OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 27
Capítulo XXVI - My sister, my blood


Notas iniciais do capítulo

Bom diaa! Obrigada Magia, Thay Paixão e Peh M Barton por comentarem ♥ ♥

Desculpa não ter postado sábado. Eu estava cheia de provas e acabou não dando tempo de finalizar o capítulo. Espero que gostem desde. Bjs *.*



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Aaron Davis sabia ser discreto. Ele entrou na casa de Norman Osborn no horário marcado sem ser visto por nenhum dos empregados do lugar. Ele subiu diretamente para o quarto do homem e bateu na porta devagar, com uma combinação de sons específica, para que Norman soubesse de quem se tratava.

—Entre. - Osborn pediu. Aaron adentrou no quarto e fechou a porta. - Fez o que pedi? - Ele nem se moveu de sua cama. Estava cada dia mais fraco por conta de sua doença.

—Fiz. - Estalou a língua. - Olha só, acontece que não deu para salvar muita coisa da sua empresa. Aqueles caras da S.H.I.E.L.D são barra pesada. Só deu para salvar o mínimo, entende? - Norman assentiu, impaciente.

—E aquele outro serviço? Alguém te viu?

—Não, não. Eu sou profissional. - Gabou-se com um sorriso. Norman franziu o cenho.

—É melhor que sim, Aaron. - Ameaçou. - É melhor que sim.

Do lado de fora do quarto, ouvindo atrás da porta, alguém prendeu a respiração - Harry Osborn.

 

***

Era o dia da excursão para Ouray. Estava tudo arrumado e Nerfi pegou sua mochila, carregando-a para o lado de fora. Evie também estava indo para a excursão da escola, apesar de achar que não era uma boa ideia. No entanto, de acordo com seu pai, era melhor que ela fosse e tentasse distrair a cabeça um pouco, por mais que soubesse que isso era praticamente impossível. Ela estava com medo demais para relaxar. Loki queria que sua filha tivesse um momento feliz, nem que fosse por um mísero instante apenas. Ele faria qualquer coisa por isso. Testes haviam sido feitos, mas o vírus continuava intacto no corpo de Evie, espalhando-se cada vez mais. Loki sabia que  ambos tinham pouco tempo - a Evie tinha pouco tempo de vida e ele pouco tempo para encontrar uma solução antes que fosse tarde demais para isso.

Evie saiu por último de casa, com a mochila pesada nas costas e parou ao lado do irmão, olhando para trás, indecisa. Loki se aproximou da menina calmamente.

— Tem certeza que é uma boa ideia eu ir nessa viagem, pai? - Perguntou tensa. - São mais de sete horas daqui até Ouray, de avião. E se eu perder o controle durante a viagem? E se eu machucar alguém inocente? São dois dias. - O desespero era evidente em sua voz. Nerfi desviou o olhar para o horizonte, apesar de ainda estar ouvindo a conversa.

— Não vai acontecer nada, Evie. - Respondeu baixo e logo em seguida deu um sorriso fraco. - Não se preocupe. Qualquer coisa, eu vou buscá-la. - Evie deu um sorriso fraco. - De qualquer forma, seu irmão também estará lá e vai te ajudar se precisar. - Loki encarou Nerfi. - Não é, Nerfi? - O garoto hesitou antes de responder, fitando o seu pai como se conversassem sem palavras.

— Sim. - Deu de ombros. - Vamos logo. Não quero me atrasar. - Disse monótono. Evie assentiu com a cabeça, e antes de seguir o irmão, deu um abraço inesperado em seu pai. O deus ficou imóvel no primeiro instante, mas acabou retribuindo, dando batidinhas leves em suas costas. Nerfi trocou um olhar com o pai, balançando a cabeça em negação, quase desmoronando no chão.

— Agora, vá! - Pigarreou Loki, contendo o nó em sua garganta. Evie soltou-se do abraço e deu um último aceno para seu pai antes de seguir Nerfi.

O deus observou os dois desaparecendo de sua vista. Estava sozinho. E, não iria deixar a oportunidade escapar. Tinha algo muito importante para fazer - encontrar o laboratório secreto de Enrico Santiago. A qualquer custo.

 

***

Os alunos da Midtown High School passaram horas seguidas dentro de um avião direto para o Colorado. Tiveram que passar mais um tempo dentro de um ônibus, que os levou diretamente para um hotel perto das montanhas. Ninguém reclamava, entretanto. Todos estavam animados e tagarelas por conta da viagem. Todos estavam ansiosos para conhecer o lugar. Evie, no entanto, passou a maior parte do percurso calada. Apesar de conversar um pouco com Mary, Ned e Peter de vez em quando, o clima parecia pesado no ar. Evie tivera que contar a Ned e Mary sobre o que estava acontecendo com ela. Não seria justo com eles se ela não contasse. Para Evie, eles precisavam saber dos riscos que estavam correndo ao ficarem perto dela. Nenhum dos dois se importou com fato de estarem em perigo, no entanto. Ambos ficaram preocupados com sua saúde, apesar de Mary não ter dito isso em voz alta.

Já estava escurecendo quando eles chegaram no hotel. O vento frio uivava e uma fina camada de neve já cobria o chão. Enquanto seus colegas puxavam seus casacos por causa do frio, Evie parecia nem ter percebido o quão baixa a temperatura estava. Eles seguiram para o interior do hotel, que estava com uma temperatura agradável. Cada aluno tinha seu próprio quarto, e todos dirigiram-se para os seus. Tinham uma hora vaga antes de descerem para o jantar, no restaurante do hotel. Evie seguiu para o seu quarto e deixou sua mochila pesada no chão. Ela sentou-se na cama, observando a vista das montanhas da sua janela. Ela estava cansada e seu corpo doía um pouco.  A menina deitou-se na cama e esperou por uma hora, até chegar a hora do jantar. Quando o relógio marcou sete e quinze, Evie desceu para o restaurante do hotel, onde encontrou Ned, Mary e Peter conversando descontraidamente com Nerfi. Ela estranhou vê-los conversando, já que seu irmão nunca ficava perto de seus amigos. Evie aproximou-se da mesa.

— Oi. - Ela chamou a atenção de todos. Eles a encararam e Nerfi fechou o sorriso imediatamente.

— Evie! - Ned sorriu. - Sente-se. - Ele puxou uma cadeira vazia para que ela se sentasse. Nerfi endireitou os ombros, sem expressão.

— E aí, princesa de gelo? - Mary cumprimentou.

— Do que estavam falando? - Perguntou com um sorriso fraco, tentando parecer o mais normal possível. Ela não queria mostrar para aqueles ao seu redor o quanto estava mal.

— Estávamos falando de como o nosso professor parece perdido. - Peter respondeu. Todos soltaram uma risadinha.

— Bem, eu vou dar uma volta pelo hotel. - Nerfi se levantou. - Vejo vocês depois. - Ele acenou com a cabeça antes de deixar a mesa. Peter franziu o cenho, confuso, e encarou Evie, esperando por explicações.

— Nós brigamos. - Respondeu baixinho. - Não estamos nos falando direito desde então. - Os três franziram a testa e Ned assumiu uma expressão séria.

— Isso é tão estranho. - Comentou baixo. Mary franziu o cenho.

— O que é estranho?

— Essa pode ser o nosso último jantar, com todos juntos. - Respondeu por fim. - A Evie pode não estar aqui da próxima vez…

— Ned! - Peter o repreendeu.

— Está tudo bem. - Evie forçou um sorriso, mesmo estando angustiada. - Eu tenho consciência disso. - Peter suspirou, sem saber o que dizer e Ned se recostou na cadeira.

Merda, Ned! - Xingou Mary. - Você tinha que abrir essa boca grande? Se eu tiver uma indigestão agora a culpa vai ser sua! - Evie soltou uma risada fraca.

— Agora vamos mudar de assunto, isso é muito deprimente. - Evie pediu. - O que tem para comer? - Ela pegou o cardápio em cima da mesa.

Os quatro mudaram de assunto e se concentraram no jantar, por mais que o clima ainda continuasse um pouco pesado. Eles de divertiram um pouco, enquanto comiam e quase nem viram a hora passar, comentando sobre as atividades que ocorreriam no dia seguinte. Quando acabaram de jantar, todos tiveram que voltar para os seus quartos, pois teriam um longo dia logo que acordassem pela manhã. Evie voltou para o seu quarto e tomou um banho quente. Eram mais de nove da noite quando ela se enrolou nas cobertas e sentou-se na cama, que ficava abaixo de uma janela. Ela deveria dormir, mas não queria. Evie temia perder o controle durante o sono e tinha que ficar acordada. Por mais que estivesse exausta, ela lutava contra o sono à todo custo.

Uma batida na janela do quarto a fez dar um salto na cama. Evie conteve um sorrisinho. Ela sabia bem quem era. Evie abriu a janela, e Peter deu um sorrisinho.

— Oi.

— Oi. - Sorriu. - Por que não bateu na porta?- Questionou. - O Loki não está aqui. - Ele mordeu o lábio inferior, pensativo.

— Não sei. - Confessou. - Acho que é o costume. - Evie o ajudou a entrar no quarto e eles fecharam a janela. Peter sentou-se ao seu lado. - Como está se sentindo? - Perguntou por fim.

— Bem, para uma pessoa à beira da morte. - Respondeu com acidamente bem-humorada.

— Evie, não brinque com isso. - Disse quase sério demais. Ela soltou uma risada, sentindo-se quase pirada por estar rindo de sua possível morte.

— Desculpa. - Sorriu. - Meu humor tem variado muito nos últimos dias. Ele está indo de melancólica chorona para doida varrida que ri da própria morte. - Suspirou. - Não sei qual é o pior. - Confessou.

— Você não está louca. Só está doente. - Suspirou. - Desculpa não ter acreditado em você. - Respondeu baixinho. - O antivírus realmente nunca foi uma salvação. Você estava certa. - Ele a encarou. - De pensar que eu estava ajudando…

— Pete.  - Ela o interrompeu. - Você não tem culpa disso. - Ele assentiu e forçou um sorriso.

— Bem, você precisa descansar, Evie. - Peter mudou de assunto. Ela fez uma careta.

— Não posso dormir. - Sussurrou. - O vírus vai tomar conta de mim se eu fizer isso. Não quero machucar ninguém. - Peter soltou um suspiro fraco, até que uma ideia atravessou sua mente.

— Já sei! - Ele puxou a coberta para cima dela e se endireitou ao seu lado. - Vou ficar acordado, vigiando você. Assim não vai acontecer nada.

— Não acho que seja uma boa ideia. - Respondeu relutante. - E se eu atacar você?

— Nah… - Peter balançou a cabeça. - Não se preocupe. Sei que você nunca me machucaria. - Sussurrou. - Sem contar que eu meio que sou o homem-aranha.

— Você meio que é? - Arqueou uma sobrancelha.

— É! - Deu de ombros. - Eu meio que sou. - Sorriu. Peter deitou-se de bruço, de frente para Evie, e segurou uma de suas mãos, entrelaçando seus dedos. - Não se preocupe. Não vai acontecer nada.

— Tem certeza?

— Sim. - Ele deu um beijo na ponta de sua nariz. - Vou estar aqui.

— E se você dormir?

— Não vou. Estou acostumado a fazer vigílias durante a noite. Prometo.

Evie deu um sorriso fraco, se aconchegando nas cobertas. Peter segurou sua outra mão e aconchegou-se mais perto.

— Descanse, Evie. - Sussurrou. Ela fechou os olhos. Estava tão cansada que o sono a tomou rapidamente.

 

***

Peter acordou num pulo. Ele não sabia ao certo o que tinha o acordado, mas ele jurava que tinha ouvido um estrondo. Só então percebeu - ele havia pegado no sono. Peter olhou para o lado e percebeu que Evie não estava na cama. “Ah, não, não não”, pensou.  Ele olhou ao redor e viu um buraco saindo fumaça em uma das paredes. A janela estava completamente destruída e haviam cacos de vidro por todos os lados. Peter passou uma mão pelo rosto automaticamente.

— Ah, merda. - Peter saiu correndo pelo corredor e parou na porta do quarto de Nerfi. Ele bateu, apressado e chamando pelo nome do garoto. Nerfi abriu a porta, esfregando os olhos, sonolento. Os cabelos estavam um tanto desgrenhados e ele encarou Peter confuso.

— Peter? - Perguntou rouco.

— A Evie sumiu. - Disse apressado. Nerfi arregalou os olhos, entendendo a situação. Um barulho forte de algo partindo se fez.

— Vá na frente. - Respondeu já desperto. - Eu só vou pegar um casaco. - Peter franziu o cenho.

— Casaco?

— O que foi? - Perguntou impaciente. - Não sou como a minha irmã. Não tenho características de um Jotun. Eu sinto frio. - Resmungou como um gato rabugento.

Peter piscou rápido e deixou Nerfi para trás, correndo pelos corredores à procura de onde estavam vindo os barulhos. Alguns hóspedes comuns e alunos já começavam a sair de seus quartos, assustados com os estrondos. Peter não se importou que estava sem o seu traje de homem-aranha e com apenas um lança teias em sua mão. Ele iria encontrar a Evie de qualquer jeito.

Os barulhos ficavam mais altos a cada momento e o garoto correu até o exterior do hotel. Um vento congelante cortou seu rosto e ele se controlou para não bater os dentes de frio. Estava escuro, mas não foi difícil encontrá-la. E lá estava, perto da fachada completamente destruída do hotel, sem o capuz e o lenço desta vez. Para Peter isso só significava uma coisa - Evie tinha perdido mais ainda a consciência. Ele respirou fundo e deu um passo na sua direção cautelosamente. Precisava ser cuidadoso. Olhando ao redor, ele percebeu que estavam sozinhos. Mas, Peter sabia que não demoraria muito tempo até o lugar estar cheio de curiosos. Sua identidade secreta estava em risco.

Evie continuou de costas, completamente imóvel. Em volta de suas mãos, duas rodas roxas de magia se agitavam. Ela cerrou os punhos, parecendo sentir a presença de alguém.

— Evie. - Peter se aproximou mais um pouco. - Sou eu. Peter. Peter Parker. - Disse ansioso. - Está tudo bem. Não vou machucar você. - Mas, Evie que ele conhecia não podia ouví-lo. Estava completamente dominada pelo vírus. Ela se virou bruscamente para ele, em posição de ataque. Seus olhos azuis brilhavam, mas estavam vazios. Sem alma. Estava como uma besta fera diante de sua presa. - Evie, sou eu. - Ele aproximou-se um pouco mais.  - Você pode me ouvir? Você está aí? - Seu tom de voz pareceu desesperado.

Evie deixou que uma rajada de energia roxa saísse de suas mãos e pegou Peter desprevenido, acertando-o no peito. Peter caiu a uma distância considerável, escorregando na neve que parecia estar mais densa. Ele levantou-se rapidamente, em uma posição de defesa.

— Eu sinto muito por isso. - Ele disse ao lançar teias em seus pulsos. Evie debateu-se, furiosa, e fez as teias virarem gelo, partindo-se logo em seguida. Ela lançou magia em sua direção, mas Peter foi mais rápido e desviou.

A luta continuou, e Peter tentou se aproximar um pouco mais, mas foi golpeado com um soco na mandíbula. Ele conteve um resmungo e acertou um dos ombros de Evie, que cambaleou para trás por causa do impacto. Parker tentou prender seus braços, mas Evie o acertou com um pontapé na barriga. Peter gemeu de dor, mas desviou em tempo de ser acertado novamente. Os dois estavam num embate complicado quando Nerfi apareceu e acertou sua irmã com magia. Evie foi lançada no chão e Peter encarou o garoto, pasmo.

—Desse jeito você vai machucá-la. - Murmurou.

—Relaxa. Eu sei o que eu estou fazendo.

Evie se levantou na neve escorregadia com os punhos fechados e os olhos atentos. Peter e Nerfi de entreolharam, ambos em alerta, e Peter não deixou de encarar a roupa do garoto. Ele estava elegantemente arrumado com calças e uma parca preta.

— Você foi se arrumar? Estamos numa emergência e você foi se arrumar? - Perguntou incrédulo.

—O que foi? - Franziu o cenho. - Não é porque a minha irmã sai destruindo tudo por aí que eu tenho que andar por aí de pijama de Hello Kitty.— Ele encarou Peter de cima a baixo. Peter conferiu sua própria roupa rapidamente, franzindo o cenho

— Não estou usando pijama da Hello Kitty. - Respondeu por fim.

— Não. - Sorriu. - Mas teve que conferir para ter certeza.

Peter balançou a cabeça, incapaz de responder. Evie lançou magia na direção dos dois, mas Nerfi foi mais rápido e projetou um campo de força, protegendo-os de seu ataque. Ela não desistiu, no entanto, e lançou mais uma rajada de energia roxa e quente, que acabou acertando Peter. Ele caiu no chão, escorregando na neve e quase batendo a cabeça numa pedra. Peter levantou-se rapidamente, passando a mão na testa ferida e trocou um olhar com Nerfi. Uma dezena de hóspedes já começavam a aparecer no local. Se Peter lutasse agora, sua identidade secreta deixaria de ser secreta.

—Vai. Tira eles daqui. - Nerfi disse baixinho para que ninguém mais ouvisse. - Eu dou conta da Evie. - Peter assentiu e correu na direção da multidão em frente ao hotel, enquanto Nerfi continuava sua luta com sua irmã.

—Peter! - Mary o alcançou, no meio dos hóspedes. - O que aconteceu? - Perguntou tensa.

—A Evie perdeu o controle de novo. - Explicou. Neste exato momento, Evie acertou Nerfi em cheio, arremessando a  uma distância considerável. Quando ele levantou, ela já havia desaparecido. Ele podia jurar que a vira correr na direção das montanhas. Peter correu até Nerfi, sendo seguido por Mary. - Para onde ela foi? - Perguntou nervoso.

—Não sei. Eu vou atrás dela. - Respondeu decidido.

— Eu vou com você! - Peter disse rápido.

— Você enlouqueceu, Peter? - Mary perguntou séria. - Do jeito que a Evie está, vai fazer picadinho de Peter Parker. É melhor deixar o Nerfi ir sozinho. - Peter abriu a boca para protestar. Estava prestes a revelar para Mary que era o Homem-Aranha. Mas, mudou de ideia ao se lembrar que estavam rodeados de gente.

—É oficial! - Flash gritou no meio da multidão. - A doida de gelo pirou de vez! - Riu. Nerfi fechou a cara.

—Ah, eu vou matar esse garoto.

Ele seguiu na direção de Flash em passos pesados e apressados. Mary e Peter os seguiram imediatamente. Nerfi agarrou Flash pela gola da camisa, pegando-o completamente distraído, e o levantou no ar, deixando-o de cara consigo. Seus olhos brilhavam de raiva e Flash tremeu, assustado.

—Como você se atreve? - Rosnou. - Minha irmã está doente, seu estúpido! - Nerfi o apertou pelo pescoço, furioso. Ninguém ao redor teve coragem de se mover para impedi-lo.

—Mas, a-a-achei que v-você go-o-sta-ta-sse de zoar a Evie. - Gaguejou. Nerfi soltou uma gargalhada sombria.

—Deixa eu te explicar uma coisinha. - Sorriu, soltando Flash. - A Evie é minha irmã - Ele ajeitou a gola da camisa de Flash enquanto falava, só pelo prazer de vê-lo tremer de medo. - eu sou da família, entende? - Perguntou intimidadoramente baixo. - Eu posso, você não. Compreende a diferença? - Flash assentiu com a cabeça freneticamente. - Agora - Nerfi esboçou um sorriso. - eu vou mandá-lo para Hell. E, vai ser muito doloroso, eu prometo. - Sussurrou.

—Nerfi, não faça isso. - Peter se intrometeu, mas ele não se importou.

—Chega! - Mary se colocou no meio de Nerfi e Flash, dando um choque fraco em Nerfi.

—Aí! - Resmungou, mais pelo susto do que pela dor. Flash aproveitou a deixa e saiu correndo para o lado de dentro do hotel. Nerfi fez uma carranca.

—Não vai matar ninguém agora. Não é hora para espetáculos.  - Disse Mary baixo. - Vá atrás da Evie! Ela precisa de ajuda. - Nerfi deu um longo suspiro, contrariado, e deu as costas para todos, seguindo em direção às montanhas.

O garoto continuou seguindo em frente, ignorando o vento gelado e puxando o casaco para si, tremendo de frio.  

—Droga, pai! - Murmurou baixinho. - Poderia ter me concedido características de um Jotun. -  Nerfi continuou andando até chegar o mais próximo de uma das montanhas. - EVIE! - Gritou. Um eco se fez. Nerfi expirou, esfregando as mãos geladas. - EVIE! - Ele voltou a andar, até encontrar uma caverna na base de uma das montanhas. Ele escutou um soluço baixinho e colocou a cabeça na saída da caverna, para espiar o lado de dentro. - Evie?

A menina não se moveu, e permaneceu sentada no chão da caverna, abraçando as pernas e com o rosto escondido entre os joelhos. Estava chorando. Nerfi aproximou-se cautelosamente.

— Está consciente?

—Uhum. - Ela não conseguia parar de chorar. Seu corpo tremia de pânico e haviam pequenos cortes em suas mãos.

— Hey. - Nerfi disse baixo. - Está tudo bem agora. Já acabou. - Acrescentou. - Já passou.

Ela levantou o rosto, enxugando as lágrimas com uma mão e tentando parar de tremer. Evie respirou fundo algumas vezes, até se estabilizar.

— Eu machuquei alguém? - Perguntou baixinho.

— Está preocupada se machucou algum humano idiota? - Arqueou uma sobrancelha. - Não. - Deu de ombros. - Mas, se serve de consolo, estive muito perto de matar um há poucos minutos atrás. - Sorriu. Evie soltou uma risada fraca, ainda tentando limpar as lágrimas.

—Nosso pai vai ficar orgulhoso de você.

Nerfi assumiu uma expressão séria.

— Não acho que isso seja possível. - Respondeu com certo ressentimento.

— Ele tem orgulho de você. - Respondeu baixinho. - Mais do que você imagina. - Nerfi encarou as próprias mãos.

— Vamos para casa. - Ele estendeu uma mão para ajudá-la a levantar. Evie demorou, mas aceitou a ajuda. Os dois seguiram para fora da caverna em passos lentos. - Será que você consegue andar um pouco mais rápido? - Resmungou. - Está congelando aqui. - Evie deu um sorriso fraco.

— Quer um casaco, bebê javali? - Brincou.

— Não. Isso seria humilhante demais. - Murmurou, mas logo depois sorriu. E, os dois seguiram em direção ao hotel.


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