Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 41
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.
Boa leitura !



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—Aurora. - Anthony pulou na cama da irmã e a abraçou, chorando.

—O que foi, Thony? - Largou o livro que estava lendo.

—A mamãe vai ter um bebê. - Choramingou ainda agarrado a irmã.

Aurora beijou os cabelos dele. Os pais haviam conversado em separado com os dois. Ela ficou muito feliz com a notícia de que teria mais um irmãozinho ou irmãzinha. Mas pela reação de Anthony, ele não ficou nada feliz com a notícia.

—Não precisa chorar por causa disso. - Tentou consolá-lo.

—Eu não quero um irmãozinho. - Cruzou os braços, irritado. Aurora sabia que para ele era difícil, tinha três anos e sentia muito ciúmes dos pais. Não gostava nem que os primos aproximassem deles.

—Quando soube de você, fiquei com ciúmes também, mas depois passou e eu te amo muito. Ficaria muito triste se você não existisse.

—Sério? - Perguntou secando as lágrimas.

—Sim. Minha vida não seria igual sem você aqui.

—Você é a melhor irmã do mundo inteiro.

—Você é o melhor irmão do mundo inteiro. E vai gostar muito do bebê. A mamãe e o papai sempre vão nos amar. Nunca duvide disso. - Deu um beijo na bochecha dele.

—Você vai brincar comigo?

—Sempre, Thony. Com você e com o nosso irmãozinho. Vai ver que vai ser bem legal.

—Ele está na barriga da mamãe. - Confidenciou, abismado.

—Nós também estivemos lá um dia.

—Sério? - Aurora riu. Era a palavra favorita dele, depois de não.

—Tudo bem por aqui? - Edward entrou no quarto da filha e sorriu para os dois. Ele amava ver a interação entre os filhos e esperava que eles fossem sempre unidos.

—Tudo ótimo, não é Thony?

—É. - Garantiu pulando nos braços do pai. - Não estou mais triste. - Garantiu, sorrindo.

—Que ótimo, filho. Sempre vamos te amar da mesma forma. Fez cócegas no filho e ele gargalhou. - Melhor som do mundo. - Sussurrou abraçando o filho.

—Tem espaço para mais um? - Aurora perguntou e Edward estendeu um braço e manteve os dois filhos envolvidos ali.

—O que acham de fazermos algo juntos?

—Tomar sorvete? - Anthony sorriu e Edward concordou.

—Vocês parecem duas formiguinhas, sempre querendo doce. - Soltou os filhos.

—Vou trocar de roupa. - Aurora avisou apontando para o pijama.

—Não esqueça de pegar as suas coisas de mocinha. - Aurora arregalou os olhos e depois cruzou os braços. - O que foi? Você não está…

—Para! - Pediu tampando os ouvidos do irmão. - Não fale sobre isso. Nunca.

—O que tem? Isso é uma coisa normal e…

—Mãe! - Gritou em busca de ajuda. - O papai está falando sobre aquele assunto de novo.

—Que assunto? - Anthony perguntou, curioso.

Amor, pode não falar sobre isso? - Bella pediu aparecendo no quarto.

—Por que vocês podem falar sobre isso e eu não?

—Você é homem, não entende nada sobre isso. - Bella explicou mais uma vez. A filha não queria que ninguém soubesse que ela já era uma “mocinha”, mas Edward fez questão de contar para todo mundo da família. O que deixou Aurora bem envergonhada.

—É uma coisa normal. - Aurora correu para o banheiro.

—Sim, querido, mas na idade dela, sentimos vergonha e a última coisa que ela quer é conversar sobre isso com o pai. - Colocou a mão no ombro do marido. - E não fale sobre o Zach. Ela está bem triste. - Edward tentou conter o sorriso. Ele ficou feliz ao saber que Zach havia mudado de cidade, mas ao ver a tristeza da filha, ele também ficou triste. Não suportava vê-la chorar. - Os pais dele convidaram a Aurora para passar alguns dias lá nas férias.

—Nem pensar. - Negou com rapidez.

—Amor, eles são só amigos e ainda são crianças.

—Ele já tem 13 anos. Meu primeiro beijo foi com essa idade. - Bella ergueu uma sobrancelha o encarando.

—O meu também.

—Quem foi o babaca? - Perguntou com ciúmes.

—Isso é passado. E nem chegou aos pés desse. - Ela se aproximou dele e o beijou de leve.

—Eca! - Anthony reclamou tampando os olhos com o braço.

—Não faça isso até os 20 anos. - Bella o alertou e Edward a olhou. - Se vamos superproteger a Aurora, faremos o mesmo com o Anthony e com os demais. - Tocou no ventre.

—Demais? No plural? - Ele a segurou pela cintura com um sorriso enorme.

—Talvez mais um.

—Eu vou ir. - Anthony anunciou, estourando a bolha dos pais.

—Para onde? - Edward o encarou.

—No Zach. - Ele olhou para o pai como se perguntasse: não era sobre isso que estávamos falando?

—Ninguém vai à casa do Zach. Muito menos você, garoto. - O ergueu e o pequeno soltou um gritinho de alegria.

—Por quê? - Aquela também era uma das palavras favoritas dele.

—Porque vamos sentir muito a sua falta se você for para longe.

—Você ainda é muito novo, meu anjo. - O consolou. Bella sabia que ele não conseguiria ficar muito tempo longe dos pais. Quando ia dormir na casa dos avós, eles sempre tinham que buscá-lo no meio da noite.

—E o sorvete? - Perguntou e Edward o colocou sobre os ombros.

—Vão tomar sorvete e nem me avisaram? - Bella fingiu estar indignada e Anthony apontou para o pai, o culpando.

—Não pode dedurar o papai. - Edward o sacudiu de brincadeira e ele gargalhou.

—Já que vão a sorveteria, pode me levar até a loja de vestidos na volta? Tenho que experimentar o vestido para o casamento do Josh. - Edward estava feliz por ter uma boa relação com a família da ex-namorada. Eles não o culpavam pelo acidente e tratavam a família dele com muito carinho e sem nenhum ressentimento. - Você precisa de um terno novo. - Avisou e ele a abraçou.

—Obrigado por não se importar que eu mantenha contato com eles.

—Eles fazem parte da sua vida. E são ótimas pessoas.

—Você é incrível. - Estava prestes a beijá-la quando Aurora abriu a porta do banheiro.

—Podem manter isso só entre vocês? Tem crianças aqui. - Ela amava o fato de os pais serem tão carinhosos um com o outro, mas as demonstrações de afeto deles a deixavam um pouco envergonhada.

—Filhos. - Edward resmungou e pegou o celular. - Vou convidar o Emmett para ir a sorveteria.

—Fale para ele levar a Rose. - Bella precisava de uma opinião sincera sobre o vestido. Edward não era nada imparcial e a filha não tinha muita paciência para moda.

—A tia Alice também vai?

—A mãe do Jasper está doente, então eles foram visitá-la.

—Quando vamos viajar? - Aurora perguntou com um plano já em mente.

—Já tem seis meses desde a última viagem. - Bella lembrou.

—Tem algum lugar específico que desejam ir?  

—Atlanta. - Edward sabia bem o motivo para a filha querer ir para lá, mas resolveu se fingir de desentendido.

—É realmente bem específico. O que faríamos em Atlanta?

—É uma cidade muito rica em cultura. Tem museus, aquário… - O que mais Zach havia falado que tinha? Deveria ter pesquisado antes de fazer a sugestão.

—Não sei. - Levou a mão ao queixo. - Não me parece ser cultura o suficiente para os meus filhos. - Edward estava tentando se segurar para não rir. - Estava pensando em algo como Ásia ou Austrália. Podemos ir ver os cangurus.

—Quero ver canguru. - Anthony pediu segurando o rosto do pai. - Por favorzinho. - Aurora havia ensinado a tática infalível, ao irmão, para conseguir que os pais dissessem sim.

—Você nem sabe o que é canguru. - Ela não estava feliz por o irmão apoiar a ideia do pai.

—Canguru tem bolsinha e fica pulando. - Mostrou a língua para a irmã.

—Então vamos ver se ele tem bolsinha mesmo.

—Fica na barriga. - Apontou para a dele.

—Você é muito esperto. - Deu um beijo estalado na bochecha dele e Aurora bufou.

—O que acham de fazermos as duas viagens? Podemos ir para Atlanta no próximo final de semana, para ver os museus. - Bella piscou para a filha, sabia que ela só queria ver o amigo. - E nas férias vamos para a Austrália ver cangurus.

—Sempre tão sábia. - Edward elogiou a esposa.

—Amei a ideia. - Aurora comemorou abraçando a mãe.

—Eu não ganho abraço, não? - Edward estendeu o braço livre.

—Apesar de ser superprotetor e de não gostar dos meus amigos, eu te amo pai. Sempre. - Ela o abraçou e ele sorriu.

—Também amo você. E eu gosto dos seus amigos. Eles te fazem feliz. - Deu um beijo na testa dela. - Agora precisamos sair antes que o tio de vocês comece a reclamar que só chegamos atrasados.

[...]

—Ainda bem que chegaram. O grandão ali não para de reclamar. - Luke apontou para Emmett que agitou os braços mostrando o relógio.

—Sinto muito por isso, mas aposto que a conta dele está altíssima, já. - Luke sorriu para eles. - Vi que mudou o nome da loja.

—Ah, sim. Agora que sou oficialmente o dono da sorveteria, resolvi fazer umas mudanças.

—Então a Giana finalmente te vendeu a loja? - Bella ainda sentia um pouco de ciúmes da loira. Eles nunca mais a viram desde que ela foi para a Itália.

—Ela já queria me vender antes, mas eu não tinha o dinheiro necessário. Ficaram sabendo que ela teve um bebê?

—Vimos no instagram. - Elas eram “amigas” apenas nas redes sociais e raramente interagiam uma com a outra.

—Tenho saudades dela. Podíamos fazer uma visita. - Aurora sugeriu e Edward negou.

—Não gosto da Itália.

—Parece ser um lugar incrível. - Edward ignorou o comentário de Luke.

—Vamos querer o de sempre, é claro. - Pediu mudando de assunto.

—Já levo para vocês. - Eles agradeceram e foram se juntar aos McCarty.

—A falta de pontualidade de vocês me impressiona. - Emmett resmungou e Rosalie deu um tapa no braço dele.

—Não deve ter mais de cinco minutos que estão aqui.  

—Acabamos de chegar. - Rosalie respondeu os cumprimentando. - Ainda estamos na primeira rodada. - Emmett e Liam já estavam prontos para a segunda rodada.

—Só vou perdoá-los porque vão ter mais um bebê. - Emmett deu um abraço forte no amigo. - Estou tão orgulhoso de você. Tem a Joaninha, o Formiguinha.

—Não sou uma formiga. - Anthony se defendeu cruzando os braços.

—E aquele pote de doce que comeu na casa da vovó? - O cutucou e ele fingiu não saber do que o tio estava falando.

—Está na hora de vocês arrumarem mais um. - Edward o provocou.

—Se dependesse de mim já estaríamos na sua frente.

—Isso não é uma competição. - Rosalie os lembrou. Luke aproximou da mesa e entregou os pedidos a eles. Assim que terminaram, as crianças saíram em disparada para o parquinho que havia sido ampliado. Aurora disse que iria para ficar de olho nos meninos, mas ela também queria aproveitar.

—Vocês não acham uma loucura tudo o que aconteceu? - Emmett perguntou olhando para os três.

—Você se refere ao fato de eu ter conhecido um cara lindo num bar, após ter sido abandonada no altar, ter saído em lua de mel com ele, ter engravidado e ficado em coma por quase seis anos?

—Se esqueceu do fato de eu ter sido enviado para te vigiar e ter conhecido o amor da minha vida. - Emmett completou e os quatro riram.

—É bom poder rir disso tudo agora. - Bella suspirou. - Foi um longo caminho até superar tudo. Mas hoje consigo olhar para trás e tirar apenas os aprendizados. Sei que a vida é imprevisível e isso me fez dar mais valor aos pequenos momentos. - Sorriu segurando a mão do marido.

—Foram momentos de muito sofrimento, mas acredito que tudo isso nos deixou mais fortes e certamente me ensinou a valorizar todos os momentos. E sempre dizer as pessoas que amo o quanto elas são especiais para mim. - Beijou a mão da esposa.

—Soubemos aproveitar bem a chance que recebemos. – Emmett completou abraçando a esposa.

—Foi minha última chance e eu certamente a aproveitei. – Os quatro olharam para as crianças. – O que acham de um passeio pelo parque? Está um dia maravilhoso.

—Aproveitar cada momento. – Bella os lembrou e os quatro se levantaram.           


“Perdoe e doe como se fosse sua última oportunidade. Ame como se não houvesse amanhã, e se houver um amanhã, ame novamente.”

MAX LUCADO


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim de mais uma fic. Amanhã será postado o epílogo.

Gostei muito de escrever a fic e espero que também tenham gostado. Obrigada a todos pela paciência. Alguns quiseram me matar, mas juro que não tive a intenção de enrolar ou de fazer a Bella sofrer. Queria algo diferente e acredito ter alcançado o objetivo.

Obrigada por ter acompanhado.

Bjs e até mais.