OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 43
Capítulo XLII - Por Asgard, pelo rei, pelo povo!


Notas iniciais do capítulo

Boa tardee! Obrigada Carol Marques e Jace Jane por comentarem ❤❤

Faltam poucos capítulos. Espero que gostem. Bjs *•*



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Hel - Reino dos Mortos

 

O lugar era sombrio e vazio, quase como um breu. Todo o reino era submetido ao domínio de Hela, a grande deusa da morte. Seu palácio mais parecia uma caverna escura do que uma moradia. Apesar disso, o ambiente tinha um certo luxo. Seu trono era de ferro, escuro, com ornamentos espinhosos e brutos, e ficava posicionado ao centro, como todo trono. A rainha, Hela, estava assentada ali. Suas vestes eram pretas como os seus longos cabelos e uma capa verde escura cobria seus ombros e suas costas. Deitada aos seus pés, estava Fenris, sua mascote. A loba de tamanho desproporcional e pêlo preto levantou a cabeça quando ouviu passos se aproximando. Hela, entretanto, não se surpreendeu. Ela sabia quem estava chegando.

 

Evie estava sozinha. Ela não quis a companhia de Knut para ir à Hel. Ela sabia o quanto aquilo era perigoso. A menina caminhou lentamente, mantendo certa distância de Hela. Evie sentiu um arrepio na espinha por estar ali. Fenris levantou-se, rosnando para ela de forma ameaçadora, enquanto Hela acariciava a sua cabeça.

 

— Majestade. - Evie fez uma reverência respeitosa, evitando encará-la. Hela arqueou uma sobrancelha, analisando-a.

 

— Ajoelhe-se! - Ordenou.

 

Evie não protestou e apenas a obedeceu, prostando-se de joelhos e cabeça baixa. Hela levantou-se e caminhou até a menina, sem esboçar qualquer reação, enquanto Fenris rosnava sem parar. Ela segurou o queixo de Evie firmemente, fazendo-a encará-la. Evie conteve um suspiro, temerosa. Hela esboçou um sorriso quase demoníaco, apertando o rosto de Evie e acariciando suas bochechas com suas unhas grandes e pontiagudas. Evie estremeceu, mas manteve-se firme.

 

— Tem os olhos dele. - Hela continuou segurando seu rosto. Seus cabelos negros caíam sobre suas bochechas como uma manto. - Apesar de sentir o cheiro de humana de longe. - Acrescentou com desdém. Evie segurou o olhar. - É frágil como a sua mãe. Seria tão fácil tirar a sua alma. - Evie engoliu seco, fazendo Hela gargalhar. - Olha como está assustada, parece um filhotinho longe da mãe. - Hela finalmente a soltou, voltando para o seu trono. Evie levantou-se imediatamente. - O que você quer? Tenho certeza que passar a tarde com sua querida tia é que não é. - Evie respirou fundo.

 

— Preciso de ajuda para lutar contra Surtur. - Respondeu baixo. - Ele está com toda a minha família e pretende dominar Asgard. - Continuou. Hela arqueou uma sobrancelha. - Nosso exército não tem força o suficiente para vencer Surtur. - Evie hesitou. - Preciso da sua ajuda.

 

— Pelo que ouvi, esta guerra é tudo culpa de seu irmão traidor. - Respondeu por fim. - Nerfi, certo? - Evie balançou a cabeça. - Prometeu algo à Surtur e não cumpriu. - Deu de ombros. - Traição é algo de família, não é? - Evie não respondeu. - Não estou interessada em ajudar. - Completou. Evie franziu o cenho.

 

— Por favor. - Ela deu um passo para frente, desesperada. Fenris rosnou ainda mais por causa da aproximação e Evie teve que recuar. - Eu imploro! - Insistiu. Hela esboçou um sorriso.

 

— Uma rainha nunca implora.

 

— Não sou uma rainha ainda. - Respondeu baixo, sem encará-la. - Mas estou diante de uma. - Hela franziu o cenho.

 

— Olha só, que praguinha manipuladora! - Respondeu espirituosa. - Tenho que admitir que é corajosa.

 

— Por favor. - Implorou. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. - Me ajude a salvar minha família.

 

— Guarde suas lágrimas para depois da tragédia. Elas não me comovem nem um pouco.

 

Evie respirou fundo.

 

— Eu entendo você. - Evie disse cautelosamente. - Sei do que passou, eu estudei a história de Asgard. - Hela a encarou com curiosidade. - Eu sei que foi exilada…

 

Banida! - Corrigiu.

 

— Sei que foi banida e deserdada por Odin. - Continuou. - Tem todo o direito de odiar todos. Mas, por favor, meu pai e meu tio não têm culpa. - Hela franziu o cenho, levantando-se novamente. - Por favor, nos ajude a vencer Surtur. - Evie conteve uma lágrima que saía sem permissão. - Eu também não pude viver com meu pai, por causa de Odin. - Acrescentou, fingindo certo ressentimento. Fenris rosnou. - Eu entendo você.

 

— Odin teria feito picadinho de você. - Comentou séria. - Mas não estamos falando deste velho decrépito.

 

— Por favor. - Insistiu. - Eu faço qualquer coisa. - Evie a encarou no fundo dos olhos. - Me peça qualquer coisa. - Hela ficou em silêncio, analisando a situação.

 

— Eu quero o controle de Asgard! - Respondeu decidida. Evie deu um longo suspiro. - Entregue-me Asgard e eu ajudo você! - Evie ficou em silêncio, hesitante.

 

— Não posso entregar agora porque sou apenas regente provisória. - Respondeu baixo. - Mas, se esperar um pouco mais, Asgard será sua. - Hela balançou a cabeça.

 

— Não acredito em você. É traiçoeira como o Loki.

 

— Eu prometo. - Respondeu rápido. Evie ficou em silêncio por alguns segundos. - Posso dar qualquer garantia que você quiser. - Ela encarou Hela novamente. Fenris rosnou novamente. A deusa semicerrou os olhos.

 

— Quero um pacto. Um contrato mágico.

 

Evie assentiu.

 

— Tudo bem.

 

Hela sorriu. Em poucos minutos, Hela usou magia para criar um contrato com os termos que queria. Evie apenas observou a tia preparar tudo com a mais profunda magia. A mais inquebrável e obscura. Hela segurou o pergaminho quando estava pronto e colocou sobre uma mesa. Evie engoliu seco encarando o papel, enquanto a deusa estava de costas, pegando uma faca.

 

— Estenda a mão. - Hela exigiu. Evie hesitou, mas estendeu uma mão, trêmula. Hela posicionou a faca e fez um corte na mão de Evie. Ela resmungou por causa da dor. Hela esperou que o sangue escorresse e deixou que algumas gotas caíssem no papel, manchando-o. - Porque um pacto de sangue não tem volta. - Explicou.

 

Evie segurou a mão machucada, enquanto Hela terminava com o contrato. Estava feito. Evie suspirou.

 

— Temos um pacto agora. - Hela disse, sádica. - Em pouco tempo, o exército de Surtur estará em minhas mãos. - Completou. Evie estremeceu.

 

***

 

As masmorras do palácio de Surtur ainda estavam sendo vigiadas ferozmente por gigantes de fogo, membros da guarda de Surtur. Os gigantes de pele de pedra e chifres enormes na cabeça estavam parados na porta da cela de Thor e Nerfi como estátuas. Imóveis. E sem esboçar qualquer reação. Tudo estava em um completo silêncio, até que os gigantes ouviram barulhos e gritos de socorro vindos da cela. Do lado de dentro da cela estavam Thor e Nerfi. O garoto tinha uma faca nas mãos e tentava cortar o pescoço do deus. Thor gritava, tentando se soltar, mas falhando miseravelmente.

 

— Me ajudem, por favor. - Thor implorou, ofegante. - Esse garoto está tentando me matar. - Dois gigantes se entreolharam, céticos. Nerfi apertou o pescoço do Thor contra o chão, forçando a faca contra o seu rosto. Sangue escorreu por sua bochecha.

 

— Acha que estão fingindo? - Um dos gigantes sussurrou para o outro. Eles se entreolharam e encararam os dois, que ainda brigavam.

 

— Não sei. - Respondeu no mesmo tom. - Mas se ele morrer antes da hora, nós estamos mortos. - O outro concordou.

 

— Devemos nos meter?

 

Um minuto de silêncio. A briga continuava dentro da cela. Os gigantes hesitaram, antes de finalmente tomarem uma decisão.  

 

— Acho melhor. - Assentiu. Os gigantes seguiram para dentro da cela, onde a briga prosseguia de forma bem agressiva.

 

Do lado de fora, escondidos atrás de uma parede, estavam Loki e os verdadeiros Nerfi e Thor. Loki controlava a ilusão dentro da cela, fazendo com que a falsa briga continuasse. Estavam esperando o momento de distração dos guardas para que pudessem escapar sem serem vistos. Thor cruzou os braços, emburrado.

 

— Isso não faz sentido. - Sussurrou contrariado. - O Nerfi nunca conseguiria me derrubar daquele jeito. Eu sou bem mais forte. - Os dois encararam Thor com uma carranca. O loiro fez uma careta. - Eu só estava comentando. - Deu de ombros.

 

— Se não fosse você sendo atacado eles não ajudariam. - Loki sussurrou. Thor balançou a cabeça, ponderando a ideia, e Loki revirou os olhos. - Vamos logo, antes que eles percebam que é uma ilusão!

 

Os três saíram de trás da parede discretamente, passando correndo por trás dos gigantes em passos leves. Loki mudou a aparência normal dos três para as de três gigantes de fogo. Quando passaram por outros gigantes, os três apenas acenaram com as cabeças, para não levantar suspeitas. Eles saíram das masmorras sem nem olhar para trás. Seguiram pelos corredores escuros e quentes do palácio, até que uma voz grave os surpreendeu.

 

— Acharam mesmo que conseguiriam escapar? - Surtur riu. Loki deu um longo suspiro e suas ilusões se desfizeram, revelando suas verdadeiras aparências. - Vocês estão mortos! - Disse entre dentes.

 

Nerfi sentiu sua respiração falhar e Thor cerrou os punhos, invocando trovões ao seu redor. Loki permaneceu em silêncio e então, ele ouviu um ruído. O ruído se aproximava cada vez mais, tornando-se mais alto. Eram passos. Centenas de passos. O deus olhou para o lado de fora do palácio e os avistou. Valkyrie em cima de um pegáso e centenas de guerreiros asgardianos. Eles não estavam sozinhos. Estavam acompanhados de um bom grupo de Jotuns. Todos marchavam, preparados para lutar. Loki esboçou um sorriso.

 

— Não. - Loki respondeu casualmente, rindo. - Você está morto, Surtur! - Completou.



***

No alto de uma colina congelada de Jotunheim, uma parte do exército de Asgard aguardava silenciosamente. Todos tinham suas espadas e escudos posicionados, e catapultas estavam preparadas para lançarem munições nos gigantes de fogo. Usavam casacos de pele para se protegerem do frio mortal. No pelotão da frente, arqueiros posicionavam seus arcos e flechas. Logo atrás, um grande pelotão de guerreiros com lanças e espadas estavam ansiosos. À frente de todos, estava Rick, o treinador e guerreiro experiente. Ele estava assentado em um cavalo de pêlo marrom. Ao seu lado, também assentado em um cavalo, estava Magnus. O ex comandante estava sério e seus olhos estavam atentos como os de uma águia. Sua mão ferida estava praticamente toda recuperada. Eles apenas observavam a guerra entre os Jotuns e os Gigantes de Fogo lá embaixo, sem nem mesmo se moverem. O sentimento de tensão era coletivo. Os Jotuns não estavam indo bem.

 

Knut veio voando em um pegáso, apressado. O guerreiro pousou em frente ao pelotão de guerreiros, próximo à Rick e Magnus.

 

— Ela conseguiu. - Anunciou, ofegante. - Os Jotuns aceitaram a aliança. Eles já enviaram parte de seu exército para Muspelheim. - Rick suspirou. Ele e Magnus se entreolharam e o ruivo assentiu.

 

— Guerreiros! - Rick empunhou sua espada, chamando a atenção de todos. - Chegou a hora de lutar! - Anunciou. Os guerreiros levantaram suas espadas ao mesmo tempo, fazendo um tintilar alto. - Por Asgard, pelo rei, pelo povo! — Gritou.

 

Valhalla! - Um estrondoso grito em uníssono ressoou.

 

Rick e Magnus partiram na frente em seus cavalos, enquanto os outros soldados marchavam apressados em direção ao campo de batalha. Os passos pesados faziam o chão estremecer. Knut sobrevoou novamente em seu pegáso, com a espada empunhada, tendo uma visão ampla do que estava acontecendo embaixo. Os guerreiros correram pela colina soltando gritos ferozes. O tempo parecia ter sido congelado enquanto eles se aproximavam dos gigantes de fogo. Os arqueiros lançaram flechas ao mesmo tempo que outros soldados lançaram bombas nas catapultas. Em um instante, uma chuva de flechas e bolas de ferro cairam sobre as cabeças dos gigantes de fogo, enquanto e exército de Asgard finalmente os atacava. Os Jotuns lutavam um combate corpo à corpo com os gigantes de fogo, enquanto os guerreiros asgardianos os acertavam com suas espadas.

 

Knut passou voando em seu pegáso, por cima das cabeças dos gigantes. Com a espada posicionada em uma mão, ele soltou um grito quando passou a espada de lâmina afiada no pescoço de um gigante de fogo, arrancando sua cabeça. O corpo do gigante despencou no chão, fazendo tudo tremer ao seu redor. Magnus e Rick lutavam lado à lado. O treinador rolou no chão quando um gigante lançou uma bola de fogo em sua direção. O fogo acertou cinco guerreiros asgardianos, consumindo-os de uma vez só. Magnus fincou sua espada no pé de um dos gigantes enquanto um Jotun o derrubava no chão. Quando o gigante estava no chão, o ex comandante pulou, e com uma força tremenda, afundou sua espada no coração dele. Ele arrancou a espada com brutalidade e olhou ao redor, onde um gigante dizimava um grupo inteiro de soldados. O ruivo trocou um olhar com Rick, que acabara de derrubar outro gigante.

 

— Precisamos de uma estratégia com os Jotuns. - Magnus disse para Rick. - Ou seremos todos dizimados. - Rick assentiu, observando a situação ao seu redor.

 

— Vou pensar em algo. - Respondeu por fim.

 

— Seja rápido! - Exigiu. - Ou será tarde demais.

 

***

Uma guerra acontecia do lado de fora do palácio de Surtur. Corpos de guerreiros asgardianos desacordados estavam largados pelo chão. Alguns gigantes de fogo também estavam vencidos. No entanto, a batalha estava longe de acabar. A situação não estava favorável para Asgard e Jotunheim - eles estavam perdendo. Mas, nunca desistiriam de lutar, e morreriam por seus reinos se fosse necessário. Todos sabiam que era isso que iria acontecer se não vencessem. Seriam mortos ou matariam. Não havia outra opção.

 

Gigantes de Fogos lançavam fogo contra os Jotuns, que defendiam-se com um campo de força. Eles absorviam as chamas ao máximo que podiam, não deixando que mais guerreiros asgardianos fossem atingidos. Brenna e Aryeh lutavam um do lado do outro, tentando se esquivar dos ataques dos gigantes. Thor lançou seu machado com toda a sua força, atingindo um gigante de fogo. Seus olhos brilhavam e seu corpo estava coberto por raios. Ele soltou um grunhido e deixou que raios saíssem de seu corpo, acertando dois gigantes de uma vez só. Um trovão cortou o céu e fez todo o chão tremer. O deus estendeu a mão, pegando seu machado de volta.

 

Muito perto dali, Loki lançou magia por suas mãos, fazendo um gigante se contorcer de dor. O deus permaneceu ao máximo que pôde, fazendo-o gritar. Valkyrie sobrevoou por cima de sua cabeça, e com apenas um golpe de sua longa espada, arrancou a cabeça dele. O corpo sem vida do gigante caiu no chão. Loki deu um longo suspiro, quase cansado. Ele estava preocupado. Não tinha visto sua filha ainda e tinha certeza que ela não havia ficado em casa. Ele conhecia muito bem a Evie.

 

— Onde está a Evie? - Perguntou à Valkyrie, que matinha o pegáso estabilizado no ar. A guerreira deu de ombros.

 

— Não faço ideia. - A guerreira respondeu. - Não a vejo desde que partiu para Jotunheim.

 

—  Ela foi à Jotunheim sozinha? - Ele quase gritou. A guerreira assentiu, antes de voltar a voar. Loki passou uma mão pelo rosto e Thor aproximou-se do irmão, com um vinco de preocupação na testa.

 

— O que foi? - O loiro perguntou.

 

— A Evie. - Respondeu baixo. - Ela sumiu. - Thor franziu o cenho. Sua breve conversa foi interrompida quando um gigante tentou acertar Thor. O deus foi mais rápido, entretanto, e lançou todo o seu poder contra ele. Loki também teve que voltar a lutar.

 

Em meio às centenas de guerreiros, Nerfi corria. Ele não estava fugindo, mas não queria lutar. Estava jurado de morte e isso fazia seu estômago revirar, por mais que mantivesse a expressão sombria e fria de sempre. Ele estava com medo. Estava tremendo de medo e culpa por dentro. Ele choraria, se não considerasse isso humano demais. Isso seria uma fraqueza, e ele não queria sentir-se fraco. Não era humano. Não tinha que se sentir assim. Nerfi continuou correndo. Quando um gigante tentou acertá-lo, Nerfi lançou magia de seu corpo, fazendo com que o gigante fosse lançado pelo ar. O jovem continuou andando, até que viu Surtur. Seus chifres pegavam fogo e ele arremessava um guerreiro asgardiano contra o chão. Nerfi parou. Sua respiração estava acelerada, assim como o seu coração. O gigante não estava tão perto, mas não estava longe. Se Surtur quisesse alcançá-lo, só teria que passar por alguns guerreiros.  Então, os seus olhos se encontraram, fazendo Nerfi estremecer. Surtur sorriu diabolicamente sem tirar seus olhos do garoto. Neste momento, Nerfi viu sua morte como nunca antes. Seu interior se revirou. Ele morreria e ninguém o ajudaria. Ele era um traidor. Todos o odiariam.

 

Uma nuvem escura surgiu no céu tão rápida quanto um raio. Ela cobriu a cabeça de todos que lutavam, chamando sua atenção. Surtur fechou a cara e olhou para o horizonte, assim como todos os outros. Milhares de guerreiros, vindos diretamente do reino dos mortos, marchavam em sua direção de forma assustadora. Suas aparências eram cavernosas e apavorantes, mas seus corpos ossudos estavam revestidos com a magia mais forte.

 

Em um instante, todo o chão tremeu e um vento forte soprou. Na frente de todo o exército, com uma coroa espinhosa na cabeça, Hela surgiu como um meteoro, quebrando todo o chão embaixo de seus pés. Seus olhos eram sombrios e o seu desejo era o mais cruel possível. Suas mãos estavam abertas, exalando uma magia poderosa. Vindo em um pegáso, Evie parou ao lado de Hela. Sua expressão era indecifrável e seus olhos estavam tão sombrios quanto os de Hela. Seus punhos estavam cerrados, liberando um campo de energia roxo ao seu redor, capaz de rachar tudo abaixo de seus pés. Ambos gigantes de Fogo e Asgardianos pareceram prender suas respirações ao vê-las. Surtur ficou sem reação, enquanto Nerfi pareceu ter seus pés grudados no chão. Loki arregalou os olhos e a boca, atônito, e Thor até mesmo esqueceu que estava lutando com um gigante.

 

— YEAH! – O grito de felicidade de Thor virou um lamento de desespero por causa de Hela. A expressão do deus era de puro pavor.

 

Hela e Evie se entreolharam rapidamente, e Evie balançou a cabeça positivamente. A deusa esboçou um sorriso sádico e abriu os braços, fazendo um vento forte balançar tudo. Magia saiu de seu corpo e tocou até o céu, como um tornado. Os guerreiros do exército de Hela invadiram o campo de batalha, atacando os guerreiros de Surtur, enquanto Hela fazia gigantes sucumbirem com apenas seu poder.

 

Evie fez seu pegáso voar, levando-o em direção à gigantes de Fogo. Ela posicionou sua mão e deixou que gelo saísse. Com as luvas que Peter progetara, o gelo foi lançado com toda a força contra a cabeça de um gigante de Fogo de forma contínua. Ele se defendeu, lançando fogo contra Evie. Gelo e fogo se encontravam no ar, num embate inacabável. Evie se esforçou ao máximo que pôde, até que o gigante pereceu, com o corpo completamente congelado. A menina sorriu e voltou a voar, segurando firme nas rédeas. Estava alto demais, quando um gigante a atingiu com tudo. Evie despencou no chão e rolou, ralando seus braços e joelhos. Ela choramingou de dor e xingou baixinho. Sentindo seu corpo doer, ela se forçou a ficar de pé. Evie tirou uma mecha de cabelo que caía em seu rosto e olhou ao redor. Estava no meio do combate. Ela agarrou a adaga em sua cintura e deu um passo para trás, sentindo algo a atingir. Pelo impacto, Evie sabia que tinha esbarrado em alguém.  Ela se virou no mesmo instante, na defensiva, e preparada para o ataque. Sua defesa desarmou quando ela viu quem era.

 

— Nerfi? – Ela mal podia conter sua surpresa. Um misto de alívio e ressentimento tomou conta de seu coração. Estava feliz por vê-lo vivo, mas não havia esquecido sua traição. Nerfi também ficou surpreso em vê-la cara à cara. Ele estava transtornado e isso só piorou quando viu a irmã. Os dois pareciam ter entrado em um transe. Nenhum dos dois conseguia dizer nada e apenas se encaravam como se o tempo tivesse parado. Então, como se alguém tivesse o acordado de um pesadelo terrível, Nerfi finalmente chorou.

 

— Evie. – Ele a apertou num abraço, ignorando as lágrimas que caíam. Evie retribuiu o abraço apertado, enquanto caía no choro também. Ver seu irmão chorando a fazia chorar também.  – Me desculpe. Eu juro que eu não queria isso tudo. – Soluçou. Seu rosto estava escondido entre os cabelos de Evie. Ela deu tapinhas leves em suas costas, de forma acolhedora. Não estava com raiva, apesar de tudo.

 

— Está tudo bem. – Respondeu baixinho, contendo mais lágrimas. Nerfi respirou fundo, forçando-se a parar de chorar. Ele não soltou a irmã.

 

— Eu vou morrer. – Sussurrou. – Eles não vão deixar que eu saia vivo dessa. – Evie franziu o cenho, enxugando as lágrimas.

 

— Não vai acontecer nada com você. - Respondeu decidida.

 

— Como pode ter tanta certeza? - Perguntou baixo. A expressão de Evie tornou-se dura.

 

— Porque eu não vou deixar! - Ela o soltou, encarando-o. Nerfi secou as lágrimas com o dorso da mão, sério. - Vamos mostrar à Surtur que não mexe com um Lokison! - Sussurrou ameaçadoramente. Nerfi esboçou um sorriso.

 

— Nem com uma Lokidottir! - Completou. Evie sorriu.

 

Os dois respiraram fundo e ele estendeu uma mão fechada para a irmã. Evie hesitou por um momento, mas aceitou o cumprimento, dando um soco leve na mão de Nerfi. Uma onda de energia passou pelas mãos dos dois, saindo de seus corpos como uma pequena explosão. Evie tirou uma adaga da cintura e girou no ar, segurando-a na mão no momento certo. Enquanto isso, Nerfi pegava uma espada largada do chão, empunhando-a com uma mão. Os dois se entreolharam mais uma vez.

 

— Vamos acabar com eles? - Nerfi esboçou um sorriso malicioso.

 

— Sim! - Evie sorriu. Os dois partiram, um do lado do outro, abrindo caminho por onde passavam e acertando gigantes com magia.  

 


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