas Evie o arrastou para o abraço triplo. Loki abraçou os filhos de forma acolhedora. – Considerem-se de castigo para o resto da vida. – Sussurrou entre dentes, ainda no abraço. Os dois soltaram resmungos baixos. 

Thor limpou uma lágrima que caiu de seus olhos, emocionado, enquanto assistia o irmão e seus sobrinhos. Ele cutucou Valkyrie ao seu lado. 

— Isso é tão bonito, não? 

A guerreira o encarou, franzindo o cenho. 

— Você está chorando, Thor? 

— Claro que não. – Blefou. Valkyrie balançou a cabeça nem um pouco convencida. – Ah! Eu vou dar um abraço em vocês. – Thor não esperou resposta e apertou os três num abraço sufocante. Os três resmungaram, mas o loiro não deu atenção. 

— Ah! – Peter sorriu, se aproximando para o abraço coletivo. 

— Você não! -Loki estendeu um braço para fora do abraço, impedindo Peter de se juntar à eles. Parker soltou uma risada pelo nariz. Tudo tinha voltado ao normal, afinal. A paz estava de volta. Ou pelo menos, parte dela. 


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