OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 21
Capítulo XX - Não, não e não!


Notas iniciais do capítulo

Bom diaa! Muito obrigada piccolo fiore por favoritar (e comentar também ♥). Obrigada também Derek Stefan e Peh M Barton por comentarem ♥

Espero que gostem. Bjs *.*

P.S.: Eu ainda não sei, mas talvez eu não consiga postar no sábado. Eu vou tentar.



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Algumas horas antes...

 

Era manhã ainda quando Loki recebeu uma ligação da Midtown High School. A princípio o deus estranhou a ligação, mas reconheceu a voz da diretora da escola, a srta. Lencase. Ela pediu que ele comparecesse à escola para que pudessem conversar sobre um assunto importante e urgente. Loki resmungou, mas sentiu pelo tom de voz da midgardiana que devia ser algo grave. Seus instintos não o enganavam.

O deus foi direto para a escola. Sem ilusões desta vez. Ele estava preocupado, apesar da máscara de tranquilidade que estampava no rosto. Ele se dirigiu diretamente para a direção, onde encontrou a srta. Lencase, o aguardando.

— Bom dia, sr. Laufeyson. Sente-se, por favor. - Pediu. Loki respirou fundo e sentou-se na cadeira à sua frente. Ela suspirou, séria.

— Por que a midgardiana me chamou?

— Precisamos falar sobre um de seus filhos.

Ele franziu o cenho, impaciente.

— É o Nerfi, não é? - Perguntou irritado. - O que ele fez desta vez?

— Na verdade, não é sobre o seu filho. Para ser honesta, ele é um excelente aluno, apesar de ser um pouco explosivo de vez em quando. Ele tem ótimas notas, o que é impressionante já que nunca esteve numa escola antes. Se continuar desse jeito, pode ser admitido numa boa universidade. - Ela corrigiu rapidamente. - Eu o chamei aqui porque precisamos falar sobre a sua filha, Evie.

— Ah! - Ele recostou-se na cadeira. - O que tem a Evie?

— A Evie sempre foi uma aluna regular. - Suspirou. - Sempre muito distraída. Ela é inteligente, mas é preguiçosa. - Loki conteve um sorrisinho. Ele conhecia muito bem a filha que tinha. - As notas dela sofreram uma melhora no início deste ano, mas caíram de novo. O desempenho escolar dela está fraco.

— O que quer dizer? - Cruzou os braços, desconfiado.

— Tenho recebido reclamações de alguns professores. - Explicou cautelosamente. - Sua filha tem dormido nas aulas e não faz a maioria dos trabalhos. Sem contar que… - Ela hesitou. - Ela parece estar doente e cansada. - O deus franziu o cenho, quase tenso. - Uma das professoras me entregou este caderno. Ele pertence à Evie. - A srta. Lencase tirou o caderno da gaveta e entregou a Loki. Ele o abriu, curioso, e observou alguns desenhos de tronos. Loki fechou a expressão quando reconheceu os desenhos. Ele sabia bem o que eram. Só não sabia como Evie conhecia aquilo.

Evie

 

Por um breve momento, eu vi toda a minha vida passando como um filme em minha mente. Algumas pessoas costumavam dizer que era assim que todos sentiam-se quando encaravam a morte de perto. Mas, foi assim que eu me senti no instante que descobri que meu pai sabia de tudo o que estava acontecendo. Talvez, a minha maior agonia foi não ter podido interpretar sua expressão. Não sabia se ele estava preocupado ou furioso, mas eu pressentia que a nossa conversa não seria muito agradável.

Natasha se levantou cautelosamente, nos fitando. Ela pigarreou um instante.

— Bem, eu vou indo. - Ela me encarou. - Espero que saiba que fiz isso para o seu bem. - Suspirou. Nat apenas seguiu até a porta e saiu, deixando meu irmão e eu sozinhos com Loki.

—Nerfi, vá para o seu quarto. - Pediu sem tirar os olhos de mim. Meu irmão não protestou e subiu direto sem dizer uma palavra sequer. O tom de nosso pai não estava para brincadeiras.  - Sente-se! - Exigiu. Puxei uma cadeira e me sentei à mesa, com a cabeça baixa.

—Pai, eu…

—Estive em sua escola hoje. - Interrompeu. Seu tom de voz era baixo e gélido. Levantei meus olhos, observando-o. Loki andava em passos lentos de um lado para o outro, como se estivesse examinando minha reação. - A diretora midgardiana me contou coisas.

— Ela pode ter exagerado. - Encolhi os ombros.

— Ela não mentiu. - Disse seco. - Ninguém pode mentir para mim. A não ser, é claro, a minha própria filha. - Ele soltou uma risada sem humor, mas sua expressão era sombria. - Agora, me diga, por que mentiu para mim? - Perguntou entre dentes. Ele não esperou que eu respondesse para continuar. - Eu sou seu pai e, aparentemente, sou o último a saber o que está acontecendo com você! - Ele quase gritou. - Sei que não sou como sua mãe e que deve ser difícil para você. Mas eu ainda sou seu pai e você precisa confiar em mim!

—Desculpe. - Murmurei. Ele respirou fundo.

— Natasha também me disse que você não está bem. - Suspirou. - Está na hora de parar. - Disse mais calmo. O encarei, confusa.

—O que quer dizer?

— Não tem mais S.H.I.E.L.D para você. - Respondeu decidido. - Você precisa parar.

—O que? Isso não é justo. - Protestei. - Estamos no meio de uma investigação e…

— Você precisa parar. - Disse baixo. - E, eu não falo só do trabalho. A escola também. Você não vai colocar os pés para fora de casa até que eu decida que você está bem. Já conversei com a sua diretora e ela concorda.

—Mas, pai, eu não posso perder esse trabalho. - Choraminguei. Não podia perder tudo que tinha conquistado assim. Eu não estava doente. Senti minha garganta arder. Com o meu corpo fraco, minhas emoções estavam muito mais descontroladas do que deveriam. Contive as lágrimas que ameaçavam se formar em meus olhos.  - E a escola. Eu tenho muitas coisas.

— Você só tem dezessete anos, Evie. - Respondeu calmamente. - É muito nova ainda. Não tem que fazer tudo ao mesmo tempo. Tem uma vida inteira pela frente. Você precisa descansar.

— Está me colocando de castigo por ter mentido para você? - Questionei.

— Castigo? - Ele negou com a cabeça. - Isso não é um castigo, Evie. Estou tentando te ajudar. Você está doente!

— Eu não estou doente. - Rebati nervosa.

— Olhe para você. É claro que você está. - Respondeu sério. - Eu devia ter percebido isso antes. - Admitiu. Fiquei em silêncio. Minha cabeça latejava de dor e meu corpo ainda estava quente. - E, não é só isso. - Ele fez surgir um caderno em sua mão. O meu caderno de desenho que a professora tomara de mim. Contive um resmungo. - Olhei seus desenhos. Você desenhou o trono de Jotunheim. - Então, era com Jotunheim que estivera sonhando nos últimos tempos. Eu quase franzi a testa, surpresa. - Eu só me pergunto como, já que você nunca esteve lá. - Loki jogou o caderno para mim e eu segurei em minhas mãos. - Há algo que queira me contar? - Cruzou os braços.

Dei um longo suspiro, apenas o fitando. Ele não iria desistir enquanto eu não falasse tudo.

— Eu… - Hesitei por um instante. - Tenho sonhado com esse lugar. - Contei de uma vez só. Meu pai franziu o cenho, surpreso, e levou a mão à testa.

— Sonhado? Como assim? - Perguntou desconfiado. Mordi o lábio inferior. - Evie? - Ralhou.

— Na verdade, são visões. - Confessei. Meu pai sentou-se numa cadeira vazia, como se estivesse em choque.

— Há quanto tempo sabe que são visões?

— Desde o ano passado. - Respondi baixinho. - Quando estava no hospital, eu… - Tentei buscar palavras para descrever o que havia acontecido, o que foi quase impossível. - Encontrei alguém em meus sonhos que me explicou e me devolveu as memórias de quando era criança.

Quem você encontrou? - Arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

— Meus avós.

Loki arregalou os olhos e levantou-se rapidamente, tentando digerir a informação.

— Você encontrou com Frigga e Odin? - Ele quase gaguejou. Assenti com a cabeça. - Por que não me contou isso antes? - Loki não estava bravo, e sim, nervoso, ou muito surpreso.

— Eu não sei. - Gaguejei.

Ele deu um longo suspiro.

Ele…— Meu pai pigarreou ao se referir ao meu avô. - Tratou você bem? - Perguntou cauteloso. - É... Hm… Como uma neta legítima? De verdade? - Dei um sorriso fraco e assenti. Loki respirou fundo, piscando rápido demais. - E, o que mais ele lhe disse?

Que eu sou herdeira dos dois tronos. Pensei. Mas, eu não podia contar isso ao meu pai. Eu o conhecia bem. Era ambicioso demais e esta era uma informação perigosa. Não sabia como ele iria reagir, mas sabia que não era uma boa ideia.

— Só isso. - Menti. Meu pai estava tão mergulhado em pensamentos que nem sequer notou a minha mentira. Ele sentou-se novamente, apoiando uma mão no queixo e o cotovelo na mesa.

—Daqui pra frente eu quero saber de tudo que acontece com você, entendido?

Assenti com a cabeça devagar.

— E, sobre o que são essas visões? - Quis saber, ansioso. - O que você tem visto exatamente? - Dei um suspiro fraco.

— Um trono de gelo. E, alguns mortos também.  

Meu pai ficou em silêncio, perdido em pensamentos novamente. Ele balançou a cabeça negativamente.

— Isso, certamente, não é um bom sinal. - Disse por fim. E, eu tive que concordar.

 

***

Eu passei a maior parte da manhã seguinte dormindo. Eu não pude ir à escola, porque meu pai realmente não deixou. De qualquer forma, eu não conseguiria mesmo. Minha febre havia cedido um pouco, mas meu corpo ainda continuava fraco e dolorido. Além, é claro, de uma tosse que ficava mais intensa a cada instante. Tomei alguns comprimidos, mas eles pareciam não fazer efeito algum para mim. Nem mesmo o xarope. Isso me deixava impaciente. Eu odiava me sentir presa e incapaz de fazer o que eu queria. Odiava pensar na possibilidade de estar doente, por mais que fosse apenas um resfriado.

As horas passaram, e eu não consegui almoçar. Não sentia fome e não conseguia parar de pensar no que acontecera na escola no dia anterior. Por que eu não lembrava de de ter entrado na mente de Jhonny? Mesmo nas vezes em que eu perdera o controle de meus atos, por conta da raiva, eu não havia esquecido o que tinha feito. Talvez meu irmão estivesse certo, afinal, e eu estivesse apenas cansada demais, por mais que eu não quisesse admitir.  Ou então, sob o efeito da extra dose de aspirinas que eu havia tomado. E, ainda haviam as minhas visões sobre Jotunheim. Por que diabos eu estaria sonhando com a terra dos gigantes de gelo? Por um momento, senti um calafrio. O toque do meu celular interrompeu meus pensamentos. Peguei o celular que estava ao meu lado, na cama, e atendi. Era Peter.

— Hey, Evie, como está se sentindo?— O tom de preocupação em sua voz era evidente. Dei um suspiro fraco.

Ficar presa em casa me faz me sentir mais mal do que a própria febre.— Murmurei. Ele soltou uma risada baixa. - É que o meu pai é um ser muito cruel e me prendeu dentro de casa!— Gritei, para que Loki escutasse na sala.

— OBRIGADO PELO ELOGIO! -  Ouvi a voz de meu pai vinda da sala. - PODE RECLAMAR À VONTADE! NÃO VAI SAIR DO MESMO JEITO! - Bufei.

— Nerfi me contou que o Loki não quer que você saia. — Peter respondeu baixo no telefone. Uma ideia atravessou a minha mente.

— É! Bem que um certo homem-aranha poderia me ajudar a escapar pela janela.— Cantarolei. Peter estalou a língua.

— Não, não, não!— Respondeu rápido.

Pete… - Resmunguei.

— Seu pai está certo, Evie.— Respondeu baixinho. - Você está doente. Precisa descansar. E, eu não vou tirar você pela janela enquanto você estiver doente.

— Arg! — Ele soltou uma risada. - Meu pai te ameaçou de novo?

—  Desta vez não. - Suspirou. - Mas, sei que ele não hesitaria se eu fizesse alguma coisa errada.— Disse bem-humorado. — Quando estiver se sentindo melhor lhe passarei as matérias atrasadas.— Soltei um resmungo. - A não ser que queira perder o ano.

— Certamente não. Obrigada, Pete.

Sempre que precisar.— Escutei um barulho pelo telefone. Peter ofegou.

— O que foi isso?— Arqueei uma sobrancelha.

— Ah! Eu tenho que ir! — Arfou.

— Peter!

— É urgente! — Pelo barulho deu para perceber que Peter estava voando. Soltei uma risada, incrédula. - Fica bem! — A ligação caiu. O dever o chamava.

Larguei o celular de lado e escorreguei para fora da cama. Me arrastei até a cozinha, onde encontrei Loki com uma tigela na mão, preparando alguma coisa. O cheiro não era nada familiar. Me sentei à bancada, apenas o observando. Ele despejou o líquido esverdeado numa jarra e depois num copo de vidro.

— Beba isso! - Ele me entregou o copo cheio. Franzi o cenho.

— O que é isso? - Não pude deixar de cheirar o líquido esquisito. Parecia uma mistura de chás e ervas, e, por incrível que pudesse parecer, aquilo cheirava a magia pura.

— É uma receita asgardiana. - Respondeu sério. - Ressucita até os mortos. - Fiz uma careta.

— Como conseguiu ingredientes asgardianos aqui na Terra?

Loki semicerrou os olhos.

— Você está tentando trapacear, mocinha. Pare de fazer perguntas e beba logo isso!

Bem. O cheiro não era tão ruim assim, e o gosto não poderia ser dos piores. Dei de ombros e virei o copo de uma vez só. Eu quase cuspi no mesmo instante. O gosto era muito amargo e queimava a língua como fogo em brasa. Me forcei a engolir aquilo, mesmo que meu estômago estivesse resmungando de desespero.

— Isso é horrível! - Murmurei. Meu pai esboçou um sorriso.

— Eu nunca disse que era bom.

Eu o encarei, pasma.

— Quanto mais amargo. Mais faz efeito. - Deu de ombros.

Uma batida forte na porta ressoou. Loki, com um estalar de dedos, e sem nem mesmo se mover do lugar, fez a porta abrir, revelando um tio muito sorridente. Thor entrou em casa e bateu a porta tão forte que o lugar estremeceu um pouco. Ele deu um sorriso sem graça. Não tinha feito por mal, só não media sua força às vezes.

— Tio Thor! - Sorri. Ali estava a minha salvação para sair de casa. Ele se aproximou e apertou minhas bochechas como sempre fazia.

— Como vai, sobrinha? - Sorriu. - Irmão. - Ele encarou meu pai, que resmungou algo inaudível, como sempre. - Ainda está doente? - Perguntou preocupado.

— Não estou tão doente assim. - Respondi baixo, embora minha aparência dissesse outra coisa.

— Loki, não deveria levá-la a um curandeiro midgardiano? - Franziu o cenho, preocupado.  

— Você quer dizer médico? - Corrigi. Thor deu de ombros, indiferente. Meu pai me fitou por um instante e depois suspirou.

— Acho que não vai ser preciso. Não por enquanto. - Respondeu por fim. - Ela vai ficar em casa até melhorar. Não acho que vá demorar. - Deu de ombros.

— Tudo bem. - Meu tio me encarou. - Que tal sairmos para tomar aquela coisa gelada que chamam de sorvete? - Sugeriu animado. Dei um sorriso e Loki fechou a cara numa carranca.

— Qual parte de ela está doente e não pode sair de casa você não entendeu, Thor? - Meu pai perguntou irritado. Suspirei, desanimada.

— Por favor… - Implorei.

— Não! - Respondeu seco.

— Loki, coitada, olha como ela está triste. - Thor interveio, compadecido de meu sofrimento.

— Eu já disse que não!

Tio Thor!— O encarei, suplicante. Meu pai colocou as mãos na cintura, indignado.

— E não apele para o seu tio só porque ele é um estúpido de coração mole!

— Loki!

— Pai, por favor!

— Eu já disse que não! - Gritou.

— Loki, não seja cruel. - Insistiu Thor.

— Não, não e não! - Disse seco. Cruzei os braços, emburrada, mas meu pai não se importou. Ele recolheu o resto do preparado que estava em cima da bancada e seguiu para guardar na geladeira.

— Não liga não - Meu tio sussurrou para mim. - Ele é um rabugento! - Contive uma risadinha.

— Eu ouvi isso, Thor! - Disse entre dentes, ainda com o rosto na geladeira. Loki se virou para nós. - A propósito, o que está fazendo aqui ainda?

— Eu vim fazer uma visita. - Deu de ombros.

—Não lembro de tê-lo convidado. - Respondeu seco.

—E desde quando eu preciso de convite para visitar minha família? - Franziu o cenho. Loki revirou os olhos. - Ora, somos irmãos. Se me odiasse tanto já teria realmente me matado.

—Me arrependo amargamente por não ter feito isso. - Murmurou baixinho.

—O tio Thor pode ficar para o jantar. - Eu disse decidida. Meu pai semicerrou os olhos, me encarando, irritado. Thor sorriu, animado.

— Não pode não! - Loki rebateu.

—Pode sim! - Dei um sorrisinho vitorioso.

—Que ótimo! - Meu tio vibrou. - Adoro jantar em família! - Loki bufou. Tudo o que eu fiz foi soltar uma risada. Com muita vontade.


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