OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 24
Capítulo XXIII - O último encontro


Notas iniciais do capítulo

Bom diaa! Obrigada Thay Paixão e Peh M Barton por comentarem ♥ ♥

Chegamos a uma parte super importante da história. Espero que gostem. Bjs *.*



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Bruce estava em seu laboratório, terminando de analisar os exames de Evie. Estava atento em sua mesa, de olho em cada pedaço de papel com os resultados. Sua assistente estava ocupada fazendo algumas anotações em outra mesa. Conforme lia os resultados, o cenho de Banner franzia de surpresa e preocupação. Sua assistente se aproximou, curiosa com a reação de Bruce.

—Algum problema, dr. Banner? - Perguntou com cautela. Bruce não tirou os olhos dos exames para responder. O que ele estava vendo não parecia ser real. Ele nunca vira algo como aquilo antes.

—Os exames da Evie. - Respondeu por fim. - Tem alguma coisa no organismo dela. - Ele encarou a assistente. - Eu não sei o que é. Mas, parece que isso está  consumindo o corpo dela. - Ela franziu a testa. - Como uma praga. - Completou. Bruce sabia e estava decidido. Ele tinha que falar com o Loki urgentemente.

Do outro lado da cidade, na base da S.H.I.E.L.D, Natasha acessava o computador central da agência, conferindo as informações recolhidas na Operação Oscorp. Não havia mais ninguém na sala e Romanoff puxou uma cadeira para sentar-se. A ruiva digitou a senha de acesso e uma pasta de arquivos abriu na tela do computador. Entre documentos e arquivos de depoimentos, Natasha abriu a pasta separada para informações sobre o antivírus vivo criado por Dr. Lowell. Seus olhos percorreram rapidamente pelos escritos, mas pararam ao ver um nome específico. Estava ali, bem nítido, coletado dos arquivos  secretos da Oscorp, uma informação que ela não havia reparado antes - o antivírus vivo já havia sido testado antes. Em alguém. Uma única pessoa. Natasha levantou da cadeira em choque, observando a foto e o nome da pessoa em questão. Evie Swart Lokison. 17 anos. Estado presente: Viva.



Evie

 

O sábado chegou rápido. Graças ao complexo de vitaminas que o dr. Banner receitara para mim eu estava me sentindo muito melhor. Eu já não tinha mais tosse ou febre, e me  sentia um pouco mais forte. Talvez fosse mesmo apenas imunidade baixa e eu estive me preocupando por nada. Havia uma explicação para isso, afinal - Nerfi. Ele havia quebrado a ligação mágica que existia entre nós, e, segundo Loki, foi isso que tinha derrubado a minha imunidade. Apesar das vitaminas e do dr. Banner ter nos garantido que era apenas imunidade baixa, algo em mim não me deixava totalmente tranquila. Um mal pressentimento estava me rodeando. Talvez fosse por causa das visões assustadoras que eu tivera. Visões com Jotunheim, mortos, até mesmo Peter. Isso me atormentava mais do que qualquer possível doença que eu pudesse ter.

Um vento gelado soprou em minha janela e eu a fechei. Não que eu realmente me incomodasse com o frio, mas o vento faria uma bela bagunça em meu quarto. Terminei de pentear o cabelo em frente ao espelho e ajeitei a minha roupa. Eu tinha marcado de sair com o Peter. Só esperava que meu pai não implicasse com isso também. Estava prestes a descer para falar com Loki quando meu celular tocou, anunciando uma chamada de vídeo. De Mary. Franzi o cenho, surpresa, e atendi.

— Mary? - Perguntei. Ela fez uma careta.

— Como vai, vadia preguiçosa? - Perguntou em seu tom entediado de sempre. - Quando é que vai levantar a bunda do sofá e voltar ao trabalho?

— Estou bem, obrigada por perguntar, Mary. - Respondi irônica. Mary revirou os olhos.

— Estou falando sério, sua molenga. Você não melhorou ainda não? - Disse impaciente. Soltei uma risada.

— Estou um pouco melhor, se é isso que quer saber. - Respondi por fim. - Acho que vou voltar em breve. - Dei de ombros.

— Acho bom mesmo.

— Mary, você é delicada como um coice de mula. - Respondi sarcástica. Ela me mostrou o dedo do meio como resposta.

— Eu tenho que ir agora. - Ela deu uma breve olhada por cima do ombro. - E faz uma hidratação nesse cabelo. Seja uma moribunda. Mas seja uma moribunda de cabelos hidratados. - Sorriu. Soltei uma risada fraca, balançando a cabeça. Mary soltou uma risada antes de desligar. Era sempre assim. Nossas conversas amigáveis pareciam mais provocações para lutar num ringue de MMA.

Guardei meu celular em minha bolsa e desci praticamente correndo até a sala. Encontrei Loki no sofá, de pernas cruzadas, lendo um livro, enquanto meu irmão falava alguma coisa com ele. Esperei a uma certa distância. Eu e Nerfi não estávamos nos falando desde de nossa última briga. Para nada, nem mesmo provocações baratas. E, eu não tinha certeza se iríamos voltar a nos falar algum dia. Se ele me odiava, era melhor manter distância.

— Eu preciso que assine essa autorização de uma excursão da escola. Para Ouray, no Colorado. - Ele entregou um pedaço de papel a Loki, que o encarou com uma sobrancelha arqueada. Meu pai não falou nada, apenas assinou a autorização e entregou de volta ao meu irmão. Nerfi deu um meio sorriso e se afastou. Ele me encarou por um breve segundo quando passou por mim, mas nenhum de nós disse nada.

Meu pai voltou sua atenção para o livro, dando um longo suspiro. Me aproximei vagarosamente, observando-o.

— Pai. - Chamei. Loki não tirou os olhos do livro, concentrado.

— O que você quer? - Perguntou baixo, como se já soubesse que eu ia pedir algo.

— Como sabia que eu queria alguma coisa?

Ele soltou uma risada fraca, ainda com os olhos no livro.

— Conheço muito bem as criaturas conhecidas como meus descendentes. Vocês não me enganam nem um pouco.

— Eu posso sair com o Peter? - Pedi de uma vez só.

— Tudo bem.

— Mas, por que… Espera. - Franzi o cenho. - Você disse que eu posso? Sem nem ter um ataque antes? - Eu mal conseguia esconder o quão pasma eu estava. Meu pai levantou os olhos, e arqueou uma sobrancelha.

— Quando você pede para sair com o Peter, você pede porque realmente quer sair com ele ou porque quer me ver tendo um ataque histérico? - Perguntou perdido em pensamentos. Dei um sorriso sem graça.

— Porque eu quero sair com o Peter, é claro!

Ele estreitou os olhos, parecendo não ter se convencido de minha resposta.

— Vá logo antes que eu mude de ideia e resolva arrancar a cabeça do Inseto Parker só para passar o tempo! - Disse mal-humorado.

— Não. Não. Não. - Respondi rápido. - Não mude de ideia. - Apressei os passos até a porta. - Tchau, paizinho. - Bati a porta no momento em que escutei uma gargalhada de Loki. E que ele não estivesse aprontando nada!

Quando coloquei os pés para fora de casa  dei de cara com Peter. Ele havia acabado de chegar e parecia estar decidindo se tocava a campainha ou não. Dei um sorriso.

—Evie! - Sorriu. - Ainda bem que você apareceu antes. Não queria mesmo ter que encarar seu pai. - Sussurrou. Soltei uma risada.

—Relaxa, Pete. Ele está de bom humor hoje.

—E por acaso isso é possível?

—Não sei. - Confessei. - É melhor irmos antes que o humor dele mude de novo. - Peter assentiu.

Nós dois seguimos em passos preguiçosos pelas ruas, sem direção exata, até que decidimos ir a uma sorveteria próxima. Peter me contou como andava a escola enquanto caminhávamos. Parecia que eu não ia à escola há uma década. Haviam tantas novidades que eu não conseguia nem mesmo acompanhar.

—Você acha que já vai estar bem o suficiente para ir na excursão de Ouray? - Perguntou por fim. Estreitei os lábios.

—Acho que sim. Já me sinto bem melhor. O Dr. Banner disse que era apenas imunidade baixa.

Peter sorriu. Chegamos à porta da sorveteria e ele deu um suspiro fraco.

—Não está um pouco frio para tomar sorvete? - Franziu o cenho.

—Sério? Eu não estou sentindo. - Respondi bem humorada. Peter arqueou uma sobrancelha, quase fazendo uma careta.

—Evie, você não sentiria frio nem que ficasse presa num bloco de gelo no meio do Ártico.

—Isso foi um elogio?

— Eu não disse que era.  - Sorriu.

Fechei a cara, fingindo estar ofendida.

—Mas, como eu aprecio muito estar vivo - Ele se aproximou e deu um beijo na ponta do meu nariz de forma carinhosa. - considere isso como um elogio. - Contive um sorriso.

—Peter? Evie? - Uma voz feminina familiar chamou nossa atenção. A loira puxava o cachecol mais para cima em seu pescoço. Ela sorriu para nós, amigável. Eu lembrava dela da Oscorp. Seu nome era Gwen.

—Gwen! - Disse Peter surpreso. - O que está fazendo por aqui?

—Nada de importante. - Deu de ombros. Meus olhos percorreram de um para o outro, não sabendo o que falar.

—Ah! Acho que vocês duas já se conhecem um pouco, mas não foram apresentadas devidamente. - Tagarelou. - Evie, esta é a Gwen, uma amiga do estágio. - Ele sinalizou com as mãos. - Gwen, esta é a Evie, minha namorada. - Sorriu. Gwen franziu o cenho.

— Achei que você namorasse a filha do… - Ela se interrompeu e arregalou os olhos. - Ah! Você é a filha do Loki! Isso explica muita coisa. - Esbocei um sorriso tímido.

— Por que não entramos? - Peter sugeriu. - Aqui fora está frio! - Gwen me encarou, sem graça. Como se não quisesse atrapalhar.

—Está tudo bem. - Respondi para ela. - Vamos! - Gwen sorriu e nos acompanhou até o interior da sorveteria. Tomamos nossos lugares à uma mesa e pegamos os cardápios.

— Eu vou pedir algo quente. Ou eu vou congelar. - Comentou Peter sem tirar os olhos do cardápio.  

— Eu vou pedir um sundae. - Sorri. - Quanto mais gelado melhor. - Gwen franziu o cenho, assustada.

— Ela não sente frio. É a própria Elsa. - Peter explicou rápido para Gwen e ela franziu a testa.

—Acho que vou pedir um cappuccino. - Anunciou amigável. - Com brownies. - Sorriu. - Eu amo brownies, eles só não são melhores que muffins e Harry Potter. - Completou rindo.

Meus olhos se arregalaram no mesmo instante. Eu conhecia muito bem esta frase. Como eu poderia me esquecer, afinal? No meio da minha crise de pânico na loja de perfumes alguém me dissera a mesma coisa. Exatamente a mesma coisa. Poderia ser uma coincidência, mas eu sabia que não era. Por Odin! A Gwen era a Mulher Aranha. Como eu não percebi antes? Tudo parecia claro para mim agora. A voz era a mesma e o jeito de falar. Gwen continuou olhando seu cardápio, distraída. Ela não parecia ter percebido o erro que havia cometido em dizer a mesma coisa na minha frente. Sim. Porque eu tinha certeza que ela me reconhecera. Mentiras sempre apareciam, afinal. Isso era algo que eu havia aprendido. Não importava se você era filha do deus da mentira, ou o próprio deus da mentira. A verdade sempre viria à tona, de um jeito ou de outro.

—Evie? - Peter estava passando as mãos na frente dos meus olhos para me tirar do transe. Só então percebi que uma garçonete esperava pelo meu pedido.

—Ah, esculpa. - Pedi. - Um sundae para mim. - Ela anotou e se afastou.

— Eu vou no banheiro um minuto. - Anunciou Peter. - Eu já volto. - Ele levantou-se e sumiu de nossas vistas, nos deixando sozinhas.

— Eu sei quem você é. - Eu disse baixinho. Gwen me encarou, confusa. - Você é a mulher aranha. - Gwen arregalou os olhos.

—O que? Não sou não. - Respondeu rápido, quase nervosa.

—Não se preocupe. Não vou contar para ninguém.

Ela olhou ao redor para conferir se alguém nos ouvia.

— Por favor, não conte. - Pediu baixinho. - Só você sabe.

—Não vou contar. - Dei um sorriso fraco.

—Obrigada. - Respirou aliviada.

—Obrigada por me ajudar.

Ela sorriu.

—Não há de quê.

Avistei Peter voltando do banheiro e fiz um sinal com a cabeça para encerrar o assunto. Peter sentou-se em seu lugar novamente e nos encarou.

— Do que estavam falando? - Perguntou curioso. Gwen pareceu se enrolar e eu respondi primeiro.

—Estávamos falando mal de você. - Sorri. Gwen soltou uma risada, quase engasgada.

—Vejo que estou ferrado então. - Resmungou. Soltamos uma risada em uníssono.

 

***

Depois de conversarmos por mais de uma hora, tivemos que ir embora. Gwen seguiu por um caminho, e eu e Peter seguimos por outro. Gwen era uma boa pessoa, e foi bom conversarmos. Eu quase ri da ironia do destino. Peter e Gwen trabalharam juntos e ambos eram “aranhas”, mas nenhum dos dois sabia disso. Estavam tão perto e nem imaginavam isso. E, agora, eu sabia o segredo dos dois e não podia contar nada. Eu devia isso a Gwen, afinal. Ela me ajudara em um momento de sufoco e se não fosse por ela eu não sabia o que poderia ter acontecido.

Dei um suspiro fraco enquanto caminhávamos pela calçada vazia e silenciosa. O vento soprava forte e gelado. Peter puxou o casaco para si antes de me encarar com o cenho franzido de preocupação.  

— Por que está tão calada? - Ele rompeu o silêncio. Só então percebi que eu não tinha falado nada desde que saímos da sorveteria. - Está se sentindo mal?

— Estou bem. - Sorri. - Não é nada. - Dei de ombros. Ele esboçou um sorriso e continuamos andando. Passamos em frente a um mercadinho e Peter parou, enrijecendo o ombro automaticamente. Como se tivesse sentido algo. Ele olhou para dentro do estabelecimento, pelo vidro transparente, e respirou pesado. - O que foi? - Perguntei preocupada.

Peter continuou atento, encarando alguém, sério. Era um homem, não muito alto, perto de um caixa eletrônico dentro do pequeno mercado. Do outro lado do mercado, não muito longe, havia outro homem, de olho em tudo, e atrás do mesmo, um outro rapaz. O lugar estava praticamente vazio.

— Vai haver um assalto ali. Eu tenho certeza. - Respondeu baixo. Mordi o lábio inferior. Peter respirou fundo e me encarou. - Mas, a polícia pode resolver isso. - Disse mais para si mesmo do que para mim. - Nós estamos num encontro. - Ele deu um sorriso fraco.

— Peter - Suspirei. - vá! - Dei um sorriso fraco.   

— Você não se importa?

— Você é o homem-aranha. - Sussurrei. -  Faz parte de quem você é. Vá! - Peter sorriu e saiu em disparado na direção do mercado. Antes de chegar na porta, ele parou e se virou para mim.

— Sabe, se você me ajudar ainda vai ser um encontro. - Disse baixo.

Contive um sorriso antes de seguir na direção no mercado, enquanto Peter sumia da minha vista. Ele provavelmente fora vestir o traje. Eu adentrei no local sozinha, sentindo a adrenalina se agitando em minhas veias. Da última vez que eu estivera presente num assalto, não tinha conseguido nem mesmo me mover por causa da crise. Mas, agora seria diferente. Eu não estava com medo desta vez, o que era surpreendente. O medo aparecia e desaparecia sem me avisar. Eu não tinha controle. E, por um momento, me senti feliz pelo pânico não tomar conta de mim neste momento.

O mercado realmente estava vazio. Havia apenas um senhor, que devia ter aproximadamente setenta anos, no caixa. O homem não era alto, e tinha a pele enrugada e eu deduzi que ele era o dono do lugar. Ele parecia distraído demais, quase cochilando. O moreno que estava no caixa eletrônico me lançou um olhar curioso e eu fingi estar interessada na prateleira de doces e batatinhas. Outros dois homens se aproximaram do caixa de forma suspeita. Mais um outro permaneceu olhando de longe. Eram quatro no total. Eles iam anunciar o assalto. Peter estava certo. Um dos homens tirou uma arma da cintura e apontou para a cabeça do senhor, que respirou assustado.

— Se resistir, vai morrer. - Ele disse para o pobre idoso.

Algo gelado tocou as minhas costas e eu percebi que havia outro homem atrás de mim, pressionando um revólver contra as minhas costelas. O meu estômago se agitou e eu senti uma ponta de medo. Antes que o meu medo se tornasse pior, Peter pulou do teto, vestindo o traje do homem-aranha, e pulou nas costas do assaltante, derrubando- o no chão. Sorri. Era hora de agir. Me virei bruscamente, de uma vez só, e acertei um soco forte no nariz do homem que estava atrás de mim. Ele cambaleou para trás, segurando o nariz ensanguentado e eu aproveitei a deixa para arrancar o revólver de suas mãos. Segurei a arma firme e acertei o queixo do homem com meu pé. Ele caiu no chão, desacordado e eu larguei a arma de lado. Peter acertou um dos assaltantes e o prendeu na parede com as teias. Ouvi um disparo e o dono do mercadinho se escondeu atrás do balcão, assustado.

Tsc, tsc. Que coisa feia! - Peter disse, enquanto lutava com o último assaltante em pé. - Seus pais nunca lhe disseram que é feio roubar? - Peter pulou no teto e lançou a teia no homem, imobilizando seus braços. Preso, o assaltante desequilibrou e caiu.

Sorri, orgulhosa. Escutei um grito arranhado atrás de mim e me virei em tempo de avistar o assaltante que eu havia derrubado partir para cima de mim com uma faca. A arma venho em direção ao meu rosto brutalmente, mas parou a poucos centímetros da minha bochecha, com um impacto. Peter segurou o braço do homem firmemente por cima da minha cabeça, impedindo-o de me acertar. Senti a respiração de Peter ofegante em minhas costas e o assaltante arregalou os olhos, fazendo força contra o braço dele. O homem falhou miseravelmente em sua tentativa de se libertar.  

— Mexeu com a pessoa errada, amigo. - Peter disse bem-humorado.

Eu encarei o assaltante, quase rindo de descrença, e entrei em sua mente, provocando um incômodo tão insuportável que o homem perdeu as forças nas mãos e deixou a faca cair no chão. Com um golpe final, deixei magia sair por minhas mãos e o acertei no peito, arremessando-o contra a vidraça. O vidro de partiu com o impacto, e ele caiu do lado de fora do mercado. Sorri comigo mesma. O dono do mercado levantou-se detrás do balcão e observou a bagunça e os homens presos em teias, assustado.

— Liga pra polícia! - Pediu Peter e me puxou pela mão, me arrastando de dentro do mercado.

Em um minuto, Peter sumiu e apareceu novamente, já vestindo suas roupas normais. Ele me puxou pela mão e saímos correndo pelas ruas, nos afastando do mercadinho. Olhei para trás algumas vezes e vi um carro de polícia chegando no lugar. Respirei aliviada. Continuamos correndo sem parar, com os dedos entrelaçados. Passamos por uma rua, ainda correndo e chegamos em frente a minha casa. Eu parei de correr, sentindo meu coração quase pular pela boca e soltei a mão dele. Peter me encarou e nós dois soltamos uma gargalhada.

— Eu não posso correr mais. - Eu ri, entre arfadas. Peter colocou uma mão na barriga, também ofegante e tentou tirar uma mecha de cabelo que caía em seu rosto. - Eu quase levei uma facada. - Soltei uma gargalhada esganiçada. Peter franziu o cenho e depois riu.

— Você está rindo disso?

—Estou chorando por dentro. - Suspirei.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, antes de começarmos a rir de novo.

— Você viu a cara de medo daquele assaltante? - Peter limpou uma lágrima do rosto. - Este foi o encontro mais louco que eu já estive.

—Você não esteve em muitos encontros. - Cruzei os braços, ainda rindo.

— Você também não. - Rebateu no mesmo tom e sorriu. Enlacei seu pescoço, num abraço e lhe roubei um beijo rápido. Peter abraçou minha cintura, sorrindo. Estava prestes a beijá-lo novamente quando escutei um barulho na porta. Peter me soltou imediatamente.

—Evie? - O Dr. Banner e meu pai apareceram na porta de casa. Pela ruga na testa do doutor, eu sabia que não tinha uma boa notícia.


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