12 & Clara: A Roda De Fogo escrita por Cassiano Souza


Capítulo 9
O diário delas


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem, desculpem pela demora, mas aqui estamos, em um capítulo em que eu particularmente gostei muito, por ser uma inovação em meu modo de escrever, e por o resultado final. BOA LEITURA!



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UMA PLANTAÇÃO DE MILHO QUALQUER EM YORKSHIRE/ DUAS SEMANAS ANTES DA VOLTA DO DOUTOR

 

E lá estava a Brigadeira, chegando bastante séria e decidida a entender de uma vez por todas, a aqueles círculos malucos, com os seus saltos vermelhos, que acho que fui até eu quem os-dei de presente, no natal passado. Ou será que foi a minha irmã? Bem, não me lembro, mas, isso não vem ao caso. Era um dia de terça ou quarta, e estava um sol de rachar, mas tínhamos problemas aparentemente maiores aqui além dos efeitos do aquecimento global. Sim, talvez nós estejamos sendo mesquinhas! Mas, a Kate não estava nem aí pra isso também. Bom, na verdade estava, mas é que havia algo mais intrigantemente terrível chegando cada vez mais próximo de cada uma de nós.

— 24 metros, senhora. - Diz uma jovem, segurando um tablet, com imagens via-satélite do agrogrifo.

— Muito bem, Nanci. - Respondeu Kate, encarando envolta. – Pior do que aquele impressionista do observatório de Chilbolton.

— É, senhora. - Correspondeu distante.

Kate, fita curiosa a Nanci:

— Ainda nenhuma informação sobre o seu pai?

— Sim. Ele ainda... Nós ainda não sabemos de nada.

— Tudo bem. - Abraçou a garota. – Mas não se preocupe, as super poderosas vão cuidar desse caso.

— Super poderosas?!

— As duas Velmas.

Ah, os apelidos da Kate, ninguém merece! Mas, sei que ela nos ama. E sim, somos nós falando aqui, as Osgoods, símbolos da paz entre humanos e Zygons. A Kate estava num milharal, e nós, em um casebre velho em York. Estava escuro e silencioso, parecia como aquelas cenas de Arquivo X, onde eles entram com uma arma e uma lanterna naquelas casas abandonadas em busca do vilão, só que aqui, não tinham lanternas, apenas os nossos revólveres e as nossas bombinhas de asma.

— Você está vendo ele? - Perguntou uma Osgood à outra, apontando a arma ao escuro. Cada uma, estava em um ponto diferente da casa, e se comunicavam por um pequeno dispositivo em seus ouvidos.

— Ainda nada. Possivelmente, debaixo do sofá, ou chaminé da lareira. - Respondeu, a outra da sala.

— Chaminé? Não acho que ele seja o papai Noel.

— Eu sei, não acredito mais nisso. - Vasculhava embaixo da mesa de centro. – Partiu o meu coração, ficou me devendo os dois últimos Ursinhos Carinhosos que faltavam pra completar a minha coleção.

— Partiu o meu também. O que é seu é meu.

Eu e “eu” jogávamos conversa fora, e procurávamos o nosso alvo, ao mesmo tempo, o que já era mais do que um habito! Mas, enquanto discutíamos tantos assuntos importantes, o alvo foi esperto, e aproveitou a nossa distração, saindo então imediatamente da lareira, e correndo depressa, em direção à cozinha.

— Ele está aqui! - Disse a Osgood da sala, ao escutar a correria da criatura.

— Tudo bem, ele está cercado.

Procurávamos um Graske, um tipo de alien muito comum aqui na Ingleterra, uma espécie possivelmente originada de clonagens, porém, oriundas do planeta Griffoth. São meio feios também, na verdade, bem feios! São baixinhos como um anão, e tem peles levemente alaranjadas, dentes pontudos, e umas coisas tipo... Tipo três tentáculos na cabeça! Eu sei, é bizarro, mas é assim quando se faz parte da vida do Doutor. Porém, o ponto aqui não era este, era capturá-lo, e conseguir o máximo de informações possíveis. Para isso, a de nós que estava na cozinha deu uma séria pancada na cabeça do coitado desse alien. Sério, aquilo deve ter doido muito, foi uma super frigideirada! 

— Você matou ele?! - Perguntou a Osgood com suéter de interrogações bordadas. – Precisamos dele vivo! 

— Eu sei! Acontece que só nocauteei ele. - Responde a Osgood com interrogações na gola. – E são como gambás, ótimos mentirosos.  

— É, igual aquela vez em que quase atropelou o papa. - Ironizou. 

— O que vocês querem? - Perguntou o Graske, derrotado.  

— Informação. - Responde uma das Osgoods.   

— Eu não tenho informação. 

— É claro que tem! Vocês são como ratos, estão por todos os cantos e entre todas as outras espécies, servindo chá ou contrabandeando coisas ou informações. - Uma das Osgoods, ajuda a levantar o Graske. – Diga o que precisamos, e nós o-deixamos em paz. - Fitou séria ao ser. – São vocês que estão por de trás dos círculos? 

Eu nunca fui muito de acredita nisso, afinal Doug Bower e Dave Chorley afirmaram para a mídia inglesa em 1991 que os círculos de Yorkchare de 1978 até 1991 foram feitos por eles, usando uma ferramenta de taboas e cordas. Mas, se a Kate nos passou essa função... Quem somos nós pra reclamar? 

— Não fomos nós! - Negou o Graske. – O meu povo nem tem mais naves, somos só um bando de escravos miseráveis agora! 

— Sim, mas como eu disse, vocês também tem muitas informações. Quem você acha que está fazendo todos aqueles agrogrifos pelo mundo? E mais do que isso, o que aquele símbolo mais especificamente significa? 

— Ah, tudo tem o seu preço, e informações também. 

— E as balas de meu revolver, são um bom preço pra você?

O Graske, engoliu a seco, fitando a arma da Osgood de suéter.  

— Tudo bem, o que você quer? - Disse a outra, abaixando o revolver da cumplicie.  

— Comida. - Respondeu, com olhos cheios de esperança. 

Fazia semanas que ele não se alimentava. Eu garanti: 

— Tudo bem, tem a nossa palavra, terá comida.  

— Muito bem, eu não sei quem fez os círculos!

As Osgoods, o-encararam com um olhar mortal. O Graske esclarece, depressa:

— Mas, sei que é algo relacionado à comércio. 

— Comércio? - Perguntaram ao mesmo tempo.  

— Só o que sei, é um símbolo comum, usado em todas as galáxias vizinhas, pode ser qualquer coisa. Até, alguém roubando e vendendo o milho de vocês! 

— Para que aliens querem milho?! 

— Não sei, por que humanos utilizam fontes de energia esgotáveis? Não há muito sentido, há?  

— Ah...  

Não conseguimos responder, foi uma grande questão. Mas, humanos às vezes são mais estranhos do que alienígenas. Porém, antes de um aprofundamento no assunto, o telefone acabou tocando, só não lembro se havia sido o meu, ou o meu.  

— Alô. Kate? - Atendiam a ligação.  

— Sim, olá. - Respondeu ela. – Caso resolvido? Aposto que não, mas ótimo, esqueçam ele. 

— O quê?! 

— Tenho escondido um outro caso de vocês, um caso envolvendo a UNIT. Achei que seria algo pequeno, e que os círculos seriam mais importantes, mas percebi que isto pode ir muito além. Há algo se aproximando de nós. 

— De nós? E o que seria? - Indagou preocupada.  

E a resposta da Brigadeira, só veio segundos depois, seria algo tenso mesmo.  

— Os nossos antigos combatentes. Todos desaparecendo.  

Não sabíamos o que significaria aquilo, ou o que significariam os círculos, e nem se haveria alguma relação, mas, imediatamente, encerramos o caso com o nosso amiguinho feioso, providenciando alimento para ele, que era uma lista absurda de rações de cachorros e doces. E assim, partimos para a UNIT, mas, após interroga-lo sobre algum conhecimento sobre o novo caso. Porém, ele não sabia de nada, era apenas um pobre coitado realmente. Fomos até ele através das fontes secretas da Kate; a Sara Jane e a Senhora Sherlock, que acobertaram o indivíduo, alegando ser a casa atormentada por fenômenos Poltergeists.

 ***

  UNIT/ SALA DA KATE 

 

Na sala da Kate, então fomos nos encontrar com ela, um lugar onde os segredos mais sigilosos da Grã-Bretanha e nossos eram enjaulados em quatro paredes, um cômodo simples, porém, muito confortável. Contamos à ela sobre o que o Graske havia nos revelado, e ela, nos contou sobre o bronzeamento que havia pego no milharal. Brincadeira! Ela nos mostrou uma longa lista de desaparecidos, e tentávamos agora com as nossas mentes recheadas de teorias da conspiração do You Tube, desvendar aquilo.  

— O ex-coronel Oduya, o ex-sargento Eduard, o ex-sargento Filip, o ex-capitão Mike Yates, ex sargento e coronel Jon Benton, oito antigos soldados, e um ex-zelador, Robin. E um ex-motorista também, Hoke Colburn.

Sim, você leu direito. 

— Mas, Kate, sargentos e soldados nós entendemos, agora um zelador e um motorista?! 

— Sim. 

— O que eles teriam de relevante sobre a UNIT? Não já foram ex-combatentes, foram? 

— Não, mas acho que o elo aqui não é ser ou não ser combatente, e sim nós, a UNIT.  

— Mas todos esses desaparecidos nem trabalham mais aqui! Se alguém quisesse nos atingir tentaria pegar a nós. A menos... - As Osgoods, arregalam os olhos imaginando algo. – A menos que seja uma vingança antiga! 

— Meninas, isto não é nenhum filme brega do cinema moderno. 

— Nós sabemos! Mas veja só, apenas antigos colaboradores foram pegos, o que sugere que quem os-queria possuía alguma ligação em comum com todos. E você sabe o número de casos bizarros relatas na UNIT na época que o Doutor trabalhou aqui! 

— Sei, robô gigante, dinossauros, larvas do tamanho de um cavalo. Mas, ainda assim, não creio que seja uma vingança, porque... São só velhinhos recebendo do governo! Devemos ser mais precisas se quisermos entender isto.  

— Então... - Pensavam, após as interpretações frustradas. – Então se todos são antigos colaboradores, e realmente são antigos... O que ocorreu em comum em todos os anos de trabalho deles? 

— Boa pergunta. 

Kate, então apanha os arquivos dos desaparecidos, e averígua o tempo de duração de cada um na UNIT. 

— O ex-coronel Oduya, 1945 a 1978, o ex-sargento Eduard 1950 a 1975, o ex-sargento Filip 1955 a 1980, o ex-capitão Mike Yates 1963 a 1988, o ex sargento e coronel Jon Benton, 1965 a 1995, oito antigos soldados, de 1965 a 1980, e o ex-zelador Robin, 1970 a 1977. E o ex-motorista Hoke, 1973 a 1981.

 Eram muitas épocas de contribuições diferentes, as nossas cabeças se esforçavam ao máximo para não acabarem embaralhando as coisas. Mas, sabíamos que aquilo possuía sim algum significado, poderia até não ser a vingança aos aposentados, mas, era algo talvez parecido. Bem, imaginávamos ser.  

— Mas sobre o que me perguntaram sobre a relação durante a época deles, não há nada aparentemente ligável! - Diz Kate. – As mesmas coisas aconteceram durante a época de cada um. Invasões alienígenas diferentes, missões diferentes, discussões com a Margaret Thatcher.  

— Então se não é algo durante os anos, é algo com os anos. 

— Uma ordem cronológica?  

— Sim, e marchando bem para frente, é só prestar atenção. Algo está vasculhando o tempo de existência da UNIT, e se não pararmos isto mais pessoas irão sumir.  

— Irão, mas por sorte hoje é hoje. 

— Como assim. 

— Os desaparecimentos, aconteceram de sente em sete dias. Hoje é o sétimo após o último. 

Nós, então prestamos mais atenção na cronologia, e então, supomos que o próximo a ser pego só poderia ser algum de nossos aposentados que deixou o trabalho entre 1985 e 2000. Mas, seriam muitos, então uma grande equipe foi organizada, e enviadas duplas, para cada um dos possíveis candidatos. Eu e eu, fomos até o mesmo sujeito, e a Kate, continuou a gastar o seu juízo, com os círculos das plantações. Perguntamos a ela onde estariam outros possíveis candidatos como Jo Grant, Sarah Jane e a Senhora Sherlock, mas, ela disse que Jo havia se refugiado no himalaia, com as suas viagens malucas, e Sarah Jane e a Senhora Sherlock, se recusavam a dizerem as suas localizações. E também tem a Liz Shaw e o Harry Sullivan, mas ambos, trabalhando atualmente em projetos distintos, e do outro lado do mundo. Ah, como eu queria estar lá! Mas, tudo bem, cruzamos a porta e saímos. Kate continuou ali, analisando os arquivos. 

Sozinha, Kate, continuava a discutir com os seus pensamentos, mas, para interrompe-la, o telefone toca. 

— Alô. - Atendeu a Brigadeira. - Sem tempo, seja rápido.  

— Ah, olá. Mãe? 

— Sim, Nicolas. Já saiu da escola? Se sim, já estou indo te buscar.  

— Não é isso. - Disse tímido. 

— E o que é? 

— Ele está aqui, mamãe.  

— Ele?! Com quem você está? 

— Ele, mamãe. Apenas ele. 

— E onde estão? O que faz com um estranho?! - Indagou, preocupada. 

— Ele disse que eu não posso contar. 

— E quem é ele?! Nicolas, com quem você está?  

— Ele já disse, eu não posso contar. 

— Ah, que ele vá para o inferno! Passe o telefone a este indivíduo.  

Alguns segundos de um turvo silêncio e angustia, torturavam o coração de Kate, que esperava atenta para ouvir a voz do desconhecido. Mas, nada ele respondeu, apenas Nicolas novamente:

— Ele não quer falar com você, mamãe.

Kate, suspira irritada. O filho continua:

— Ele quer ver você. Venha sozinha, se ainda quiser me ver. Ele quem disse. - Encerrou a ligação. 

— Estão com o meu filho. - Tentava segurar o choro e nervosismo. – “Ele”, eu vou te achar. - Fitou o telefone.   

*** 

DISTRITO LONDRINO DE HAMMERSMITH 

 

Eu e eu, fomos à Fulham, um dos distritos de Hammersmith, em busca do senhor Nick Yruf, ex-tenente, que atuou de 1969 a 1985, e que agora apenas residia solitariamente em sua típica casa de traços vitorianos, sem família, e sem gatos ou cachorros. Nossa, deve ser horrível ser ele, não tinha nem um peixinho no aquário. E nós tivemos que tocar por mais de 30 minutos a campainha para que ele nos desse alguma atenção. 

— Então... Como o senhor está? - Uma tentou puxar assunto.

 Filialmente, havíamos sido recebidas, e escoltadas com muitos palavrões até o sofá, que aliás, fedia a mofo, como toda a sala na verdade, parecia que aquela casa não via luz do sol e ar fresco há décadas. Por algum motivo, o senhor Nick não confiava em mais ninguém após sair da UINT, que segundo ele, havia sido por ter se traumatizado após uma invasão Auton, onde apenas ele, outro combatente, e o Doutor e a sua atual e até então desconhecida acompanhante, sobreviveram. Ele nos encarava enraivado, nós, o-encravamos cautelosas. O silêncio da falta de um diálogo estava insuprível, tudo que pronunciava algo ali era a TV, passando algum noticiário brutal. 

— Sabem quanto tempo faz que eu não abro a minha porta para alguém? - Eu ri pensando besteira, e a outra eu me cutucou tentando conter a minha mente poluída. – Adivinhem!  

— Ah... Desde que se aposentou, suponho. E, bem... Não é muito saudável.  

— Saudável?! E o trabalho de vocês? São praticamente duas psicopatas! Correndo atrás do perigo, e se entregando para a morte. Como se... 

— Como se não nos preocupássemos com nós?

O senhor Nick ficou calado. Eu continuei:

— Se fazemos isto, senhor, é porque sabemos que não são apenas as nossas vidas que importam, e sabemos que crueldades e ambições cruéis estão sujeitas a atingirem qualquer um. Isto não é só um trabalho, é um dever.

O senhor Nick, sorri tristonho:  

— Estas já foram as minhas palavras.  

— Foram. Mas tudo bem não serem mais, respeitamos você.  

— Respeitam? Disseram que me contariam algo simples. O que é? 

— Ah, o senhor está correndo um grande perigo, e pode a qualquer momento no dia de hoje ser sequestrado por uma possível hostilidade alienígena.  

— Viu! Por isso odeio a UNIT. Devia ter ficado para sempre no interior, sendo um plantador de trigo, sei que haveriam círculos idiotas, mas pelo menos, sei que não seria morto por algum alien de olhos de inseto! 

— Se tivesse ficado no interior para ser fazendeiro de uma fazenda com círculos idiotas, nunca teria salvo tantas vidas quanto salvou.

O senhor Nick tentou pronunciar em resposta, mas nada saía de sua boca, apenas da TV, por seu jornal.

— É um herói condecorado. Sabe quantos possíveis jovens soldados por aí se tornaram o que são hoje por sua causa? - Insistimos

— Mas tudo o que eu fiz foram bobagens. - Cobriu a face envergonhado. 

— Foram? Então que pena, mas acho que não eram para o Brigadeiro.  

— O Brigadeiro?  

— Sim. Vocês eram amigos, não eram?  

— Sim, ele conhecia muita gente. Era alguém bom, mesmo com as suas broncas irritantes! - Sorriu.  

— É, e ele fazia isto justamente para manter qualquer um na linha, e se esforçar ao máximo para não ter medo de seguir em frente, e enfrentar os monstros. Nós não somos diferentes, estamos aqui para ajudar o senhor. 

— Mesmo com eu odiando vocês e qualquer um com estes distintivos? - Fitava os distintivos. 

— Mesmo assim, todos importam.  

— Sei. Então porque tanto caos, tanto horror? Por que todos estão contra todos? Olhe esse jornal, apenas tragédias, apenas mortes e desuniões! - Apontava para o aperalto televisor. 

Nós, então encaramos a TV, ah! Já estávamos cansadas de tentar convence-lo, mas, até que foi útil atender a ordem dele. Aquele era um noticiário que passava todas as tardes, e mais e mais notícias horríveis eram contadas, e até algumas duvidosas, mas, houve uma que nos chamou a atenção. Pois, a casa de repouso Rest Place havia sido incendiada. 

— Esta não é a casa de repouso em que o Brigadeiro esteve em seus últimos meses? - Questionou, a Osgood de suéter.  

— Sim, acho que é. - Confirmou, uma Osgood à outra. 

— Isto é ao vivo, e como veem... Apenas tragédias. Nenhuma morte confirmada, mas um corpo desaparecido até o momento. - Disso o senhor Nick.  

Foi exatamente isso, a casa de repouso havia passado por um pequeno incêndio, porém, que se limitou a apenas uma sala, mas, considerado criminal, até a apuração de mais informações. Felizmente, nenhuma morte até o momento havia sido registrada, entre idosos e funcionários, mas ainda assim, esta era uma informação não muito confiável, já que uma das enfermeiras havia desaparecido, e as autoridades, se recusaram a responder onde foi parar o corpo, já que não encontraram nada na sala incendiada.  

— Isto significa alguma coisa. - Disse, a Osgood de interrogações na golas. 

— Por que acha isso? - Pergunta a outra. 

— Porque veja bem... - Pensava. – Hoje é o dia em que alguém ligado a UNIT deve desaparecer, mas... Aí uma pessoa ligada ao Brigadeiro desaparece.  

— Quer dizer então que...?  

— O elo do caso não é a UNIT.  

— Como não seria? Afinal, apenas membros a ela desapareceram. 

— Não apenas membros. Aonde a vítima trabalhava? Um local ligado à alguém que já fez parte daqueles que sumiram.  

— O Brigadeiro. 

— Sim, o que me remete que se alguém tem algum interesse nele... Me faz imaginar a quem isto está ligado. 

— Kate.  

— Exato. Precisamos avisa-la.  

E imediatamente, nos levantamos daquele sofá horrível, e nos dirigimos para o encontro com a Kate. O senhor Nick, questionou sobre a segurança dele, e se ele não era importante na história, então, tivemos que contar a verdade, a de que ele não era importante. Alarme falso. Mas, eu não quis dizer que ele não é literalmente ou completamente sem importância, apenas, que ele estava de fora da história. Ele comemorou estar longe da lista negra dos aliens. Continuou com certeza o seu ódio pela UNIT, e medo e desconfiança com o mundo. Imagino, que este estado seja efeito de tantas tragédias presenciadas ao longo de sua carreira, mas... Só espero que isto não aconteça comigo.  

***

BAIRRO PERIFERICO DE WHITECHAPEL/ UMA CASA QUALQUER

 

Kate, conseguiu por meio de uma rastreador de chamadas GPS, localizar o aparelho telefônico em que ela havia tido a última e tensa conversa com o seu filho. Que, devia talvez, estar ali realmente, neste bairro, onde curiosamente, é o mesmo onde Jack o Estripador havia cometido os seus mais terríveis crimes. Mas, sacando o seu revolver taurus raging bull 44, Kate, então adentra ao ressinto, onde a porta estava apenas encostada, como, se o responsável por aquilo já estivesse à esperar a sua presença.

— Olá, mamãe. - Disse Nicolas, desenhando em uma mesinha de canto na sala. Apenas ele aparentemente estava ali.

— Nicolas?! - Disse Kate, correndo até ele, para abraçá-lo.

— Sim, olá.

— Você está bem? O que fizeram à você?

— Nada. Eu estou bem.

— Jura?

— Sim!

Kate, sorria feliz, mas, desviando involuntariamente o seu olhar, ao desenho do filho. No desenho, três indivíduos eram representados por rabiscos tortuosos.

— Que desenho lindo, filho! Quem são estes?

— Eu, você, e o vovô.

Kate sorri:

— Você gostava mesmo de seu avô, não é?

— Ele está aqui.

— Ele? E onde o “ele” está?

— Quero dizer ele. - Deu ênfase no "ele".

— Nicolas, o seu avô está morto. - Corrigiu paciente.

— Não, mamãe, ele está aqui, ele está vivo.

— Não meu bem, ele se foi, em 2011. E se há algo aqui se passando por ele... Ele irá pagar caro.

— Então, dúvida do meu retorno, Kate? - Perguntou, uma voz masculina mais velha, surgindo na direção das escadas.

Kate, fita imediatamente as escadas, ela conhecia a voz. O Brigadeiro Alistair Gordon Lethbridge-Stewart, descia as escadas, o seu pai. Mas o indivíduo, já em sua velha aparência, após a UNIT, ele com certeza já estava aposentado nesta fase, mas, no entanto, morto para a filha.

— O que é você?! - Encarou ao homem, que já em sua frente estava.

— Ora, seu pai, minha querida. - Tentou se aproximar, mas, Kate logo se afasta.

— Não ouse se aproximar de mim!

— Mas eu sou seu pai.

— Não, você é só algum truque! Algum ser sem sentimentos, que acha que pode usar o dos outros. Você merece morrer! - Berrou. – Já vi muitas coisa em minha carreira, não tente me enganar.

— Você está me ofendendo, Kate. - Disse triste. – Lutamos juntos contra os Autons, lutamos juntos contra vários monstros, e eu aceitei a sua gravidez com o professor da faculdade! Tem ideia do que é ser tratado assim por sua filha?

— Eu não sou sua filha!

— É claro que é! - Se encararam sérios. – Vim aqui apenas pra lhe dar um abraço. Para lhe ver, lhe dar a atenção que tanto lhe deixei de dar em sua infância.

— Como sabe disso?!

— Porque eu sou o seu pai. - Disse, pausadamente. – Você odiava a UNIT por conta de minhas ocupações. Cinema, parque, shopping, podemos ir agora.

Porém, Kate, continuava a encarar descrente:

— E como teria feito isso, como teria vindo até aqui? Saiu de The Walking Dead?

— Não sei que diabos é isso, mas foi o Doutor. O Doutor me trouxe, o meu Doutor.

— Não seja estupido, ele nunca faria isso, conhece as regras. O Doutor nunca o-faria conhecer ao seu futuro!

— É claro que faria, ele sabia o-quanto eu a-amava, e sabia o quanto eu a queria ver hoje em dia... Você é o meu maior orgulho, querida.

Kate, continuou apenas a encarar o homem, que tanto lhe jurava paternidade, e que tanto lhe trazia recordações. Mas, acreditar que o Doutor estaria por trás daquilo, era difícil aceitar, já que conhecia bem os modos cuidadosos com as interferências do tempo. Obrigações de Senhor do Tempo.

— Sou eu Kate, acredite em mim. - Transmitia uma imensa benevolência por seu olhar gentil. – Só quero um abraço.

— Não me teste.

Apontado a sua arma, Kate, cheia de frieza e ódio em seu olhar, dá então três disparos no sujeito a sua frente, que cai no chão imediatamente. Nicolas, corre chorando até o homem:

— Vovô!

— Afaste-se deste homem, Nicolas! - Ordena Kate.

— Por que fez isso, Kate? Eu não estou mentindo. - Disse o Brigadeiro falhando a fala. – Eu sou seu pai!

Kate, se irritou novamente, e outro tiro ela dispara, cessando de uma vez, com a vida do homem.

— Você matou o vovô! - Berrou Nicolasm, chorando.

— Não querido, eu matei algum monstro usando a imagem dele. Um monstro que queria nos enganar.

— Não! Ele era o vovô. E você matou ele.

— Não, ele não era! - Se agachou até o filho. – O vovô já está morto querido, faz muito tempo. Sei que queria tê-lo aqui, assim como eu também queria, mas não podemos ter. Ele se foi, um dia tudo se vai, e não podemos fazer nada a respeito.

— Mas como teria certeza de que ele não é o vovô?

— Porque... Eu já fui muito enganada e humilhada em minha vida, conheço mentirosos agora há quilômetros de distância! Ele não era o vovô, era só algum truque alienígena idiota.

E assim, Kate abraça ao seu filho, ali, ainda ajoelhados, ao lado do cadáver.

— Você está certa. - Diz Nicolas. – Absolutamente certa.

— Estou? Ainda bem que compreendeu.

— Ele realmente não é o Brigadeiro, é apenas... Um truque alienígena.

Kate, quebra o abraço, e apenas, encara assustada a Nicolas. O garoto esclarece:

— O seu pai já está morto há muito tempo, mas retirando fragmentos de sua imagem ao longo do tempo da mente daqueles que o-conheceram... Ficou fácil reconstitui-lo.

— Esse conhecimento... Você não pode ser o Nicolas! Onde está ele?!

— No mesmo lugar para aonde você irá.

Então, aproveitando o estado de choque de Kate, por não estar esperando por aquilo, o ser representado como Nicolas, dispara uma descarga elétrica por sua mão, contra a mulher, que acaba desacordada, após, se debater agonizando, por alguns instantes. E após sorrir malévolo, o garoto toma outra forma, se revelando assim, um Zygon.

***

Olá, de novo. Eu e eu, logo que entendemos mais ou menos do que se tratavam os desaparecimentos e de quem havia sido a possível vítima, então, entramos em contato com as outras duplas que foram em busca dos membros aposentados, e avisamos sobre a descoberta. Então, retornamos à UNIT, a Kate era a principal pessoa a dever entender aquilo. Kate, estava lendo alguns arquivos, da mesma forma de quando saímos, não devia ter ido a lugar nenhum naquela tarde.

— Algo envolvendo o meu pai?! - Pergunta Kate, descrente. – Meninas, ele está morto, como algo poderia envolver ele e soldados aposentados?! Isto é ridículo.

— Ridículo? Claro que não! Só estamos dizendo que há algo evolvendo o seu pai, e você com certeza. Todos os desaparecidos eram ligados a quem? A UNIT, mas com a enfermeira da casa de repouso dele também desaparecida, com certeza é algo com o Brigadeiro, e não com a UNIT!

— Ora, incidentes acontecem.

— Acontecem, mas não foi o que disse quando nos interrompeu em uma missão para nos por em outra missão.

— Pois é, mas tenho uma má notícia para vocês também.

— Que seria...?

Kate, sorri malévola:

— As duas estão fora do caso.

— O quê?!

Nós não podíamos crer, mas a Kate naquele dia não estava normal. Acho que ela bebeu alguma coisa ou consumiu alguma droga. Na verdade, ela estava uma droga.

— Isso mesmo, vocês estão fora do caso.

— Como assim?! Você não pode fazer isso!

— É claro que eu posso!

— Está agindo sem lógica. Acabou de nos por no caso, e agora vai nos tirar dele?!

— Sim, acho que há pessoas mais qualificadas para estes ocorridos.

Com certeza esta parte ofendeu!

— Kate, por que está fazendo isso?! E se nos tirará disso, o que faremos?

— Outra missão. Uma missão especial.

— Que missão especial?!

— Ah, um... Um caso de relatos paranormais na Romênia.

— Hãn?! Quer que investiguemos o Drácula agora?!

— Se acreditar em vampiros! - Gargalhou.

Era isso, ir à Romênia. E tudo por quê? Porque a chefe queria, só isso. Estávamos perplexas, absolutamente chocadas.

— É sério isso, Kate? É a última vez que vou perguntar.

— E a última vez que vou repetir. Perguntando se é sério?! Sabem que não brinco com assuntos tão importantes.

— Eu não estou mais te reconhecendo, Kate.

— Ok, e até mês que vem, que é quando vocês voltarão. Amanhã mesmo, um de nossos helicópteros estará as-esperando.

Bem, não queríamos mais discutir, então... Fingimos concordar, e nos retiramos da sala, mas, antes de sairmos, a Kate fez um pedido que achei muito estranho:

— Ah, antes de irem... Uma de vocês poderia por gentileza destravar o cofre de catalogação secreta?

— Você mesma pode fazer isso.

— Posso, mas meus pedidos são ordens, e ordens foram feitas para serem cumpridas, não questionadas.

Não entendemos o sentido daquilo, mas, então a eu humana, que nem lembro se fui eu a atender o pedido, destravou o cofre, porém, que não ficava ali na sala da Kate, e sim, na sala de operações. O cofre, servia para guardar as coisas mais perigosas e importantes que a UNIT conseguisse, e apenas, abriria com a identificação de algum DNA humano registrado. Acho que a Kate devia ter algo de muito relevante para nos pedir aquilo, mas, não sabemos o que seria, pois assim que aberto o cofre, nos retiramos dali, não aguentávamos mais a presença dela.

— A Kate estava mais insuportável do que a Cersei de GOT. - Disse a Osgood, de interrogações na gola.

— A Cersei não é insuportável! Acho ela a melhor personagem! A Sansa é que é horrível!

— A Sansa é ótima, os escritores é que não sabem aproveita-la!

Discutíamos já no lado de fora da sede da UNIT, íamos embora, e muitos na verdade, também pareciam estarem indo. Eram outros funcionários, mas, todos iam na direção do portão, e com os seus pertences pessoais de mesinha! Aquilo estava estanho, lembro que alguns até choravam.

— O que é isso agora, todos ganharam férias? - Perguntou a de suéter.

— Acho que não. Mas quem sabe missões especiais?

Encarávamos aquilo, tentando entender, mas antes que chegássemos a alguma conclusão, um jovem desconhecido por nós, nos chamou atenção, parecia tão perdido quanto a gente:

— Ah... Olá! Eu... Eu fui chamado imediatamente até aqui. Senhora Kate disse que eu era qualificado, mas aí eu disse “ótimo, vou amanhã” e ela disse “não! Venha imediatamente!”

— Por que está nos contando isso?

— Ah... Não sei onde é a minha sala.

— E qual a sua função?

— Bem, sou assistente técnico em pesquisas cientificas. Alonso, Alonso Abad. Prazer. - Estendeu a mão.

Aquilo não poderia estar certo, o secretário da Kate não era aquele rapaz, era outro, Rajeshe Chandra, nosso amigo inclusive, mas, que por algum motivo estranho... A Kate o-havia substituído. Na verdade, descobrimos depois, que ela havia substituído 60% dos funcionários da UNIT. Mas o porquê, esse ainda iriamos descobrir. Porém, antes disso, guiamos Alonso até a sala de operações, para em seguida, iniciamos as nossas providencias, pois, aquelas atitudes da Kate, não ficariam de graça.

 

 


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Notas finais do capítulo

É a primeira vez em que escrevo em primeira pessoa, pois em nenhuma de minhas histórias eu tinha escrito um capítulo inteiro assim. Só me lembro de um pequeno trecho de Vida Morta que teve primeira pessoa, mas foi um trecho.
Gostei do capítulo, pois explorei personagens que eu nem sonhava um dia explorar, e aprofundei mais a história. Além disso eu nunca revelava qual era a Osgood e qual era a Zyjela, pois agora as duas são Osgoods, apenas isso.
O Brigadeiro segundo a série de tv morreu em 2011, mas segundo o universo expandido ele tem outras versões de morte.
A Kate tem um filho chamado Gordon James Lethbridge-Stewart, que foi o primeiro, mas no final da oitava temporada ele fala que tem dois filhos, então resolvi inventar que o nome do outro é Nicolas, em homenagem ao ator que interpretou o Brigadeiro. E aquelas ouras informações que contei sobre ela é do universo expandido.
E a Kate foi citada como a Brigadeira, mas na verdade ela é a cientista chefe de pesquisa, mas como na série ela manda num monte de coisas chamei ela assim. Não sei se estou certo ou errado.
Os Graske para quem não se lembra são aliens lá da série da Sarah jane.
OBRIGADO PELA LEITURA.



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