OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 31
Capítulo XXX - I hate you, but I love you


Notas iniciais do capítulo

Bom diaaa! Muito obrigada Derek Stefan, Carol Marques, Jace Jane e Magia por comentarem ♥ ♥

Mais um capítulo. Espero que gostem. Estamos entrando na reta final...

Bjs *.*



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Muspelheim  - Terra dos Gigantes de Fogo

 

O lugar estava em chamas como sempre. As paredes de pedra da moradia de Surtur mais se assemelhavam com uma caverna do que com um castelo. O líder dos gigantes de fogo estava assentado sobre o seu trono, igualmente de pedra, quando outro gigante se aproximou, fazendo uma reverência contida. Surtur estava impaciente. Estava ansioso pela guerra que se aproximava. Ele não queria esperar mais. Queria o que lhe fora prometido - o trono de Asgard e Jotunheim. Surtur fez um sinal para que o outro gigante se aproximasse um pouco mais.

— Mandou me chamar, senhor? - Perguntou evitando encará-lo nos olhos em chamas de Surtur.

— O prazo do garoto, o Lokison, está chegando ao fim. - Respondeu de forma sombria. - Mas, não quero mais esperar. - Tamborilou os dedos no braços do trono. - Comece a preparar um exército. O maior possível. Não quero correr o risco de nenhum Jotun ou Asgardiano atacar primeiro. - Sorriu. - Desta vez, esses reinos serão meus e ninguém irá me impedir! - O gigante assentiu e fez uma breve reverência antes de partir para cumprir sua missão.

 

***

Dois agentes estavam de vigia na entrada principal da base da S.H.I.E.L.D de Chicago. Ambos segurança armas de grande porte. Não que o lugar precisasse desse tipo de vigia. Ele era coberto por câmeras de segurança e armamento preparado para ser disparado se houvesse qualquer ameaça de algum invasor ou coisa parecida. Ali também havia segurança contra as tentativas de fuga dos prisioneiros - no local também funcionava uma imensa prisão de segurança máxima, onde os prisioneiros mais perigosos para a sociedade se encontravam. O prédio era completamente cercado por cercas de alta tensão, entre outros equipamentos tecnológicos de segurança.

Quando duas figuras, um homem e uma mulher, se aproximaram do lugar, os dois agentes se entreolharam desconfiados. O homem, de roupa preta e um tapa olho em um dos olhos, encarou os funcionários sério. A morena ao seu lado permaneceu indiferente. Um dos agentes estendeu uma mão para frente, impedindo-os de entrar.

— Não podem entrar. - Anunciou receoso, reconhecendo brevemente as duas pessoas à sua frente. Nick deu um sorriso, quase impaciente.

— Eu sou Nick Fury, o líder da S.H.I.E.L.D. - Respondeu baixo. - Esta é a srta. Hill, agente muito respeitada. - A mulher estreitou os olhos para os funcionários. - Está nos dizendo que os seus superiores não podem entrar? - Questionou. Os dois agentes se entreolharam, confusos.

— Desculpe, senhor, mas são os procedimentos. - Explicou. - Não recebemos nenhuma informação de uma visita de sua parte e da srta. Hill, por isso o espanto.

— É uma visita surpresa. - Hill respondeu calmamente. - Ficamos sabendo que um dos prisioneiros daqui andou recebendo visitas indevidas de um de seus antigos aliados. Achamos que pode haver um traidor aqui. É isso que viemos investigar. - Acrescentou firmemente. - Eles podem estar planejando uma fuga. E, isso nós não vamos permitir. - Cruzou os braços. - Ah, não ser que estejamos diante dos traidores. - Sugeriu. Os funcionários negaram rapidamente.

— Certo. - O outro agente respondeu, abrindo espaço para que eles passassem e dando um comando aos outros agentes espalhados pelo espaço gigantesco. Fury não agradeceu quando passou, sendo seguido por Hill.

Os dois adentraram no prédio com facilidade e passagem livre por todos os lugares. Eles seguiram diretamente para a ala da prisão, mais especificamente para a cela de um dos prisioneiros - Johann Schmidt. Quando pararam na porta da cela, no entanto, foram impedidos por outros dois agentes, devidamente armados, e bem mais desconfiados que os anteriores.

— Não podem falar com o prisioneiro. - O mais alto anunciou.

— Sabe com quem está falando? - Fury se aproximou, quase ameaçador. O agente não se moveu.

— Os prisioneiros não podem receber visitas, senhor. - Insistiu. Nick bufou.

— Quer saber? Cansei dessa brincadeira. - Em um golpe apenas, o suposto Fury apagou os dois agentes com muita facilidade. A morena o encarou, séria.

— Quando você disse que tinha um plano, eu realmente acreditei que tinha um plano, Loki. - Respondeu quase entre dentes. Ele deu de ombros.

— E, eu tenho. - O deus se defendeu, ainda na aparência de Fury.

— Apagar todos os agentes? Esse é o seu plano? - Perguntou irritada. - Não dou nem um minuto - Conferiu em seu relógio de pulso. - para todos aqui perceberem que há algo errado acontecendo. - Loki fez uma careta, despreocupado.

— Não se preocupe, vou apagar a memória deles. Ninguém vai perceber ou descobrir o que vamos fazer. - Deu de ombros. Natasha deu um longo suspiro, controlando-se.

— Você tira Johann daí, enquanto eu cuido das câmeras de segurança. - Anunciou, antes de se afastar para cumprir o que havia falado.

Loki tirou abriu a cela com muita facilidade, usando as digitais de um dos agentes desmaiados. Também não foi difícil tirar Johann dali de dentro. Do outro lado do prédio, enquanto isso, Natasha entrava sorrateiramente na sala de controle do lugar. Ela teve que lutar com alguns agentes, antes de apagá-los com uma arma de choque, para conseguir ter acesso ao sistema de segurança. Ela conseguiu desligar todas as câmeras de segurança do local, tomando cuidado para não facilitar a fuga de nenhum outro prisioneiro. Se algum outro prisioneiro escapasse, seria um tragédia. O tempo total foi de cinco minutos. Em cinco minutos, Loki conseguiu apagar a memória de todos e Romanoff cronometrou o tempo para religar as câmeras. Os três se encontraram em um dos corredores da base, todos em aparências de agentes comuns.

Eles saíram do prédio sem levantar suspeita nenhuma, e quando já estavam longe o suficiente da base, o deus tirou a ilusão de Johann fazendo-o voltar a sua aparência normal, como a de uma caveira. Johann franziu o cenho para os dois, tentando identificar quem era a outra pessoa além de Loki. O deus voltou a sua aparência normal, e fez o mesmo com Natasha. Johann arregalou os olhos ao vê-la.

— Natasha, querida, é um prazer revê-la. - Disse por fim. A ruiva cruzou os braços.

— Já eu não digo o mesmo de você. - Respondeu no mesmo tom. Johann sorriu, divertindo-se com a situação.

— Onde está o endereço? - Perguntou Loki sério. O dono do rosto cavernoso abriu a boca, arrancando um dente falso. De dentro do dente pontiagudo e arredondado, Johann tirou um pequeno pedaço de papel dobrado em diversas partes. Loki franziu o cenho, quase enojado, e decepcionado consigo mesmo por não ter encontrado essa informação na mente do homem.

— Primeiro o cristal. - Exigiu com o pedaço de papel na mão. Natasha franziu o cenho, encarando Loki. Ela não sabia dessa parte do acordo.

— Loki? - Ela cruzou os braços, mordendo o lado inferior da bochecha, extremamente séria.

— Hm? - Ele evitou encará-la.

— Você não disse que tinha destruído esse cristal?

O deus a encarou, forçando um sorriso.

Surpresa!

Ela bufou, encarando Johann, que estendeu uma mão, esperando. Loki, com certa má vontade, entregou o cristal ao homem, que sorriu. O homem passou o pedaço de papel a Loki, que leu um pequeno endereço num país chamado “Islândia”.

— Foi bom fazer negócio com você, Loki. - Sorriu. - Com você também, querida Natasha. - Continuou. - Não se preocupem comigo. Vou sumir desse planeta, vocês nunca mais vão ouvir falar de mim. Prometo. - Deu de ombros. - Adeus. - Ele acenou antes de desaparecer da vista dos dois. Depois de alguns minutos de completo silêncio, Romanoff finalmente falou.

— Sabe, quando isso tudo acabar, a Evie vai ficar órfã de novo. - Ela encarou Loki. Ele fez uma careta e voltou a fitar o nada. Mais silêncio. - Você não entregou o cristal de verdade a ele, não é? - Perguntou olhando na mesma direção que ele. O deus conteve um sorriso.

— Não mesmo. - Balançou a cabeça. Natasha deu um longo suspiro.

— Ele vai perceber?

— Duvido muito. - Deu de ombros.

Os dois se entreolharam antes de partirem dali. Loki, agora, tinha uma nova missão - encontrar o laboratório de Enrico Santiago.

 

Evie

 

Uma semana havia se passado. Talvez mais. Eu não tinha certeza. Eu não tinha nenhum relógio ou calendário comigo e era possível que eu tivesse me perdido no tempo. Talvez tivesse se passado mais tempo sem que eu percebesse. Eu passava a maior parte do tempo apagada como um animalzinho sedado. Um bichinho, selvagem e perigoso, enjaulado e isolado. Era exatamente assim que eu me sentia. Minhas mãos doíam tanto que acreditava estar com alguns ossos quebrados. Eu tinha perdido peso. Bom, era isso ou as minhas calças tinham aumentado de tamanho. E, a primeira opção parecia fazer mais sentido para mim. Eu também não havia recebido mais nenhuma visita depois da de Peter. Algumas vezes, meu pai aparecia em umas de suas ilusões, mas nunca pessoalmente. Estava sozinha. Com um misto de sentimentos e emoções. A culpa era a principal delas. O medo vinha logo em seguida.

Se as minhas contas estivessem corretas, o meu julgamento seria em dois dias. Eu não sabia o que pensar. Eu merecia ser condenada, não é? Era o que devia acontecer. Parte de mim, entretanto, me fazia sentir um pouco de medo do que viria pela frente. Se é que eu teria um futuro. Por um instante, eu ri da ironia da vida. A profecia de Asgard dizia que eu seria rainha um dia. Mas como eu poderia ser rainha estando morta?

Um barulho da porta da cela se abrindo interrompeu meus pensamentos. Eu não me dei ao trabalho de me levantar do chão onde estava deitada. Meu corpo estava moído e não valia à pena tentar me mover muito. Apenas virei meu rosto para o lado, na direção da porta, tentando ver quem era. Um par de pés apareceu primeiro na minha vista e quando levantei o olhar, me surpreendi.

— Você? - Consegui perguntar. Suas roupas pretas estavam perfeitamente alinhadas e sua expressão era indecifrável. Nerfi aproximou-se cautelosamente da minha caixa de vidro e sentou-se no chão, cruzando as pernas quase como uma criança. - Veio desdenhar de mim? - Perguntei amarga. -  Imagino que esteja feliz. - Desviei o olhar e passei a encarar o teto. Meu irmão ficou em silêncio por alguns segundos.

—Por que acha que eu estou feliz? - Perguntou baixinho.

— Você me odeia!

— Eu não… - Ele parou. O encarei novamente. Ele respirou fundo, parecendo lutar contra as palavras. - Não é porque eu disse que eu te odeio, que eu te odeio de verdade. - Disse baixinho. Franzi o cenho, me forçando a me sentar. Cruzei minhas pernas como ele tinha feito. Ficamos cara a cara, com o vidro no meio de nós. Meu irmão desviou o olhar, encarando as próprias mãos. - Como eu poderia te odiar de verdade? Se não fosse por você, eu nem mesmo existiria. - Completou.

— Então, por que disse aquilo? - Perguntei no mesmo tom. Nerfi finalmente me encarou.

— Porque eu estava com raiva! - Confessou quase irritado. Ele deu um longo suspiro. - Eu ainda estou, mas não significa que eu esteja feliz por você estar morrendo, Evie. - Ficamos em silêncio. Por um bom tempo.

— Como conseguiu entrar aqui? - Mudei de assunto. Nerfi esboçou um sorriso de alguém que fez algo errado.

— Eu dei um jeitinho.

— E como estão todos?

— Bem, nosso pai está proibido de vir à S.H.I.E.L.D. Da última vez que esteve aqui, ele destruiu uma ala inteira do prédio. Se o nosso tio não tivesse o impedido, ele teria jogado esse prédio pelos ares. - Sorriu.

Soltei uma risada fraca.

— Isso é bem a cara dele mesmo.

— Sabe, eu trouxe um livro. - Anunciou tirando um livro médio de dentro do casaco.

— Não posso ter livros aqui. Tudo pode ser uma arma na minha mão. - Respondi monótona. - Você sabe, eu posso enfiar esse livro na garganta de alguém. - Meu irmão arqueou uma sobrancelha.

— Desde quando ficou tão sádica?

— Ficar presa aqui me deixa sádica. - Murmurei. Ele ficou sério por um breve instante, mas logo sorriu.

— Sabe, mais um pouquinho e você vai poder trabalhar em The Walking Dead, sem nem precisar de maquiagem especial. - Provocou. - Você está parecendo um zumbi. - Fiz uma careta. Meu irmão poderia ser uma peste. Mas, com suas provocações baratas, ele ainda me fazia me sentir eu. Como se eu pudesse ignorar todos os problemas, pelo menos um pouquinho. Ele parecia não ter pena do meu estado.

— Eu lhe daria um dedo do meio como resposta, mas acho que meus dedos estão quebrados. Então, por favor, considere a ofensa.

Nerfi sorriu ainda mais.

— Você precisa levantar daí e fazer alguma coisa. - Disse por fim. - A Evie que eu conheço não aceitaria ficar presa simplesmente. - Acrescentou. - Ela daria uma bela surra em quem fez isso. - Dei um sorriso fraco. - Lembra daquela vez, que você estava no fundamental e tinha um garoto bem mais velho que implicava com você e com as outras meninas?

— Sim. - Revirei os olhos ao lembrar do dito-cujo. - Ele nos beliscava e puxava nossos cabelos quando a professora não estava olhando. - Bufei.

— Isso! - Exclamou. - E, você colocou um rato morto na mochila dele.

— Depois tive que escutar um sermão de duas horas da minha mãe me dizendo o quanto aquilo tinha sido errado. Ela ficou furiosa. Mas valeu à pena.

Soltei uma risadinha ao lembrar do dia. Ainda conseguia ver em minha mente a expressão de pânico e nojo do garoto ao tirar o bicho morto de dentro da mochila. E, eu tinha apenas dez anos quando fiz isso. Lembrava-me de como tive a ideia infalível. Estava no caminho de casa quando um gato preto, na rua, me fez segui-lo até o rato morto. Franzi o cenho.

— Espera, você era aquele gato preto. - Conclui. - Mas, você ainda não morava com a gente. - Ele deu de ombros. - Você matou o rato para mim?

— O que? Não! - Meu irmão torceu o nariz, numa expressão de repulsa. - Você acha mesmo que eu tocaria num rato? Isso é nojento! - Sorri. - Mas, eu, sem dúvida, fiz você encontrar o rato. - Disse convencido. - O resto você deduziu.

— Eu deveria ter desconfiado. Você sempre foi um bichano fresco demais.

Meu irmão fez uma careta.

— Então, sabe o que tem que fazer.

— Acho que um rato morto não resolve a minha situação agora, Nerfi. - Respondi desanimada. Nerfi ficou em silêncio e forçou um sorriso. Senti uma onda de tristeza chegando tão rápido quanto um raio e minha garganta apertou. Parecia uma nuvem densa de melancolia cobrindo nossas cabeças. O silêncio tomou conta do lugar.  Meu irmão pareceu sentir o mesmo. - Não deixa o nosso pai descontar nos outros quando eu… - Não terminei a minha fala. Meus olhos se encheram de lágrimas de novo. - Você sabe, quando eu… Nosso pai vai precisar de você. - Completei.

— Pare de falar como se fosse morrer. - Disse baixo.

— Você sabe que condenada eu já estou. - Encolhi meus ombros. - De um jeito ou de outro, eu não sou boba. Sei que até agora ninguém conseguiu nada. Sei que todo estão tentando e querem o meu melhor, mas e se conseguirem? - Suspirei, contendo algumas lágrimas. - Como vai ser? Como eu vou olhar pra todo mundo sabendo o que eu causei?

— Soldados matam dezenas de pessoas em guerras todos os dias, Evie. - Respondeu sério. - Eles aprendem a lidar com a culpa. Sei que você vai aprender também.

— Pode ser que sim. - Respirei fundo. - Mas e os outros? Eles nunca vão esquecer o que eu fiz. - Hesitei. - Só não deixa o nosso pai fazer nenhuma loucura, tá bem?

— Como se eu pudesse impedi-lo. - Resmungou.

— Ele vai ouvir você. - Forcei um sorriso. Nerfi soltou uma risada sem humor.

— Ele não se importa com o que eu acho, Evie. Ele não se importa comigo.

— É claro que se importa. - Respondi baixo. -  Ele também é seu pai. - Seus olhos brilharam de tristeza, mas ele conteve suas emoções. - Ele também te ama. Sabe disso, não é? - Ele não respondeu. - Só não desista dele. Por favor. - Pedi. Meu irmão hesitou, mas finalmente assentiu.

— Obrigada. - Respondi fraca. Nerfi abriu o livro e começou a lê-lo para mim em voz alta. Palavra por palavra. Abracei minhas pernas, tentando não pensar no futuro.


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