12 & Clara: A Roda De Fogo escrita por Cassiano Souza


Capítulo 7
Ganhar e perder - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Então, aqui está a continuação.
BOA LEITURA! Queria postar ontem, mas a net me deu um bolo.



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O confronto de Cleverboys e Ruperts, continuava violento e traiçoeiro. Porém, já com centenas de seus homens completamente abatidos, e aqueles que ou eram agricultores, pescadores, artesões, ou serviçais do palácio, já mortos com certeza estavam. Apenas aqueles que eram guerreiros de verdade, ou já tiveram contato com batalhas anteriores, conseguiam se manter de pé. Os terríveis repteis, também já não estavam mais presentes, haviam fugido, com medo das chamas geradas pelas flechas Cleverboys. O tinir de seus sabres se chocando, era um som tão presente quanto o choro dos feridos. Batalhavam de forma muito acirrada.

— Achei você. - Disse Danny, mirando o seu olhar cheio ódio pra a rainha estirada no chão, e cercada de soldados abatidos

Ainda estava há muitos metros de distância, porém, que eram tranquilamente quebrados, conforme, ia se aproximando até ela, e sacando o seu sabre de luz, detentor de um vermelho tão vermelho quanto o chão sujo de sangue, que pisava.

— Acorde Ignis! - Disse uma voz feminina, abafada.

E nada, nenhuma reação era manifestada. A rainha, apenas continuava ali, estirada no chão.

— Acorde Ignis! Por favor.... Você precisa acordar! - Exigiu a voz, gritando. – Acorde!

E assim, os olhos da rainha se abriram como em um susto. Ela, havia se despertado com os clamores desesperados da voz, e agora, encarava atordoada ao ambiente sangrento e terrível ao seu redor, com o seu rosto, trajes e coroa, todos sujos, de terra e sangue alheio ou próprio.

— Finalmente, bela adormecida! - Disse a voz.

— Clara?! - Disse Ignis, tocando em um de seus ouvidos. – Como conseguiu me encontrar?

— Por sua sombra de guerra. Estou em seu gabinete.

A sombra de guerra, seria um aparelho usado para dar reforço aos membros militares importantes, sendo guiado por um computador, um binóculos-3D, armamentos básicos e outras coisas. Ficava este aparelho, na varanda da janela do gabinete real, e Clara, fitava a rainha pelo binóculos.

— Por que faz isso? - Perguntou Ignis, desanimada.

— Porque há muito tempo eu fiz algo arriscado e terrível por alguém, achei que era a escolha certa, e era a escolha certa.

Ignis, escutava desentendida. Clara continua:

— Mas houve uma consequência, gerar dor em pessoas que poderiam ser, mas que não era “eu”.

— Está se condenando?  Não entendo o que isso tem a ver comigo.

— Culpa, Ignis, é isso que tem a ver. Não deixarei enfrentar isso sozinha.

— Eu não há conheço!

— Ora, sou a sua sombra, e você é a minha sombra! Reflexos de uma mesma alma, ecos de uma vida, lançados para viver e morrer pelo Doutor! Por todo tempo e por todo o espaço.

— Eu não darei minha vida por um homem! - Se levantou indignada, com dificuldade. – E se este foi o seu erro... Por que faria isso? Amor?

Clara, ficou sem palavras, chegando até a corar as bochechas.

— E esses homens estirados a minha volta? - Perguntou Ignis, encarando aos seus arredores. Soldados Ruperts e até Cleverboys, todos, mortos ao entorno da rainha.

— Já disse! Sombra. Eu... Eu tive que para-los. - Disse, entristecida.

— Você?! Ah, e por acaso já matou alguém antes?

E Clara, custa em responder. O seu olhar estava tão triste e distante, quando o da outra.

— Clara...? - A rainha parecia se importar.

— Não! Nunca... Mas eu não tive escolha. E não quero falar sobre isso. Foi preciso. - Uma lagrima descia por seu rosto.

— Tudo bem, eu sinto muito.

— Sente? Deveria se preocupar mais com você então, tipo o Danny Pink há três metros das suas costas.

Como isso, a rainha se vira depressa.

— Olá, minha ex-futura noiva. - Cumprimentou o príncipe.

— Danny... Maldito.

— Ignis? - Chamou Clara. – Ainda me resta um disparo. 

Ignis, logo entende onde Clara quer chegar. Mas, avisa: 

— Nem pense nisso!

— Falando sozinha, querida? - Comenta Danny. - Acho que é efeito dos terrores da guerra.

— Danny... Cala a boca! - As duas Claras ordenaram. – Olha, Clara, isso é assunto meu. Obrigada, se você me ajudou, mas não quero que se intrometa, não quero que interfira. - Suspirou. – Eu comecei, e eu terminarei com isso.

— Mas podemos encerrar isso agora mesmo! - Berra Clara.

— Não, não podemos! Corrigia o que disse, pois eu tornarei a repetir... Eu acabarei com isso. Prove que é de confiança, e saia do meu caminho.

Clara, então apenas soprou emburrada.

— Então você é toda minha agora? - Perguntou Danny com irreverencia, girando o sabre.

— Sua? Acho que apenas a cabeça, se conseguir me matar.

Assim, rapidamente Ignis apanhou um sabre desativado qualquer no chão.

— Ah, sabre errado. - Disse depois de ativo, se referindo a cor. O-jogou para trás, onde um Rupert que vinha de fininho e acabou sendo apunhalado na barriga. – Ah, esse sim! - Apanhou um dos azuis. – Vamos lá.

— Hum, eu esperei muito por esse momento.

Então, após dois segundos de um encaro farpante dos dois, Danny, partia furioso para cima da rival, que se esquiva, mesmo com dificuldade, devido, a uma de suas pernas feridas, devido, ao choque sofrido pela granada. Mas, ainda assim, se mantinha em pé, e usando o sabre na maior parte do tempo para barrar as investidas do sabre inimigo. Danny, não parava de punhar contra a rainha, forte e veloz, porém, ela sempre o-conheceu, e conhecia bem os seus modos de batalha, era como se ela até mesmo fosse capaz de prever os seus movimentos.

— Não me vencerá apenas se defendendo, Ignis! - Forçava o seu sabre contra o dela, que também fazia força para não ceder ao dele. Os dentes dos dois cerravam.

— Um bom guerreiro não é aquele que ataca primeiro, é aquele que sabe respeitar o seu adversário. - Continuavam forçando os sabres.

— Ora, quanto bobagem! Você não está respeitando, está apenas tentando não ser morta, porque não pode se esforçar. - Fitava o rastro de sangue, que escorria da perna da rainha. – Irei acabar logo com isso.

O príncipe, investiu por baixo o sabre, contra a rainha novamente, que o-rebateu, e que logo em seguida, investiu o seu também, mas, que Danny também barrou. As investidas e barradas se retiram mais três vezes, e depois, já estavam  novamente com um sabre forçando o outro. Os dos inimigos se encaravam sérios, e Clara, apenas assistia a batalha.

— Por que isso, Danny? - Pergunta Ignis.

— “Isso”? Se refere a toda a desgraça que trouxe à sua casa?

A rainha, desvia o seu olhar:

— Não. Me refiro a sua revolta, a corrupção do seu coração!

E Danny, investiu por cima, mas, Ignis o-rebate, e investe com o seu, por baixo. Porém, Danny, o-rebate também. Forçavam os sabres.

— Você não era assim, Danny. - E ele, sorri malicioso. A princesa insiste. – Você era meu amigo, era alguém gentil, compreensível, era como um irmão, ou como o meu pai!

Danny, forçou mais ainda:

— “Era”? Talvez eu fosse mesmo. - Lançou o sabre por baixo, e Ignis barra ele. Os dois forçavam novamente.

— E por que não é mais?! - Perguntou indignada. – Por causa de um acordo maldito?! Por causa de um casamento idiota, regido por uma cultura idiota?! Danny, pessoas morreram por isso!

Danny, sorri de canto:

— Eu sei. - Pôs mais força no sabre. – Pessoas morreram, muitas pessoas morreram, mas, ainda mais morrerão.

Com maldade, o príncipe Pink chuta o ferimento na perna da rainha, que logo, se contorce de dor, e assim, baixa a sua guarda, com logo, ele punhando o seu sabre contra ela. Mas ela, imediatamente barra o ataque inimigo. Porém, não evita de cair no chão. O príncipe, a-encarava cheio de menosprezo, e com o seu sabre apontado ao pescoço dela.

— Ignis? - Chamou Clara. – Você está bem?!

— Estou, não se preocupe. - Respondeu paciente. Mas, depois fitando ainda mais calma ao inimigo. – Ainda não me respondeu.

Danny, parecia não entender a pergunta. A rival insiste:

— Quero saber o porquê disto?! - Gritou. – Não acho que seja apenas pela recusa ao casamento.

O homem, permaneceu em um silêncio que talvez confirmasse algo, e mirando o olhar, para a cabeça da rainha.

— Realmente. - Disse ele. – Talvez eu não esteja tão interessado em me casar com você. Talvez, eu apenas queira tomar tudo à força, e ignorar os acordos.

— Mas por quê? Não faria nenhum sentido.

— Como não faria? Isto é uma guerra, guerras não precisam de sentido, se não, a ambição.

— Sim, porém... Como conseguiria o apoio do povo deste reino sem um grande representante de uma casa ao seu lado? Não teria nada de viável sem um casamento. E se não quer um casamento... Iria apenas então saquear tudo e ir embora?!

Mas Danny, nada respondia. Ignis prossegue:

— Não, acho que não, já que ambos os reinos estão igualmente pobres. Ou... Deseja algo muito mais sutil do que imaginaríamos.

Danny, engole a seco. A Rival provoca:

— Houu... Engolindo a seco! Será que temos uma confirmação?

E o príncipe permanece boquiaberto. a princesa comemora:

— Rha! Sim, uma confirmação.

— Houu... Você é boa! - Admitiu Clara. – Ninguém engana ótimas mentirosas.

— Eu nunca fui uma mentirosa, Clara! - Avisou a rainha.

— Ah... Ok!

— Mas, voltando ao assunto, o que quer de mim, lord e príncipe da casa Pink?

E o lord e príncipe, apenas encheu o seu olhar com ainda mais desprezo:

— Você faz perguntas muito chatas.

Cansado, partiu o sabre contra a rainha, ainda no chão, e que, até desarmada estava. Porém, Danny é surpreendido por o último disparo de Clara.

— Ah! A minha perna! - Berrava o príncipe, com um ferimento horrível em uma de suas pernas.

— Clara, o que eu disse? - Questionou Ignis, revoltada.

— Igual pra igual! - Respondeu a humana, e Ignis, se conformou.

— Certo. - Ignis se levanta, sacando o seu sabre. – Chegou a hora de eu entender isso de uma vez por todas. Nas cartas, você sempre se referia a minha cabeça... E sei que você não veio aqui para roubar, e nem porque foi recusado. Você quer algo menos chamativo. - Retirou a coroa da cabeça. – E acho que é isto.

Danny, fitou sério, enquanto ainda franzia a face de dor.

— E se foi mesmo por este objeto maldito que você está aqui... - Continuou Ignis. - Eu sinto muito, mas chegou a hora dele.

Assim, Ignis se retirou rapidamente dali, sumindo no escuro e na fumaça, em uma lenta carreira, enquanto mancava, e atravessava todos os obstáculos à sua frente.

— Aonde você vai?! - Questionava Danny, indignado. – Volte! Volte! - Gritava alto. – Maldita... Isso não ficará assim!

E logo, partiu atrás da adversaria, o mais depressa que poderia tentar, mesmo, que mancando e quase chorando de dor.

— Ignis? Ignis? - Chamava Clara, mas nenhuma resposta era dada. – O que você pretende?

***

ASTEROIDE SEM NOME/ HÁ 90.500.000.00 ANOS LUZ E DISTÂNCIA DO PLANETA MONRAAIUQ

 

No leilão, um novo valor a ser superado havia acabado de ser escolhido, e como estando fadado aos desgostos da rodada passada, o comandante Sontaran Strov Quinto, obviamente, seria o eliminado. Ele, possuía apenas 3.000.700.000.000.000, e o lance da rodada era de 6.000.000.000.000.000, então, mesmo tentando vender mais alguns bens, acabou sendo eliminado, não adiantaria muito. Os gritos dele, fizeram Alonso tampar os ouvidos, entristecido, e a Missy, tampar o nariz, devido ao agoniante cheiro de churrasco queimado.

— Bem, pelo menos todos nós havíamos apostado nele. - Disse a Mestra, tentando aliviar a tensão.

— É, até agora as nossas apostas estão indo de vento em poupa! - Disse Moxx de Balhoom. – Espero que estejam todos preparados.  - Disse, malicioso. A Missy, fitou ele.

— É, meu queridinho, devemos nos preparar mesmo. - Mirou os seus olhos azuis e desconfiados para o rei Dunoab, e o Sycorax.

— Pois bem, este é o novo lance! - Anunciava Jabba. – 8.000.000.000.000.000!

Moxx, riu maligno, a Missy, respirou fundo, e o rei Dunoab e o representante imperial dos Sycorax, nem ao menos pestanejaram.

— Eu aposto no Sycorax. - Disse Moxx.

— Moxx. - Disse o Sycorax, apostando.

— Sycorax. - Disse o rei Dunoab.

— Moxx. - Disse a Missy, e ele, lhe lançou um olhar ofendido. – O que foi? Devemos ser realistas querido!

— Acaba de ganhar um novo rival. - Avisou o Moxx.

— Ah, rivalidade, é disto que este leilão precisava. - Disse Jabba. – Quanto dará, meu caro senhor de Balhoom?

— 1.000.000.000.000.000.000!

— Oh, um quintilhão, que formidável!

— 1.000.200.000.000.000.000. - Deu o Sycorax.

— 1.000.800.000.000.000.000. - Deu o rei Dunoab.

— Oh, que audaz! - Disse Jabba, feroz, chegando a até, balançar o seu colar com a empolgação. A Missy, prestava atenção no objeto.

— 1.000.850.000.000.000.000, para não dizer que eu perdi o jeito. - Deu a Mestra.

— Ora! 50.000.000.000.000?! Patético! Eu esperava mais da última Senhora do Tempo. Com certeza você perdeu o jeito! - Disse Jabba. A Missy, fez a sua pose ofendida

Porém, Moxx, sorria, mesmo sendo o possível condenado ali.

— É, meu caro Moxx, acho que será você desta vez. - Lamentou Jabba.

— Errado, caro senhor, tenho maravilhas para vende-lo. Conhece... As lesmas afrodisíacas das praias geladas de Gatuun?

E Jabba, levanta uma sobrancelha interessando:

— Conte mais.

Mas, minutos após uma conversa mais detalhada, uma das caixas da arquibancada acaba então sendo carregada por os homens de Jabba, ele havia fechado o acordo. Alonso, não conseguia acreditar, mas, para a Missy, era perfeitamente compreensível, ela conhecia o quão importante eram os fetiches e desejos profanos do ex-chefe. As lesmas lhe custaram 1.000.000.000.000.000, e assim, Moxx acaba escapando de sua possível eliminação, dando então 2.000.000.000.000.000, e consequentemente levando o representante imperial Sycorax para as dores que sentia agora. Ele, gritou como todos, por alguns segundos, mas, que depois estes gritos, se dissolveram como o seu corpo.

— Próximo lance! - Gritou Jabba. – 1.000.000.000.000.000.000.000! Que maravilha! Bem, talvez não para vocês. - Riu.

— Aposto no rei Dunoab! - Avisou Moxx, depressa.

— Aposto no Moxx. - Apostou o rei.

— Moxx. - Apostou a Missy, e o Moxx, franziu o queixo.

— Ótimo. - Disse Jabba. – Agora vamos aos lances. Quem será que irá agonizar até virar cinzas dessa vez? - Indagou, fitando a Senhora do Tempo, que revirou os olhos.

— Não serei eu. Dou 2.000.000.000.000.000.000.000! - Deu Moxx, gargalhando em uma típica risada maligna.

O rei Dunoab, o-fitou sem expressões salientes.

— 6.000.000.000.000.000.000.000. - Deu o rei. Moxx, engoliu a seco, e a Mestra, forçou um falso sorriso.

— Isso! - Berrou Jabba. – Muito bem, derrube, quebre os oponentes, é assim que se faz!

— Pois... 6000.000.000.000.000.000.100. - Deu a Missy, pigarreando. Todos, a-encararam boquiabertos.

— 100, Missy?! Francamente, tenho certeza de que você já está falida!

— Ora!

E talvez, a Missy já estivesse mesmo. Ela era a última na ordem dos lances, ela sempre tinha de cobrir os demais lances, era como estar marchando numa prancha de um navio.

— E você, meu caro Moxx, sendo mais direto... Acho que já era.

— Claro que não! - Respondeu Moxx. – Posso lhe vender ainda mais iguarias, tão raras e preciosas quanto as lesmas!

— Não, sinto muito, terei de recusar.

— Uma joia do infinito! Já pensou?!

— Não quero!

Moxx permaneceu estático com a negação. como alguém recusaria aquilo? Jabba esclarece:

— 2000.000.000.000.000.000.000 para 6000.000.000.000.000.000.000 é uma diferença muito grande. Se eu lhe ajudar... Terei de rasgar os meus bolsos, sinto muito.

E Moxx, apenas encarou descrente a situação, ele não tinha crença em morrer ali. Alonso, da arquibancada, também permaneceu estático, Moxx era o seu alien preferido ali, após a Missy. Não seria fácil vê-lo morrer.

— Mas eu sou Moxx de Balhoom! O senhor das 30 luas, o quebrador de algemas, o dominador da quinta metade da quarta galáxia! Eu não posso morrer!

— Sim, querido, você pode. - E assim, Jabba estalou os dedos.

Moxx, é instantaneamente vaporizado pelo seu pode, e Alonso, revoltado e entristecido, apenas fecha aos seus olhos inocentes.

— Bem, agora restam vocês.

Disse Jabba, fitando os finalistas, que enquanto um permanecia plenamente calmo, a outra, permanecia claramente preocupada.

***

PLANETA MONRAAIUQ/ HÁ 90.500.000.00 ANOS LUZ DE DISTÂNCIA DO ASTEROIDE SEM NOME/ TORRE FAROLEIRA DO CASTELO

 

— Então é você...

Admirava o Doutor, a uma imensa esfera brilhante, envolta em duas argolas prateadas e giratórias, suspensas em um poste de metal, em cima de uma enorme torre de pedra do castelo. O topo desta torre onde o Senhor do Tempo estava, não havia um teto, apenas, um pequeno pátio arredondado e o poste da esfera de luz. Dali, o Doutor era capaz de avistar todo o sangue e choro que ocorria há metros de seus pés, com pequenos pontos azuis e vermelhos fazendo ziguezague no escuro.

— Tenho que acabar com isso. - Disse, se voltando ao poste da esfera. – Preciso fazer o que a Clara pediu, preciso fazer os cérebros de pudim pararem de agir como cérebros de pudim. O que será bem improvável, como sempre!

— Duvido que a lady Clara tenha lhe pedido isto. - Disse, uma voz masculina subindo ao pátio. – Mas, tenho certeza de uma coisa, devemos mesmo acabar com isso.

— Ah, o carcereiro cérebro de pudim!

O homem, já estava presente:

— Cérbero. - Corrigiu. 

— O cão que guardava o submundo?! Tivemos uma vez que leva-lo ao parque.

— Pare de falar besteiras, bruxo. - Retirou a sua espada da bainha. – Não os-encontrei nas celas, mas por sorte, velhos tem um cheiro mas forte. Consegui fareja-lo.

— Ah, então é daí que vem o nome?

— Ah, cala-se! - E assim, partiu para cima do Doutor com a sua espada.

O Doutor, se colocou atrás do poste, assim, acabando a se defender.

— Por que espada de metal, onde está o seu sabre?

— E isso importa?! - Lançou um ataque, mas o Doutor,  continuava a circular por envolta do poste, atrapalhando o oponente.

— Importa, pois começo a achar que você é apenas um carcereiro sem treinamento ou habilidade qualquer que seja em batalha! Por isso não tem um sabre, perderia as mãos! O que significa... É melhor não me enfrentar. - Disse frio, e o adversário parou, por um instante.

— Quem pensa que é?

O Doutor, bastante sério, apenas enfia uma de suas mãos dentro de seu casaco.

— Eu sou o Doutor. E esta... - Retirou um objeto. – É a milha colher.

Cérbero, apenas encarava confuso. O Senhor do Tempo reforça:

— O que foi? Já derrotei o Robin Wood com uma dessas?!

— Bem, desconheço tais nomes, mas com certeza você deve ser um bruxo.

— Assim como todos que acreditavam na ciência, na idade das trevas. Mas, eu lhe avisarei apenas uma vez... Estou apenas tentando ajudar o seu povo, a parar com esta guerra. E esta torre... Foi algo usado para me atrair até aqui. Tem que confiar em mim, ou caso contrário... Terei de combatê-lo. - Se fitaram frios.

— O caos estaria vindo, uma vela deveria ser acesa, e a sua luz rasgaria os céus, e chegaria até os deuses.  E um milagre então será mandado até nós. - Fitou a luz do poste. – Esta foi a profecia, você não pode estar contra a luz!

— Precisarei usa-la de outra maneira!

— Não irei deixar!

— É nesta história que acredita?!

— Sim, com toda a minha esperança. - Disse, solenemente convicto.

— Mas não pode! Deve usar o seu cérebro! Podemos usar esta luz para assustar aos homens lá embaixo, e acabar com a guerra! Tem que sair de sua lavagem cerebral religiosa e mística!

— E confiar em quem? Você?  Em um bruxo?! E ainda mais, um vindo junto da impostora da coroa? Outra das piores profecias dadas a nós?! Você... É o inimigo do mundo, o mago dos jardins do vale, a besta de Trenzalore!

E o Doutor, apenas ouvia aquilo, abismado. Ele tinha pena e raiva ao mesmo tempo, por aquele sujeito. Ele sabia que aquele pensamento retrogrado não era opcional, e sim, devido a aquela ser a sua realidade de vida, porém, ao mesmo tempo, demonstrava raiva, por saber que não adiantaria em nada tentar lhe convencer de algo.

— Defenda-se! - Urrou Cérbero, partindo feroz para cima do Doutor. – Eu irei destruí-lo!

Assim, ele lançava os seus ligeiros golpes de espada, porém, que eram todos facilmente combatidos pela colher do Doutor, com as suas habilidades. Cérbero, lançava por cima e por baixo os seus golpes, e o Doutor, habilidoso e ágil, combatia a todos.

***

— Não faça isso!

Berrou Danny, chegando até próximo de Ignis, que estendia a sua mão até a marguem do fosso de ácido, e segurando a coroa, em uma óbvia ameaça de deixa-la cair. O príncipe Pink, se aproxima cauteloso:

— Ignis... Estou te implorando, por favor... Não faça isso.

— Pare! Não ouse se aproximar. - Exigiu a princesa. 

E o príncipe, assim obedeceu. A rival prossegue:

— Sei agora que este objeto é importante para você. Mas preciso saber... Por quê? 

Porém, Danny, apenas engole a seco.

— Ignis? - Chamou Clara. – Não faça o que está planejando, por favor!

— Ah, agora você, “irmã”! Pensei que não tinha interesse em minha coroa.

— Você não entende, este objeto é muito importante, ele é muito maior do que você pode imaginar!

— Está me chamando de burra?!

— Não! Eu só quis dizer que... Ah.

— Rainha. - Disse Danny, tentando parecer amigável. – Você não deseja se casar e nem batalhar, mas tudo bem, eu entendo, de verdade. Me entregue a coroa, eu vou embora daqui. Eu prometo. Não confia mais em seu amigo?

E Ignis, segurou firme a coroa:

— Não brinque comigo, você não é meu amigo.

— Ah, como pode falar assim comigo?! - Pareceu abalado. – Os nossos pais se visitavam, e com isto, crescemos juntos... Com poderia eu não ser o seu amigo?

— Amigos... Amigos, não tentam destruir uns aos outros, não tentam se sobrepor à liberdade e direitos do outro, não enviam cartas cheias de ameaças!

— Sim, mas eles também tentam ser compreensíveis, tentam ser gentis! Por que então não age com gentileza, por que não me dá a sua coroa de presente?!

— Vá para o inferno!

— Irei, se fazer o que eu lhe pedi primeiro.

— Vai? Mas a qual custo, um objeto com um interesse completamente improvável e suspeito?! Me explique para o quê isto lhe será útil!

— Coisas, que vão além da sua imaginação! Apenas isso. Poder! - Respondeu exaltado.

— "Poder"?! Danny, não se importava com poder.

— As pessoas mudam.

— Então é esta a resposta para a minha pergunta? “Poder”? ou foi “As pessoas mudam”? Pois, saiba que eu não aceitarei nenhuma delas!

— Então continue, e veja o seu povo ser massacrado! Sabe que isso não precisa ser assim, tudo isso começou por sua culpa, e tem a chance agora de ter os seus erros perdoados... Se entregar a peça. Eu irei em bora!

E Ignis, apenas o-encarava descrente. Era difícil ver que o seu antigo e melhor amigo estava tão diferente, e sem um aparente motivo que justificasse aquilo, era como se ele realmente houvesse deixado de ser quem era.

— Quer isto? - Fitou a coroa. – Espero que seja um bom mergulhador.

Esta foi a decisão de Ignis, atirar a coroa no fosso do castelo. Mas, antes que assim fizesse, a rainha e a sua coroa apenas somem em um flash de luz, escapando totalmente das vistas de Danny, que apenas, encarou desentendido com a situação. Entretanto, que logo fitou cheio de ódio para o castelo.

 


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Notas finais do capítulo

Olá. Então, o que acharam? Estão odiado a Clara? Kkkk e como foi ver o Moxx morrer de novo? Eu sei, foi muito triste, e foi lindo.
A continuação é a terceira parte, tive que dividir pelo tamanho final, então deixei o mesmo nome pois os três capítulos tem o mesmo ritmo. Em breve ele já estará aqui.



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