—Pai? - Aurora abriu a porta a procura dele.

—Aqui, filha. - Edward estava observando as finalizações da decoração, já tinha desistido de finalizar os votos. Havia tanto a se falar, mas ele não conseguia colocar as palavras no papel, resolveu, então, improvisar.  - Nossa! Você está linda. - Ela corou e encarou os próprios pés. - Está parecendo uma princesa de verdade.

—Você é meu pai, é claro que me acha bonita.

—Você é linda e maravilhosa, todo mundo acha isso. - Beijou os cabelos dela. - E se alguém não achar, é porque a pessoa é maluca e você não deve se importar com a opinião dela. - Ela sorriu e abraçou o pai. - E o seu irmão? - O sorriso dela ampliou ainda mais.

—Ele está muito fofo. Não queria vestir a roupinha, mas ficou lindo com aquela gravatinha. - Edward tinha quase certeza de que o filho daria um jeito de arrancar a gravata.

Aurora e Anthony levariam as alianças. Como ele só tinha seis meses, Aurora carregaria o irmão. Para surpresa dos pais, ela não sentia ciúmes do irmão. Sabia que os pais a amavam e que nada mudaria isso. Bella e Edward faziam questão de não deixar a filha se sentir excluída e mostravam que os dois eram igualmente amados.

—Viu a sua mãe?

—Ela está muito linda e nervosa. Você está nervoso? - Ela não entendia o motivo para todos estarem tão ansiosos.

—Bastante. - Os dois sentaram no banco, de frente para a janela. - Quero que tudo saia perfeito.

—Entendi. - Colocou a mão no ombro do pai. - Vai dar tudo certo.

—Aí estão vocês. - Emmett também sentou ao lado deles. - O que estão olhando?

—Nada. - Responderam juntos.

—Certo. - Fingiu entender. - Joaninha, estão te procurando para arrumar o cabelo. - A pequena bufou e cruzou os braços. Ela queria ficar com o cabelo do jeito que estava e não fazer o penteado que as tias insistiam que ficaria lindo nela.

—Diz que não me achou. - Pediu e Emmett negou.

—Vai ter que encará-las.

—Se não quer fazer nada no cabelo, é só dizer a elas. Ninguém vai te obrigar a fazer nada. Mas dê pelo menos uma olhada no penteado, talvez acabe gostando dele.

—Tudo bem então. - Ergueu a barra do vestido e saiu correndo.

—Igualzinha a você. - Emmett acusou.

—Você fala como se fosse algo ruim.

—Depende do ponto de vista. Tenho uma excelente notícia. - Sorriu misterioso.

—Vai me deixar na curiosidade ou vai falar logo?  

—Seu ex-chefe foi condenado. - Foi como se um peso enorme tivesse sido arrancado dos ombros dele. Edward forneceu todas as informações que tinha sobre Eleazar Denali e temia uma possível represália, mas pelo que Emmett o informou, o nome dele não havia sido mencionado em nenhum momento, apesar de Eleazar ter entregado outras pessoas. - Ele tentou um acordo, mas era tarde demais. Sua família não corre nenhum risco.

—É realmente uma excelente notícia. Estou feliz em poder deixar tudo isso no passado. É claro que não vou conseguir esquecer tudo o que fiz e não me orgulho nenhum pouco de ter tirado vidas, mesmo que sejam de pessoas que mereciam isso. Só quero seguir em frente e ser feliz ao lado das pessoas que amo. Estou pensando em um projeto para ajudar jovens a não cometerem erros assim. Por mais que a situação seja difícil, existem outros caminhos. Eu escolhi o errado e se puder ajudar pelo menos uma pessoa a enxergar o caminho certo, será gratificante.

—Acho que você já ajudou muitas pessoas. Mas estou feliz que queira fazer mais. Conte comigo para o que precisar.

—Atrapalho? - Os dois viraram assustados. Charlie chegou sem ser notado.

—Não. - Edward levantou o encarando. - Posso ajudar?

—Queria falar com você, a sós. - Completou e Emmett olhou de um para o outro se perguntando se seria seguro deixar os dois sozinhos. Charlie não era fã de Edward e deixava isso bem claro.

—Lembrem-se que isso é um casamento e que a Bella ficaria muito triste se algo acontecesse. - Avisou dando as costas para os dois homens. Emmett sabia bem que os dois amavam Bella e fariam qualquer coisa para vê-la feliz.

—Foi por sua causa? - Charlie precisava tirar aquela dúvida. Não poderia entregar a filha sem saber a verdade.

—Foi. - Edward sabia bem do que ele estava falando e não iria mentir. - Eu amo a sua filha, Charlie e nunca quis que nada de ruim acontecesse a ela. Juro que tentei evitar que alguém a machucasse, mas eu falhei. - Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos. Edward esperando uma reação do sogro e Charlie tentando digerir aquela informação.

—Pode garantir que eles estão seguros, agora?

—Posso. Ninguém vai tocar neles, eu juro. – Agora que Eleazar fora condenado, ele se sentia mais seguro.

—Acho que nunca vou gostar de você, ou confiar completamente. Mas eu sei que faz a minha filha e netos felizes. Isso vai ter que bastar para mim.

—Eu não o julgo. - Se aproximou de Charlie e colocou a mão no ombro ele. - Só peço uma chance. Provavelmente não seremos amigos, mas espero que tenhamos uma relação cordial e com o tempo provarei que pode confiar em mim.

—No começo, eu queria te matar. - Confidenciou. - Agora só quero te dar um soco. - Sorriu, pela primeira, para ele. - Vamos deixar que o tempo cure essa mágoa.

—Por que agora? - Perguntou curioso.

—Não poderia entregar a minha filha a você sem tirar essa dúvida primeiro. Vou conversar com a Bella. Vejo você mais tarde. - Saiu da sala e Edward respirou fundo. O dia estava sendo cheio de boas notícias.

[...]

—Você está maravilhosa. – Charlie secou uma lágrima e Bella tentou abraçá-lo, mas foi impedida por Alice.

—Abraços ficam para depois.

—Você está linda, filha. – Ele era contra o casamento, mas ao ver o sorriso da filha, mudou de opinião.

—Acho que vou ir procurar pela Aurora, aposto que está escondida em algum lugar. – Alice avisou percebendo que Charlie queria falar com a filha.

—Pode ver se o Anthony está bem? – Bella pediu, preocupada com o filho.

—Ele está lá fora com a sua mãe. – Charlie avisou e Alice saiu de fininho.

—Está tudo bem, pai? – Ele assentiu e respirou fundo.

—Eu vim até aqui para dizer que você não precisa fazer isso.

—Pai! – Ela o encarou sem acreditar que ele estava realmente tentando fazê-la desistir do casamento.

—Só me escute, por favor. – Segurou as mãos dela. – Eu vim dizer que você não precisa fazer isso, que sua mãe e eu cuidaremos de você e das crianças. Mas, eu percebi que não está fazendo isso porque está com medo ou pelas crianças.

—Pai, estou me casando com o Edward porque eu o amo.

—Eu sei disso. E sei que ele também te ama. Então, vim aqui para dizer que estou aqui. Sempre estarei aqui. Só quero que seja feliz. E se você o perdoou e o ama, eu confio no seu julgamento. – Bella abraçou o pai e fungou. – Não chore, querida, vai estragar a maquiagem.

—É a prova d’água. – Avisou o abraçando mais forte. – Te amo, pai.

—E eu amo você.

—Está na hora. – Rosalie avisou e os dois respiraram fundo. – Não acredito que estavam chorando. – Ela abanou as mãos, tentando afastar as próprias lágrimas.

—Não vamos chorar. Hoje é um dia de muita alegria. – Charlie estendeu o braço para a filha e ela o agarrou. – Você será muito feliz. – Ele sabia disso e garantiria que Edward sempre a tratasse bem.

[...]

Aurora tentava manter as mãos do irmão longe das alianças, enquanto eles avançavam pelo corredor da igreja. Edward soprou um beijo para os filhos e Anthony soltou um gritinho ao ver o pai.

Edward estava olhando para os filhos, quando Bella entrou. Ele desviou a atenção para ela e ficou de boca aperta quando a viu. Emmett o cutucou para que ele se recompusesse. Conseguiu fechar a boca, mas manteve o olhar na noiva. Ela estava linda e se fosse possível, ele a amava ainda mais.

Deu alguns passos para se encontrar com a noiva. Charlie estendeu a mão para ele e inclinou para sussurrar no ouvido dele.

—Obrigado e a faça feliz. 

—Juro que farei. – Charlie assentiu e entregou a filha ao genro, com muita alegria.

—Você está deslumbrante.

—Você que está. – Ela suspirou e tentou não pular em cima dele.

Os dois tentaram conter as emoções durante a cerimônia, estavam indo bem, até chegar à parte dos votos.

—Pensei muito no que dizer e não consegui escrever muita coisa. – Edward pensou nas várias folhas jogadas no lixo. – Obrigado, Bella. Obrigado por me amar e por trazer luz a minha vida. Você sabe o quanto estava perdido e que você foi a minha salvação. E obrigado pelos filhos maravilhosos que me deu. Juro que sempre a amarei e que estarei ao seu lado e ao lado dos nossos filhos.

—Edward, você diz que eu o salvei, mas acho que foi o contrário. Eu tinha uma vida confortável, sem nunca me arriscar e eu achava que isso era o suficiente, mas não era. Você que trouxe luz a minha vida e me fez ver que eu merecia muito mais. Você me ensinou o que é amor e serei eternamente grata por tudo o que fez e fará por mim. – Ela olhou para os filhos e Edward seguiu o olhar dela. – Amo vocês.

—Também amo vocês.

—As alianças. – Aurora levantou com Anthony, que tentou ir para o colo da mãe.

—Depois. – Entregou as alianças para os pais e voltou para o lugar antes que o irmão pudesse protestar.

—Eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva. – Edward aproximou da esposa e a beijou, primeiro um leve roçar de lábios e depois, sem se importar com as pessoas presentes, ele a beijou com todo o amor e desejo que sentia por ela.

—Procurem um quarto. – Emmett provocou e o casal riu.

—Temos mesmo que participar da festa? – Edward sussurrou e Bella assentiu, relutante.

— Nossa família e amigos estão aqui.

—Tudo bem. Teremos a vida toda pela frente e eu a farei feliz todos os dias.

—Acredito em você. E prometo que também o farei feliz.

—Você já faz.

—Então farei ainda mais. – Prometeu e os dois saíram de mãos dadas. Finalmente unidos de todas as formas possíveis.