OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 4
Capítulo III - Welcome to the Hell!


Notas iniciais do capítulo

Bom diaaa!

Muito obrigada Tia do Café por favoritar e comentar ♥. Obrigada também Thay paixão por comentar ♥

Mais um capítulo. Espero que gostem. Bjs *.*



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Muspelhein - Terra dos Gigantes de Fogo

 

Surtur passava a maior parte de seu tempo sentado naquele trono de pedra e fogo. Não havia muito o que fazer. Ele estava esperando, apenas. Um outro gigante aproximou-se com cautela e fez uma breve reverência diante da criatura monstruosa que ali estava. Surtur o encarou.

— Mestre - Disse o gigante a Surtur. Sua voz era grave e assustadora. - Devo preparar o nosso exército para a guerra? - Perguntou. Surtur negou com a cabeça. Seus chifres estavam em chamas.

— Não ainda. - Respondeu calmo. - Vamos esperar. Aquele garoto fez um acordo comigo. Um acordo mágico. - Continuou. - Dei um prazo a ele. Vamos atacar quando o prazo acabar.

— Mas e se for uma emboscada, senhor?

— Não acredito. - Deu de ombros. - E, se Nerfi estiver mentido para mim...Se ele não me entregar o que prometeu, vai sofrer as consequências de mexer com o grande Surtur. - Esboçou um sorriso.  


Evie

Engatilhei o revólver e o segurei firme com minhas duas mãos, deixando na altura da minha perna. Me esgueirei pela parede, me escondendo. Estava no segundo andar, numa espécie de labirinto. Sabia que alguém apareceria e eu precisava estar pronta para me defender. Algo pulou atrás de mim e eu me virei rapidamente. Vestido de preto e com o rosto assustador, o homem tentou me acertar, mas eu desviei.  Atirei na altura de seu ombro e o empurrei com o pé, derrubando-o do segundo andar. Menos um. Continuei andando com cautela e outro homem pulou na minha frente. Ele acertou meu rosto com um soco e eu caí no chão.

— Ai! - Resmunguei e levantei rapidamente. Dei uma joelhada em sua barriga e atirei em sua cabeça. Ele caiu. Menos outro. Continuei seguindo em frente e pulei por cima de alguns caixotes. Desta vez uma mulher apareceu e me puxou pelo braço, antes de me jogar com tudo no chão e me imobilizar. Ela pegou uma adaga e posicionou bem no meio do meu pescoço, tentei me soltar, mas ela era pesada demais. Estava quase desistindo, quando Mary apareceu e pulou em suas costas, eletrocultando-a. A mulher caiu no chão, em curto circuito.

“Simulação encerrada” , uma voz robótica anunciou pelos altos falantes e uma luz se acendeu. Os robôs levantaram-se sozinhos e seguiram para seus lugares de sempre. Finalmente o treino tinha acabado. Uma parede se levantou, revelando do outro lado do vidro Nat e Wanda. Nós nos arrastamos para fora.

— Mary, o que eu lhe disse sobre usar poderes? - Disse Nat tranquila. - Haverão situações em que precisarão serem discretas e os poderes chamam a atenção. - Explicou calmamente. - Quero que usem suas habilidades na luta.

— Desculpa, Natasha. - Mary respondeu esbaforida. - Mas a culpa da Evie. Essa molenga não atira nos robôs. Fica com pena. Isso tira minha paciência.

— Eu não sou molenga. - Rebati quase irritada. - Só não gosto muito de ficar atirando na cabeça dos robôs. - Admiti.

— São robôs. É para isso que eles servem. Se fosse na vida real, você já teria morrido. - Mary respondeu quase entediada.

— Se fosse na vida real, teria os feito congelar até a morte. - Murmurei, mas eu não tinha muita certeza disso.

Eu teria os congelado. - Mary remedou. - Molenga!

— Molenga é você!

— Meninas, não briguem. - Wanda interrompeu, quase rindo. Ela era responsável por ajudar Nat a nos treinar, apesar de não ser uma funcionária direta da S.H.I.E.L.D. - Foi só um treino. Está tudo bem. - Ela tocou nossos ombros, para acalmar os ânimos. - Mas Nat está certa. Vocês precisam aprender a luta corporal!

— Sim. Amanhã tem mais treino. - Nat sorriu. - Cheguem no horário.

Me despedi de Nat e Wanda, antes de seguir para o vestiário, para trocar a roupa de treinamento. Peguei minhas coisas e deixei o prédio da S.H.I.E.L.D. O dia já tinha escurecido e eu teria de ir à pé, já que eu resolvera deixar o carro em casa. Não era tão longe assim, mas eu já estava me arrependendo disso. Segui por um beco, que estava vazio. Senti a sensação de estar sendo seguida e olhei para trás. Não havia ninguém ali. Continuei seguindo em frente, apertando os passos, até que ouvi um ruído. Olhei para o lado rapidamente. Não havia ninguém. Comecei a me preparar para ser atacada, minha respiração começou a ficar agitada, e cerrei os punhos, pronta para lançar magia a qualquer momento. Meu coração começou a bater rápido demais, como se fosse pular da minha boca. Tive a sensação de ouvir uma respiração atrás de mim e me virei bruscamente. Ninguém.

— Não há ninguém. - Repeti baixinho para mim mesma. Me virei de novo e…

— Bú!

Eu soltei um grito agudo tão alto que a cidade inteira deve ter me ouvido. Era Peter. Ou melhor, o homem-aranha, pendurado de cabeça para baixo numa teia, com os braços nas costas. Apesar de estar usando a máscara, eu podia imaginar seu sorriso enquanto ele ria da minha cara. Eu o xinguei mentalmente de todos os palavrões possíveis e impossíveis.

— Me desculpa, não queria te assustar. - Ele disse entre os risos. - Mentira, eu queria sim. - Ele gargalhou ainda mais. Eu cruzei os braços, e acabei rindo também, mesmo contra a vontade, já que eu queria parecer brava. No entanto, quem conseguia se zangar com Peter? - Um à um pra mim. - Acrescentou, convencido.

— Eu poderia ter te matado sem querer.

— Se visse a sua cara de susto. - Suspirou. - Parecia que tinha visto um fantasma. Chegou me dar pena… Mas - Ele sibilou. - Eu trouxe algo para compensar. - Ele tirou as mãos das costas, revelando um ursinho de pelúcia branco com um coração vermelho escrito “I love you”.

— Isso é tão fofo. - Respondi por fim. Quando ia pegar o bichinho, ele o escondeu atrás das costas novamente.

— Mas - Ele respondeu. - Tudo nessa vida tem um preço…

— Um preço? - Sorri.

— Sim. - Ele fingiu estar sério.

— E qual seria o preço desse ursinho?

— Hmmmm...Que tal um beijo?

— Um beijo? - Repeti. - Isso até que é fácil. - Sorri. Me aproximei um passo e toquei em sua máscara, puxando-a até a altura de seu nariz. Ele sorriu. Toquei seu rosto bem devagar, acariciando-o com as pontas dos dedos, e tive a sensação que sua respiração deu uma breve falhada quando nossos lábios se tocaram, num beijo demorado. Ele sorriu quando nos afastamos e finalmente soltou-se da teia, ficando de pé. Ele me entregou o ursinho que eu apertei em meus braços.

—A senhorita me daria a honra de acompanhá-la até em casa? - Brincou.

—O que foi? Tem medo que algum criminoso me ataque? - Respondi no mesmo tom. Ele negou com a cabeça.

—Na verdade, eu tenho medo pelo criminoso que tentar te atacar. - Respondeu rindo. - Sabe, talvez eu deva tentar proteger o criminoso, com você a solta por aí… - Brincou. Dei um soco leve em seu ombro. - Estou brincando, você sabe que é incrível. - Sorriu. - Posso ir com você? - Perguntou por fim.

— Sim. - Sorri. - Mas, não assim. As pessoas não podem me ver com o homem aranha, ou vão acabar desconfiando da sua identidade.

—Tem razão. - Ele lembrou-se desse pequeno detalhe. - Eu já volto. - Ele sumiu da minha frente num pulo. Dez segundos. Esse foi o tempo para ele aparecer na minha frente de novo vestido como Peter.

—Tempo récorde. - Comentei.

— Estou ficando bom nisso. - Deu de ombros. - Vamos?

— Vamos!

Fomos andando em passos regulares e Peter passou um braço por cima do meu ombro, de forma carinhosa e eu segurei sua mão. Contei a ele sobre Nerfi, já que eu não tivera tempo de falar sobre isso na escola. Peter ficou tão chocado quanto eu.

— Eu nunca vi nada parecido. - Comentou, enquanto caminhávamos. - O que você acha que ele quer?

— Ele disse que quer ter uma vida normal, mas eu acho que ele está escondendo alguma coisa. - Respondi por fim. - Ele disse que não gosta de mim. - Eu soltei uma risada.

— Acho que isso não é um bom sinal. - Franziu o cenho, preocupado. Continuamos andando, e o caminho pareceu ficar até mais curto. Paramos em frente a entrada da minha casa. Peter suspirou.

— Vejo você amanhã. - Ele se aproximou e deu um beijo em minha bochecha. Senti a minha pele esquentar onde ele beijou. Nos encaramos, tão perto, por um longo segundo, até que ele deu um sorrisinho e seguiu em frente.

Fui em direção a porta, e antes de entrar, parei para observá-lo se afastar, segurando o ursinho.

— Pete! - Mordi o lábio inferior. Ele se virou, andando de costas.

— O que foi? - Sorriu.

— Boa noite. - Respondi.

— Boa noite. - Ele respondeu ainda de costas. Um segundo depois, Peter caiu por cima de uma lata de lixo, derrubando tudo.

— Por Odin, você está bem? - Perguntei rindo. Ele se levantou rapidamente, tirando a poeira da roupa.

— Foi de propósito. - Respondeu rápido. Péssimo mentiroso.

— Aham. - Eu ri. Ele acenou e sumiu da minha vista.

— Ora, ora. - Uma voz rouca atrás de mim me fez sentir um arrepio na espinha por causa do susto. Peste do mal. Nerfi estava parado, apoiado numa perna, a outra encostada na parede, tomando iogurte de colherzinha. Ele deu um sorrisinho malicioso. - Nosso pai sabe que você tá namorando o garoto inseto? - Nerfi parecia uma serpente venenosa, sempre com aquela máscara de garoto misterioso, soltando veneno por aí.

— O que você quer, Nerfi? - Perguntei seca. Ele deu uma risadinha sarcástica.

— Você não respondeu minha pergunta. - Ele tomou outra colherada de iogurte. Irritante. Senti vontade de empurrar aquela colher goela abaixo nele.

— Não é da sua conta! - Entrei no jogo dele.

— O nosso pai vai ter uma crise histérica quando descobrir que a princesinha dele tá namorando o garoto aranha. - Deu de ombros.

— Como ficou tão irritante? - Perguntei por fim. - Eu sempre te dei ração direitinho. - Acrescentei. Por um milésimo de segundo, eu tive a sensação de ver um lampejo de mágoa e raiva em seus olhos, mas ele rapidamente disfarçou isso.

— Acho que foi a convivência com você! - Disparou. Revirei os olhos e entrei em casa. Nerfi veio atrás de mim. - Eu conheço você. Você se finge de boa menina, mas é uma praga do mal! - Acusou. O encarei, respirando e expirando. Forcei um sorriso calmo.

— Eu nunca disse que era boazinha. - Respondi baixo, num tom ameaçador. Ele fechou a cara.

— Eu realmente espero que vocês dois não estejam brigando. - Loki apareceu na sala, e cruzou os braços. Ele estava sério. Nerfi e eu forçamos um sorriso.

— A gente não tá brigando. - Nerfi respondeu com a voz firme. - Né, maninha! - Ele cutucou meu ombro.

— É! A gente tava só brincando. - Respondi quase entre dentes. Nosso pai esboçou um sorriso.

— Crianças mentirosinhas! - Respondeu. Ele ficou sério de novo e encarou Nerfi. - Nerfi, você vai à escola amanhã!

— À escola? - Perguntou surpreso.

— Não era isso que você queria? Uma vida normal? - Semicerrou os olhos. - Pois é o que você terá! - Completou. Suspeitava que Loki estava armando alguma. Ele não ligava para esta coisa de escola e talvez quisesse punir meu irmão de alguma forma.  Senti Nerfi dar um suspiro fraco do meu lado.

***

Eu me acostumei a ser reparada quando chegava na escola. Eu não gostava muito de toda essa atenção, mas era algo que já tinha virado rotina, por vários motivos. Primeiro, meu pai era o deus da trapaça que já tinha tentado destruir o planeta. Segundo, meu tio era um Vingador, deus do trovão, que quase tinha o mundo aos seus pés. Terceiro, todo mundo sabia que eu podia congelar as coisas e ninguém queria ter a experiência que a Mary tivera. Eu parei na porta da escola. De novo aquele dejavú. Alguns alunos em seus carros, outros conversando. Muitos alunos. Nerfi cruzou os braços do meu lado, e deu um sorriso. Um sorriso sincero, pela primeira vez, enquanto olhava o prédio da Midtown High School. Tive a impressão de ver seus olhos brilhando algumas vezes.

— Então, essa é a escola? - Perguntou por fim.

— Sim. - Dei de ombros.

— Até que é legal. - Comentou. Eu o encarei, perplexa.

— Não acho que você vá sobreviver nem uma semana nesse manicômio. - Respondi e dessa vez ele me encarou.

—Por que eu não sobreviveria? - Arqueou uma sobrancelha. Parecia uma pergunta sincera e inocente. Quase senti pena. Ele não imaginava o que vinha pela frente.

—A escola não é um lugar muito legal, você logo vai perceber isso. - Suspirei. - Principalmente quando descobrirem quem você é.

—Ninguém vai se atrever a mexer comigo. - Deu de ombros. - Ou vai se arrepender. - Suas palavras foram duras, assim como sua expressão. Perto de Nerfi, eu me sentia menor do que eu era. Ele exalava perigo, até no modo de se vestir. Não pude deixar de reparar em sua roupas. Calça  justa preta, uma camisa branca e uma jaqueta de couro preta. Exibido. Ele até que era bonito, eu tinha que admitir, apesar de não gostar disso. Isso fazia ele ser mais irritante ainda.

— Não pode se vestir de um jeito normal? - Questionei. Ele me encarou.

—Gosto de me vestir assim. - Revirei os olhos.

—Gosta de chamar a atenção?

—Claro. - Ele soltou uma risada. - Eu sei que eu sou bonito.

— Vamos, logo para a aula. - Bufei e praticamente o arrastei pelo braço para dentro da escola. Ele resmungou algo que eu não entendi. Me senti numa cena de filme. Perigo. Nós dois. Pelos corredores da escola. Uma briga ou um simples estalar de dedos de um de nós dois, e aquele prédio voaria pelos ares. Muitos olhares curiosos pararam sobre nós. E tive a impressão de ver uma garota suspirar quando viu meu irmão. Ele teria mais sorte que eu, eu imaginava. Parei perto do meu armário e encontrei Peter. Seus olhos passaram de mim para Nerfi, curioso.

—Peter, esse é o Fish… Quero dizer, Nerfi. - Apresentei. Nerfi olhou Peter de cima a baixo e não esboçou expressão alguma. - Nerfi, esse é o Peter.

— Eu sei quem ele é. Me admira nosso pai não tê-lo matado ainda. - Nerfi respondeu. Peter tremeu. - Eu vou andar por aí. Não quero ter que conviver com você aqui também. - Me encarou e se afastou.

— Ele é bem sinistro. - Peter comentou. Assenti. Ned chegou esbaforido, a testa franzida.

—Quem é o Edward Cullen aí? - Ele apontou com a cabeça na direção em que Nerfi seguiu.

—Tá mais para Damon Salvatore. - Murmurei. - Aquele é Nerfi, meu irmãozinho. - Falei com certo desgosto.

— Não brinca. - Ned riu. - Sr. Loki e a grande capacidade de produzir filhos extremamente perigosos para a sociedade. - Soltamos uma risada.

— Vamos para a aula. - Peter suspirou. E nós três seguimos, para a aula de biologia, com o sr. Hanks. Era a única aula  que tinha junto com o Peter e o Ned. Para completar, Mary também era da minha turma de biologia. Tomei meu lugar atrás de Peter e Ned, quase no fundo da sala. Mary sentou-se do meu lado sem falar nada. Eu também não protestei. O professor não demorou a entrar a sala e começar a falar. Poucos minutos depois, Nerfi bateu na porta e entrou. Seus olhos pararam em mim e ele revirou os olhos.

— Eu não acredito. - Murmurei baixinho. Peter e Ned me olharam rapidamente.

—Ah! - Disse o sr. Hanks. - Por favor, classe. - Chamou a atenção de todos. Ele fez um sinal para que Nerfi ficasse na frente na sala. - Este é seu novo colega, sr. Nerfi Lokison. - Apresentou. O professor arqueou uma sobrancelha e me encarou. - Que por sinal, tem o mesmo sobrenome que a senhorita. - Todos me encararam, esperando uma explicação. Suspirei. Loki, depois de alguns meses, fizera questão de mudar meu sobrenome para algo que o identificasse, Evie Stwart Lokison. Obrigada, pai! - São parentes?

—Somos irmãos. - Nerfi respondeu de má vontade.

— Que ótimo! - Respondeu o sr. Hanks animado. - Assim já conhece alguém. Pode se sentar. - Ele indicou um lugar vazio para meu irmão, que apenas sentou-se em silêncio. - Bem, voltando a aula de hoje… - Continuou. Ao meu lado, senti Mary me lançar um olhar de “que história é essa?”

—Depois eu explico. - Resmunguei baixinho.


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