OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 3
Capítulo II - Gato ou Irmão?


Notas iniciais do capítulo

Bom diaa. Como vcs estão?
Voltei mais cedo. Muito obrigada Princess Purebred e Dru Anderson por favoritarem (e comentarem) ♥ . Obrigada também Tia do Café por comentar ♥

Aqui vai mais um capítulo. Bjs *.*



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Evie

 

Eu pensei ter ouvido errado. Ou eu estava tendo um sonho bem esquisito. Aquele garoto realmente acabara de dizer “irmãzinha” ou tudo aquilo era apenas fruto de uma mente cansada? Eu não conseguia me mover. Estava apenas parada o encarando com uma cara de boba. Ele também me encarava, esperando por uma resposta ou ação. Quando ele ia falar algo eu fechei a porta, o deixando do lado de fora.

—Quem era? - Meu pai perguntou curioso. Ele franziu o cenho ao ver minha expressão de pavor.

—Ô pai! Tem um garoto aí fora dizendo que é meu irmão. - Eu quase gaguejei. Ele ficou sério e abriu a porta, dando de cara com o garoto que parecia estar prestes a bater na porta novamente. Loki ficou quase sem reação e fechou a porta antes que o garoto falasse algo. - É imaginação da minha cabeça? - Perguntei tensa. Ele começou a andar de um lado para o outro.

—Se for imaginação da sua cabeça, é da minha também!

—Há algo que você queira me contar?

Ele parou de andar. Alguém bateu na porta de novo e nós dois abrimos. O garoto parecia impaciente.

—Será que vocês dois podem parar de fechar a porta na minha cara? - Ele entrou sem ser convidado. - Que bela recepção, não acham? - Ironizou. Eu encarei Loki, esperando uma explicação. - Você não contou a ela ainda, pai? - Ele o encarou.

—Me contar o que? Como assim “pai”? Ele é seu filho?

—Não. - Meu pai respondeu olhando para mim. - Quero dizer, não exatamente. - Ele encarou o meu suposto irmão. -  Achei que tivesse ido embora.

— Eu não fui. Por que eu iria? - Deu de ombros.

—Evie - Loki disse com cautela. - Você se lembra que eu disse que tinha uma guardião? - Assenti.

—Sim. É o Fish. - Respondi. Então uma luz se acendeu na minha cabeça. Os olhos familiares. O garoto era o Fish. Eu me sentei no sofá, me sentindo tonta por causa da informação. - E-e-ele é o-o Fi-fish?

—Na verdade meu nome é Nerfi e eu nunca gostei de Fish. - Ele respondeu por fim. Eu estava em choque.

— Ele é seu filho? - Perguntei novamente à Loki. Ele negou com a cabeça.

— Eu o criei com magia quando você era um bebê. Para proteger você. - Explicou. - Ele não foi gerado. É diferente.

Eu não respondi. Nerfi. Ele era meu irmão. Eu tinha um irmão. Não sabia se isso era bom ou ruim.

— Mas acho que a Evie não precisa mais de mim agora. - Nerfi respondeu. - Quero dizer, ela já desenvolveu os poderes, não precisa de um guardião.

— O que você quer? - Meu pai estava sério, parecia ter percebido algo que eu não tinha notado. Havia uma certa tensão formando-se no ar.

— Eu só quero ter uma vida normal. - Sorriu. - Eu tenho direito, pai! - Ele deu ênfase na palavra “pai” de um jeito bem esquisito. Havia algo suspeito nele. Eu encarei Loki. Seus olhos passaram de mim para Nerfi.

— Você está mentindo! - Loki acusou de uma vez só. - O que você quer, Nerfi?

— Eu só quero ter uma vida normal. Vai me negar isso?

Meu pai ficou em silêncio, apenas o encarando. Eu não conhecia Nerfi. Mas algo em mim me dizia de que ele era um mentiroso. Algo nele me fazia não confiar muito dele, por mais que eu não o conhecesse direito.

— Tudo bem. Se você quer ter uma vida normal, tenha. Não vou impedi-lo. - Deu de ombros. - Faça o que quiser. Você é livre. - Disse por fim e saiu da sala, nos deixando sozinhos.

Um silêncio constrangedor tomou o ambiente.

— Então… Você é meu irmão? - Tentei puxar conversa. Ele ficou sério, apenas me encarando. - Legal!

— Não vamos ser amigos! - Ele respondeu de forma ameaçadora. Arqueei uma sobrancelha. - Não gosto de você! - Acrescentou. - E se quer saber, meu maior passatempo vai ser transformar a sua vida num pesadelo! - Completou e saiu da minha vista.

Interessante. Um irmão novo que já me odiava. O que mais poderia dar errado? Apenas suspirei. Pelo visto, o pesadelo ia começar de novo.

 

***

Quando acordei pela manhã tive a sensação de ter tido apenas um sonho. Até voltar a realidade e dar de cara com Nerfi no corredor. Não. Aquilo não era um sonho. Infelizmente. Ele deu uma trombada em meu ombro quando passou por mim, só para provocar. Se não fosse tão cedo e eu não estivesse com o corpo tão dolorido por causa dos treinamentos da S.H.I.E.L.D, eu teria dado uma rasteira nele. Por que implicar tanto comigo? Eu nunca fiz nada contra ele. Respirei fundo e fui até a cozinha, tomar café. Meu irmãozinho já estava sentado à mesa, servindo-se com um copo de leite. Ele levantou o olhar quando me viu sentado na cadeira de frente para ele. Aquele olhar atento, como se cada movimento e palavra dele fossem planejados. Não vi Loki, mas ele devia estar na sala.

— Tem um pouco pra mim? - Perguntei e ele deu um sorriso, irritante. Loki apareceu na cozinha, em silêncio. Nos lançou um olhar, para ter certeza que não tínhamos nos matado ainda. Ele se virou para pegar algo na geladeira.

— Acabou. - Deu de ombros. Respirei fundo. “Lembre-se, Evie, ele era seu gato de estimação e é seu irmão. Não vá matá-lo”, pensei. - Como está hoje, bastarda? - Sussurrou para que só eu ouvisse. Bastarda? Ele me chamou de bastarda? Senti meu sangue ferver. Nem pensei antes de pegar um garfo que estava perto de mim e cravar na mão de Nerfi. Ele soltou um grito alto. Nosso pai se virou assustado, por causa do grito. O garfo ficou agarrado nas costas da mão de Nerfi e o sangue já começava a escorrer. Quase me arrependi. Quase.

— O que está acontecendo? - Loki perguntou nervoso, enquanto Nerfi arrancava o garfo da mão.

— Ela me atacou com um garfo! - Ele me acusou. O sangue já havia parado de escorrer em sua mão e o ferimento estava desaparecendo. Ele também podia se curar rápido.

— Nerfi, eu vi o que você fez! - Loki o encarou, sério. - Não a provoque! - Quase contive um sorrisinho. - E você, Evie - Ele se virou para mim. - Não ataque seu irmão com um garfo… Use pelo menos uma faca para isso! - Nerfi abriu a boca, pasmo. - Quero dizer - Se corrigiu rapidamente. - Não quero ver vocês dois brigando! Vocês são irmãos, afinal. - Ele parecia estar confuso.

— Mas você e o tio Thor brigam o tempo inteiro. - Respondi por fim. Loki fechou a cara. Estava sem resposta.

— É diferente! - Disse rápido.

— Por que é diferente? - Insisti.

— É! - Nerfi concordou. - Por que é diferente, pai? - Arqueou uma sobrancelha. Silêncio. Nós dois o encaramos. Ele parecia encurralado.

— Porque eu faço as regras aqui! - Respondeu autoritário e colocou uma mão na cintura. - E se eu digo que é para ser desse jeito, é porque tem que ser desse jeito!

— Não é uma resposta muito convincente. - Rebati. Ele semicerrou os olhos. Alguém bateu na porta forte, nos fazendo dar um pulo.

— A porta. - Ele falou, como se aquilo tivesse sido sua salvação para escapar do assunto em questão. Loki usou magia e abriu a porta sem se mover do lugar.

— Surpresa! - Meu tio saiu entrando. Ele estava vestindo roupas asgardianas e carregava uma trouxa no ombro. Ele sorriu. Nerfi caiu da cadeira quando o viu.

— Tio! - Saí correndo para lhe dar um abraço. Estava com saudade. Thor não voltava à Terra há meses pois estava ocupado governando a Nova Asgard. Ele retribuiu o abraço apertado e apertou minhas bochechas como sempre fazia.

— Era só o que me faltava! - Ouvi meu pai murmurar.

— Eu trouxe presentes! - Meu tio estava animado e ele se aproximou do irmão. Nerfi levantou-se do chão, e deu um passo para trás de Loki. Ele parecia...Com medo. - Quem é o garoto? - Meu tio franziu o cenho quando o viu. Loki deu um sorriso sem graça.

— Então, esse é Nerfi. Meu irmão. - Respondi logo de uma vez. Thor arregalou os olhos, chocado.

— Outro filho? - Perguntou pasmo. - Tenho a sensação de cada vez que eu voltar à Midgard você vai ter uma criança diferente. - Riu. Loki fechou a cara numa carranca. - Mas, quem é a mãe?

— Nerfi não é exatamente meu filho. Eu o criei com magia para proteger a Evie. - Explicou. Thor franziu o cenho. - Ele era o Fish antes.

— Não importa como, se foi você que fez, é seu filho. - Respondeu. - Ah, mas não importa! Vem cá dar um abraço em seu tio! - Ele abriu os braços em direção a Nerfi, que lançou um olhar quase desesperado para Loki.

— O que é? - Loki encarou meu irmão. Eu já havia entendido tudo. Nerfi tinha medo do Thor por um motivo óbvio. Ele quase foi assado por ele.

— Meu Deus, tio, você quase assou o Nerfi. - Eu falei quase alto de mais. Thor me encarou, lembrando-se do dia em que confundira meu gato com um javali.

— Ah! - Ele deu um sorriso sem graça e cruzou os braços. - Foi mal! - Ele se virou para mim. - Eu trouxe presentes de Asgard! - Ele tirou da trouxa algumas coisas como uma arma. Era um arco e flechas. De ouro puro e adornados provavelmente à mão. Era lindo. - Olha o que eu trouxe para você! - Sorriu e me entregou. O arco era pesado, mas eu consegui segurar. Se eu tivesse um tio comum, ele provavelmente me traria uma outra coisa qualquer ou me daria o dinheiro para comprar. Mas Thor me dava armas perigosas. Para ser honesta, eu gostava disso.

— Obrigada, tio. - Sorri. Ele deu de ombros.

— Eu trouxe outras coisas de Asgard. - Ele se virou para meu pai. - Por que não foram me visitar? - Questionou.

— Não posso sair de Midgard ainda. - Loki respondeu entediado. - E se for à Asgard, posso cair na tentação e te derrubar do trono. - Esboçou um sorriso. Mas, algo me dizia que ele não estava brincando.

— Você nunca muda, não é? - Meu tio riu como se nem tivesse ouvido o que acabara de ouvir. Definitivamente, eles não eram normais. - Bem, mas me contem as novidades!

Thor sentou-se à mesa com a gente. Meu pai e eu os informamos de tudo que estava acontecendo nos últimos meses, enquanto Nerfi ficou apenas calado o tempo inteiro. Ele parecia distante dali. Quase triste algumas vezes. Ou apavorado. Ele estava realmente traumatizado com Thor. Depois de tomar café da manhã, tive que me apressar para escola. Eu, sem dúvida, chegaria atrasada.

 

***

Quando acabou a aula entediante de matemática, que eu lutei para prestar a atenção, o sinal tocou, nos avisando que era hora no almoço. Me dirigi até o refeitório, onde peguei minha bandeja. Olhei ao redor, até que avistei Ned e Peter sentados não muito longe. Haviam outros alunos perto. Ned acenou quando me viu. Sorri em resposta e me aproximei, sentando-me na cadeira vazia em frente aos dois.

— Você chegou atrasada? - Ned perguntou curioso e tomou um pouco de refrigerante. - Não a vimos hoje de manhã!

— Meu tio chegou para nos visitar. - Contei. - Acabei me atrasando um pouco. - Peter riu.

— Então, o Thor está na Terra? - Perguntou Peter.

— Sim. - Sorri. - E me trouxe um arco e flechas de presente.

— Tá aí! A garota já é perigosa e ainda ganha mais armas de presente. - Suspirou. -  A cada dia que passa é mais perigoso ficar perto de você, Elsa. - Ned brincou, me fazendo rir. - Eu quero morrer seu amigo. - Eu bebi um pouco do suco. Meu sorriso se fechou um pouco quando vi Mary. Ela estava sozinha, carregando uma bandeja, olhando ao redor. A vi contar até três e seguir para uma mesa vazia, onde sentou-se, quieta e sozinha. Totalmente distante das outras líderes de torcida. Distante de todos.

— Mary não é mais líder de torcida? - Perguntei por fim.

— Acho que não. - Respondeu Peter olhando na direção da mesa onde Mary estava.

— Não entendo. - Ned engoliu um pedaço do bolinho que estava comendo. - Ela era a mais popular de todas as líderes!

— Então, vocês não souberam? - Uma voz chamou nossa atenção. Era Michelle. Ela estava do outro lado da mesa, conversando com Jennifer, mas provavelmente escutou nossa conversa. - Mary foi praticamente expulsa da torcida e os antigos amigos fingem que ela não existe. - Ela deu um longo suspiro. - Depois que descobriram que ela é tipo uma mutante, ninguém quer chegar perto. Parece que ela está provando do próprio veneno… - Completou, sincera e voltou sua atenção para Jennifer de novo.

Ficamos em silêncio. Peter me lançou um olhar que eu sabia bem o que queria dizer. Ele queria que eu falasse com ela. Ned me olhou também. Eu havia perdoado Mary, mas não sabia se conseguiria esquecer o que ela tinha feito. No entanto, eu já estivera no lugar dela e sabia o quão ruim isso era. Apesar de nunca ter me incomodado o fato de estar sozinha, porque Loki mexeu na minha mente quando eu era criança para que isso não me incomodasse, eu sabia, de alguma forma, que a solidão poderia ser algo terrível de se suportar.

— Sabe, ás vezes, as pessoas precisam de uma segunda chance. - Peter disse tranquilo. - Mesmo as mais cruéis… - Ele deu um sorriso fraco. - Nunca é tarde para mudar…- Os dois se entreolharam. Ele estava certo, eu sabia. Respirei fundo e peguei minha bandeja. Caminhei em passos lentos até a mesa da Mary. Alguns alunos ficaram me observando, alguns estavam tensos e outros pareciam realmente ansiosos por alguma briga. Eu me sentei na cadeira vazia em silêncio. Mary me encarou, assustada. Peguei um muffin que estava na minha bandeja e joguei para ela, ainda em silêncio.

— O que é isso? - Perguntou encarando o muffin.

— É um bolinho, nunca viu? - Respondi quase áspera demais. Entretanto, eu sabia que ela não estava perguntando sobre o muffin. Voltei a comer em silêncio. Ela estava me encarando.

— Você entendeu a minha pergunta… - Disse baixo e voltou a comer. Fiquei em silêncio.

— Não é legal almoçar sozinha. - Dei de ombros. - Dá indigestão. - Suspirei.

— É! - Ela deu um sorriso fraco. - Dá mesmo! - Completou e voltou a comer.


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