OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 42
Capítulo XLI - Correndo contra o tempo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Muito obrigada Ana Luisa, Carol Marques e Peh M Barton por comentarem ♥

Estamos na reta final... Faltam mais ou menos três capítulos. Espero que gostem. Bjs *.*



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Muspelhein - Terra dos Gigantes de Fogo

 

O palácio de Surtur estava em festa. Os gigantes soltavam urros altos. O rei de Asgard havia sido capturado. Thor e Nerfi estavam presos, acorrentados, na sala do trono. O exército do gigante de fogo estava todo preparado, apenas esperando um comando de seu líder. Surtur iria atacar Asgard e Jotunheim, mas antes, tinha a intenção de arrancar a cabeça do deus do trovão e de seu sobrinho traidor. O líder dos gigantes de fogo levantou-se de seu trono, com uma lança em chamas nas mãos. Loki estava em pé, diante de Surtur, e apenas o observava. O gigante fizera questão de deixá-lo solto na sala do trono. Estavam cercados de soldados, de qualquer maneira. 

— Eu o deixei solto, Loki, em memória aos velhos tempos. - Surtur tinha a voz grave e rouca. Loki conteve um suspiro, enquanto seu irmão e filho continuavam acorrentados, incapazes de se soltarem. - Mas não vou perdoar a traição de seu filho. - Loki olhou discretamente para Nerfi, que apenas desviou o olhar, culpado. 

— Meu caro Surtur. - Loki sorriu, casual. - Isso foi apenas uma mentirinha. - Argumentou. - Uma brincadeira de um jovem tolo. Jotunhein e Muspelhein sempre foram aliados, não há motivos para acabar com isso por causa de uma brincadeira estúpida. 

— Brincadeira? - Surtur praticamente gritou. Loki não se moveu, nem sequer se assustou. - Seu filho me prometeu algo, e agora eu quero o que ele me prometeu! - Sorriu, ameaçadoramente. Loki assentiu. - Nós dois sempre fomos aliados. - Disse mais baixo. - E, espero que essa aliança não se corrompa quando eu matar seu filho e o seu irmão. - O deus ficou em silêncio por um instante. 

— Ele não é meu filho. - Respondeu sério, apontando para Nerfi. O garoto abaixou os olhos, contendo a frustração e desespero. Estava exausto e um corte em sua testa não parava de latejar.  - E ele, não é meu irmão. - Completou sem encarar Thor. O loiro fechou a cara, furioso. 

— Loki, seu maldito traidor! - Thor grunhiu com toda a raiva, forçando as correntes para se soltar. Mas, seu esforço foi em vão. 

Pai, por favor. - Nerfi implorou. - Eu sinto muito. -  Loki nem mesmo o olhou. Surtur sorriu diante da afirmação de Loki. 

— Vejo que não mudou nada, Loki. Está sempre do lado mais forte, não importa quem seja. - Loki sorriu. - Se não se importa, vou matá-los agora. - Anunciou. O gigante aproximou-se de Nerfi primeiro, com a lança nas mãos, posicionando-a na direção do pescoço do garoto. Nerfi fechou os olhos, sentindo a lança se aproximar. Loki desviou o olhar, respirando fundo. 

— Espere! - Gritou. Surtur parou, encarando o deus. Nerfi suspirou aliviado. 

— Mudou de ideia, Loki? - O gigante questionou.

— Claro que não! - Rabateu. - Mas, pense, Surtur. - Esboçou um sorriso. - Thor é rei de Asgard. Seu povo deve estar à sua procura, e consequentemente à Nerfi. - O deus deus alguns passos, com as mãos nas costas. - Deixe-os saber que Thor está aqui. Faça com que todo o seu exército venha para salvar seu soberano. - Acrescentou, dando as costas para o gigante. - Vai ser muito mais fácil vencê-los aqui. Arme uma emboscada para eles e mate todos de uma vez só! - Completou entre dentes. Surtur sorriu, aprovando a ideia. 

— Você vai pagar caro por isso, Loki! - Thor ameaçou. - E, você também, Surtur!

— Gosto da ideia! - Surtur fez sinal para que um gigante se aproximasse. - Quero que mande um recado para Asgard! - Ordenou so gigante, que apenas fez uma reverência. - E, também quero que comece a invasão de Jotunhein! - O gigante apenas assentiu antes de sair da sala. - Que a guerra comece! - Sorriu. 

 

***

 

A sala do conselho, no palácio de Asgard, estava ocupada. Evie estava reunida ali com Valkyrie, Brenna e Knut. Eles eram de confiança para ela. Sua mente girava. Ela ainda não acreditava no que havia feito. Após parte de efeito da adrenalina passar, o pânico começava a tomar conta de Evie. O que ela tinha feito? Não tinha experiência nenhuma em governar um reino, muito menos experiências com guerra. Era apenas uma garota de dezessete anos que viu sua vida virar de ponta cabeça de uma hora para outra. Seu coração ainda doía por causa das perdas e da culpa. O medo de fazer com que mais inocentes morressem por sua causa a consumia. E se Magnus estivesse certo? E se não houvesse mais jeito? E se ela trouxesse a ruína para Asgard? E se ficasse completamente sozinha? 

Evie andava de um lado para o outro em passos frenéticos. Seu coração estava acelerado estava começando a sentir falta de ar. Sinais de que um ataque de pânico estava se aproximando. Ela sentiu vontade de chorar quando sentiu seu peito apertando. Era como se alguém estivesse esmagando sua caixa torácica. Evie tentou respirar fundo, mas não adiantou. Queria sair correndo dali. 

— Precisa manter a calma. - Valkyrie disse baixo. Evie sentiu o choro se aproximando. - Evie. - Valkyrie segurou seus ombros, fazendo-a parar de andar. Brenna e Knut apenas se entreolharam. 

— Não posso fazer isso! - Respondeu com a respiração entrecortada. 

— Você pode! - Respondeu calmamente. Evie fechou os olhos, tentando controlar sua respiração. - Vai ficar tudo bem. - Evie abriu os olhos, respirando fundo. - O pior você já vez. - Evie balançou a cabeça, nervosa. 

— Tem uma guerra! - Sua voz falhou. 

— Está entre amigos. - Respondeu Knut amigável. 

— Sim. - Brenna assentiu. - Vamos ajudá-la. - Esboçou um sorriso amigável. Evie respirou fundo mais uma vez, tentando fazer seu coração desacelerar um pouco. Valkyrie a fez se sentar em uma cadeira. Evie respirou fundo mais algumas vezes, sentindo seu corpo se acalmar um pouco. 

— O que vamos fazer? - Perguntou por fim. 

— Eu já mandei preparar o exército. - Valkyrie respondeu baixo. - Rick e eu vamos cuidar das estratégias de ataque. 

— Mas há um problema. - Brenna acrescentou. - Nosso exército não é grande o suficiente para isso. E ninguém quer se aliar a nós. Ninguém quer entrar numa guerra com Surtur. - Knut suspirou. Uma batida na porta anunciou a entrada de Aryeh. O guerreiro estava afoito e não tinha uma expressão boa no rosto. Ela carregava uma folha de papel dobrada em uma mão. 

— Chegou uma mensagem de Surtur. - Anunciou. Evie levantou-se imediatamente. Aryeh entregou o papel em suas mãos e ela leu. 

“Caro líder de Asgard. - Disse em voz alta, trêmula. - Devo anunciar que estou com o seu rei. Ele ainda está vivo, mas podemos fazer um acordo. Entregue-me Asgard e Thor sairá vivo. Pense bem. Você só tem três horas até que eu decida matá-lo e invadir seu reino. Mas cuidado, há um traidor entre vocês. O causador de todo esse caos.— Evie engoliu seco. - Ele tem nome e sobrenome: Nerfi Lokison.”— Evie estava em choque quando terminou de ler. Seu irmão era a causa de tudo isso. Por que ele faria algo assim? Seu estômago revirou. Ele era um traidor, mas por mais que isso fosse um fato, Evie temeu que seu irmão estivesse morto. 

— O seu irmão? - Valkyrie franziu o cenho, confusa. - Mas por que ele fez isso? 

— Não sei. - Evie admitiu, tensa. 

— O que vamos fazer? - Knut cruzou os braços. 

— Isso é uma emboscada. - Valkyrie concluiu. - Surtur quer nos vencer em seu território onde é mais forte. Ele sabe que nosso exército está precário. - Evie franziu o cenho. 

— Tem mais uma coisa. - Aryeh acrescentou. - Parte do exército de Surtur já está avançando na parte sul do reino de Jotunhein. - Contou. Evie teve uma ideia. 

— E se tentássemos um acordo com os Jotuns? - Sugeriu. - Eles também precisam de ajuda. - Brenna estreitou os lábios. 

— Eles não gostam dos Asgardianos e não são um povo muito amigável. 

— Mas eles também estão sendo prejudicados. - Insistiu. Valkyrie entortou a boca, pensando na possibilidade. 

— Qualquer ajuda agora é válida. - A guerreira respondeu por fim. Evie assentiu, decidida. 

— Então está decidido! - Ela respondeu. - Vou à Jotunhein! - Valkyrie conteve um sorriso. 

— Vou pedir à Rick que prepare parte do exército, no caso dos Jotuns aceitarem a nossa ajuda e se comprometerem ajudar também. - Suspirou. - E, antes que você vá. - Valkyrie encarou Evie. - Tenho uma coisinha pra você. - Sorriu. 

 

*** 

As masmorras do palácio de Surtur eram escuras e quentes. O cheiro de enxofre era forte e enjoativo. Thor e Nerfi estavam presos na mesma cela, com grades de ferro. Quatro gigantes de fogo os vigiavam, parados como estátuas de pedra. Nerfi rolou no chão de pedra, tossindo. Sua testa havia parado de sangrar. O garoto permaneceu deitado, encolhido como um gato. Seu tio estava sentado no chão, exausto de tanto lutar para tentar se soltar. Thor estava sério demais.

Passos leves e quase arrastados produziam um eco por todo o corredor. Nenhum dos dois se deu ao trabalho de se mover. Loki aproximou-se da cela, sorrindo de forma debochada. Thor levantou o olhar, contendo sua raiva. 

— Finalmente! – Loki riu e parou em frente à cela. – Está onde sempre mereceu estar, Thor. – O loiro levantou-se com brutalidade, agarrando as grades de ferro. Loki deu um passo para trás. 

— O que veio fazer aqui, seu traidor? – Thor rosnou. Loki sorriu olhando para os lados, aonde os gigantes de fogo estavam. – Diga! – Gritou. 

— Ssssssssh! – Loki repreendeu, fazendo uma carranca. Nerfi se levantou, franzindo o cenho. – Cale a maldita boca, Thor! – Sussurrou. Thor franziu o cenho. – Vou tirar vocês daqui. – Anunciou. O loiro arregalou os olhos, surpreso. – Não posso demorar muito tempo agora. Os gigantes estão vendo uma ilusão, mas se eu demorar demais eles podem desconfiar. 

— Então está do nosso lado? – Thor perguntou mais calmo. Loki revirou os olhos, impaciente. 

— Achei que fosse óbvio. – Murmurou. Thor soltou uma risada fazendo Nerfi o encarar com incredulidade. 

— Por que está rindo agora? – Loki estava impaciente. Thor suspirou. 

— Porque não vou precisar te dar uma surra, irmão. 

Loki fez uma careta. 

— Se está do nosso lado, porque aconselhou Surtur a armar uma emboscada para o exército Asgardiano? – Nerfi finalmente falou. 

— Valkyrie era uma valquíria. – Respondeu baixo. – Ela não vai cair nessa emboscada. Tenho certeza que ela vai arranjar uma estratégia para pegar Surtur de surpresa. Na verdade, estou contando com isso. – Thor mordeu o lábio inferior, tenso. 

— Então – O loiro forçou um sorriso. – só tem um probleminha bem pequeno. – Loki arqueou uma sobrancelha. – Não é a Valkyrie que está no comando. – Sibilou. 

— O que? – Loki praticamente gritou. Ele olhou para os lados, conferindo se ninguém tinha o escutado. – O que? – Sussurrou. Thor deu um sorriso amarelo e Nerfi bufou. – Quem você deixou no comando? – Loki esfregou as têmporas. 

— O comandante Magnus. – Respondeu sem graça. – Ele é um bom guerreiro, apesar de tudo. 

— Apesar de tudo o que? – Loki franziu o cenho, desconfiado. Thor forçou outro sorriso. 

— De ter tentado me envenenar. – Respondeu baixinho. 

— Você deixou alguém que tentou te matar no comando? – Loki perguntou cético. Nerfi passou uma mão no rosto. 

— Ele é um bom guerreiro. – Deu de ombros. – A Evie também não confia nele.  – Contou, perdido em pensamentos. – Ela o desmascarou, por isso eles não se dão muito bem. – Loki arregalou os olhos, pasmo. 

— Você está me dizendo que você deixou a minha filha nas mãos de um comandante que a odeia? – Perguntou entre dentes. 

— A gente vai morrer. – Nerfi choramingou. Thor forçou outro sorriso. Loki ficou em silêncio até que soltou uma risada com vontade. O loiro franziu o cenho, confuso. 

— Você está rindo? – Perguntou por fim. – Ele está rindo? – Thor encarou Nerfi, que apenas deu de ombros. – Por que está rindo? – O deus voltou a encarar o irmão. Loki suspirou. 

— Eu nem preciso fazer a piada. Sabe por que? – Thor negou com a cabeça. – Porque você é a piada, Thor! – Acusou. Thor cruzou os braços, carrancudo. - Você não tem noção do que fez, não é?

— Acha que eu coloquei minha sobrinha em perigo? – Perguntou tenso. Loki esboçou um sorriso. 

— Só há duas opções – Respondeu despreocupado. – Ou a Evie matou o seu comandante, ou ele se dobrou à ela. – Thor balançou a cabeça, concordando. 

— É provável. 

Loki olhou para os lados mais uma vez e contou seu plano. Thor e Nerfi o escutaram atentamente. 

— Eu tenho que ir agora. - Sussurrou. - Estejam preparados para o momento. - Os dois assentiram. Loki encarou o filho, sério. - Espero que não faça mais nada do tipo, Nerfi. Ou vai ser difícil salvar a sua cabeça. - O garoto estremeceu. O deus deu as costas e desapareceu de suas vistas. 

 

***

 

— Eu quero voltar! - Evie praticamente gritou, fechando os olhos. Ela segurou firme nas rédeas no pegáso em que estava voando. O cavalo tinha o pêlo branco e brilhante, com asas fortes da mesma cor. Valkyrie havia emprestado para que ela pudesse chegar mais rápido aonde queria. Ele batia as asas longas algumas poucas vezes e flutuava pelo céu escuro e frio de Jotunhein. 

— Estamos quase chegando, alteza! - Knut respondeu logo atrás, montado em outro pegáso. O guerreiro havia ficado encarregado de acompanhá-la na missão. Os gigantes de gelo eram conhecidos por serem nem um pouco pacíficos. Os dois continuaram voando, aproximando-se cada vez mais do palácio de gelo. Evie ainda não havia aberto os olhos. Estava apavorada e sentia como se estivesse sendo virada do avesso. 

— Eu não gosto de voar! - Choramingou, quase histérica. - Prefiro o chão. - Knut soltou uma risada abafada. - Do que está rindo, Knut? - Ela abriu os olhos. 

— Desculpe, alteza. - Pediu, ainda entre risos. - É que é engraçado! - Evie soltou um gritinho quando seu cavalo inclinou-se, voando para o chão. O cavalo de Knut a seguiu. 

Em poucos segundos, os dois aterrissaram, correndo pelo gelo escorregadio. Quando pararam, Evie soltou um suspiro aliviado. Ela desceu do pegáso imediatamente e Knut fez o mesmo. Evie respirou fundo, recuperando o fôlego, e olhou ao redor. 

O lugar parecia completamente vazio. Só havia gelo e escuridão. Montanhas geladas ao norte e um grande castelo de gelo ao centro. Knut puxou sua capa de pele contra o corpo, tentando se manter aquecido. No entanto, o frio cortante não incomodou Evie. Pelo contrário, ela sentia-se como se seu poder tivesse sido fortalecido. Ela seria até mesmo capaz de tirar sua capa de pele, mas não o fez. Estava arrumada especialmente para uma batalha. Seus cabelos foram presos em uma trança ornamentada, de lado, e sua tiara prata era fina e sem muitos detalhes. Uma calça de couro preta e uma blusa de manga comprida da mesma cor combinavam perfeitamente com as botas de camurça, enquanto suas mãos carregavam as luvas criadas por Peter. Uma capa branca cobria suas costas e seus ombros. Estava como uma rainha, filha do bem, mas também do mal

 Evie encarou o castelo de gelo. Ela conhecia aquele lugar. Ela o vira em suas visões diversas vezes. Ela vira um trono a chamando. Era como se isso estivesse se repetindo na vida real. 

— Vamos? - Knut perguntou receoso. Evie apenas assentiu. Mesmo estando com medo, ela sabia que tinha que fazer isso. 

Os dois seguiram em passos lentos pelo chão de gelo, seguindo em direção ao palácio. Evie precisava falar com o líder do reino. 

— Sabe, é a primeira vez que estou numa missão de verdade. - Contou enquanto caminhavam. Evie o encarou. - Nosso treinador sempre me achou jovem e inexperiente demais para uma batalha sangrenta. - Acrescentou. - Mas eu juro que sou um bom guerreiro. - Corrigiu-se rapidamente. Evie soltou uma risada fraca. - É que… - Hesitou. 

É que? - Evie arqueou uma sobrancelha. 

— Posso fazer parte da sua guarda pessoal? - Pediu sem jeito. - Eu sempre quis fazer parte da guarda e eu ficaria muito feliz se pudesse fazer parte da sua guarda. - Continuou. - Eu gosto muito da senhorita. - Evie franziu o cenho. - Mas não é como está pensando. - Corrigiu-se rapidamente. - Eu nem gosto de garotas… Quero dizer, eu gosto, mas não assim, quero dizer… 

— Eu entendi, Knut. - Evie interrompeu, sorrindo. 

— Ah! - Ele deu um sorriso fraco. - Desculpe. 

— Não peça desculpas por isso. - Respondeu calmamente. - Não peça desculpas por ser quem você é. 

— Tem uns poucos guerreiros, não são muitos, mas eles gostam de pegar no meu pé. - Admitiu. Evie tocou seu ombro de forma amigável. 

— Você é incrível. - Sorriu. - Não deixe ninguém dizer o contrário. E sim, você pode fazer parte da minha guarda pessoal. - Knut sorriu. - E esses guerreiros - Ela arqueou uma sobrancelha. - me passe o nome deles depois. Vamos ter uma conversinha. - Conteve um sorriso. Knut apenas assentiu. 

Os dois continuaram caminhando, até chegarem no grande portão do castelo. Dois Jotuns faziam a guarda do lugar, um de cada lado. Evie respirou fundo. 

— Por favor. - Disse em alto e bom som. - Sou Evie Stwart Lokison, e estou aqui para falar com seu líder. Ele recebeu um recado de que eu viria. - Nenhum dos dois respondeu e apenas abriram o portão. 

Knut e Evie se entreolharam e entraram no castelo. Os corredores de gelo os levaram até a sala do trono. Evie não esperava que o lugar estivesse cheio. Um gigante de gelo, com a pele azul e chifres na cabeça, estava assentado no trono também de gelo. Ao redor, haviam outros gigantes, que faziam parte do exército de Jotunhein. Evie tremeu diante de tantos olhares e sentiu-se minúscula perto de tantos gigantes. O líder apenas a encarou, sério. 

— O que quer? - Perguntou áspero. - Não é bem-vinda aqui! - Evie suspirou. 

— Há uma guerra se aproximando. - Respondeu direta. - Vim propor uma aliança entre os reinos de Asgard e Jotunhein. - O gigante continuou sério. Nenhum dos outros Jotuns se moveu 

— Não faço alianças com Asgardianos. - Respondeu seco. 

— Surtur vai atacá-los. - Insistiu, pacífica. - Sozinhos nossos reinos não conseguem, mas juntos…

— Eu já disse que não! - Gritou. Knut tirou uma espada da cintura e a empunhou. 

— Não pode falar assim com ela. - Disse sério. - Se fizer de novo, ninguém vai me impedir de… 

— Por favor, Knut, abaixe a espada. - Evie sussurrou. 

— Claro, alteza. - Knut obedeceu, recolhendo a arma novamente. 

— O exército de Surtur já está avançando em seu reino. - Evie continuou, encarando o gigante. - Em pouco tempo, tudo estará destruído. Seu povo vai morrer se não aceitar ajuda. - Alguns guardas moveram-se, temerosos, mas não contestaram seu líder. 

— Majestade. - Um dos gigantes disse baixo. - Talvez ela tenha razão. 

— Cale-se! - Gritou. - Asgard e Jotunhein tem uma rivalidade. - Respondeu áspero. - Da última vez que confiamos em um Asgardiano, nosso líder, Laufey, foi assassinado. Pelo seu pai. - Completou entre dentes. Evie deu um longo suspiro. 

— Se o seu orgulho é maior do que a vontade de salvar o seu povo, então, sinto muito, mas você é um péssimo líder. 

— Como ousa a me dizer como devo governar? - Gritou, irritado. Evie tremeu por dentro, mas manteve uma expressão fria. Os soldados apenas se entreolharam, sem saber o que fazer. 

— Ah, por Odin! - Respondeu impaciente. - Levanta essa bunda congelada desse trono e faça alguma coisa pelo seu povo! - Knut pigarreou, contendo uma risada. O Jotun levantou-se bruscamente e avançou na direção de Evie, furioso. 

— Fora daqui! - Ordenou entre dentes. Um eco se espalhou por todo o lugar. Evie não se moveu, irredutível. 

— Não! - Cruzou os braços. Knut a encarou, pasmo. - Não pode me expulsar do meu reino! - O Jotun soltou uma risada sem humor. 

— Esse reino não é seu, midgardiana! - Respondeu com desdém. 

— É sim! Meu pai é filho legítimo de Laufey! 

— Um maldito enjeitado

— O seu rei! - Rebateu séria. O Jotun riu. 

— Não é assim que as coisas funcionam por aqui! - Respondeu por fim. - Seu pai não é rei, onde ele esteve esse tempo inteiro? - Evie engoliu seco. - Vá embora, antes que eu resolva esmagar os seus ossos com as minhas próprias mãos! - Ameaçou, dando as costas para a garota. Seus passos pesados estremeciam o chão. 

O gigante caminhou em direção ao seu trono. Evie cerrou os punhos. Ela não iria desistir. Antes que o Jotun chegasse ao trono, Evie deixou que seu poder saísse pelo seu corpo ao máximo que pôde, fazendo o chão e todo o palácio tremer. Os gigantes mal conseguiram manter-se de pé enquanto tudo chacoalhava. O chão de gelo se partiu, fazendo uma rachadura se estender rapidamente até o trono, que estourou em milhares de pedaços. O tremor passou e Evie conteve um sorrisinho, satisfeita. Quando o gigante se virou, seus olhos mostravam uma fúria gélida. 

—Como ousa vir até aqui e destruir o meu palácio? - Rosnou. Ela manteve-se firme como uma rocha. 

—Destruí o que será meu. O que é meu por direito. 

Ele trincou os dentes. Evie olhou para os soldados Jotuns, o ignorando. 

—Ajude a salvar o seu povo. - Pediu. Um dos gigantes aproximou-se cautelosamente dela, fazendo seu líder franzir o cenho. 

— Eu odeio os Asgardianos. - Sua voz era grave. - Mas não vou deixar meu povo morrer. - Evie suspirou. - Considere a aliança. - Ele fez uma breve reverência com a cabeça. 

Seu líder protestou, mas não foi ouvido. Quando Evie deixou o palácio, já havia firmado um acordo com os Jotuns. Knut e ela já estavam em seus cavalos quando o guerreiro falou: 

—Mesmo com a aliança com os Jotuns, ainda não somos fortes o suficiente para vencer Surtur. 

Ela mordeu o lábio inferior, preocupada. 

—Sabe - Respondeu perdida em pensamentos. - Acho que está na hora de eu fazer uma visita a uma tia minha. - Sorriu. 


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