12 & Clara: A Roda De Fogo escrita por Cassiano Souza


Capítulo 12
O cerco de chamas - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá! Queria ter postado mais antes, mas acabei indo descansar, e aí peguei no sono. BOA LEITURA!



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LONDRES/ DISTRITO DE FITZROVIA / ENFRENTE A TORRE BT

A impressionante e bela torre de radiodifusão e demais comunicações BT se encontrava imponente bem em sua frente, onde Martha prosseguia até ela, conversando contente por seu telefone. Os guardas na frente do prédio BT encaravam a moça.

— Não, mãe. - Escutou a mãe. – Não somos terroristas! - A mãe continuou a reclamar. Martha insiste. – Ah, eu já disse, eu prometo. Não vou morrer hoje! E saiba que já vim comer aqui em 1964 com o Doutor, tinha um restaurante antigamente. - A voz da mãe estrondava pelo telefone. A moça justifica. – Ah, conseguimos entrar na cidade graças aos amigos policiais da Gwen. E já disse, está tudo bem.

Porém, chegando depressa até ela, um carro preto para imediatamente a sua frente, quase a atropelando. Martha levou um susto, e logo encarou aos dois indivíduos armados saindo de dentro do veículo.

— Mãos para cima! Todos! - Disse uma mulher jovem, de cabelos negros e longos, pele branca, com uma enorme mochila nas costas, e disparando com a sua ameaçadora metralhadora para cima.

Todos os trafegastes da rua correram amedrontados, ou se jogaram no chão. Martha obedeceu.

— E vocês, para o chão também! - Ordenou um homem jovem e negro, barbado, e também aramado com uma metralhadora, apontando-a aos guardas da BT.

Os guardas sacaram as suas armas, porém, a terrorista logo atira sobre um palmo de suas cabeças, fazendo então com que se intimidem completamente.

— O que vocês querem? - Perguntou Martha completamente chocada, e sendo puxada pelo homem armado, até a entrada da torre.

— Você é o nosso ingresso, amor.

— Isso mesmo. - Disse a mulher armada, apontando para os guardas, e chegando com Martha e o comparsa na recepção.

Todos os funcionários do prédio encaravam boquiabertos com o pânico, e o recepcionista discava escondidamente com o seu telefone o número da polícia, por debaixo de sua mesa.

— Todos apenas escutem! - Disse a mulher armada. – Não tentem nenhuma gracinha, ou a garota morre. - Apontou para Martha. – Não façam perguntas bobas, e não entrem em pânico, e não queremos machucar ninguém, a única questão É... Onde ficam os elevadores?

 O zelador apontou sem jeito, e assim a dupla e a sua refém prosseguiram até lá. Mas o recepcionista, logo termina de discar, e imediatamente põe o telefone a sua escuta. Porém, logo tem o aparelho tomado pelo homem armado, que havia voltado silencioso:

— Alô. Policia? Então, é um trote, tá? Tchau. - Jogou o telefone na lixeira, dando ao recepcionista um falso sorriso. – Um conselho carinha, fique na sua.

Correu para o elevador, onde a mulher armada havia programado para o segundo andar, onde contém o centro de comutação de rede de TV, que transporta tráfego de radiodifusão entre as emissoras. Chegando lá, todos os funcionários obviamente se intimidaram, e deixaram então os meliantes fazerem algo do qual partiu o coração de todos ali. Eles dispararam em todos os equipamentos, todos. E logo todo o Reino Unido estava com as suas TVs fora do ar.

— Pronto, Grasgeek, agora é com você. - A mulher armada jogou a bolsa no chão, onde de lá um Graske se retirou, e partiu rumo ao resto do prédio, sabotando quantas salas fossem possíveis.

 

***

 

PÁTIO DA UNIT/ 11:40

Repórteres e mais repórteres cercavam o grande palco, e no grande palco, representantes de muitos países europeus e de alguns do restante do globo esperavam tensos e ansiosos, aos visitantes. Cada um, com uma pulseira eletrônica de identificação de seu devido país. Aquele com certeza seria o dia mais assustador e nostálgico já esperado pela raça humana. E em alguns metros atrás, as tropas da UNIT e ONU se posicionavam em espera, por entre um enorme espaço de pouso ao seu lado.

— É neste dia, meus amigos, é neste dia... - Dizia Kate, diante das inúmeras câmeras fitando a sua cara. – Onde se acenderá um novo mundo, se acenderá uma nova era para a raça humana. Confiem em mim, estamos em boas mãos, estamos prestes a conhecer os nossos irmãos interestelares. E conhecer o nosso futuro entre as estrelas.

Todos ouviam, mas apenas encaravam a Kate como quem encara a um louco. Muitos eram céticos, e muitos apenas medrosos.

— Não temam o desconhecido, meus amigos... - Continuou. – Ele sempre esteve aqui. Tudo o que nos resta agora é admitir que nós não estamos sós.

Mas pigarreando, um dos secretários de Kate chega até ela, e a diz algo em seu ouvido. Pelo olhar dela, não foi uma boa notícia.

— Ah, então quer dizer que o Reino Unido inteiro está sem sinal de telefone e televisão?! E nem podemos repassar ao mundo?!

— Sim. E sem internet também, senhora.

— O quê?!

— Algo bloqueia a área da nuvem de dados da UNIT. E recebemos um e-mail, alguém identificada apenas com o pseudônimo de senhora Sherlock mandou nele um monte de emijis gargalhando.

— Então não podemos transmitir este evento por nenhum outro lugar?!

— Sim senhora.

— Então falei com o vento?! Essa transmissão é muito importante, o mundo inteiro deve testemunhar a grande visita!

— Sim senhora, mas sinto muito. - E assim se retirou o secretário.

— Com toda licença, senhora Brigadeira, mas acho que esta foi a melhor coisa que nos ocorreu até o momento. - Disse o representante da ONU.

— Ora, como?!

— Porque revelar ao mundo todo algo tão imaginável como vida inteligente e com possíveis interesses na Terra para milhares de famílias... Sabe o caos que geraria?! Sem falar naqueles países não democráticos, começariam imediatamente uma guerra! 

Kate suspirou irritada:

— Certo, falhas técnicas acontecem. Porém se o mundo todo não verá, pelo menos alguns dos seus verão. - Fitou os representantes mundiais.

— Sim, mais do que o necessário.

— Sim, e exatamente o que eu preciso.

— Do que está falando?

— Nada demais. Mas agora é a sua vez, continue, senhor Mung, leia os protocolos de recebimento extraterrestre e autoridade humana.

— Lerei. O mundo pode não me estar escutando, mas aqueles que o-governam sim.

 – Exato.

Então como pedido, começou agora às 11:46 as leituras aos códigos da democracia, soberania humana, e posicionamento em tais situações cobradas. Todos os representantes e soldados ouviam atentos.

 

***

 

HIGHCLERE CASTLE/ CORREDOR DOS QUARTOS

— Tem certeza de que ele pode nos ajudar? - Perguntou Clara à Osgood, estando elas de frente de uma porta.

— Ele pode.

— Então porque está trancado?

— Por aquilo que aprisionaria qualquer um. Arrependimento.

Clara não entendeu o porquê desse possível arrependimento, mas se conformou em não indagar mais nada. Onde logo o próprio Harry começou a questionar.

— O que querem? - Questionou ele com voz de choro.

— Viemos falar com você. - Respondeu Osgood.

— Eu não vou abrir a porta!

— Não precisa abrir a porta.

— Mas eu não quero conversar!

E as duas jovens se entreolharam em silêncio, porém, que logo era derrubado pelos sussurros dos choros do homem.

— Osgood, porque estamos aqui?

— Porque só ele pode nos dar um bom motivo para que os Zygons parem.

— Mas a Kate uma vez disse que não há mais o gás capaz disso.

— Não falo do gás, falo de reorganização atômica.

— Mas eu não sei nada sobre! - Avisou a voz de Harry, ecoando pela porta. – Nada!

— É claro que sabe! - Insistiu Osgood.

— Não, não sei!

— Harry, se você não nos ajudar... Então dê tchau ao mundo como conhece, dê tchau a família, amigos, pessoas... Tudo vai acabar!

— Mas e o Doutor, o que o Doutor acharia disso?

E essa foi a questão. Osgood sabia o que o seu herói diria sobre o que ela planejava, e sobre o quão cruel seria, e sobre o que pensaria até o final ao seu respeito. Então Osgood não conseguiu rebater, apenas recostou emburrada na parede, se sentindo impotente e miséria. Mas Clara não:

— Harry? 

— Me deixe em paz.

— Te deixarei, pode deixar. Mas e o mundo?

Harry se manteve calado. Clara continua:

— Não podemos deixar ele em paz também?

— Isso está fora do meu alcance.

— Ah não está não. - Cruzou os braços, se apoiando na porta. – Se tem tanto medo de ajudar... É porque sabe que é capaz. E se é capaz, e está se culpando... É porque há muito tempo atrás recebeu uma certa visita, não foi?

— Cale-se!

— Não. O Doutor veio, e te reclamou, te fez se sentir humilhado, destruiu o seu trabalho, fez você se sentir um monstro, e isso... Porque você ama a sua espécie, sabe que fará de tudo para salva-la, e sabe que está disposto a fazer de todo o possível para não deixa-la sofrer.

— Você não sabe de nada!

— Sei, e você sabe que sei. Então foi exatamente isso... O Doutor é bom demais para ser verdade, nunca aceitaria o seu amigo fazer uma arma, nunca aceitaria ver ele criando uma ferramenta genocida. Então você começou a achar que não era um bom homem. Estou certa?

— Como você poderia saber?!

— Porque tenho um amigo exatamente assim. Ele se arrisca pelos que ama, e se machuca, ou acaba machucando! Mas nunca por uma simples ira, ou ódio, ou rancor, ou exibicionismo, é tudo apenas... A falta de escolhas. Por que às vezes é isso, o que resta é um sacrifício, e ele fará quantas vezes for preciso.

— E acha que ele está certo?! Acha que ele é um bom homem?!

— Eu não sei. - Clara sorri consigo mesma. – Eu só sei que... Às vezes odiamos os nossos reflexos, e por mais que sejamos nós ali... Não queremos aceitar o que nós somos, ou no que os outros se tornaram se espelhando em nós.

Harry de onde estava, desviou o seu olhar para a janela, e engoliu o choro, se voltando para a porta. Ele realmente sabia o quanto Clara estava certa, e sabia realmente que às vezes ele não teve escolha, ou tão menos o Doutor. Eles tomaram atitudes iguais, e isso os-fez tomar distância do que seria um bom homem a cada um. Mas, para Clara, os dois eram os maiores tolos do universo.

— Com você e o Doutor não é diferente, Harry.

Todos permaneceram calados, mas Harry, havia tomado outra postura, e logo pronunciou conformado:

— 80258.

— O quê?! - Indagou Clara sem entender, mas Osgood arregalou os olhos.

— O código da ativação dos detonadores de campo. - Respondeu Harry. – Não é isso que querem? Uma maneira de desestabilizar a estrutura externa dos Zygons.

— Não sei! É isso que queremos? Não faço a menor ideia. - Questionou para Osgood.

— Sim, é isso, desmascarar os Zygons. - Respondeu Osgood feliz. – Muito obrigado Harry! O Grasgeek por meio da Zyjela e Senhor Smith foi muito bem sucedido em espalhar os detonadores por toda a UNIT.

— Mas no momento que os-revelarem... Ocorrerá um massacre. Terão de lhes dar uma escolha. - Exige Harry

— Nós daremos. - Respondeu Clara.

— Juram? - Questionou autoritário.

— Juramos! Num é, Osgood?

Osgood confirma com a cabeça.

— Eu não ouvi! - Reclamou Harry.

— Tudo bem! É que confirmei com a cabeça. Eu juro!

— Certo, agora me deixem em paz.

— Ainda não, tem que ir pedalar com os outros.

— E nós? - Questionou Clara, encarando o relógio de pulso.

— Direto à UNIT. Logo, logo estamos lá, temos o Whomobile.

— Sério?! Sempre quis andar nele!

— Hoje será o dia.

E assim, se retiram depressa as duas, e Harry logo também se retirou do quarto para a sala onde todos os ouros estavam. E na sala, Jo encarava pensativa pela janela, fitando à partida das jovens.

— Está tudo bem, Jo? - Pergunta Tegan vindo até ela.

— Sim, tudo. - Sorriu. – Só estava... Lembrando de algo.

— Algo bom?

— Bem, é o que me pergunto até agora. Foi há muito tempo. Quando um velho amigo partiu misteriosamente, me dizendo apenas que iria para um lugar cruel.

— Bom, o mundo é cruel, o universo é cruel. E o Doutor... É um ser complicado que navega por ambos.

Mas fitando às mãos de Jo, Tegan nota um pequeno bilhete que ela segurava, algo como uma carta. Escrita em um papel com certeza já muito antigo.

— O que é isso, Jo?

Jo nota o olhar de Tegan.

— Ora, muita curiosidade a sua. Por que não vamos logo começar a pedalar?

— Bom, é disto que estou tentando fugir! - As duas riram, e assim deixaram a janela.

 

***

 

GANDE PÁTIO DA UNIT/ 12:20.

10 minutos para o novo mundo. Um misto de medo e alegria envolvia cada coração e olhada no relógio. Mas ditando confiante e pacifico, o representante da ONU, senhor Mung, narrava a todos os protocolos de paz, e respeito às outras raças, que a UNIT lhe enformara, com base em sua história:

— E de acordo com o último e mais importante protocolo, de número 1203, a Terra deverá se manter em relação passiva, e ouvir mais do que imediatamente às primeiras exigências não terrenas. E cumpri-las por seu bem.

Todos se entreolharam sem entender.

— Senhora Brigadeira, mas o que é isso que acabei de ler?! Como assim... “Ouvir as exigências, e cumpri-las por seu bem?!”

— Exatamente isso. - Respondeu Kate.

— Ora, mas isto é um absurdo. Como poderíamos simplesmente ouvir a tudo calados?

— Autopreservação! São infinitamente superiores a nós. Somos só um bando de macacos aprendendo a olhar para as estrelas! Acha que devemos nos impor?!

— Claro que devemos! Somos um planeta soberano, a raça humana não pode simplesmente se curvar.

— Não? Então iremos lutar? Lutar com aqueles seres que nos invadiram por toda a década de 70? No ataque de dezembro de 2000? No natal de 2005, e fizeram todos tentarem suicídio? E no final de 2006, com uma guerra de espécies distintas? Ou como em 2008, com o sequestro da Terra? Ah, e também teve aquela vez em 2009, que um planeta enorme apareceu no céu, e pessoas mudaram de rosto sem explicação. E 2010, com aquela ameaça escutada globalmente? Sem falar nos aviões parados no ar, no começo desse ano.

Todos os representantes apenas encaravam sem respostas. Mung rebate:

— Bem, mas... Você mesma nos trouxe respostas para essas questões!

— Respostas quais você sabe que são mentiras.

— Então estamos aqui apenas para receber os nossos dominadores de braços abertos?!

— Autopreservação, eu já disse. Ninguém precisa se machucar! Se sabem o quanto somos incapazes de lutar... Por que lutar?

— Não está agindo como uma Brigadeira.

— Porque neste momento eu não sou simplesmente uma Brigadeira, sou a pessoa mais qualificada em todo o mundo. Me concederam todo o poder europeu, e o presidente do mundo está morto. - Disse desconsolada. – Ele confiava em mim.

— O indivíduo conhecido como “o Doutor”?

— Sim, ele infelizmente já não está mais entre nós. Morreu em batalha, tentando nos defender, ele e a sua conterrânea. Então como vê... Se nem ao menos o Doutor escapou, como nós poderíamos?!

E Todos ficaram calados, se entreolhando completamente amedrontados, e decepcionados. Kate prossegue:

— Nós não estamos desistindo, senhor Mung, estamos fazendo o que o Doutor faria. Achando um jeito.

Tristeza, revolta e pavor, se abateram sobre todos os humanos. Pois era isto, segundo Kate o Doutor e a Missy, haviam encontrado o seu fim, e agora com a Terra em uma situação tão tensa, não restava mais nada além de confiar benevolência aos alienígenas. Para os humanos, eles representavam perigo, crueldade, e os seus piores medos, então... Seria pelo medo que o mundo os-iria receber.

12:29 era alertado pelo alarme da UNIT, e logo todos fitaram aos céus, onde algo surgia, vindo como um ponto brilhante de luz muito distante.

— Está na hora! - Berrou a Brigadeira contente. – Está na hora!

— Estando ou não... - Disse o senhor Mung. – Isso não vai ficar simplesmente assim, Kate.

E Kate desvia o seu olhar. Porém, surpreendendo mais ainda a todos, os 30 representantes mundiais começavam a desaparecer simplesmente, um a um, em enormes flashes de luz, mas com antes pequenos bips vindos de suas pulseiras de identificação. Kate fitou completamente boquiaberta com aquilo, parecia não esperar, e igualmente assim encarava o representante da ONU.

— Foram os alienígenas?! - Perguntou ele.

— Depende dos quais você esteja falando. - Respondeu a Brigadeira irritada.

E há 66 milhas dali, um grupo de homens e mulheres na terceira idade se esforçavam ao máximo, em pedalar. Pedalar, sobre certos aparelhos, muito parecidos com bicicletas, porém que não se locomoviam, apenas geravam uma aparente energia, que era guiada por cabos luminosos até um manipulador de vortex, sobre uma mesa de centro.

— Como eu cheguei aqui?! - Se perguntavam os representantes mundiais, em meio à sala.

— Bem, através do aparelho de viagem temporal que o capitão Jack Harkness deixou na UNIT, e a minha habilidade com tecnologia. - Avisou Polly, manuseando o manipulador. E a cada manuseio, um novo representante surgia.

— Mas aqui é... Highclere Castle, o lugar onde filmam Downton Abbey!

— Sim, o lugar onde filmam Downton Abbey, mas não se preocupem, o senhor Carson não existe de verdade. E alienígenas queriam roubar as suas formas e dominar os seus países, mas isso é normal, não tenham medo.

E nenhum dos representantes conseguia se expressar, tudo o que viam e ouviam era não muito cabível no que se chamaria de “normal”.

— Continuem pedalando, pessoal! - Pediu Polly, e assim os outros continuaram o esforço.

— Correr... Achei que havia saído dessa vida há 30 anos atrás! - Murmurou Tegan. – Daleks, Terileptils, Demônios Marinhos... Aquilo me estressava! - Disse, continuando a pedalar.

— Não corri de Terileptils, mas corri muito dos Demônios Marinhos! - Comentou Jo. – Nem me fale daquelas larvas do tamanho de um cavalo, ou daqueles manequins assassinos! Mas amava aquilo!

— E guerreiros do gelo? - Perguntou Victoria acelerando. – Corri, tropecei, gritei! De tudo aconteceu comigo naquelas fugas, até um resgate de helicóptero como naqueles filmes de ação.

Tegan, Jo, Victoria, Ben e Harry continuaram apresados em pedalar, e logo, todos os representantes mundiais já resgatados estavam. Polly, sorria contente.

 

***

 

WHITHCHAPEL/ UMA CASA QUALQUER DA VIZINHANÇA

Em uma casa qualquer da vizinhança, o silêncio da falta de moradores e a escuridão pela falta de luz solar, predominavam completos. Não havia ninguém ali, nem ao menos um rato circulando malandro, ou uma barata passeando, ou alguma aranha tecendo. Havia apenas o breu e a sua imensa solidão meramente mobilhada. Porém, desafiando silêncio e trevas, uma luz ofuscante e um estranho zumbido recontorsido davam forma a algo, que aos poucos com certeza era uma cabine azul. E assim, uma cabine telefônica de polícia estava ali. Mas logo, um sujeito sai dela, encarando aos arredores, e observando tudo minucioso. Quem seria ele? Cabelo cheio e embranquecido, face enrugada, sobretudo vermelho, capa preta e com detalhes em roxo, gravata borboleta, e luvas negras de borracha. Com certeza alguém com um alto senso de moda era este homem.

— Bem, admito ser este um lar não muito impressionante para alguém capaz de me enviar mensagens direto ao meu banco de dados. - Disse o sujeito em voz alta.

Ninguém se manifestou, parecia estar completamente só.

— Apenas um Senhor do Tempo amigo seria capaz de tal feito. Eu não sei quem você é, mas você me chamou aqui. E sinceramente, eu haviam mais o que fazer.

A chave de fenda sônica do indivíduo começa simplesmente a apitar, e ele a encara desconfiado, chacoalhando-a próxima ao ouvido. O objeto apitava constante, como se sinalizasse algo. E assim o sujeito seguiu o bip, sendo guiado até uma escadaria. Que o levou até um porão escuro. E no porão, um enorme alçapão ele acaba encontrando. Onde assim, os bips apenas se intensificaram.

— Estamos brincando de pique-esconde? Não é disso que gosto de brincar meu caro.

Se agachando e abrindo o alçapão, o indivíduo se deparou com apenas uma coisa, Zygons e as suas câmaras de impressão corporal. Agora sim ele entendia o porquê de estar ali. A sua face extremamente elástica representou o seu olhar mais surpreso de todos.

 

***

 

PÁTIO DA UNIT/ 12:35

Os olhares humanos fitavam o mesmo alvo, todos eles, cheios de admiração e pânico ao mesmo tempo. O ponto no céu que nada mais era do que a nave alienígena já havia pousado, por entre os homens da UNIT e ONU, que lhes apontava as suas armas. As portas se abriam aos poucos, liberando um forte brilho reluzente, e um denso vapor embranquecido. O senhor Mung apenas encarava embasbacado, e Kate que devia estar feliz, cabisbaixa, e de olhar revoltado estava. Não esperava que todos os representantes mundiais sumissem do nada. Ela queria muito que estivessem ali naquele momento. Pois finalmente, a porta da nave se abria, e assim os aliens saiam. Pareciam estrelas marinhas gigantes, no ponto de vista dos demais humanos.

— Raça humana. - Disseram os aliens, em seu tom de voz sussurrante. – Quem se apresenta como maior autoridade?

— Eu me apresento. - Disse a Brigadeira, e todos das demais raças fitaram a ela. – Me responsabilizo por toda a humanidade.

— Então você precisa saber e aceitar...

— Saber? Ok. Aceitar? O que seria?

— Eu também me responsabilizo pela humanidade! - Colocou o senhor Mung. Kate encarou mortal.

— Saibam... - Continuou o visitante. – O seu mundo é nosso, o seu povo, os seus bens, tudo... É nosso.

Mung e as suas tropas permaneceram estarrecidos, não suportaram ouvir tamanha bobagem. O ser prossegue:

— Jurem lealdade, nos entreguem todo o seu controle, e nós os-pouparemos.

— Sim, eu os-juro lealdade. - Disse Kate, dando um passo afrente – Poupe-nos, somos pobres crianças primitivas, e admitimos a nossa incapacidade.

— O quê?! - Indagou completamente surpreso o senhor Mung. – Isso está errado! Não lhe juramos lealdade e nem lhes entregaremos coisa alguma! Senhora Brigadeira, qual o seu problema?

Os aliens franziram a face. Kate justifica:

— Ora, meu caro Mung, o que eu lhe havia explicado? Não podemos lutar, e não podemos nos esconder. Isto se chama sobrevivência, aceitaremos todas as exigências deles sim, e estaremos eternamente bem nas mãos de seres tão impressionantes.

— Não seja estupida! Você está sendo ridícula!

— Não estou sendo, você está. Juro lealdade, senhor de fora da Terra. O mundo está ao seu dispor.

— Não, não está! - Disse Mung.

— É claro que está! Possuo todo o poder europeu, o mundo não será difícil.

— Correto, se não fosse pela fato de ter marcado este encontro apenas para conhecimento e recepção de um novo povo, e não lhes entregar a nossa casa! A única casa no universo que até o momento sabemos abrigar vida. A Terra deve ser zelada, Kate.

— E é isso que estou fazendo!

— Você tem poder para representar, não para ordenar, quanto menos dar um planeta cheio de donos a alguém. Isso está além dos seus poderes, Brigadeira.

— E se eles explodirem o mundo?

— Se pisaram no planeta que vão explodir, então valem bem menos que ele.

Kate encheu com a mais profunda e poderosa ira os seus olhos. Ela tinha vontade de gritar, chorar e espernear, estava perto, e distante ao mesmo tempo de seu maior sonho. Os alienígenas a encaravam impacientes, e ela encarava aos humanos cheia de fúria. A sua maior vontade era ver fogo e sangue espalhados e estampados pelos arredores. Mas, estando sem os representantes do mundo ali para lhes roubar as suas formas, de nada lhe valia o seu plano. A guerra que tanto prezara nunca iria acontecer.

— Sério que foi esse o seu plano? - Perguntou uma voz feminina jovem ecoando pelo pátio, em um tom abafado, saindo pelos alto-falantes. – Nossa, Kayjela, essa chegada foi tão Simpson! Credo, totalmente tresh.

— Osgood?! - Indagou Kayjela olhando envolta, assim como todos fizeram.

— Sim, eu. Mas não estou por perto, nem adianta olhar.

— O que quer?! Foi tudo você, não foi? Tudo dando errado!

— Eu e “eu”.

— Ah, bem feito ela ter morrido.

— Se diz isso... Então não mereceu a chance que ela te deu, e nem a chance que eu vim lhe dar agora.

— Chance?!

— Viva.

E Kayjela se manteve calada.

— Você perdeu, e você sabe disso. - Continuou Osgood.

— Eu não perdi!

— Perdeu, não há mais o que fazer. Sinto muito, mas destruímos o seu sonho por completo.

— Então veio se exibir?!

— Não, Kayjela, nós não viemos nos exibir. - Continuou Clara. – Viemos salvar você e o seu povo. Rendam-se, entregue-se, e ninguém se machucará. Não precisa terminar com consequências.

— Temos suas imagens.

— Sim, mas as quais podemos desfazer. Há detonadores de eletro-campos Zygon por toda a UNIT. Sinto muito, mas quando apertarmos o gatilho, ou se o-apertarmos... A humanidade terá a verdade, e vocês as consequências.

Kayjela abaixou a cabeça, e Mung continuou a encara-la sem palavras. Ele havia escutado toda a conversa junto à todos ali, mas não havia entendido nada de seu verdadeiro significado. Kayjela realmente sabia de sua derrota, mas o seu ódio e revolta eram maiores do que qualquer coisa que alguém pudesse pensar, ela nunca se imaginou naquela situação. O seu sonho parecia estar perdido, mas a sua vontade de vencer nunca estaria. Ela fitou determinada aos autofalantes, mas antes que dissesse qualquer coisa... Todos eram então surpreendido por enormes e estarrecedores misseis negros do tamanho de aviões, descendo dos céus, e atingindo toda a distante visão da metrópole londrina, vista de onde o pátio da UNIT estava.

— O que é isso?! - Clara encarava abismada com a vista. Ela e Osgood estavam agachadas atrás das cercas do pátio.

Os misseis atingiam toda a metrópole e arredores, e todos ali agora apenas encaravam crentes ou descrentes com as violentas visões.

— Mas isso é impossível! - Afirmou Osgood para si mesma. – Kayjela, vocês não possuem todo esse poder!

— Eu sei! Não somos nós! - Respondeu a líder Zygon fitando os céus.

— Se não são vocês... Quem é?

E antes de uma resposta, um dos misseis atingia as proximidades do pátio, e uma enorme onda de terra e chamas chicoteia a todos.

 

 


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Notas finais do capítulo

Sim, era o terceiro Doutor o “sujeito misterioso”. Mas por que eu trouxe ele? Não por simples vontade, e sim porque esta é uma fanfic de um projeto de homenagem, e o Doutor favorito do Capaldi é o terceiro. Pensei que não iria utilizar a ideia, mas acabou que depois da mudança de planos a partir do capítulo 10, vi que dava pra incluir ele na salada de frutas que a história é. E a cena dele foi bem seca e simplizona, mas isso porque fiz igual eu vejo que é na série clássica.
Gostei do capítulo, todos os personagens achei que tiveram uma química legal. E para alguns dos leitores do Nyah que ainda não conhecem direito a série, e não sabem a aparência dos personagens, o homem e a mulher armada lá no começo eram o Mickey e a Gwen.
E a Torre BT existe de verdade, é aquela mesma torre que tem lá no arco do primeiro Doutor, The War Machines. Onde a Polly trabalhava no projeto das maquinas IA que se tornaram assassinas.
O próximo capítulo acho que vai demorar.
OBRIGADO PELA LEITURA! Me conte o que achou ;)



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