OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 33
Capítulo XXXII - O julgamento


Notas iniciais do capítulo

Bom diaa! Muito obrigada Ana Luisa, Magia, Carol Marques, Derek Stefan e Jace Jane por comentarem ♥

Estamos entrando na reta final. Espero que gostem. Bjs *.*



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Uma grande corte estava reunida na sala do julgamento. Em cadeiras mais afastadas, alguns jurados estavam misturados aos espectadores, por segurança. Dentre os espectadores, estavam os familiares das vítimas do ataque, inclusive Gwen e Helen Stacy. Todos pareciam aflitos com toda a situação e alguns baixos burburinhos tomavam conta do ambiente. De um lado, o advogado de defesa de Evie estava sentado, aguardando ansioso para que aquilo começasse. Do outro lado, havia a promotoria. Pronta para arrancar todas as informações possíveis das testemunhas. Quando o juiz entrou no local, todos levantaram-se imediatamente, em reverência, e ficaram em silêncio absoluto. O homem caminhou até o seu lugar, no centro da sala, e sentou-se, ao lado de outros promotores e um escrivão.

— Podem se sentar. - Pediu. Todos obedeceram imediatamente. - Vamos dar início ao julgamento de emergência da acusada Evie Stwart Lokison, sob crimes de depreciação do patrimônio público em grande escala, tentativa de homicídio e homicídio. - O homem leu a ficha que estava em suas mãos. – Que entre a ré! – Anunciou.

As largas portas principais foram abertas, revelando Evie e uma dúzia de agentes e policiais. Ela estava completamente presa por correntes e pulseiras eletromagnéticas, e foi conduzida por dois agentes, um de cada lado, e os outros apenas seguiram. Ninguém no tribunal deu uma palavra sequer. Era um momento de muita tensão. Evie sentou-se ao lado de seu advogado, sendo rodeada pelos homens que a trouxeram. Os olhos dela demonstravam cansaço extremo e quase desesperança. Ela entrelaçou seus dedos, sem saber como agir.

O julgamento começou e a hora parecia não passar. Após algumas palavras do juiz e do promotor de justiça, a primeira testemunha foi chamada. Loki adentrou no tribunal em passos cautelosos e parou na frente da sala, diante da cadeira da testemunha. Ele lançou um olhar rápido à filha e conteve sua raiva por vê-la acorrentada daquele jeito. Um promotor se aproximou do deus, o encarando.

— Você jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade, diante deste tribunal? – O homem perguntou. Loki conteve um sorriso debochado.

— Não posso prometer nada, humano. – Provocou. O homem permaneceu sério e repetiu a pergunta. O deus lançou mais um olhar a Evie, que deu um sorriso fraco, e finalmente respondeu. – Eu juro. – Loki sentou-se.

O primeiro a se levantar foi o advogado de defesa. Ele caminhou até o deus e começou o interrogatório. Todos permaneceram atentos a cada palavra que os dois diziam. O escrivão anotava tudo o que era dito, enquanto Loki respondia à todas as perguntas com muita tranquilidade.

— Como pai, alguma vez a Evie demonstrou comportamento agressivo? – Questionou.

— Não. – Respondeu sério.

— E, pode afirmar que ela não teve consciência do que estava fazendo naquele dia?

— Sim. Eu entrei na mente dela. Estava completamente dominada pelo vírus.

— Certo. – O advogado encarou o juiz. – Isso é tudo, excelência. – Ele voltou ao seu lugar.

 

Logo em seguida, o promotor se levantou e caminhou até o deus, assim como o advogado de defesa havia feito. O senhor, que não devia passar dos quarenta, de cabelos escuros e com alguns fios grisalhos,  começou a falar e a perguntar sobre Evie. Loki parecia entediado com o homem, mas ainda respondia as perguntas com firmeza.

— Tenho a informação de que o senhor não criou a acusada. – Disse o promotor de justiça. – Sendo assim, como pode afirmar que a ré em questão nunca teve comportamento agressivo? – Loki franziu o cenho, controlando sua irritação.

— Da mesma forma que você afirma que ela é culpada. – Respondeu áspero. O homem estreitou os olhos.

— Bem, todos sabemos que, o senhor, pai da acusada, já causou bastante estrago em nosso planeta. – Ele andou de um lado para o outro lentamente, apenas analisando o deus. – Matou pessoas e...

— Protesto! – O advogado de defesa interrompeu. – O promotor está fugindo ao assunto principal, fazendo perguntas que não vêm ao caso. – Ele se dirigiu ao juiz, que assentiu.

— Protesto aceito. – Respondeu por fim. – Promotor, o doutor, por favor, limite-se a fazer perguntas sobre a ré. – Exigiu. O moreno assentiu.

—Acho que já acabei minhas perguntas, excelência. – Anunciou o homem antes de voltar ao seu lugar.

Loki tomou um lugar no meio dos espectadores e o juiz continuou o julgamento, convocando a próxima testemunha – Natasha Romanoff. A ruiva adentrou na sala e repetiu o processo obrigatório, assim como o juramento. O seu interrogatório começou, assim como foi o de Loki. Perguntas diversas foram feitas e Natasha respondeu à todas, séria. Evie respirou fundo algumas vezes, agoniada. Ela queria que aquilo acabasse logo. Não aguentava mais tantos olhares acusadores sobre ela.

—Então, srta. Romanoff - O promotor de justiça a encarou. - qual é a sua relação com a acusada?

— Eu era responsável por treiná-la em seu estágio. - Respondeu monótona.

—Sabia do suposto vírus e não a entregou à justiça. Por quê? - Questionou. Ela deu um longo suspiro.

—Ela é apenas uma criança! - Rebateu áspera. - O verdadeiro culpado está solto!

—Não respondeu a minha pergunta, srta. Romanoff!

Natasha bufou, impaciente.  

—Não a entreguei porque sei que ela é uma vítima também. - Ela lançou um olhar caridoso à Evie, que conseguiu dar um sorriso fraco. - A Evie é uma boa menina. - O promotor soltou uma risada gutural.

—Todos somos bons, até que viramos réus. - Respondeu. - Bem, isso é tudo. - Ele voltou ao seu lugar e Natasha se retirou da sala.

— Que entre a próxima testemunha, srta. Claire Lencase. - Pediu o juiz.

A diretora da Midtown High School adentrou no tribunal e o novo interrogatório começou. A mulher pareceu um tanto preocupada e tensa durante todo o procedimento. Sentia-se desconfortável por falar de uma de suas alunas. Mais perguntas foram feitas e respondidas. Já estava no final de seu depoimento quando o promotor questionou.

—A acusada já se envolveu em brigas e confusões na escola?

— Bem… - Respondeu receosa. - Algumas vezes. - Ele sorriu, satisfeito. Evie deu um suspiro fraco e Loki revirou os olhos.

O julgamento continuou e mais testemunhas foram interrogadas. A maioria era de acusação, o que deixava o caso de Evie bem mais complicado. Após Tony Stark testemunhar, Bruce foi chamado. Banner também seguiu o protocolo e explicou tudo o que sabia sobre o vírus.

—A culpa é toda do vírus. - Disse quase nervoso. - Ele está controlando o cérebro dela. Mas, podemos achar uma cura.

—Vocês já encontraram uma solução, dr. Banner? - O promotor cruzou os braços.

—Nós podemos…

—Já, dr. Banner? - Interrompeu. - Ou há uma grande chance de não haver cura? - Banner hesitou.

— Não encontramos nada ainda. - Respondeu baixo. Bruce terminou seu testemunho e a próxima a entrar foi Mary. Mary Grace Smith, como foi chamada. A morena encarou Evie rapidamente e não pôde conter seu desgosto ao avistar Loki no meio dos espectadores. O promotor foi o primeiro a interrogá-la, tentando arrancar qualquer evidência de que Evie era culpada.

—É verdade que já teve parte de seu corpo congelado por Evie? - Ele perguntou. - O que aconteceu?

—Foi um acidente. - Deu de ombros. - Estávamos… - Ela encarou Evie por um momento. - Brincando de testar os poderes dela, e ela, sem querer, me acertou. - Blefou. O promotor franziu o cenho, desconfiado.

— Não foi o que eu ouvi.

—Foi um acidente. - Repetiu. - Eu já disse. - Completou. Quando depoimento acabou, Nerfi foi o próximo. Ele respondeu o mínimo possível e, logo em seguida, Peter deu seu depoimento. Ambos seguindo o protocolo rigorosamente. Evie foi a última a ser ouvida.

O juiz, o advogado de defesa e o promotor de justiça deram umas últimas palavras antes do juiz anunciar um recesso de trinta minutos para decidir a sentença. As autoridades retiraram-se do local primeiro. Os espectadores levantaram-se e se encaminharam à saída principal, enquanto Evie era arrastada para a saída lateral.

Um estouro no tribunal fez todos gritarem. Os policiais que levavam Evie se entreolharam, alarmados. Os dois agentes que a seguravam, um de cada lado, também trocaram olhares, enquanto ela permanecia calada. O agente Drake, o mesmo homem que provocara a garota diversas vezes durante todo o caminho, percebeu algo de estranho. Ele avistou Loki do outro lado do tribunal, com um campo de força ao seu redor, enquanto o homem-aranha pulava ao seu lado. Outros policiais e agentes atiraram na direção dois, mas uma nuvem de fumaça esverdeada os impedia de enxergar com perfeição e acertá-los.

— É um ataque! - O agente Drake gritou ao agentes e policiais que estavam com ele e Evie. - Levem a prisioneira daqui! - Ordenou. O grupo de vinte homens saiu em disparado do tribunal, arrastando a menina pelos corredores do prédio. Evie não resmungou em nenhum momento enquanto os dois agentes a seguravam. Já estavam à uma distância considerável da sala quando ela conteve um sorriso.

— Sabia que era você, pai. - Disse baixinho ao agente da sua direita. Loki, em aparência de um jovem agente, apenas sorriu.

O grupo inteiro parou de andar, todos estavam confusos, exceto os dois agentes que a seguravam. Em apenas um golpe, Loki arrebentou as correntes e as pulseiras que prendiam Evie antes mesmo que os homens pudessem se mover para tentar impedí-lo. Evie sentiu uma onda de energia percorrendo por suas veias e todo o seu corpo. Estava livre. Assim como os seu poderes. Ela sorriu, encarando suas mãos. O deus, no mesmo instante, revelou sua aparência de costume, e fez o mesmo com Peter, que havia estado com a aparência do outro agente. Drake arregalou os olhos.

— Aquilo era uma distração. - Ele concluiu baixinho.

Loki esboçou um sorriso e com apenas um golpe de magia, lançou cinco agentes pelos ares. Os outros, automaticamente, apontaram suas armas. Peter e Loki acertaram dois agentes, simultaneamente, com socos certeiros e arrancaram as armas de suas mãos. Enquanto isso, Evie lutava com três policiais. Ela estava fraca, mas ainda conseguiu derrubá-los com uma rasteira. Quando ela se virou, deu de cara com Drake. O sorriso de Evie se fechou e um brilho quase diabólico surgiu em seus olhos. Drake deu um passo para trás, receoso, mas não abaixou a arma que estava em suas mãos. Evie usou a força que lhe restava na mente, e fez o revólver do homem voar de sua mão. Ele engoliu seco, quando ela deu um passo em sua direção, de forma ameaçadora. Ela sorriu.

Antes que Drake pudesse correr, Evie fez o homem sentir uma dor terrível na cabeça. Ele caiu no chão, imediatamente, contorcendo-se de dor. Ela estava em sua mente. Evie aproximou-se dele e abaixou-se.

— Quem é o super-agente agora? - Sussurrou sombriamente. Com um sopro em sua mente, Evie o fez desmaiar.

Loki derrubou mais um agente, fazendo-o cair desacordado. Peter desviou de um soco, e fez outro policial cair no chão.

— Sr. Loki? - Perguntou enquanto lutava com outro agente. - A gente não vai matar esses homens não, né? - Ele derrubou o agente. Loki revirou os olhos, derrubando outro.

— Ah, claro que não. - Respondeu em tom de sarcasmo. - Vamos levá-los para tomar um chá em Asgard. - Completou. Peter franziu a testa.

— Ah, isso é muito gentil, sr. Loki. - Ele disse inocentemente. Depois de alguns segundos, Parker franziu o cenho, raciocinando. Ele encarou Loki, que acabara de derrubar o último agente. - Espera, não estava falando sério, né? - O deus deu um longo suspiro, impaciente. - Não vai ter chá nenhum! - Disse quase histérico, passando a mão pelo rosto. - AI MEU DEUS, O QUE EU FIZ?! - Evie se aproximou dos dois, quase caindo no chão, exausta e eles a encararam.

— Evie! - O deus seus ombros. Peter franziu o cenho, preocupado, e o deus o encarou. - Leve-a daqui! - Seu pedido soou como uma ordem. Ele empurrou o caderno vermelho, com a fórmula do antídoto, para Peter. - Eu tenho que resolver a bagunça aqui. Leve-a até o Bruce! - Ele segurou os ombros do garoto com firmeza.  Peter o encarava, tenso, com o caderno contra o peito. - A vida dela depende de você. Não me desaponte. - Peter assentiu e agarrou Evie pelo braço, levando-a embora dali.

Os dois correram o máximo que puderam pelos corredores do prédio. Evie teve que parar em um banheiro pequeno, para trocar sua roupa de prisioneira. Ela vestiu uma calça jeans surrada, uma camisa preta e um casaco de moletom da mesma cor. Por último, vestiu um boné preto, que cobria parte do seu rosto. Os dois passaram a andar mais devagar, para não levantar suspeitas. Seguindo o plano de Loki, haveria naquele exato momento, uma centena de ilusões de Evie fugindo pelos corredores, além de uma ilusão em que Evie estava sendo levada presa. Se o plano funcionasse, ninguém saberia quem era a verdadeira Evie.

Peter e Evie seguiram por um corredor vazio, em passos mais apressados. Ela sentiu uma tontura forte e caiu de joelhos. Sua respiração estava falhando, assim como seus outros sentidos. Ela mal conseguia inspirar o ar, e um fiozinho de sangue escorria pelo seu nariz. Evie o limpou com dificuldade.

— Evie! - Peter a segurou pela cintura com um braço, levantando-a. Ele passou um braço da menina por seus ombros, forçando-a a ficar de pé, enquanto segurava o caderno na mão livre. - Evie, você precisa aguentar mais um pouco. - Disse baixo, mas afobado. - Precisa aguentar. Estamos perto. Seu pai conseguiu a fórmula do antídoto. - Tagarelou. - Logo, logo, você vai estar bem, segura, bem confortável em um palácio luxuoso. - Seus olhos se encheram de lágrimas. Peter sabia que se Evie sobrevivesse, ela teria de ir embora. Mas, ele preferia isso a vê-la presa. Ela conseguiu esboçar um sorriso fraco.

Os dois voltaram a andar. Mais devagar, dessa vez. Peter estava a ajudando a caminhar e estava atento, temendo que algum policial ou agente aparecesse. Quando viraram mais um corredor, os dois deram um grito, assustados, e pararam imediatamente. Gwen estava lá, e finalmente havia os encontrado. A loira tinha um revólver apontado em direção ao coração de Evie. Suas mãos estavam trêmulas e seus olhos brilhavam, num misto de confusão, raiva e tristeza.

— Gwen. - Disse Peter levantando uma mão, em forma de rendição. - Por favor, abaixe a arma. - Pediu cautelosamente. Ela não se moveu. Tinha os olhos fixos em Evie. - Você não quer fazer isso. - Insistiu. - Ela não teve culpa, eu já disse. - Os olhos de Evie se encheram de lágrimas. Estava diante da filha do homem que ela havia matado. Para ela, era como se a própria culpa tivesse diante de seus olhos.

— Eu sinto muito. - Evie conseguiu dizer baixo, entre lágrimas. Gwen estreitou os lábios, controlando o seu próprio choro.

Gwen. - Peter implorou. Gwen abaixou o revólver, ainda encarando Evie.


      - Meu pai sabia dos risco que corria quando escolheu esse trabalho. - Disse rouca, respirando fundo. - Eu perdoo você, Evie. - Gwen conseguiu acrescentar. - E, honestamente, espero que os outros também a perdoe um dia. - Evie conseguiu balbuciar um “obrigada” em meio às lágrimas e Peter suspirou aliviado. - Se foi essa coisa que está em você que matou meu pai - Gwen respirou fundo mais uma vez, para não chorar. - eu vou matar essa coisa e aquele que se meter no meu caminho. - Ela endireitou a postura, com os dentes quase cerrados de fúria. - Vamos logo sair daqui!


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