—Mantenha os braços erguidos e proteja o rosto. – Edward avisou e Aurora o obedeceu.

—Mamãe ainda está brava por estar me ensinando defesa pessoal? – Eles estavam treinando há três meses, depois que Aurora pediu ao pai que a ensinasse a lutar.

—Não, parece que ela já superou. – Eles fizeram uma pausa. – E eu prometi que a faria jurar que não iria sair por aí atacando todo mundo.

—É claro que não faria isso. Só quero aprender a me defender e também a defender os meus irmãos. E a minha irmãzinha. – Ela sorriu e Edward não pode deixar de sorrir também. Seria o quarto filho deles e estava muito animado para a chegada da filha, que estava programada para dali dois meses.

—Você parece muito animada, mais do que nas outras vezes.

—Eu amo o Anthony e o Albert, assim como amo os meus primos, mas já está na hora de ter mais uma garota nessa família.

—Achei que você gostasse de ser a única garota da família.

—Tem suas vantagens e desvantagens. – Levou as mãos a cintura, cansada do treinamento. – Podemos parar?

—Sim. Você está se saindo muito bem. – Sorriu orgulhoso da filha. Ele amava todos os filhos, mas ele e Aurora tinham uma ligação diferente. Passaram por muitas coisas juntos e isso os fortaleceu.

—Pai, um dia vai me contar o que aconteceu com a mamãe? – Não era a primeira vez que ele fazia aquela pergunta.

—Você já sabe o que precisa saber. Só lembre-se que estão seguros e que ninguém nunca mais vai tocar em vocês. Eu os protegerei.

—Eu sei que vai, mas queria saber a verdade.

—Por falar em saber a verdade. – Desviou o assunto. – O que você e a sua mãe estão escondendo, hein? – Aurora olhou para os próprios pés e Edward teve a certeza de que elas estavam escondendo algo dele. – É sobre algum garoto? – Tentou não soar muito ciumento.

—Não é nada sério, eu juro. – Ergueu as mãos na defensiva.

—É o Seth? – Ela riu e balançou a cabeça.

—Ele é só meu amigo.

—Alguém que eu conheça?

—Sim. – Ela corou e ele se aproximou da filha.

—Vou tentar não surtar com isso e ser compreensivo. Mas se ele pisar na bola, é melhor fugir do planeta. – Alertou e Aurora o abraçou.

—Está com raiva por eu ter contato primeiro para a mamãe?

—De forma alguma. – Segurou o rosto dela entre as mãos. – Tem coisas que vai se sentir mais confortável contando primeiro para sua mãe, outras, primeiro para mim e algumas para nós dois. Desde que converse com um de nós, eu não me importo.

—Então posso conversar sobre garotos com vocês? – Edward fez uma careta e os dois começaram a andar de volta para casa.

—Sim, você pode. Pode conversar comigo sobre o que quiser. Só poupe o seu velho pai de alguns detalhes, para o bem do meu coração, mas conte tudo a sua mãe. Ela sabe lidar com isso melhor do que eu.

—Ela sabe mesmo. – Aurora riu se lembrando dos conselhos da mãe.

—Não estou pronto para ver você crescer. – Beijou o topo da cabeça dela. – Está ficando da minha altura.

—Pai, eu já tenho 16 anos. – O lembrou e ele suspirou.

—Você não é mais meu bebê. – Lamentou e ela apertou a mão dele.

—Eu sempre serei o seu bebê. Agora me conte, o que planejou para essa noite?

Era o aniversário de casamento de Edward e Bella e ele queria dar uma noite inesquecível a ela. Aurora o ajudou com uns detalhes, mas não sabia de tudo, ele não queria correr o risco de ela contar a mãe e estragar a surpresa.

Os anos que passaram separados foram difíceis, mas eles conseguiram superar e haviam esquecido o passado. Guardavam as boas lembranças e agora aproveitavam cada momento juntos e ao lado dos filhos.