12 & Clara: A Roda De Fogo escrita por Cassiano Souza


Capítulo 8
Ganhar e perder - parte 3


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como eu disse, em breve estaria voltando. E aqui estamos, em um novo capítulo/parte, e um capítulo/parte que gostei bastante. Mas um AVISO, espero que ainda se lembre de alguns pequenos detalhes
deixados ao longo da história até aqui. BOA LEITURA!



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— Como cheguei até aqui?!

Questionou Ignis, em seu gabinete.

— Teletransporte. - Respondeu, Clara, saindo da sombra de guerra.

— Não funciona desde o tempo do avô do meu avô! É quase um mito.

— Óculos sônicos, são como varinhas magicas. Como acha que eu saí das grades?

— E por que me tirou de lá? Eu estava prestes a destruir o objetivo de Danny!

— Estava prestes a cometer uma loucura! - Corrigiu.

— "Loucura"?! Eu iria destruir os planos dele!

— Mas ele está certo, esta coroa é muito mais importante do que você imagina.

E a rainha, parou perplexa ao ouvir aquilo:

— Quer saber, Clara? Eu já cansei de ouvir isso. Se foi por este objeto maldito que toda esta desgraça se derramou sobre nós e não por minha causa... Então curve-se a este demônio.

Com estas palavras, Ignis, simplesmente joga a coroa no chão, e se retira dali, mais determinada do que sempre foi. Clara, se curva realmente, e assim, apanha o objeto. Porém, pelo reflexo proposto pela peça, notava-se algo, um sorriso completamente malicioso da humana. Enquanto Ignis, descia pelos corredores, ainda mancando, pelo seu ferimento, até a sala de recepção do castelo.

— Deve ainda haver um por aqui. - Comenta Ignis, encarando os cantos da sala.

— O que procura? - Pergunta Clara, chegando.

— Um sabre! Mas e você, o que ainda quer aqui?!

— Estou ao seu lado, e você sabe. Fiz barbaridades por você, não seja tão ingrata!

— Fez. Mas não importa, você é a impostora. 

Clara tomou um semblante triste. Ignis continua:

— Você defendeu o ser que me trouxe a ruína, e agora, tem ele em mãos. - Fitou a coroa. – Não lhe resta mais nada, vá em bora, irão lhe matar assim que eu também morrer.

— Você não vai morrer!

— Vou, pois só assim se chegará ao fim deste inferno. Danny não irá parar até ter a coroa, e não há ninguém mais a quem eu possa confiar aqui, a não ser você.

— A impostora?

— A boa mentirosa. - Corrigiu. – Tudo o que você me falou antes me trouxe esperança. Só espero que metade daquilo que disse seja verdade. Que não tenho culpa, e que não deveria me odiar.

Clara, permaneceu pesarosa, parecia refletir sobre muitas coisas em seu interior, mas Ignis, estava concentrada em outra coisa; encontrar um novo sabre.

— Ah, aqui está. - Disse, apanhando um sabre na mão de uma estátua. – A decoração da Feia, bela e fatal.

Clara, então olhou para cima, onde, um lustre cheio de arpões, a-encarava certeiro. Ignis, se retirou dali, e Clara, continuou a segui-la.

***

— Seu bruxo! - Lançou um golpe contra o Doutor, que o-desviou para baixo, com a sua colher.

O Senhor do Tempo e o seu carrasco, continuavam a se enfrentar, ferozes e carregados de ódio um do outro, na torre faroleira. Cérbero, continuava também a insultar o Doutor, que apenas, ouvia quieto, pois não queria ofender o homem tolo, pois, já estava sem paciência para continuar aquilo, ele tinha pressa em parar a guerra. Poderia parar aquilo imediatamente com o seu aikido venusiano, mas, não queria, preferiu apenas ser justo. Porém, tudo possui o seu limite.

— Já estou cansado disso! - Disse o Doutor, barrando um golpe do carcereiro, lançado por cima.

Se encaravam bastante sérios, e com a espada a forçar a colher, que o Doutor tanto empenhava força também.

— O que disse? Está cansado? - Perguntou Cérbero, cerando os dentes, continuando a forçar. – Deve ser por sua idade, velho. - Zombou.

— Sou realmente velho, admito. - Forçou com mais força. – E pode até tentar me ofender, mas acha mesmo que usar alguma “qualidade” ou “defeito” de alguém é uma razão para que ele seja diminuído?!

Mas, Cérbero, não entendeu o questionamento.

— Ah, você não entendeu a pergunta? - O Doutor interpretou isso, devido, a expressão na face do homem. – Bem, mas não se preocupe, não vou mais te chamar de cérebro de pudim só por ser um cérebro de pudim! E isso, seria uma qualidade ou defeito?

— Ora! - E assim, Cérbero impõe mais força, emburrando o Doutor para trás, que cambaleou então de guarda baixa.

Cérbero, irritado, lança vários golpes velozes e cheios de ódio contra o Senhor do Tempo, que consegue com muito esforço rebater a todos. Porém, no último, que havia muito mais ódio de Cérbero em sua intensidade, acaba fazendo a colher ser retirada das mãos do Doutor, que apenas, a fitou cair, rodopiando, do alto da torre.

— Está desarmado. - Disse Cérbero, fitando cheio de ódio ao Doutor, que o-fitava sem preocupações. – Desista, ou seja eliminado. A escolha é sua.

O Doutor, apenas esboça um sorriso carregado de algo, parecia como piedade, talvez:

— Eu lhe digo o mesmo. Desista, ou seja eliminado.

Então, achando aquilo completamente incabível, Cérbero dá um grosseiro e inesperado ponta pé no abdômen do Doutor, que acaba então, batendo contra a mureta do pátio da torre, onde ficou ali, recostado, sentindo as dores da violência.

— Acho que já está decidido, escolheu ser eliminado. - Supôs o carcereiro, se posicionando com a espada.

— Sim, está decidido. - O Doutor franziu ao máximo as suas sobrancelhas, ao fitar o carrasco. – Ser eliminado.

— Mas se refere a você, é claro!

— Não, me refiro a decisão que terei de tomar. Uma decisão que ninguém nunca mereceria enfrentar, mas que eu mais do que ninguém na eternidade já encarou.

— Você é o mago do jardim do vale, está acostumado.

— Estou, porque não há escolha, porque há momentos... Onde a única luz a nos guiar está dentro das trevas. Eu sou o Doutor, e eu irei parar a guerra! Os meus olhos estão vendados para os obstáculos a partir desse momento.

O carrasco, simplesmente continuava a encarar o Doutor. Pensando ele, que talvez o bruxo não fosse capaz. Imaginava isso, com o que se via da situação do outro, onde nem armas e nem forças parecia mais ter. Mas, ao mesmo tempo, um sentimento interior se dizia estar admirado por a coragem e determinação do velho.

— Você falou bem. - Disse Cérbero, abaixando a espada. – Mas as palavras de um estrangeiro não me representam. Chegou a hora de darmos um final a esta história. Últimas palavras?

O Doutor, suspira entristecido:

— Talvez eu já tenha dito.

Com isto, se encararam novamente, por segundos de silêncio. Mas, logo após a determinação do combate retornar às veias de Cérbero, o seu desejo de destruir o inimigo lhe fez partir com um golpe certeiro, em direção ao peito do Doutor. Contudo, que logo se esquiva, e toma à força, a arma das mãos do homem, e que assim, o golpeia gravemente, o-derrubando, e deixando um rastro de sangue fluir pelo ar, conforme, o corpo de seu detentor despencava da torre.

— Mago dos jardins do vale. - Disse o Doutor, entristecido, consigo mesmo. – Agora entendo.

Porém, tentando se conformar com as suas ações decorridas, o Senhor do Tempo, apenas lançou um olhar para cima, onde não havia nenhum céu estrelado, apenas, a escuridão da noite, cercada por nuvens negras e pesarosas. Fez ele, o mesmo olhar que fez quando precisou eliminar o homem de meia face, há muito tempo atrás, enquanto, sobrevoavam Londres, e precisava ele fazer o necessário; salvar vidas, e parar os monstros. Mas, agora tomando outro foco, se volta o Doutor ao poste da esfera de luz.

— Foi tudo por você. - Disse, fitando a luz, extremamente clara.

Com a espada do seu derrotado oponente, e escalando o poste, o Doutor enfia o armamento dentro da esfera, que tanto brilhava e girava em suas argolas prateadas, e assim, uma imensa luminosidade é gerada pela interferência do metal, cravado naquela mini célula estelar.

— O que é isso?! - Perguntavam muitos dos Ruperts e Cleverboys em batalha. E tudo ao seu redor, brilhava mais do que um dia de sol intenso.

— O dia em que a noite se tornará um dia... Este dia é o dia descrito nas parábolas dos deuses! - Disse um Clevrboy com o seu sabre atravessado na barriga de um Rupert.

Encaravam embasbacados aos céus, e logo, sabres e mais sabres eram deixados de lado, e simplesmente, jogados no chão. Os seus donos, se ajoelhavam, e pediam perdões por seus erros e quaisquer atitudes profanas já cometidas.

— Quer ser um deus? - Questionou o Doutor consigo mesmo, ainda na torre. – Use as ideias dos homens contra os homens.

***

— O que é isto?! - Indaga Ignis, encarando ao impossível brilho que o céu possuía. Estava ela e Clara, no pátio do castelo, rumo, ao portão do fosso.

Os olhos de Clara, brilhavam cheios de esperança.

— Foi o Doutor! - Disse contente. – Ele fez isso! Só não entendo como isso pode ajudar. - Se mostrou confusa.

— Mas este acontecimento... Significa para nós o fim do mundo, o dia em que seremos julgados!

— Não, isso é apenas um truque, um modo do Doutor parar com toda essa bobagem.

— Ah, a bobagem está muito longe de acabar, Clara.

— É claro que não!

— Desçam a ponte! - Ordenou Ignis, se referindo ao portão do fosso.

Porém, tudo o que os seus serviçais fizeram foi se retirarem dali, ao encontro de suas famílias, o pânico apocalíptico, incendiava as suas mentes.

— Ignis! - Chamou Clara. – Você está pensando por acaso em ir lá fora?!

— O que você acha?! - Tentava abrir o fosso, mas, as correntes pareciam estar emperradas.

— E por que isso?! A guerra com certeza já acabou depois disto! Não há sentido em continuar a lutar, se arriscar, querer vingança!

— Não é vingança!

— E o que é?

Ignis, apenas esfrega o seu rosto, cansada. E disse:

— Eu e Danny trouxemos muita dor ao mundo, Clara. Só haverá paz novamente quando um de nós não estiver mais aqui. Já chega de ver o meu povo sofrer.

E assim, Clara não conseguia rebater. Ela apenas engoliu a sua revolta, e tomou um tom de pura tristeza e amargura em seu olhar e alma.

— Você disse que óculos sônicos são como varinhas magicas. - Disse Ignis. – Prove.

Entendendo o sutil pedido, Clara, ativa os óculos na ponte, fazendo ela se abaixar, até, tocar na outra margem.

— Obrigada, Clara.

— De nada.

Ignis, então marcha até o meio da ponte, onde vislumbrava um milagre, em que todos os guerreiros apenas rezavam ajoelhados, e se esqueciam do massacre em que se banharam de sangue. Porém, em busca de seu alvo, gritou Ignis, ignorando os demais homens, mesmo, ainda se sentindo um pouco intimidada:

— Danny Pink?! Apareça! Eu, rainha Clara Ignis Oswald, da casa Oswald, o-convoco para um último confronto! Você e eu! Apareça!

E por de trás da fumaça das chamas, ao entrono do castelo, surgia o convocado:

— Me chamou, minha ex-noiva? - Vinha à ponte

— Sim, vamos encerrar isso de uma vez por todas. E vocês. - Se referia aos seus homens. – Não interfiram.

Porém, os homens nunca mais voltariam a interferir, nem se ela pedisse, estavam céticos quanto ao dia final. Os seus olhos, continuavam todos fechados, e com as suas vozes tremulas, rezavam baixo, em tons amedrontados.

— Vocês também. - Danny, se referia aos dele.

O som do fosso se fechando, roncou novamente, Danny já havia entrado, e Clara, fechado a passagem. Mas, outro som também se manifestou imediatamente, que foi o da ativação do sabre da rainha, detentor de um belo tom verde esmeralda.

— Você sabe que não precisava ser assim. - Diz Danny, ativando o seu sabre, detentor de um tom vermelho escarlate.

— Não precisava haver guerra realmente, mas houve. E sei que fará de tudo por aquela maldita coroa. E sei, que não fez o que fez por capricho, sei que há um bom motivo. Pois se pelo contrário... Então você nunca foi o Danny.

E Danny, sorri de canto, fitando a Clara, que estava logo atrás da rainha. Porém, Clara, exibia sutilmente para Danny a peça, lhe dada por Ignis, com um sorriso cheio de devaneios e malicia, de um canto a outro.

— Ah, o que disse? Não sou Danny? Então quem será que eu seria? - Disse, em um tom sínico, e começando a rodear Ignis, que também, começava a encara-lo em círculo. Porém, os dois, com movimentos lentos, por suas pernas feridas.

— Eu não sei o que é. - Respondeu Ignis. - Mas sei que não devo me preocupar, tenho tudo o que eu preciso bem aqui.

— O que por exemplo? Um fantoche de bruxa? - Se referia a Clara.

— Um fantoche de bruxa que lavará o meu pesadelo em bora. E alguém que tentou me entender desde o primeiro momento em que pisou aqui. E além disso... Tenho todas as loucuras que a Feia deixou. Sabe o que ela previu para o meu fim? Que eu não deveria me preocupar, pois teria tudo o que eu precisasse voltando à recepção. Ela falava demais, por isso deve ter sido apagada.

— E vai acreditar em historinhas?!

Lançou um golpe de lado conta a rainha, que se agachou imediatamente, mesmo com dificuldade, e em seguida, se levantou, e lançou um golpe contra o braço do inimigo. Porém, que se esquivou ligeiro, e a lançou um golpe por cima. Ignis, se esquiva com um salto no ar, e cai, cambaleando decadente no chão, e Danny, parte novamente contra ela, mas, ela rola pelo piso e se levanta depressa com o apoio do sabre. Eles se atacaram e se repeliram, mais quatros vezes, antes, de estarem agora com os seus sabres de luzes sendo forçados um contra o outro.

— Vou adorar ter a sua bela cabeça de enfeite em meu armário de troféus. - Disse Danny, cerrando os dentes, e encarando os olhos rebeldes de Ignis. – Mas, falando em cabeças, onde está a sua coroa? - Perguntou sínico.

— Com alguém mil vezes mais digno do que você!

E assim, se separaram os sabres, para então, a ação de investidas e defesas continuar. Ignis, lança um golpe por baixo, e Danny o barra imediatamente, para então, lançar um golpe por cima, mas, que também é barrado. Os dois, adversários forçavam os sabres de novo.

— Não sei o que planeja, mas a coroa nunca será sua! - Berrou Ignis. – Fuja, Clara!

— Fugir?! - Questionou Clara.

— Sim! Fuja, leve a minha coroa com você à sua terra distante. Encontre o seu mago do tempo, e vá em bora!

— Mas eu não posso deixa-la!

— Ora! - Disse Danny – Podem até tentar, mas a-derrotarei, Ignis, e em breve... Terei dois troféus idênticos em meu armário!

— Vá, Clara! - Implorou a princesa. 

— Não ouse me pedir isso! - Negou a Clara. - Não me faça ser uma covarde.

— Não é covardia, Clara, é justiça! - Diz Ignis. Danny pôs mais força em seu sabre. Ignis insiste. – Se você se arriscou tantas vezes por um homem, deixe agora alguém se arriscar por você, pois foi o que fez por mim. Ninguém nunca fez por mim!

— Mesmo assim.

— Não discuta! - Ignis e Danny, cerravam os dentes. – O que fará? A minha última ação, não deixe que ela acabe em vão!

— E você vai só ficar e lutar até a morte?! - Indagou, indignada. – Você não merece isso!

— O que eu lhe disse? Eu fiz isso, e eu acabarei com isso. Fuja!

— Eu nunca vou me esquecer de você.

— Eu sei. - As duas, sorriram, fitando uma à oura. Clara, deixa duas lagrimas descerem pelas bochechas.

— Ah, que bonitinho! - Desdenhou o príncipe.

Mas agora, deixando de forçar os sabres, Danny, lançava um golpe por baixo, porém, que é logo evitado com um salto de Ignis, que franziu a face de dor. E após, Ignis lança um golpe lateral, que imediatamente é rebatido, e logo em seguida, é contornado a um golpe por cima. Os dois, então continuaram a se enfrentar incessantes, e Clara, fez o que a sua imã interestelar lhe havia suplicado. Clara, apenas fugiu, sem olhar para trás, apenas, continuou a mergulhar para as profundezas do castelo.

***

Seguindo contra o seu coração, que partido e dolorido estava, seguia Clara, a correr por entre os corredores a dentro, com o fardo de levar a coroa em bora, assim, como dizia a profecia. Porém... Clara não corria tanto apenas por isto, algo mais estava a amedronta-la, que eram, terríveis passos a segui-la. Para neste momento, ser puxada para o escuro.

— Aonde pensa que vai, senhorita cara de ovo? - Questionou, um homem grisalho, e de sobrancelhas raivosas, segurando a jovem por seus braços.

— Doutor! - Disse, imensamente feliz.

O Senhor do Tempo e a humana, se encontram em um apertado e longo abraço. Mas, logo em seguida, ela socou ele:

— Um escocês no escuro. Tentando me assustar?! Regra 3, nunca tente me assustar!

— Não era um susto, era uma observação.

— Não preciso de observações, obrigada. - Disse, mal-humorada.

— Certo, mas então... Viva, ao que tudo indica. - Disse, feliz, e Clara tomou um olhar trise.

— Viva, pois é.

— Não está feliz. - Concluiu. – Por quê?

— Estamos no meio de um inferno. E a Ignis... Está lá atrás agora, lutando contra um monstro, apenas para... - Estendeu a coroa, se esforçando para conter as lagrimas.

Porém, ao invés de dar um outro abraço à sua companheira, o Senhor do Tempo, perde completamente a atenção a ela, fitando a coroa, apenas. As suas sobrancelhas, estavam tão curvadas que poderiam talvez até tocar o chão.

— Clara... Isso é...

— A coroa da Ignis. Sei que parece um tipo de engrenagem, mas... É só uma coroa.

— Não, Clara Oswald, isso não é só uma coroa. - Tomou o objeto, e o encarou minuciosamente.

— E o que seria então? Pra você nada nunca pode ser o mais simples!

— Porque, Clara, guerras são simples, mensagens rápidas de rádio são simples, e joias inúteis também... Mas, não quando um caso ligar o outro, não quando tudo tinha que se encaixar perfeitamente. Acredita por acaso em loteria?! E porque, principalmente... Esta joia inútil é uma das cinco peças da maldita e terrível, Roda de Fogo.

Clara, arregalou os olhos. O Doutor, permaneceu estático. Clara indaga:

— Então era isso o tempo todo... O que faremos com isto?!

— Simples, o de sempre.

— Que é...?

— Pegar, correr e cruzar os dedos! Funcionou quando consegui a TARDIS. E é dela que precisamos.

E Clara, revelou a chave da nave. O Doutor ergue uma sobrancelha: 

— Roubando novamente a sua rainha?

— Estava no gabinete dela!

O Doutor, segura firme em uma das mãos da humana.

— Sabe do que precisamos agora? - Perguntou o Senhor do Tempo, serenamente, fitando ao castanho olhar da jovem, que corou com aquele encaro.

— Ah, não. Do que precisamos?

— Energia! Vamos à torre!

Assim, se arrastaram um ao outro pelo braço, subindo pelas longas escadarias circulantes.

***

ASTEROIDE SEM NOME/ HÁ 90.500.000.00 ANOS LUZ DE DISTÂNCIA DO PLANETA MONRAAIUQ

 

O cheiro de churrasco queimado, perdurava no ar. Moxx, havia acabado de perder a rodada, e outra, sem demoras começaria agora. Mas, outros aromas também circulavam por ali, como por exemplo, o da tensão, apreensão, e de toda a pressão da última rodada. O rei Dunoab, se mostrava completamente calmo, porém, a Mestra, parecia incompetente neste aspecto, e Alonso, notava isso. O globo girava, e Jabba, estaria prestes a retirar o lance final.

— Últimas palavras? - Pergunta Jabba, parando de girar o globo.

— Não tenho nada a comentar. - Declara o rei, em tom frio.

— Bem, está tudo perfeitamente bem. Obrigada, queridinho. - Disse a Missy a Jabba, com as mãos na cintura. Porém, piscando para o rei, que nem ao menos pestanejou sobre.

Jabba, retira o valor.

— 1.000.000.000.000.000.000.000.000! - Anunciou. – Não é nostálgico?! Um septilhão! Mas, lembrando, na última rodada não há apostas, infelizmente.

E agora? Era um número com certeza muito alto, porém, que Jabba sorria satisfeito em anunciar. Alonso, apenas fitava preocupado a Senhora do Tempo, pois, nem aquele número ele conhecia.

— É, é um belo número. - Disse a Missy, pigarreando.

— E pode cobri-lo? - Indagou Jabba.

— Ora, pergunte ao Dudu, é a vez dele, querido. - Se referia ao rei.

Mas, o rei, simplesmente mantem alguns segundos de silêncio, carregados de tranquilidade e das mais puras faltas de expressões. Para após, dizer:

— Dou 2.000.000.500.000.000.000.000.000.

E todos os outros, se espantaram. Mas, não apenas espanto, Jabba, também pulou de alegria, e o seu colar, quase até se despendurou do pescoço.

— Ah, mas por que toda esta animação, queridinho? -Perguntou a Missy. – Ainda não joguei. 

Jabba sorriu:

— Então jogue, queridinha.

— Certo, mas não posso pagar. - E todos, se chocaram com isto, exceto Dunoab. – O que foi? - Perguntou a Mestra, olhando envolta. – Não posso pagar, vocês sabem, é culpa da crise! E que se exploda. Mas... Tenho direito a lhe oferecer uma venda.

— Não tenho interesse nos bens patéticos, herdados por os seus apostados!

— Sim, querido, mas não estou falando em Oods, Monoids, diamantes, armas ou exércitos.

Jabba encara curioso:

— Missy, 2.000.000.500.000.000.000.000.000 é muito, qualquer coisa que me venda será inadmissível cobrir! Quer me deixar na miséria?! Como pagarei os meus banhos de lama?!

— Ah, não me venha com essa conversa, Desilijic! Sei que em todos os bancos da Devastação Prateada você tem pelo menos 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000!

Jabba engole a seco. A Senhora do Tempo exige:

— Deixe de ser pão duro!

— Mesmo assim, o que você teria de digno a me vender? Nada, suponho.

E a Mestra, então fitou ao jovem humano, na arquibancada de objetos. Mas, os olhos dela, não pareciam mais arrogantes ou gananciosos, e sim, serenos e conformados. O humano, entendia tudo, porém, se recusava a acreditar. A Missy, indaga ao ex chefe:

— Ainda se diverte com os seus namorados de consciências Nestenes descartáveis? 

E Jabba, respira fundo, constrangido. A Mestra prossegue:

— Pois chegou o dia de ganhar um crush de verdade. Chega daqueles Autons bobões cabeças de vento.

Então, não demorou, Jabba, fitou Alonso. A Missy continua:

— Não achou ele bonitinho? Eu achei! - Riu maligna – Um noivo, belo e humanoide, assim, como você e eu, e de uma espécie exótica e distante. Uma antiga raça guerreira; humanos. Você não tinha fetiches por guerreiros? Acabei de lembrar. - Encarou as unhas.

— Mas esta venda é patética. - Disse o rei Dunoab. – Eu não aceito que compre este produto.

— Ah, agora você parece estar vivo. - Provocou a Missy. – Está com ciúmes? E outra coisa, você, o Sycorax, o Terileptil, o Morax e aquele ministro horroroso, achei estranho o jeito que jogavam. Eram uma gangue ou um team-love?

E Dunoab, desvia o seu olhar. negava ou afirmava com isto? 

— Senhor rei Dunoab. - Interrompeu Jabba. – Eu Jabba Desilijic o Grande, compro o que eu quiser. - Avisou pausadamente. E o rei nada comentou. – Tragam a criatura atraente até mim. - Ordenou Jabba aos seus homens, que logo, se dirigiram até Alonso. – Quero vê-la melhor.

Assim, fizeram. A Missy, sorri feliz, devido ao possível fechamento do negócio, porém, o produto, se esforçava para sair dos braços dos homens, que o arrastavam à-força, até o palco.

— Me soltem! Me soltem! - Gritava Alonso, sendo levado até Jabba. – Vocês não podem fazer isso comigo! Eu não sou uma coisa! E a Missy não é minha dona. - Foi jogado de frente dos pés de Jabba.

— Corrigindo, meu querido, tudo que pisa os pés em meu tapete se tora meu. - Corrigiu a Missy. – Impressão digital quântica.

— Eu confiei em você! - Disse indignado, e a Mestra, apenas recuou com os ombros, parecia pesar sobre, parecia ter feito algo que sabia que não poderia se orgulhar. O humano insiste. – Eu confiei em você, e você fez tudo errado. Bem que a senhora Kate disse... Não é de confiança. - Os olhos do rapaz, se enchiam de lagrimas.

A Missy, respirou fundo:

— Sou uma vilã, o que esperava? Chá e torta? Pareço, mas não sou a Mary Poppins.

— Que seja, mas só gostaria de saber isso antes.

E a Missy, desvia o seu olhar prepotente. 

— Parem de discutir bobagens. - Pediu Jabba. – Vamos logo ao preço de meu noivo, Missy.

— Então vai ficar com ele? Adorei!

— Dou 1.000.000.500.000.000.000.000.000 por ele. Pegar ou largar.

— Ora! Mas isso me deixara apenas empatada!

— Eu sei.

— E já realizei uma venda, não posso conseguir mais dinheiro!

— Eu sei.

A Missy, ficou perplexa, pois, ela não imaginava tal esperteza da parte de Jabba, esperava apenas que ele caísse em mais um de seus truques, pois o-conhecia bem, e ele já havia caído várias vezes.

— Então...? Pegar ou largar. O que vai ser? - Indagou novamente.

Vendo a sua derrota, a Mestra, toma uma postura completamente cabisbaixa, mas, mesmo assim, Alonso a-encarava com piedade, mesmo, ela tendo o-vendido como um mero brinquedo, sem sentimentos ou vida. Alonso, de alguma maneira, ainda parecia manter algum afeto pela Mestra.

— Que seja, eu aceito o empate. - Disse a Missy, abatia.

— Ótimo.

— Porém, esse seu colar... - Fitava o colar de Jabba. – É a peça que infelizmente não pude furtar em nosso último encontro.

— E?

— E eu tenho a outra. Quebre as regras, e ganhe mais uma.

Uma oferta tentadora. O rei Dunoab, encarava nervoso aos olhos de Jabba, que apenas, sorria desconfiado, e com indisposição. Porém, respondendo a oferta da Senhora do Tempo, disse ele:

— Missy, você me traiu. E ninguém, ninguém, em todos os meus 200 anos havia cometido tal atitude. Porém, sempre se mostrou muito eficiente e muito boa em tudo o que faz, desde roubar tesouros ou eliminar os meus adversários.

A Mestra, pisca sorridente para o ex-patrão. Ele termina:

— Entretanto, roubou um produto que foi me encomendado, e tive que pagar o prejuízo. Perdi o meu maior cliente.

O sorriso da Missy, se desfez imediatamente, e ainda mais, com Jabba estendendo a sua mão para o seu fatal estalar de dedos.

— Rei Dunoab, eu lhe concedo um direito a venda.

— Ótimo. -  Respondeu o rei. – Eu lhe vendo uma frota de 1000 Cilônios, por 1.000.000.000.

— Feito. - E assim, Jabba comprou os Cilônios do rei, e com isso, a Missy foi a derrotada do jogo.

— A Missy perdeu?! - Questionava Alonso, descrente, sabendo que então, o seu povo estria perdido.

— Sim, meu belo rapaz, a moça malvada perdeu, mas não se preocupe, nós cuidaremos para que ela morra depressa!

O rei Dunoab, finalmente havia ganho o leilão, como tanto ansiava, e a Missy, seria a eliminada da vez. A revolta, estava mais do que evidente em sua face.

— Rei Dunoab, parabéns. - Felicitou Jabba. – Você venceu o leilão, fico realmente muito contente. Amanhã mesmo, iremos imprimir por todas as cidades da Terra os avisos de nossa venda, e de seu novo herdeiro.

— Obrigado. - Agradeceu, sem vigor.

— Receba o selo de herança, será a prova de sua autenticidade como novo dono. - Um serviçal de Jabba, entrega o selo ao rei. Que era, como uma carta dourada.

Sem delongas, Dunoab, imediatamente se retira da sala, e a derrotada, permanece ali, ao aguardo do seu fim.

— Ah, isso me lembra aqueles programas para calouros, sabia? - Brincou a Mestra.

— Adeus, foi um prazer lhe conhecer. - Jabba, pôs a mão a modo já de estalar os dedos.

— Espere! - Berrou a condenada. – Tenho que te contar umas coisinhas.

— Então seja rápida, já estou cansado de sua cara.

— Ah, que atrevido! Todos adoram ela! Mas, vamos à questão. O que acontece é que eu perdi, eu realmente perdi, oh eu admito! É lamentável! - Disse, em sua pose dramática. – Mas, há duas coisas aqui que precisam ser lembradas.

Jabba, se expressa com os seus ombros. E Alonso, fitava curioso a Senhora do Tempo, que não parava de encara-lo.

— Primeiro: tenho tudo onde eu queria. E eu lhe dei um par, mas tudo o que resta agora é começarmos a valsa. E segundo e mais importante: eu teria cuidado com a arma nas calças do nosso coleguinha, chefinho.

Jabba, sorri malicioso:

— Pode deixar, tomarei muito cuidado. - Disse, em um tom onde se constrangeu o humano, que não entendia nada do que a Missy queria lhe passar.

— E terceiro. - Pensou. – Bem, não tenho um terceiro aviso!

— Ótimo, e até nunca mais.

Jabba, estalou os dedos, e a Missy, gritou estridente, enquanto era vaporizado por seu pode, até, sumir das vistas de Alonso, que apenas, fitou boquiaberto ao fim da lendária Senhora do Tempo.

— Ela não pode ter morrido. - Disse Alonso, descrente. – Ela é a Missy!

— Eu sei, a Missy! Blábláblá. Todos amam ela. - Zomba Jabba. - Mas, já deve estar no inferno a esta altura.

— Mas, a Missy, como ela poderia...?

— Simples, meu bem, porque ninguém inteligente de verdade se intrometeria em meu caminho, apenas isso. E com você será parecido, está sob a minha total proteção. Porém, se me trair... Já conhece o destino. Mas, mudando de assunto, onde acha que teríamos uma primeira noite inesquecível? A lua restaurante ou a lua motel?

— Não, isso está errado. - Andava de um lado a outro.

— Eu sei, Spacevill parece melhor.

— Não! Não é isso. É só que... A Missy.

— Ah, você só fala naquelazinha! Missy isso, Missy aquilo. Acha que eu não me sinto rejeitado?!

— Tudo aquilo que ela falou... Não pode ser aleatório.

— Não? Já deparei com ela embriagada algumas vezes.

E assim, se concentrou Alonso, em todas as palavras loucas, e talvez, até avulsas, que a Mestra havia proclamado. Ele pensou, ele se concentrou, e neste momento, neste segundo, ele entendeu o porquê dos Senhores do Tempo serem tão terríveis. Onde agora, enfiou uma de suas mãos nas calças.

— A peça, me passe a peça! - Exige Alonso, apontando a sua arma para Jabba, que era um Walther ponto 99. A arma guardada por ele em sua cueca, quando saiu junto a Clara, para investigar o misterioso aluno dela. – Me passe a peça!

Os homens de Jabba, apontaram as suas lanças automáticas.  

— Aqui está. - Entregou Jabba, amedrontado. – Não ataquem, não quero que danifiquem a perfeição do meu noivo! - Ordenou aos homens. – Mas então, todo aquele volume... Era apenas uma arma primitiva?!

— E era para cá que você estava olhando?!

— Hum, não consegui resistir.

— Acho que você é um filho da mãe.

— E acho que você é um homem morto. Me traiu, e está cercado por dezenas de lanças. Onde está a sua preciosa Missy agora?

— Eu não sei, mas ela não é o que é por qualquer coisa, se ela realmente precisou por um humano ordinário em sua nave... É porque há bons motivos para eu seguir a dança. A Missy sabia que poderia não ganhar o leilão, mas também, já possuía talvez um plano para terminar de roubar a Roda de Fogo.

— Mas, como tem certeza disso?!

— Eu não disse que tenho!

Seguir a dança, foi algo que Alonso teorizou e testou, mas, será que ele iria conseguir? Talvez. Um som estranho se manifestava agora, e sendo ele, um som muito bem conhecido por todos. O som rangia, e fagulhava luzes e ventos ferozes, mas, o mais importante, um chapéu feminino pequeno e charmoso, se materializava na cabeça de Alonso. Jabba, imediatamente gritou revoltado, já sabia o que significava, e todos os seus homens, disparam as suas lanças. Mas, assim como o chapéu apareceu, ele também desapareceu, com o mesmo som e vento, e levando consigo a imagem do humano, que se dissolvia no ar. Todas as lanças passaram reto.

— Missy! Maldita! - Berrou Jabba, com toda a sua capacidade. – Isso não acabará aqui!

— Acho que não, senhor. - Disse um dos homens, preocupado.

— Como assim?!

— Acabamos de receber um aviso de ataque, alguém denunciou essa nossa localização aos Minocrisos, Mull, e Scardopes!

— Mas estes são os nossos maiores inimigos! Como isso...

Teve a frase interrompida. Centenas e centenas de misseis atingiam o asteroide sem nome, e naves e mais naves, marchavam até ele, com fogo e fúria, soprada a cada disparo.

 

 


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Notas finais do capítulo

então... o que achou do capítulo, sendo ele a terceira parte, do que se tornou praticamente um arco? Quero saber o que achou olhando para as três partes? Ou só essa parte mesmo.
E acho que poderíamos chamar essas três partes também de Game Of Coroa/Game Of Terra kkk
E o final da Ignis e Danny, o que acham que aconteceu depois? Eles não vão mais voltar, caso tenha gostado.
Outra coisa, de todas as coisa o capítulo, quais lhe deixaram mais intrigados??? Kkk já imagino (risadas malignas)
Um segredo do capítulo, ele tem uma cena que teve que ficar de fora, pois ficaria muito fora do ritmo. Mas seria uma cena bem polemica! E que nunca se encaixará com as continuações, ou seja, uma cena deletada, que eu conheço.
A parte que eu mais gostei desse capítulo foi a do Doutor e na torre, tendo que fazer o truque dele e dialogar com o Cérbero.
E sim, eu sei, quando eu digo jardim do vale é uma referencia ao valeyard, que recebeu esse nome assim por uma tradução pouco profunda da dublagem. Mas não falando mal da dublagem, pois adoro ela. menos a da décima e décima primeira!
Mas, agora um aviso. O próximo capítulo vai demorar, vai demorar muito! Por coisas pessoais, e por coisas que ainda tenho que decidir no resto da história, que aliás já está bem perto de seu fim.
OBRIGADO PELA LEITURA!!!



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