12 & Clara: A Roda De Fogo escrita por Cassiano Souza


Capítulo 3
Ação atrasada


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui estamos em um novo capítulo, desta empolgante e divertida FanFic, porém em um capítulo em que chegou a hora de falar sério, e esquecer um pouco a brincadeira. Mas não se preocupe, a brincadeira não acabou. E adorei esse capítulo! BOA LEITURA!



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Wind Of Change tocava, transmitida, por um pequeno rádio sobre um balcão, onde, uma garçonete anotava algo em um bloco de notas. E dentro desta parada de almoço, as pessoas lanchavam e almoçavam normalmente, pensando talvez, nas suas vidas, e problemas e sortes envolvidas. Mas, também compartilhando destes mesmos pensamentos humanos, dois Senhores do Tempo saíam agora, de um dos banheiros do comércio.

— Você tinha mesmo que se materializar no banheiro masculino? - Murmurou a Missy.

— Sistema de navegação excelente. E não poderia ser no feminino, me achariam um tarado.

— Ah é? E o que acharão de mim?!

— Que seria uma esposa ciumenta - Supôs.

— Isso, vá brincando. Só espero que isto nunca lhe aconteça, quando chegar a sua vez.

— Aviso ou Spoiler?

— Spoiler será eu lhe responder a esta pergunta.

— Tudo bem, qual o problema em termos uma Doutora?

Mas a Missy, não respondeu a questão, apenas, desviou o seu olhar. E o Doutor e ela, prosseguiam, mudando de assunto, até, uma mesa próxima a janela, e vendo todos os olhares tortuosos de estranhamento sobre os dois. E aqui, o refrão da musica começou.

— Viemos tomar milk-shake? - Perguntou a Senhora do Tempo ao Doutor, estando eles, já sentados um de frente o outro, e encarando a vista árida, entregue pela janela.  – O meu quero de banana. Rica em cálcio e magnésio, sem falar na vitamina C!

— Não viemos tomar milk-shake, sabe que não tenho dinheiro. É sempre Clara quem paga.

— E por que então estamos aqui?

— E por que não estaríamos?

— É Utah! E acabamos de fugir de Nevada. Será que eu já acabei com todos os destinos interessantes do universo? Até Sheffield é mais divertido.

— Na verdade não. Mas, o que acontece agora é que eu preciso saber a verdade.

— Que verdade? Acho que será tão difícil consegui-la quanto ver esse país pedir desculpas alguma vez.

— Missy... Eu voltei por você, preciso desta retribuição. Foi você quem vendeu a Terra?

E a Mestra, revirou os olhos.

— Eu, vender a Terra?! Eu já disse, nem sei sobre o que está falando. E além do mais, quem compraria um traste como este?! Os Slitheen, os Cybermans? Provavelmente. Mas, não venha querer me culpar por tudo, querido, também tenho os meus próprios problemas.

— Mas não é só isso. Você possui uma das peças da Roda de Fogo. Por quê?

— E por que não teria?

— Porque você é muito maior e capaz do que isso, nunca precisaria se humilhar por um objeto tão estupido.

— Estupido?! Sabe o grau de destruição que ele pode gerar?

— Sei, e isso o-torna ainda mais idiota. Mas você... Você é uma Senhora do Tempo, Missy, poderia criar algo tão interessante quanto esta máquina, e qualquer uma que fosse.

— Eu sei, e obrigada pelos elogios. Contudo, é tecnologia dos Antigos, algo raro e muito procurado por certas pessoas. E elas, querem a Roda.

— Quem?

— Meus chefes.

— "Chefes"?! Missy, você não precisa de dinheiro, não precisa de trocas de favores e valores, e você, se quisesse, poderia criar o seu próprio dinheiro! Poderia roubar e vender um planeta de diamantes!

— E quem disse que faço isso por dinheiro?!

O Doutor se mostrou confuso. A Senhora do Tempo, esclarece:

— Eu já lhe disse muitas vezes, somos parecidos, Doutor.

— Éramos. - Tentou corrigir.

— Não. Somos. - Se entreolharam firmes. – Eu não faço o que faço por riquezas, fama, ou... Qualquer que seja o prêmio. É pela aventura, pelo desafio. É um esporte, um robe.

— Você destruiu impérios, planetas, e vidas, e corações inteiros. Como pode se achar parecida comigo?! - Disse alto, e a Mestra, desviou o olhar. – Falei alto, agora todos nos encaram como se fossemos um casal histérico. - As demais pessoas encaravam.

— Talvez sejamos mesmo. Mas, você destruiu impérios, planetas, e corações tanto quanto eu. Os fins talvez justifiquem os meios, querido, mas, saímos pela mesma largada, e chegamos no mesmo destino.

— Você só pensa em si, e eu não viajo por aí apenas como um passa tempo banal. É tentando parar os iguais a você também.

E a Missy, lança ao Doutor um olhar completamente firmado na decepção.

Wind Of Change, tinha o seu fim agora, mas, Still Loving You logo começa a tocar em seguida.

— Mas um dia, eu também acreditei, Missy. - Continua o Doutor. – Também já achei que ainda podíamos ser iguais como antes.

— Mas, saiba que a culpa por tudo o que eu sou hoje é sua, meu amigo.

— Minha?!

— Fugiu de Gallifrey com a sua netinha chorona.

— E o que tem isso?

— Me abandonou.

O Doutor, tentava compreender. A Mestra prossegue:

— Me deixou sozinha, completamente esquecida e desprezada, a sua melhor amiga. Eu, não aquela outar!

— Isto ainda não me justifica nada.

— Tem certeza? Tudo o que fiz a vida toda não era apenas maldade, assim como para você não eram apenas aventuras as suas viagens. Tudo o que fiz, foi tentar trazer o meu amigo de volta para mim, chamar a sua atenção. A atenção do meu amigo, que sempre vivia com a cabeça no mundo da lua. E brincar de gato e rato, como quando ainda éramos crianças.

E assim, o Doutor apenas encarava a amiga com a sua mais furiosa expressão. Ele, por séculos havia se encontrado com o Mestre, a antiga forma da Missy, e uma forma que como ela sempre, havia praticado o mal, e ceifado inúmeras vidas por onde passasse. Não era fácil para o Doutor ouvir aquilo. E agora, o refrão de Still Loving You começava a tocar.

— Essa maldita música. - Murmura a Senhora do Tempo.

— Eu não acredito em você. - Avisa o Doutor.

— Eu sei. - Responde, simplesmente conformada.

— Mas não minta para mim, o que você fez com o mundo?

— Nada! Já disse. Mas, se quer mesmo saber toda a história... Vamos lá. Eu fui paga por um dos chefões Resmcoodrap de Kunn, para conseguir para eles a Roda de Fogo.

— Mas deve estar indo muito mal, já que só tem uma peça até agora.

— Duas, se esqueceu da que roubamos?

— Eu não irei dá-la a você.

E a Missy revirou os olhos:

— Sem problemas, saiba que eu também teria outra se quisesse, mas, tive que fugir, e só pude roubar uma então.

— Roubou dos seus chefes? No Aprendiz, há esta altura já estaria demitida.

— Foi pelo bem de todos, saiba que eu costumo ser honesta quando estou de bom humor.

— Mas você disse que se contasse, quebraria o contrato, porém... Roubando, você está praticamente jogando o contrato no vaso sanitário e dando descarga.

— Pois é, bem pensado.

— Missy, quais eram as consequências e benefícios de acordo com a quebra ou cumprimento do contrato? - Perguntou preocupado, e Still Loving You chega ao fim.

— Bem, digamos que... Não sei.

— Não sabe?! Como pode assinar algo sem nem ao menos lê-lo?!

— Ora, todo mundo faz isso! E eu estava com dor de cabeça. Mas, por que toda esta preocupação agora?

— Porque talvez seja esta a resposta pra o leilão. O mundo sendo vendido devido a sua traição. Correu para cá, acham que é propriedade sua, e então, o-leiloam, como sendo uma espécie de indenização. Mas, ainda não faz sentido, você odeia esse mundo. Por que achariam que é propriedade sua?

— Não odeio.

— É claro que odeia.

— Não, apenas nos domingos.

— Então está me dizendo que gosta da Terra?

— Gosto.

E o Doutor, riu descrente. a senhora do tempo insiste:

— O que foi? Esse mundo é tanto meu quanto seu, é para cá que eu também sempre corro. É meu abrigo também, desde que perdemos a nossa terra.

Gallifrey, a terra do Doutor e da Missy. O lar dos Senhores do Tempo, um covil de monstros e heróis, e berço de uma das civilizações mais antigas e civilizadas do universo. Porém, que havia para muitos e por muitos anos, sido considerada como destruída, após a última grande Guerra do Tempo.  Mas, que na verdade, se encontra agora em um momento após o final do universo. E ambos os amigos conversando, sabem disso, e se olhavam agora sem jeito.

— Obrigado por ter me dito a verdade. 

— Obrigada por ter vindo me salvar. 

— Favores merecem agradecimentos, aquilo não foi um favor.

A Missy, sorri sincera:

— Certo, mas se o mundo está em perigo, não devíamos nos apressar, querido?

— Sim, Clara e Kate devem estar me xingando agora.

— Bem, mande elas para o inferno.

— Não, ninguém mereceria ir, ninguém, Missy. - E pelo olhar do Doutor, a Missy soube que ele estava se referindo a ela. – Porém, então vamos lá. - Disse, se levantando do assento. – Vamos salvar o mundo.

— Sim, mas antes, um milk-shake. Que tal?

— Já disse que não tenho dinheiro.

— Eu sei, pão duro. Mas nunca disse que você pagaria. - E assim, retirava de uma de suas mangas uma nota de 100 dólares.

— Roubou o banco?

— Algumas vezes.

— Entretanto, o mundo pode estar prestes a ser invadido. Acha que temos tempo para beber milk-shakes?

— Você tem uma cabine da polícia e eu um chapel, por que não? Máquinas do tempo, temos o tempo todo do universo que precisarmos para deter qualquer invasão, e salvar qualquer planeta.

— Ok, você venceu. - Voltou à mesa. – É com lanches assim que a Clara me suborna. 

— Poderia parar de falar na outra?

— River?

— Ahr!

E assim, se provocavam os velhos amigos, com cada um, tocando em assuntos impertinentes. E enquanto esperavam por os milk-shakes pedidos pela Missy, ela e o Doutor, colocavam os assuntos em dia, os assuntos, ocorridos nos raros e distantes encontros que aconteciam a eles. Encontros, que sempre eram guerras, mas, que hoje, apenas havia sido algo que os dois já deviam ter feito há muito tempo, sentado e conversado. E com uma garçonete de uniforme azul e avental branco chegando com os pedidos, os dois Senhores do Tempo, saboreavam a aquela deliciosa bebida da sua nova “terra”, e após isto, se retiravam para o banheiro. Send Me An Angel começava a tocar.

 

 


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Notas finais do capítulo

E então, o que achou do capítulo, e da história até aqui? Pessoalmente, eu estou gostando.
O título do capítulo não se chama como chama por o capítulo ter sido apenas um diálogo, se chama assim devido ao fato de que o Doutor e o Mestre já deviam ter se sentado e conversado há muito tempo! Por isso, “ação atrasada”. E “sentar e conversar” é uma referência daquele discurso do Capaldi com os Zygons.
E a garçonete de uniforme azul e avental branco anotando num bloco de notas é um easter egg do episódio Hell Sent, onde temos a Clara vestida de garçonete, e exatamente como descrita no capítulo. E este restaurante onde eles estão é aquele mesmo lá do The Impossible Astronaut. Enfim, show de referências da era Moffat.
E as músicas que eu comentei na narração são da banda de rock Scorpions. Foram músicas que achei que combinariam, e aqui estão os seus links https://www.youtube.com/watch?v=n4RjJKxsamQ
https://www.youtube.com/watch?v=EYyarcp5LtU&list=WL&index=133&t=0s/
https://www.youtube.com/watch?v=1UUYjd2rjsE&list=WL&index=131
E aquilo que a Missy disse sobre o Doutor ter fugido de Gallifrey primeiro, simplesmente eu não tenho certeza disso. Eu achei que faria sentido, de acordo com tudo que eu já vi e sei da série até aqui, mas tudo bem se estiver errado, imagine que a fanfic é de universo alternativo. E uma outra explicação, a área 51 fica em Nevada, um dos vários estados americanos, e a parada de lanchar aí fica em Utah, outro estado.
Resmcoodrap é um anagrama de “compradores”, e aquele cara do capítulo passado que a Missy enganou é um deles. E o planeta Kunn já foi citado capítulo passado, onde há a capital Firatoc, anagrama de “trafico”.
Os Antigos, citados pela Missy, são algo que tem o termo oriundo do UE (universo expandido) e também nada mencionado na série, porém circula bastante esta teoria nos Fandoms estrangeiros. E nisto seria proposto que estes seres seriam de até antes ou depois do universo talvez. E muitas citações são feitas no UE, mas nada muito específico, tipo o Celestial Toymaker, no UE nunca são citados os possíveis nomes dos Antigos, porém conseguimos “identifica-los” por certos padrões. E ele tem todas as características envolvendo, e não sou eu quem diz isso, são as teorias, e nisso é considerado como um deles. Também seriam classificados como tal, o Bleck Guardian, o White Guardian, e até mesmo alguns dos Osirans, e Satan. Em uma prosa retirada do Big Bang Generation, podemos descrever os Antigos ou os Anciões do Universo, como seres que podiam manipular as leis do espaço-tempo para os seus próprios fins.
Então é isso, até a próxima, que talvez também demore para sair. OBRIGADO PELA LEITURA!