Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
Fiquei muito feliz com a recepção que a fic teve e espero que continuem acompanhando.
Vi que surgiram algumas dúvidas e aqui está algumas explicações.
O bebê é da Bella e do Edward e nesse capítulo verão como eles se conheceram.
Bella está em coma e ficará algum tempo nessa situação, mas não se preocupem com o romance da fic, pois terá flashbacks do tempo em que passaram juntos e depois quando ela voltar (se voltar, hehe)

Boa leitura e espero que gostem.



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—Mais duas doses para mim e outro drink para a linda senhorita. - Pediu ao garçom e sentou ao lado da morena que o encarou com grandes olhos castanhos.

—Não vai nem perguntar se pode me pagar uma bebida? - Ergueu uma sobrancelha e ele riu baixinho.

—Eu não pergunto. Se eu quero algo, simplesmente vou lá e faço. - Entregou a bebida a ela e ergueu o copo para que pudessem brindar.

Ela não era do tipo que aceitava bebida de estranhos, mas estava disposta a agir diferente agora. Estava cansada de ser a garota certinha. Então, agindo totalmente por impulso, pela primeira vez na vida, ela brindou com o desconhecido.

—Por que uma garota como você está bebendo sozinha num lugar como esse? - Fez uma careta para a sujeira e para os clientes do local.

—Achei que não fizesse perguntas. - Retrucou virando a bebida de uma vez, que desceu queimando pela garganta dela. Ela tomava apenas uma taça de vinho raramente, mas a ocasião pedia uma bebida bem forte.

—Vai com calma, baby. Nunca se sabe quando pode surgir um homem sem caráter que queira levar uma linda donzela para casa. - Ele empurrou o copo dela para longe e fez sinal para que o garçom não servisse mais nada para ela.

—Você é um homem sem caráter? - Debochou e ele notou que ela já havia bebido além da conta. Ele conhecia bêbados e sabia que ela não se enquadrava nessa categoria.

—Sou um homem de inúmeros defeitos, baby. - Ela revirou os olhos para ele.

—Para de me chamar de baby. - Resmungou pedindo outra bebida.

—Traga uma água para a senhorita. - Ordenou e o garçom olhou de um para o outro sem saber a quem deveria obedecer.

—Vocês homens são todos iguais. Acham que mandam em nós e que devemos obedecer cegamente. Vocês dizem pulem e temos que perguntar qual a altura. Vocês são uns idiotas. Fazem com que nos apaixonamos por vocês e depois fazem o quê? Nos traem e nos deixam no altar. - Jogou o anel de noivado no balcão. - Se ele pensa que vou devolver, está muito enganado. - Balançou a cabeça rindo. - E também não vou cancelar a lua de mel. Vou sozinha e aproveitar bastante, é ele mesmo quem está pagando e eu mereço essa viagem. – Bateu no peito com a mão. – Eu dediquei 8 anos da minha vida a ele. Fui uma namorada exemplar, sempre o apoiando e fazendo as vontades dele. E o que ele fazia? Dormia com a minha dama de honra pelas minhas costas. E o pior, eu os peguei no flagra bem no nosso jantar de ensaio. Iriamos casar amanhã.

—Que história, hein? – Assobiou. - Posso sugerir algo melhor do que ir sozinha nessa lua de mel? - Perguntou sorrindo torto.

—Agora você faz perguntas? Que inconstante você. - Abanou as mãos e aceitou a garrafa de água de bom grado. Na dúvida, o garçom havia pegado os dois e deixado para ela decidir.

—Você tem uma língua bem afiada. - Observou e ela mostrou a língua para ele. - Pelo que consegui entender, você foi largada pelo seu noivo e agora quer mostrar que está melhor sem ele e que ele te fez um grande favor ao te abandonar. - Ela deu de ombros, talvez ele estivesse certo. - Então, já que a lua de mel está paga, o que acha de ao invés de ir sozinha, levar alguém com você?

—Uma amiga? Ou minha mãe? - Falou animada.

—Não estou surpreso de ele ter te largado. - Resmungou e ela o cutucou no peito. - Estava pensando que poderia levar um homem bem mais bonito do que ele. Eu sou mais bonito do que ele? - Estufou o peito para que ela pudesse analisá-lo e ela corou.

—Muito mais. - Deu uma risadinha envergonhada. - Espera? Está se oferecendo para ir comigo? - Era assim que as pessoas normais agiam? Estava chocada com a atitude dele.

—Por que não? Amo viajar.

—Eu nem sei o seu nome e jamais viajaria sozinha com um completo desconhecido.

—Você é uma pessoa incrível, mas estou cansado da mesmice. Sempre fazemos as mesmas coisas, até a nossa relação é pacata. Quero mais emoção, novidades e uma pessoa que não controle cada segundo da vida dela.

Ela cerrou os punhos. Ele ainda teve a coragem de jogar a culpa toda nela. Ele era um cretino e a culpava por ele a ter traído. Se não estava satisfeito com a relação, por que a pediu em casamento? Por que a fez ser envergonhada na frente da família e dos amigos no jantar de ensaio do casamento deles? Segurou a vontade de chorar. Ela precisa ser forte e dar a volta por cima e se o ex-noivo achava que ela não era capaz de fazer algo por impulso, ela mostraria justamente o contrário.

—Você tem passaporte? Pois vamos para a Grécia. - Anunciou e ele sorriu.

Ela parecia ser uma boa pessoa e ele não gostava nada de fazer aquilo com ela, mas a sobrevivência dele vinha em primeiro lugar. Olhou por cima do ombro, os sentidos dele diziam que precisava sair de lá o quanto antes.

—É claro que tenho e acho melhor irmos fazer as malas. Deixo você em casa. - Levantou e estendeu a mão para ela.

—É melhor eu pegar um táxi. - Levantou cambaleando e ele jogou algumas notas no balcão.  

—Que seja. - Resmungou olhando, preocupando, em volta do bar. - Vamos. - Praticamente a arrastou de lá e pegou o primeiro táxi que passou.

Olhou para trás e viu dois homens saírem correndo de dentro do bar. Respirou, aliviado, havia escapado por pouco.

—Qual o seu nome? - Ela perguntou após uns minutos em silêncio. Ele achou até que ela estivesse dormindo.

—Edward Cullen, muito prazer. - Estendeu a mão para ela e a sentiu vacilar um pouco. Será que estava mudando de ideia? Ele precisava ficar fora do radar por um tempo e ir para Grécia seria excelente. De lá poderia ir para outro país e ficar escondido.

—Isabella Swan, mas pode me chamar apenas de Bella. - Apertou a mão dele. - Não sou do tipo que convida estranhos para viajar em lua de mel com ela.

—Não somos casados, então não é uma viagem de lua de mel. - Sorriu para ela. - Imagine o seguinte, você está viajando através de uma agência e fez um amigo por lá. A diferença é que vamos dividir o mesmo quarto. É como se estivesse em um hostel. Sei que a ideia é meio assustadora, mas prometo que não vou te machucar. Agora se quiser, posso matar o seu ex e nem vou cobrar pelo serviço. - Bella gargalhou.

—Você é um piadista. Meus amigos não são assim, exceto a Rose, ela é uma comédia.

—Mudar é bom. - Deu de ombros e abriu a porta para que ela pudesse descer. Pediu ao taxista para esperar e a acompanhou até a porta do prédio.

—Consegue arrumar tudo até amanhã à noite? Meu casamento seria a tarde e iríamos viajar a noite. - Explicou constrangida.

—Estou acostumado a sair rápido dos lugares e levo poucos minutos para preparar uma mala. Fora que só preciso de um calção, uma blusa e várias sungas. - Ela corou. Todos achariam que ela ficou doida. Desligou o telefone e estava ignorando todas as tentativas de contato por parte dos amigos e familiares, não queria a pena de ninguém.

—Então te vejo amanhã, Edward.

—Tenha uma boa noite, Bella. - Estendeu um cartão para ela. - Para me mandar os detalhes da viagem ou caso mude de ideia.

—Não vou mudar. - Garantiu e acenou para ele.

Assim que entrou no apartamento ela pegou o celular e o ligou, precisava falar com alguém sobre a loucura que estava prestes a fazer.

—Cometi uma estupidez enorme. - A razão finalmente havia voltado e Bella se sentia amedrontada por ir viajar com um estranho.

—Não diga que perdoou aquele traste. - A voz do outro lado soou decepcionada.

—É claro que não. - Bella estava ofendida pela amiga pensar que ela seria tão fraca ao ponto de perdoar a traição e humilhação que o ex-noivo a fez sofrer. - Ele que vá para o inferno.

—Você está bêbada. - Constatou rindo.

—Como sabe disso?

—Só estando bêbada para xingar alguém. Ficamos preocupados. Por onde andou?

—Fiquei dirigindo pela cidade e acabei entrando num bar.

—E onde está agora? Posso te buscar. - Afastou as cobertas e já estava prestes a levantar, mas Bella a tranquilizou.

—Já estou em casa. Peguei um táxi, então não se preocupe.

—Que bom que não perdeu o jeito por completo. - Voltou a deitar. Agora que sabia que a amiga estava bem, poderia descansar.

—Vai mudar de opinião assim que souber o que fiz.

—Não me diga que conheceu um bonitão e que vai sair em lua de mel com ele. - Ela gargalhou e Bella empalideceu.

—Como adivinhou? - Perguntou surpresa com a perspicácia da amiga.

—O quê? Foi isso que aconteceu? - Não se conteve e gargalhou ainda mais. - Quem é você e o que fez com a minha amiga? A Bella que eu conheço JAMAIS faria algo assim.

—Eu sei. - Choramingou se jogando de costas na cama. - Foi a bebida e a raiva. E ele é tão lindo, atraente e… não sei, senti algo que me fez aceitar a oferta dele.

—A ideia foi dele? Quem é esse homem, Bella? – Agora ela estava preocupada.

—Sim. Ele sugeriu que fosse com alguém para a Grécia e se ofereceu para ir comigo.

—E você disse que sim. - Completou surpresa pela atitude dela.

—Sim. Eu concordei com essa loucura e agora não sei o que fazer. Devo ligar e dizer que mudei de ideia ou simplesmente deixar para lá? Ele não sabe dos detalhes da viagem.

—Ele sabe como te encontrar?

—Sim. Me acompanhou até em casa. - Bateu na própria testa sem acreditar que havia sido tão descuidada.

—E por que não pode simplesmente ir com ele?

—Porque ele é um desconhecido e pode muito bem ser um psicopata, maníaco ou sei lá mais o quê? Quem é que viaja com uma pessoa que não conhece? Essa não sou eu, Rose.

—Bella, talvez eu seja mais doida do que você.

—Você é. - Declarou e as duas riram.

—Sim. Você é a razão e eu a loucura. Acho que deveria ir e mostrar para aquele traste o que ele perdeu.

—Bem, não vou conseguir mostrar nada se estiver morta.

—Me mande os dados dele e uma foto, assim vou poder ajudar a polícia a prendê-lo.

—Ah, que ótimo. Vou estar morta, mas pelo menos meu assassino estará na cadeira. Não sabe como isso me deixa aliviada.

—Bella, pessoas cometem loucuras o tempo todo. Já saí com vários caras que conheci pela internet e estou viva até hoje.

—Era para você me fazer desistir e colocar um pouco de juízo na minha cabeça.

—Ih, ligou para a pessoa errada então. Se bem que acho que me ligou apenas para que eu a incentivasse a ir. Se você quer ir, vá e divirta bastante. Me mande várias fotos e seja feliz. Só tome cuidado e previna-se - Encerrou a ligação e Bella ficou olhando para o celular e o cartão que Edward entregou.

Sabia que poderia se arrepender e provavelmente iria, mas ela arriscaria.

Segue os dados da viagem

Digitou e torceu para que nada desse errado.

 

[...]

 

—Isso é o paraíso. - Edward retirou os óculos escuros e assobiou.

—É perfeito. - Perfeito para uma lua de mel, ela pensou, mas logo balançou a cabeça. Chega de pensar no que poderia ter acontecido, ela tinha que focar no que estava acontecendo. Ela estava na Grécia, com um deus grego desconhecido e aproveitaria cada minuto da viagem.  - Fiz um itinerário. - Pegou um caderninho da mala.

—Itinerário? É sério isso? - Abriu a mala e retirou uma roupa mais confortável, estava bem quente.

—Muito sério. Planejei cada minuto da… - Ele nem a deixou terminar e retirou o caderno da mão dela o jogando pela janela.

—O que… Por quê? - Gaguejou e ele colocou as mãos no ombro dela.

—Você não precisa controlar cada minuto da sua vida.                                            

—Foi o que ele me disse. - Resmungou lembrando do ex-noivo.

—E nisso ele estava certo. É bom ter certa ordem, mas você precisa aproveitar mais a vida. O que você quer fazer agora?

—Seria bom dar um mergulho na praia, mas o roteiro dizia… - Ele a interrompeu de novo.

—Esqueça o roteiro. Se você quer dar um mergulho, é isso que vamos fazer. Coloque seu melhor biquíni e vamos nadar. Enquanto estivermos aqui não vamos planejar nada e esqueça todas as reservas. Vamos fazer o que tivermos vontade.

—Gostaria de fazer outra coisa. - Falou tímida e ele ergueu o queixo dela.

—Faça. - Sussurrou e ela o beijou.

 

[...]

 

—O que pensa que está fazendo? - Acordou assustado ao ouvir um clique.

—Tirando uma foto para postar nas redes sociais. Como as pessoas vão saber que estou me divertindo com um gato na Grécia?

Onde estava a garota tímida de horas atrás? Ela havia praticamente o atacado, e ele não se importou nenhum pouco com aquilo. Pode ensinar algumas coisas para ela e ela aprendia bem rápido.

—Posso ver a foto? - Pediu estendendo a mão para pegar o celular. Ele a apagaria e qualquer uma que mostrasse o rosto dele.

—Ficou bom e não estou mostrando o seu rosto. - Ele suspirou aliviado. - Não quero causar confusão para o caso de você ter uma namorada.

—Não sou do tipo que tem namorada. - Retrucou ajeitando na cadeira. Aquele era realmente o paraíso.

—Bem, você não é gay. - Ela corou e ele riu.

—Não mesmo. O que quis dizer é que não sou do tipo que tem relacionamentos. Se sinto atração por alguém, vou lá e pronto, faço o que tenho que fazer. Depois vou embora e todos seguem com suas vidas.

—Então só apenas mais uma na sua lista. - Declarou com tristeza. Ela sabia que seria assim, mas a ideia de ser usada não a agradava.

—Vamos aproveitar muito essas duas semanas, mas depois disso, nunca mais nos veremos. Está de acordo?

Para ele era uma questão bem simples, mas sabia que ela não era do mesmo jeito. Ela gostava de romance e relacionamentos estáveis. Coisas que ele não podia e nem gostaria de oferecer.

—Duas semanas de muita diversão e nenhum compromisso. E depois cada um segue com sua vida. - Estendeu a mão para poderem selar o acordo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? O plano deles não deu muito certo e vão acabar se encontrando de novo.
Bella sempre foi uma pessoa bem cautelosa, mas ser largada a fez repensar sobre a vida e ela resolveu arriscar dessa vez.
Alguém já arrisca um palpite sobre o mistério do Edward?

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Nos vemos em breve.

Bjs e até mais.