12 & Clara: A Roda De Fogo escrita por Cassiano Souza


Capítulo 13
O cerco de chamas - parte 3


Notas iniciais do capítulo

Olá! Gostei do capítulo, tiveram umas coisas bem série clássica, porque afinal temos o 3 agora, e fiz coisas aqui do jeito que percebo quando vejo a série clássica.
Devem se lembrar também de pequenos detalhes deixados ao longo dos últimos capítulos, e que farão diferença ou sentido agora. BOA LEITURA!



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Uma fumaça negra e fina encobria os seus arredores, e a fuligem manchava as suas lentes. Osgood e Clara se encontravam estiradas pelo chão gramado, nos arredores das cercas do pátio, e no pátio, todos os soldados se encontravam também caídos. O impacto do grande ataque surpresa havia atingido próximo, e o seu choque nocauteado a todos. E todos, se levantavam pesquisando a si mesmos, e ao acontecido brutal. Osgood, de onde estava deitada, fitou aos céus ao abrir os seus olhos e limpar as suas lentes. Mas, fitando a vastidão celestial, um enorme projeto de luz em formato de “número 15” em tom vermelho se posicionava de um horizonte à outro.

— 15? - Indagou Osgood se levantando depressa, e Clara acompanhou o seu olhar.

— Já vi muito disso, contagem regressiva.

Osgood suspira fundo após o que a outra disse, e fita determinada ao aparelho que traria a verdade, e as consequências.

— A Kate se disse inocente, Osgood! - Lembrou Clara.

— Ela disse. Mas sinto muito, já existem ameaças demais por aqui.

E após estas palavras diretas e simples, Osgood ativa o aparelho de detonação de campo eletromagnético Zygon, e assim toda a verdade escondida por de trás do véu de humanidade caía por terra, e as consequências seriam colhidas.

— O que são essas coisas? - Se perguntavam os humanos, em meio aos seres estranhos.

— São o mesmo tipo de ser da nave. - Se referiam ao visitante da nave que havia pousada há pouco entre eles. – Eram todos alienígenas! - Vislumbravam as criaturas, que em minutos antes eram companheiros de batalha.

Os seres não possuíam grande reação, a não ser o arrepio de ameaça, e o pavor de estarem cercados, e saberem que não haveria outro destino, a não ser morrer ou lutar. Os humanos imediatamente apontaram suas armas, se sentiam ameaçados, se sentiam enganados, e completamente perdidos. Puxaram os seus gatilhos, e logo uma guerra estava declarada. Zygons também se sentiam ameaçados, também se sentiam perdidos, e completamente enganados, então para um contra-ataque ocorrer não bastava nada, além da sua técnica de defesa, que consistida em correntes elétricas de degradação orgânica.

— Será um massacre! - Diz Clara chocada. – Não apenas de Zygons, mas de humanos também.

— Uma escolha foi dada, eles a fizeram.

— Não fizeram. - Corrigiu.

— Sim, não tiveram tempo de responder, assim como eu não tenho tempo de discutir com você.

— Não precisamos discutir, só achar o Doutor. Mas agora vendo você falando... Tenho certeza, você nunca poderia ser outra, você é tão humana.

Osgood desvia o seu olhar. Ela entendeu muito bem o que Clara quis dizer, e se perguntou imediatamente em seu interior se seria a sua ira momentânea a maior definição de ser humano. Mas, deixando o fogo cruzado para trás, a dupla prossegue agachada e cautelosa para longe.

 

***

 

WHITHCHAPEL/ BASE ZYGON

Londres havia sido bombardeada há pouco, e da entrada do porão onde estava o Doutor, ele havia sentido isso. Era hora de agir, e vendo os inimigos a metros dele sem percebe-lo e ao imaginar a situação caótica casa afora, o Senhor do Tempo só conseguiu pensar em uma coisa...

— Leituras de calor no andar de cima indicam focos de incêndio. - Notou um dos 5 Zygons da base, manuseando um de seus computadores orgânicos.

— Vá e detenha as chamas.

E assim, três desses Zygons partem para o andar de cima. Onde logo, que imediatamente a TARDIS materializa-se dentro da base, e logo o Doutor se retira da nave, ativando a sua chave sônica contra a entrada, que se tranca imediatamente.

— Estes sons... - Diz o Zygon do computador, se virando para trás.

— Sim, eu. Eu sou o Doutor. - Responde o Senhor do Tempo, fitando sério aos dois adversários.

— Você será destruído.

— Bem, existe uma longa lista de testes.

Os Zygons fecharam a cara, e o Doutor apenas sorriu sutil, com o seu típico brilho de contentamento em seus olhos cansados. Um dos Zygons logo lhe partiu para cima, apontando a sua rugada mão, que imediatamente o Doutor acabou a-torcendo, e o-puxando para si, para depois atira-lo de cara contra a parede. Esse é um Doutor de compaixão, porém, um que usa sim de todo o seu dispor físico para alcançar a paz. O outro Zygon o-lançou um golpe braçal, e logo ele o rebate com outro. Aquilo se repetiu mais três vezes, e o Doutor chegou a uma conclusão.

— Você sabe lutar Eikido venusiano. - O Doutor lança um golpe.

— Implantes de memorias de seus antigos conhecidos. - O Zygon barra o golpe, e lança outro, mas que o Doutor também barra.

— Meus conhecidos? Você não terá perdão.

O Senhor do Tempo se agarrou em dois canos metálicos do baixo teto, e assim dá com as suas duas pernas juntas um golpe na caixa torácica do oponente, que cai contra o computador, que acaba sendo danificado, e explodindo.

— Eu me recuperei. - Disse o outro inimigo ao se levantar.

E logo o Doutor o vira contra a parede novamente, e o-lança ainda mais forte. Ele caiu de novo, com a cara amassada.

— Você danificou os nossos sistemas. - Disse o Zygon que havia atingido o computador.

— Não, você danificou os seus sistemas. - O Doutor dá um golpe como uma cotovelada na cabeça do Zygon, e então o-puxou por seu braço, e o-atirou contra os fios dos sistemas Zygon, que eram orgânicos como os computadores, e assim o eletrocutaram, em um ato de defesa própria.

O Senhor do Tempo então vai depressa até um pequeno monitor próximo da parede, e ativa a sua chave sônica, fazendo assim todas as portas das cúpulas de impressão corporal se abrirem imediatamente, e libertar a todos. O Senhor do Tempo passa de casulo em casulo, vasculhando quem seria quem. E em uma destas câmaras, uma mulher loira do que estará em uma faixa etária de 40 a 50 anos o-encarava embasbacada.

— Posso lhe ajudar, senhorita? - Perguntou o homem de roupas extravagantes, estendendo sua mão à ela.

— Doutor?! - Aceitou a ajuda. – Você é o Doutor!

— Hum, até o momento sim.

— E o meu favorito na verdade. Mas não conte nada ao meu outro, teimoso e melancólico como um escocês!

— Outro?! Então estou ultrapassado.

— Mas disse que é o meu favorito! Não conta?

— Bem, menos mal.

Porém, mesmo em um momento tão nostálgico, a violência lá fora ainda não havia acabado, e um tremor enorme faria com que todos se equilibrassem para não cair.

— Há uma guerra lá fora? - Questiona o Doutor.

— Possivelmente, senhor. Os Zygons como metade da galáxia pretendem dominar o mundo, e fizeram uma enorme conspiração. Estou trancafiada aqui há dias, e não sei exatamente o que está acontecendo agora, mas sei que não estamos em uma situação nada simpática. A líder usava a minha mente, mas isso deixou uma janela aberta para mim também.

— E suponho que você seja importante.

— Bem, não é querendo me gabar... Mas sou Kate Lethbridge Stewart.

O Doutor ergue imediatamente as sobrancelhas:

— Lethbridge Stewart?!

— Sim!

— Kate Lethbridge Stewart?!

— Sim.

— Bom, nunca ouvi falar. Mas se é uma Stewart é de confiança, sempre encontro algum deles por aí. Peça a todos para entrarem na TARDIS, Kate Lethbridge Stewart.

— Certo, devemos regressar imediatamente à UNIT.

Kate então orienta todos os libertos até a cabine azul. E na cabine azul, o telefone da porta toca.

— Doutor. - Se identificou o Senhor do Tempo atendendo a ligação. – Com quem eu falo? Suponho que com alguém altamente inteligentemente perigoso, já que conseguiu ligar para um telefone falso.

— Falso?! Para mim sempre foi muito real! - Disse uma voz feminina já madura.

— Essa voz... Jo?!

— Sim! Oh, Doutor. Quanto tempo!

— 10 minutos para mim!

— 40 anos para mim!

— E os cabelos brancos?

— Alguns, mas no futuro ainda existe tingimento capilar, sabia?

— Mas estamos em uma emergência, Jo, o que deseja?

— Passear na Bessie cara de bobo! O que você acha? Venha buscar a sua acompanhante, há uma nova aventura para nós!

— Não é uma má ideia, espere por mim.

Kate orientou todos os demais humanos até a nave, e logo encerrando a ligação, o Senhor do Tempo parte para o console, e parte com todos dali. Kate abraça o seu filho.

 

***

 

HIGHCLERE CASTLE

A sala estava cheia dos representantes do mundo, minutos antes resgatados, e cheia das antigas companhias do Doutor. E entre todos, algo chegava agora, o que parecia ser uma enorme cabine azul, surgindo diante dos vários indivíduos. Todos encaravam embasbacados, ou também admirados, faziam décadas que alguns daqueles não contemplavam aquela visão.

A porta se abriu, e o Senhor do Tempo encarou pasmo para muitos.

— Jo?! Victoria?! Ben?! Polly?! - Fitou Tegan e Hary. – Hum, vocês eu não conheço.

— Tegan. - Se apresentou Tegan.

— Harry. - Se apresentou Harry.

— Creio que ainda gostarei muito de vocês.

— Assim espero. - Avisou Tegan.

— 40 anos! - Diz Jo abraçando o Doutor. – Já faz 40 anos!

— 50 para nós. - Acrescentou Polly, Ben, e Victoria.

— 30 para nós! - Acrescentaram Harry e Tegan.

— Sinto, amigos, mas acho que não tive tempo de sentir saudades.

— Só porque é um Senhor do Tempo. - Colocou Jo.

— E você alguém cheia de surpresas. A ligação, explique.

E Jo apenas entrega um certo bilhete ao velho amigo.

— “Nos 15 minutos mais difíceis de sua vida, ligue par este número, melhor ajuda do universo. DEC”. Que antiquado! Quem é DEC?

— Não sei. - Responde Jo. – Mas foi o que apareceu em minha cama, um dia antes de você dizer que iria a um “lugar cruel”. Que lugar cruel?!

— A base Zygon. Kate me contou o que está havendo, e algum Senhor do Tempo me quer aqui.

— Para derrotar os Zygons? - Questionou Polly. – Acabaram de bombardear várias partes do mundo!

— Talvez, Polly, mas me pareceram muito incapazes, talvez não tenham sido.

Um enorme zumbido percorreu todo o ambiente, e todos se curvaram incomodados.

— O que foi isso? - Perguntou Victoria?

— Alguma transmissão por vibrações eletrosfericas! - Respondeu o Doutor. – Uma ferramenta tão primitiva, só pode ser de alguém vindo dos tempos das cavernas do universo!

E logo uma voz masculina e autoritária foi escutada por todos os metros quadrados do planeta. Dizia a voz:

— Atenção, mundo de ladrões. Atenção, mundo de ladrões. Exijo o meu troféu. Repito, exijo o meu troféu. - Se repetiu inúmeras vezes.

— Não é a voz dos Zygons! - Notou Harry.

— Não. - Confirmou o Doutor pensando distante.

— E porque a sala ficou tão escura?! - Notou Ben, e todos encararam envolta. Estava tudo realmente muito escuro. – São só 12:55! Ou são as minhas vistas? Polly, onde estão os meus óculos?

— Você esqueceu em Sheffield. - Respondeu ela.

— Temo que não sejam suas vistas, Ben, mas bem observado. - Disse Tegan partindo para a janela, e fitando aos céus. – Essa é das grandes, Doutor.

E o Doutor e os outros seguiram depressa à janela. Havia ali uma exageradamente enorme nave, e sobrevoava com certeza metade dos céus do Reino Unido. Cheia de cachões, e revestida por uma densa lataria escura.

— Bem, bela nave. Faz tempo que não vejo uma dessas! - Comentou Jo empolgada.

— Preferia admira-la de longe! - Rebateu Tegan.

— A quem pertence? - Indagou Victoria.

— Aquele é o Terror Negro, Victoria. - Disse o Senhor do Tempo, e todos se arrepiaram com o seu tom sombrio. – Pensei que fosse apenas uma lenda. Na academia ouvíamos todos os tipos de histórias horríveis a respeito daquela obra.

— Mas a voz disse troféu. - Lembrou Polly. – O que seria o seu troféu? E não querendo negar nada, mas por que chamou a humanidade da ladra?

— Exato, Polly! Por quê? - E todos se entreolharam desentendidos. Ben expressou a falta de respostas com os seus ombros.

— Ora, Doutor, pense direito!  - Ordenou Jo. – Você através de mim foi guiado até aqui, e o mundo se pôs em perigo através de uma conspiração intergaláctica. Onde os Zygons queriam um antigo objeto altamente poderoso, e onde agora um outro indivíduo vem em busca do seu “troféu”.  O que tudo isso tem a ver?

— Não sei. O que tudo isso tem a ver?

— Objetivos em comum!

— Boa garota. - Sorriu. – Fez o seu dever de casa ao longo dos 40 anos. 

Jo também sorri contente. O Doutor se volta para a TARDIS:

— Me deem a Roda de Fogo, e até mais a todos. Farei contato assim que possível. 

— Nós faremos contato assim que possível! - Corrigiu Jo.

— Será perigoso, Jo.

— E quando não foi?

— Não há nada que eu possa fazer para impedi-la?

— Não. - Se fitavam felizes, a antiga dupla.

— E nós?! - Perguntou Tegan indignada.

— Ah, quem vai cuidar dos representantes? - Respondeu Jo sem jeito. – Desejo um bom trabalho, tenho certeza de que vocês se sairão muito bem.

O Doutor então parte imediatamente para a nave, e Jo logo apanha a Roda de Fogo, guardada num cofre atrás de um quadro da rainha Elisabeth primeira, a rainha virgem, ao lado do seu marido secreto. E na cabine azul, a dupla sorria contente por estar novamente em mais uma aventura, onde Jo encarava sem palavras ao tão amado ambiente, mas que há anos nunca mais havia pisado. 

— É bom tê-la à bordo, Jo Grant.

— É bom tê-lo à bordo, Doutor.

O Doutor puxou a alavanca, e a TARDIS partiu feroz.

 

***

 

UNIT/ PÁTIO DE OPERAÇÕES

O confronto seguia massacrante. Zygons e humanos, todos eram mortais, e assim morriam. 4000 zygons, e 4500 humanos, que agora eram 2200 humanos, e 2000 zygons. Os homens da Terra disparavam com suas metralhadoras, e quando não acertavam o inimigo, acabavam acertando algum de seus entes. E os inimigos, lançavam suas descargas elétricas mortais, porém, já sem o folego de antes, estavam quase indefesos, quase impotentes, e para terem o seu extermínio ali não demoraria mais tanto. Porém, como um grito de esperança, um som agudo e cruel assustou a todos, que imediatamente haviam deixado de fazer o que estavam fazendo. E assim, um tanque de guerra chegava ao pátio, e todos o encaravam amedrontados.

— Que bagunça! - Dizia uma mulher loira e armada com duas metralhadoras penduradas em seus ombros, saindo de dentro do veículo bélico.  – Então é isso que fazem quando a chefe sai? Deviam se envergonhar.

— Senhora Kate. - Bateu continência. – Eram todos alienígenas, senhora! Todos eles.

Os seres franziam suas faces. Kate confirma:

— Eu sei, soldado. Todos aliens, e até eu era um!

— O que quer? - Perguntou um dos Zygns, entre os vários.

— Simples, paz.

— Mentira. Vocês nos caçaram, nos humilharam, e nos queimaram. Vocês não podem querer paz.

— Kayjela? - Perguntou a Brigadeira, e o Zygon confirmou com a cabeça. – Eu sinto muito, Kayjela, nós fizemos mesmo isso.

E os olhos da Zygon se encheram de lagrimas, e os humanos engoliram a seco. Kayjela continua: 

— Mas se quer paz... O que fará para conquista-la? Nos dar uma outra escolha estupida, ou nos eliminar por completo? Não duvido de nenhuma das alternativas.

— Vim dar uma escolha sim.

A líder Zygon ri malévola. Kate suspira:

— Mas não, não é estupida.

— O que então?

— Justa.

E Kayjela ri. Kate pede:

— Juntem-se a nós.

— Nunca.

— Ora, olhem para cima. - E assim muitos fizeram.  – Acham que humanos e zygos aqui significam mais diferenças? Respiramos o mesmo ar, comemos o mesmo alimento, e pisamos no mesmo chão. Mas um chão que irá para o inferno, se continuarmos brincando de adultos!

— O que quer dizer?

— O caso aqui agora não é humano contra Zygon. Por favor, precisam parar com isso, e juntar-se a nós.

— Já está pedindo ajuda? Me parece muito fraca agora.

— Não é ajuda, é sobrevivência. Se querem este mundo também, então lutem por ele! Ele pode ser de vocês, mas se aprenderem que não precisam dominar nada e nem ninguém, é só... União.

— União?! Continuaremos escondidos e submissos!

— Visitas seguem as regras da casa. Coloquem-se em nosso lugar.

— Não importa, não queremos continuar como estamos, queremos mais! Mais! - Berrou.

— Então sinto muito. - Kate apontou sua metralha em direção da outra. – Vim em busca de paz, mas já existem ameaças demais aqui.

— Atire. Faça com que vejam, faça com que vejam quem a sua raça é.

Kate fitou os outros, e todos os outros a fitaram. A Brigadeira responde:

— Todos já sabem quem nós somos, Kayjela. Não somos monstros, e nem somos heróis. E vocês também não.

E Kayjela se surpreendeu com o que ouvira. A loira continua:

— Todos erramos e acertamos, não importa quanto tentamos evitar. E não tememos vocês por suas formas, ninguém é um monstro por sua aparência! Somos monstros somente por nossas ações.

— E quanto as suas ações?

— Compaixão? É esta a minha ação no momento. - Mas ninguém pareceu entender. – Ouçam-me, zygons! Eu não quero mata-los, embora sejamos muito capazes disto. - E todos os homens da UNIT apontaram suas armas aos zygons. – Existe uma ameaça maior agora, e não precisamos todos morrermos juntos. Sei que nos odiamos na maior parte do tempo, mas o caso agora não é esse! Querem o mundo? Então lutem para merece-lo. Se Kayjela pretende nunca mudar o seu pensamento e ser enterrada com ele... Por favor não sejam iguais, eu estive na cabeça de um de vocês, e sei como se sentem, e sei o que sentem!

— Se sentiu o que eu sinto, já devia ter feito o que veio fazer. Eles nunca irão te escutar.

— Atitudes e consequências, seja o que vier. Mas não precisava ser assim. - Suspirou. – Você sabe que não. Tem certeza? - Perguntou com olhos cansados, e continuando a apontar a arma. – Uma última vez, me diga... Fique comigo.

— Não.

Disse simplesmente. Kate então respirou fundo, e percebeu que realmente não havia jeito, e não haveria mais diálogos, apenas as últimas e piores escolhas que chegam para qualquer soldado algum dia; tirar uma vida. Ela tentou evitar, mas seria só mais uma, apenas mais uma, entre outras que ela como o Doutor já haviam cometido e carregado por toda as suas jornadas. Mas, para dar uma pausa, neste momento de angustia e escuridão em seu caminho, Kayjela havia sumido de diante de todos. Kate encarou surpresa, mas observando melhor, um dos inimigos se encontrava ali com uma de suas mãos estendidas, e na frente dele, um monte de fibras eletrizadas e chamuscadas. Todos os humanos e demais inimigos encaravam descrentes com a cena.

— Nós perdemos, nós aceitamos. - Respondeu um Zygon de trás de onde estava sua líder, abaixando sua mão.

— Obrigada. - Disse Kate imensamente grata, ela estava definitivamente feliz por aquilo, apesar de ter sido trágico. O brilho de seus olhos pareciam transmitir toda a sua esperança possível. – Muito obrigada.

— Estamos do seu lado.

— Todos? - Fitou aos alienígenas.

O traidor Zygon já estava decidido, estava do lado certo, mas que não era nem humano ou Zygon, apenas o da sobrevivência, e união, como muitas nações neste planeta. Mas encarando os seus entes, logo as suas manifestações tomaram a atenção de todos, pois dos 2000 zygons sobreviventes à batalha, chocantemente apenas 500 se mostraram favoráveis, se manifestando com suas mãos para cima. O traidor rosnou para os opositores, e os opositores rosnaram para o opositor.

— Vocês não podem permanecer assim, vocês devem se aliar a nós. - Pediu o traidor.

— Você se esqueceu de nossa luta, se esqueceu de nossa causa. - Respondeu um opositor.  - Mas nós não.

— Não estaremos esquecendo, estaremos só lutando diferente, os humanos estão certos.

— Não, eles nunca estarão, você nunca estará.

— Irá morrer, irá acabar como Kayjela!

— Teria medo de acabar como os seus heróis?

Porém o Tridor não conseguiu responder. Já o outro disse:

— Eu não. - Fitou os demais. – E vocês?

— Nós não. Nós não. Nós não! - Diziam os 1500. – Nós não. Nós não! Nós não! Nós não! Nós não! Nós não! Nós não!

Amargura e decepção se abateram sobre os ombros da Brigadeira, pois os demais zygons demonstravam sua mais dura inconformidade, e agora a Brigadeira teria de carregar o fardo de mais este grande genocídio.

— Eu sinto muito. - Disse Kate ao traidor.

— Eu sei.

Kate sinalizou, e assim de miras apostas, todos os seus homens eliminaram aqueles que não a-quiseram escutar. E o chão se enchia de um tom vermelho, porém não apenas do sangue dos humanos, e sim dos vários cadáveres Zygon.

— Escolheram o lado certo, meus amigos, todos iremos sobreviver. - Felicitou a líder humana aos 500 novos aliados, em seu tom de profunda tristeza.

Mas, desafiando o seu momento de conformidade, a voz que tanto ecoou pelo mundo se manifestou feroz novamente, e desta vez ainda mais impaciente:

— Tempo esgotado. Tempo esgotado. - E todos olharam para cima. O número 15 não estava mais presente. – O troféu ainda não foi entregue. O troféu ainda não foi entregue. Unidade B de 300 Skovox Blitzer auto programáveis, invadir a área. Unidade B de 300 Skovox Blitzer auto programáveis, invadir a área.

— Skovox Blitzer?! - Questionou Kate abalada, vendo raios luminosos saindo da grande nave celeste, seguirem para a cidade.

— O que isto significa, senhora? - Questionou um dos humanos.

— Apenas uma palavra no arquivo negro poderia defini-los. - Todos permaneceram apreensivos. – Morte. Maquinas de guerra capazes de destruir um planeta em horas.

— Mas estamos aqui. Não conta?  - Questionou o traidor.

Kate sorri agradecida:

— Menos mal.

Sem demoras, imediatamente partiram humanos e Zygons lado a lado, portando os seus tanques de guerra, jeeps, caças, e todas as grandes armas guardadas em seus quarteis, rumo à Londres. Cidade essa, que neste momento era completamente depredada, e massacrada. Pessoas eram fatiadas pelos múltiplos e incessantes disparos a laser das metralhadoras Skovox, e prédios, arvores e carros completamente demolidos. Aquele era o fim do mundo. Mas um mondo, que teria agora duas raças protetoras e regentes, e que fariam de tudo para salva-lo. E até mesmo se sacrificar.

 

 


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Notas finais do capítulo

Então, ainda tem mais um capítulo, a história não acaba aqui. Pensei que finalizaria tudo neste, mas como pude perceber ficariam algumas coisas sem efeito se acabasse aqui, como lá no capítulo 10 aconteceu de adiar o fim. Esse capítulo e o próximo seriam um só na verdade.
Não sei se fui muito bom com o terceiro, mas esse terceiro da história é exatamente o terceiro que eu vejo quando eu assinto. Ele pra mim é alguém com um temperamento muito controlado, e sempre se mante concentrado e sério, e é sempre rápido e objetivo em pedir ou ordenar algo. Ele também toma conclusões bem rápidas, e não fica deduzindo mil teorias tipo muitos dos outros Doutores. Isso foi o que eu notei dele, até onde eu assisti. Nunca vi todos os seus arcos, mas... vi o suficiente para saber o básico de quem ele é.
O Skovox Blitzer par quem não se lembra ou não conhece são um tipo de robô de guerra, muito poderoso e terrível, e que aparece na oitava temporada, no episódio 6, se não me engano.
Mas enfim, me conte o que acharam.
OBRIGADO PELA LEITURA!



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