Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?

Aurora está com 4 anos.



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—Anda papai. Já está tarde. – Aurora reclamou pela quinta vez e Edward apressou em conferir se estava tudo certo. – Vamos, papai. – Ele tentava ajustar o coque dela, não queria que soltasse no meio da apresentação. Já tinha acontecido uma vez e desde então ele vinha aperfeiçoando a técnica. Teria que agradecer a mãe e Alice por terem o ensinado vários penteados. Ele já sabia fazer vários tipos de tranças.

—Calma filha, você é a estrela do show, não pode estar desalinhada. – Terminou de ajeitou o cabelo e sorriu satisfeito pelo trabalho bem feito.

—O que significa isso que falou? – Ela sempre perguntava o significado das palavras que não conhecia.

—Desalinhada nesse caso seria malvestida ou desarrumada. Não quero que as pessoas comentem que sou um péssimo pai.

—Você é o melhor, papai. – Ela deu um beijo estalado na bochecha dele. – A Susan disse que não é você que faz o meu coque.

—Por que ela disse isso?

—Ela disse que você é homem e que homem não sabe mexer no cabelo.

—A Susan não sabe de nada. Tem muitos homens cabeleireiros. E com um pouco de treino qualquer um pode arrumar cabelo.

—A mãe dela não sabe fazer. – Revelou dando uma risadinha. Ela amava o pai e tudo que ele fazia por ela.

—Então ela só está é com inveja. – Edward a cutucou e ela riu. – Agora sim você está maravilhosa. Vai arrasar. – Pegou a bolsa dela e as chaves do carro.

[...]

—Está chorando? – Emmett perguntou rindo.

—Olha só quem fala. – Edward desligou a câmera e secou os olhos. – Você também está chorando. – A família toda ficou emocionada com a apresentação. Aurora tinha muito talento e havia arrasado na apresentação.

—É a claridade. – Emmett mentiu desviando o rosto.

—Homens! – Renée fungou. Ela foi a que mais chorou com a apresentação. – Ela é a cópia da Bella. Até dançar ela dança igualzinha a ela. – Ela se agarrou ao marido e voltou a chorar.

—Pelo menos temos uma parte dela conosco. – Charlie tentou consolar a esposa.

—Ela está vindo. Tentem não assustá-la. – Edward pediu e Carlisle entregou o buquê de flores a ele. – Meus parabéns, meu anjinho. – Ele fez uma reverência e ela corou, envergonhada.

—Por que está me dando flores? – As meninas mais velhas costumavam ganhar.

—Para te parabenizar. – Ele deu de ombros. – Estou muito orgulhoso de você, filha.

—Parabéns, Aurora. Não sabia que dançava tão bem assim. – Jasper a elogiou.

—A professora disse que sou a melhor da minha turma. Quando eu crescer mais, vou ser igual a minha mãe. – Declarou orgulhosa. Já tinha visto vários vídeos da mãe e sonhava em ser como ela. Apesar de já ter visto apresentações de profissionais, ela se espelhava na mãe, que para ela era a melhor bailarina do mundo.

—Mandou bem, Joaninha. – Ele ergueu a pequena no ar.

—Temos que comemorar. – Esme sugeriu e todos concordaram.

—Tem uma lanchonete ótima aqui do lado. – Edward apontou a direção.

—Papai, posso tirar essa roupa?  - A roupa já estava começando a incomodá-la.

—Certo. Vamos lá atrás. – Segurou a mão dela para não perdê-la, já que o auditório estava muito cheio. – Podem ir e encontramos vocês daqui a pouco. – Eles assentiram e Edward levou a filha até o vestiário.

—Olá, Edward. – A professora de Aurora sorriu para ele.

—Angela, tudo bem? Será que a Aurora pode trocar de roupa? – Ela indicou o local e ele agradeceu saindo praticamente correndo. Não queria correr o risco de encontrar com alguma das mães que ficavam em cima dele.

Ele não estava interessado em nenhum relacionamento amoroso. E mesmo que estivesse à maioria das mães eram casadas e ele não queria se envolver em nenhuma confusão.

Edward ajudou a filha a trocar de roupa e já estavam quase finalizando quando ouviu uma voz anasalada.

—É a Lily e a mãe dela. – Aurora avisou fazendo uma careta e Edward gemeu.

—Droga. – A filha arregalou os olhos.

—Papai! Não pode falar palavra feia. – O repreendeu e ele balançou a cabeça se desculpando.

—Está certa. Me desculpe por ter falado palavra feia. – Ele abriu uma fresta da porta e viu que as duas viam em direção a eles.

—Se perguntarem por mim não estou aqui. – Avisou se escondendo no banheiro.

—Oi, Aurora, o seu pai está aí? – A Sra. Stanley perguntou sorrindo e apertando a bochecha dela.

—Ele não está aqui. – A pequena negou balançando a cabeça para enfatizar.

—Ah, tem certeza?

—Tenho, ele que me disse e foi esconder no banheiro. – Edward gemeu e a mulher riu.

—Você é tão fofa. Edward! – Chamou batendo na porta do banheiro.

—Oi, Jessica. – Tentou forçar um sorriso, mas saiu mais como se ele estivesse sendo estrangulado.

—Se escondendo de mim? – Espalmou as mãos no peito dele e ele procurou por uma saída, já que ela o havia encurralado na porta do banheiro.

—Claro que não. Só estava usando o banheiro. Estou com uma dor de barriga terrível. – Passou a mão pelo local para enfatizar e ela fez uma careta se afastando. – Foi ótimo rever você, mas precisamos ir. Não estou nada bem. – Avisou saindo correndo e arrastando a filha de lá.

—Está dodói, papai? – Perguntou preocupada.

—Não filha. Só falei aquilo para a Jessica não vir atrás de nós. – Ela abriu a boca para repreendê-lo, mas ele foi mais rápido. – Eu sei que mentir é feio e você não deve fazer isso. Mas aquela mulher é maluca.

—É mesmo. – Aurora riu concordando. – Estou com fome. – Ele a colocou sobre os ombros. – Oba, cavalinho. – Comemorou e ele imitou um cavalo a fazendo rir.

—Vamos comer então.

 

[...]

 

—Papai? - Ela chamou assim que ele virou para apagar a luz.

—Sim, Joaninha.

—Joaninha não. - reclamou fazendo bico e ele sentou na beira da cama dela.

—Por que o Emmett pode te chamar de Joaninha e eu não? - Fingiu estar magoado e ela deu de ombros sem saber o que responder. - Certo, vou te chamar de bebê então. - Inclinou e deu um beijo na testa dela.

—Papai. - Decidiu ignorar os apelidos. - A Lily falou, hoje antes da apresentação, que ela vai ser minha irmã e que você vai casar com a mãe dela. - Edward ficou sem reação com a boca aberta. - Eu não quero ser irmã da Lily.

 Lily era da turma de balé de Aurora e Edward não gostava nenhum pouco da mãe dela, Jessica Stanley. A mulher vivia se jogando para cima dele sem o menor pudor. Ele já estava acostumado com as cantadas recebidas, já que era o único pai a ir às aulas de balé e um dos poucos que comparecia às apresentações.

—Não sei de onde ela tirou essa ideia, mas pode ficar despreocupada que eu não vou namorar com a mãe da Lily, tivemos que fugir dela hoje. E também não vou namorar com nenhuma outra mulher.

—Por que não? - Edward gostaria de responder que o coração dele pertencia a Bella e que ele estava esperando ela acordar para que os dois ficassem juntos, mas aquilo não passava de um sonho distante e poderia nunca se realizar.

—Nenhuma mulher é boa o suficiente para ser a sua mãe, a não ser a sua mãe. - Deu outro beijo na testa dela e ajeitou as cobertas em volta dela. - Para você ficar quentinha e protegida.

—Todas as minhas amigas queriam que você fosse pai delas. Você é o melhor pai do mundo, papai.

—Eu me esforço para cuidar bem de você. - Passou a mão no cabelo dela. - Você é a melhor filha do mundo e eu te amo muito.

—Também te amo, papai.

Ele sempre ficava emocionado ao ouvir aquelas palavras. O amor que ele sentia por ela era tão grande e ele não conseguia acreditar que a filha também o amava. Esperava que ela nunca descobrisse a verdade sobre ele ou o deixaria de amar, e ele não poderia viver sem ela.

—Tem bons sonhos, bebê joaninha. - Soprou um beijo para ela e a pequena apenas sorriu.

Estava feliz por ela o considerar um bom pai. Ele se esforçava muito para fazer o melhor para ela. Não julgava os outros pais, pois foi preciso uma tragédia para fazê-lo ficar ao lado da filha. Balançou a cabeça afastando o pensamento de como seria a vida dele sem a filha. Ele ainda viveria na escuridão… Aurora era realmente a luz da vida dele.

 

[...]

 

—Oi, Bella. – Edward colocou um porta-retratos na mesinha de frente para cama dela. –Trouxe uma foto nova. É da apresentação de balé de ontem. – Ele enchia o quarto com fotos da filha, pois queria que quando Bella acordasse, pudesse ver primeiro a imagem da filha. – Ela foi incrível. Sei que foi só um recital de crianças, mas para mim foi como se estivesse assistindo a um espetáculo. Ela é a melhor da turma e dança tão bem. – Ele sorriu orgulhoso, tudo o que a filha fazia era motivo de muito orgulho. – Sua mãe disse que ela dança igualzinha a você e tenho que concordar que ela certa. Já assisti alguns vídeos seus e vocês são realmente muito parecidas. Mas ela tem um gênio mais difícil que todo mundo insiste que ela puxou de mim. Não estou muito certo disso. – Ele deu uma risadinha e puxou a cadeira. – A Aurora ama o balé, então não se preocupe que não estou forçando-a a fazer nada. Marco no calendário os dias de ensaio e todo dia ela vai riscando no calendário para ver se já é dia de ir dançar. Nossa filha é muito inteligente, Bella. Já sabe contar, escrever o próprio nome, o nosso endereço, telefone, é uma dançaria nata e também leva muito jeito com desenho. Trouxe um da última vez e está pendurado na janela. Espero que possa ver muito em breve. – Ele suspirou e a tristeza estava prestes a dominá-lo. – Ah, você não vai acreditar. A Jessica Stanley quase me atacou ontem, tive que sair correndo. Estou te dizendo, Bella, a mulher é doida. Não só ela, a maioria das mães de lá são malucas. Acho que deveria de contar para os maridos delas, mas não quero causar confusão e nem destruir o casamento de ninguém. Elas só estão interessadas porque querem que os maridos façam o que eu faço. Ficam impressionadas por algo que deveria ser normal. Todos os pais deveriam ir às apresentações das filhas, cuidar delas e ser mais presentes. Não julgo muito porque eu poderia ter sido um desses pais. Acho que se você não estivesse aqui, eu teria sumido e perdido tudo isso. O que seria o maior erro da minha vida. Esses pais não sabem o que estão perdendo. Sei que nenhum pai ou mãe deveria se ausentar da vida dos filhos. – Colocou a mão sobre a dela. – No começo fiquei com muito medo, mas tenho sido um bom pai. Só que sinto que isso não é o suficiente. Aurora precisa de uma mãe e eu não quero dar uma a ela. Então, por favor, Bella, acorde. Precisamos de você. Eu não aguento mais de saudade. Achei que com o tempo fosse ficar mais fácil, mas não fica. Eu daria qualquer coisa para voltar no tempo e fazer as coisas da forma correta. Mas talvez se voltasse no tempo não teríamos a Aurora e não posso pensar num mundo sem ela. Como também não posso pensar em um mundo sem você. Preciso das duas. – Apertou a mão dela. – Volte para nós, Bella, por favor. – Levantou e deu um beijo na testa dela.


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Notas finais do capítulo

Edward fazendo sucesso com as mães das colegas de Aurora. Como ele disse, elas queriam que os maridos fossem mais participativos igual a ele, por isso tem tanto interesse nele e também por ele ser bonito e simpático.

Bjs e até mais.