Last Chance escrita por Rayanne Reis


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.

Aurora está com 3 anos.



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—Ei, cadê a Joaninha? – Edward levou um susto e quase cortou o dedo com a faca que segurava.

—Seu idiota, não pode bater antes de entrar? – Colocou a faca de um lado e levou os legumes a panela para poder cozinhá-los.

—Eu tenho a chave, por que bateria? – Emmett ignorou a repreensão do amigo e pegou um cookie que estava em cima da mesa.

—Porque é isso que pessoas normais fazem. E só te dei as chaves para momentos de emergência. – Pegou uma jarra de suco da geladeira e serviu o amigo.

—Tenho uma emergência e preciso da Joaninha. – Falou enquanto bebia o suco, ele preferia uma bebida, mas Edward não tinha bebidas alcoólicas em casa. Ele dizia que não queria dar mau exemplo a filha.

—Você sabe que ela é minha filha e não sua, não sabe? – Emmett mostrou a língua para ele.

—Estou trabalhando para igualar a situação. – Edward o olhou surpreso.

—Estão nesse nível?

—Ainda não. Mas já conversamos sobre o assunto e nós dois queremos ter filhos. E é por isso, que vou pedir a Rose em casamento. – Anunciou abrindo os braços.

—Parabéns! – Deu um abraço nele. – Estou muito feliz por você. Mas o que a minha filha tem com isso?

—Queria fazer um pedido bem fofo e ela é a pessoa mais fofa que conheço. – Explicou mostrando as covinhas.

—Então quer usar a minha filha?

—Que palavra feia. – Fez uma careta. – Prefiro o termo, utilizar da fofurice dela para pedir a minha namorada em casamento.

—Desde que ela não veja nada traumatizante e aceite te ajudar. – Deu de ombros. - Vamos ver se Rosalie vai ser doida o suficiente para aceitar. – Provocou e Emmett arregalou os olhos, preocupado.

—Acha que ela não vai aceitar? – Ele não havia pensando naquela possibilidade.

—Só estava brincando. É claro que ela vai aceitar. Vocês estão juntos há 3 anos e são o casal mais meloso que conheço.

—Só porque você é um monge, não significa que os outros também tenham que ser. – Devolveu a provocação.

—Não sou um monge. – Resmungou cruzando os braços e depois puxou uma cadeira para sentar.

—Quando foi a última vez que teve um encontro? – Ele não gostava de ver o amigo sozinho. – Agora que você é um cara mudado, deveria encontrar alguém e ser feliz.

—Eu sou feliz e tenho alguém na minha vida, a Aurora. – Sorriu ao falar da filha. – E não sou um cara mudado.

—As únicas pessoas que você matou nos últimos três anos foram: o cara que atirou na Bella e os Volturi.

—Ainda assim, tirei vidas. – Falou com amargura. - E isso não me torna uma pessoa melhor.

—Eles pediram por isso e você só está se vingando e protegendo a sua família.

—Vamos mudar de assunto. – Pediu enchendo o próprio copo de suco.

—Vamos falar da sua vida não amorosa.

—Você é muito chato. – Reclamou o chutando por debaixo da mesa. – E sabe muito bem que eu tenho encontro casuais.

—Casuais. – Revirou os olhos como se a palavra fosse uma maldição. – Tem que arrumar uma namorada. – Aquilo era uma ordem.

—Não preciso de uma namorada.

—Precisa sim. Assim acaba com todo esse seu mau humor.

—Tive um encontro essa semana. – Mentiu e Emmett sorriu de canto.

—Com a garota da sorveteria? – Perguntou animado por saber mais sobre a vida amorosa do amigo.

—Por que sairia com ela?

—Bem... Além do fato dela estar tão na sua? Ela suspira por você toda vez que vão lá e vocês vão muito lá. O que me faz pensar nas suas reais intenções quanto a isso. Vocês dois sozinhos sustentam aquela loja. – Levou as mãos ao queixo e Edward o chutou de novo.

—A sorveteria fica na esquina do prédio e a Aurora ama sorvete. É claro que vamos muito lá. – Se defendeu e Emmett fez uma cara de deboche.

—Até parece. Se fosse só por isso, vocês iriam lá, comprariam o sorvete e pronto. Mas você fica cheio de conversa com ela.

—Se os seus pais não te deram educação, os meus deram. E é por isso que converso com ela, por educação. E não ficamos de papo, só falamos sobre sorvetes e o clima. Ela é gentil com a Aurora e sempre coloca cobertura extra no sorvete. – Gaguejou se explicando.

—É claro que coloca. Ela está caidinha por você e quer conquistar a filha, para conquistar o pai por tabela.

—Deveria parar de assistir séries. Está imaginando coisas demais. Só conversamos como pessoas normais. – Explicou, dessa vez, sem gaguejar.

—Cara. – Falou num tom sério e Edward o encarou. – Eu gosto da Bella e sei como deve ser difícil sem ela, mas ela pode não acordar.

—Eu sei disso. – Os médicos não conseguiam prever quando e se Bella acordaria. Ela estava em coma há três e não havia nenhum sinal de melhora. Eles mantinham as esperanças, mas também eram realistas. – Só que é difícil dar uma nova mãe para a Aurora.

—Não estava falando da Joaninha e sim de você. – Apontou e ele fez uma cara de confuso. – Eu sei que você gosta dela, mas ela pode não acordar. E você não pode ficar esperando ela voltar para formarem uma família.

—Sério. Para de ficar inventando coisas. – Pediu levantando. – Bella e eu passamos duas semanas juntos e apesar da química entre nós, não teve nenhum sentimento.

—Não naquela época, mas sei que sente algo por ela. Você passa horas com ela no hospital.

—Falando sobre a Aurora. – Explicou rapidamente. – Algumas pessoas em coma podem ouvir e gosto de pensar que ela está ouvindo e que sabe como a filha está. Já é horrível estar na situação dela, acho que se falar que a filha dela está bem, isso a ajude de alguma forma.

—Então você só fala sobre a Joaninha? – Insistiu pronto para pegá-lo na mentira.

—Às vezes, falo sobre mim também. Posso me abrir com ela, e talvez seja pelo fato dela não estar exatamente me ouvindo e nem julgando, ou se intrometendo na minha vida.

—Acho que não. Você gosta dela. Talvez por a conhecer melhor agora, pela Joaninha... Não sei. Só sei que você gosta dela e que espera que ela acorde e que vocês fiquem juntos.

—Certo. – Agitou as mãos, irritado. – Talvez eu queira que a minha filha tenha os pais convivendo e se dando bem, mas isso não significa que tenho sentimentos pela Bella. É loucura isso. Ela está em coma. – Gritou e Emmett levantou e colocou a mão sobre o ombro do amigo.

—Isso não quer dizer muita coisa, meu amigo. Só não se prenda ao que pode ou não acontecer, foque no que é real e pare de se punir. Você é um cara bom e merece ser feliz e não só ao lado da Joaninha.

—Ela é tudo o que me importa e só tenho olhos para essa garota. – Esperava que aquilo colocasse fim a conversa.

—Pois arrume olhos para a garota da sorveteria também. – Avisou antes que Edward pudesse reclamar da nova intromissão.

—Aurora! – Gritou e a filha apareceu correndo na cozinha. Com ela lá, Emmett manteria a boca fechada.

—Papai. – Ela parou ofegante na porta e depois soltou um gritinho ao ver o tio lá também.

—Joaninha! – Ele a pegou no colo e os dois trocaram abraços de urso.

—Seu tio quer falar com você. – Falou de má vontade. Sabia que o amigo não fizera por mal, mas a conversa entre os dois o deixou bem incomodado. É claro que ele tinha sentimentos por Bella que não tinha antes, mas era porque ele estava morando no apartamento dela e convivia com a família e amigos dela. Ele diria que os sentimentos dele eram apenas de amizade e carinho. Ele queria que ela acordasse e não só porque aquilo faria bem a todos, mas porque ela não merecia aquela situação.

Edward, como disse, tinha encontro casuais quando a filha estava com um dos avós ou na casa das tias, mas eram apenas isso. Ele só queria satisfazer os desejos primitivos, e não se envolver seriamente com alguém. Apesar de ter mudado e muito a percepção dele sobre o mundo e sobre família, ele ainda achava que não era merecedor de ter um relacionamento. Custou para aceitar o amor da filha e ele acreditava que ela só o amava, pois não sabia a verdade sobre ele e que quando descobrisse, nunca mais olharia na cara dele.

Esperava que ela nunca descobrisse e que Bella acordasse logo, seria tão mais fácil com ela ao lado deles. Ele era um bom pai, mas a medida que Aurora ia crescendo a falta da mãe aumentava ainda mais. E quando chegasse a hora de falar sobre garotos ou coisas de meninas? Alice e Rosalie brincavam dizendo que ensinariam tudo a ela, mas ele não queria que elas ensinassem, queria que Bella estivesse ao lado da filha. Bateu com força a porta da geladeira. Ainda faltava eliminar Jane Volturi e ele a faria pagar por tudo. Ele tinha quase que certeza absoluta que ela foi quem deu a descrição dele para que Félix o achasse, e por isso não mostraria misericórdia.

—Seu pai está muito chato, hoje. - Comentou colocando a sobrinha no chão. - Ele precisa de uma namorada, não acha?

Edward pensou: se ele jogasse a faca em Emmett as pessoas acreditariam que foi um acidente ou teriam a certeza de que foi por querer?

Aurora levou as mãos ao queixo e olhou para o pai que ainda estava em dúvida sobre como reagir.

—Você quer uma namorada, papai? - Perguntou por fim o trazendo de volta a realidade.

—Não, meu amorzinho. - Abaixou para olhar nos olhos dela. - O papai não quer uma namorada e está muito bem assim. Só que o tio Emmett é um enxerido e quer tomar conta da minha vida.

—Que feio isso. - O repreendeu levando as mãos a cintura.

—Isso mesmo. É muito feio cuidar da vida dos outros.

—Você não quer uma mamãe? - Insistiu no ponto de vista dele e Edward considerou seriamente o expulsar do apartamento.

—Já tenho uma mamãe. - Revirou os olhos fazendo os dois sorrirem. - Ela dormindo agora. - Fez um bico triste e Edward a pegou no colo.

—Não se preocupe, lindinha, ela vai acordar logo. - Não conseguiu soar tão positivo assim e Aurora tremeu os lábios indicando que iria chorar. Emmett se arrependeu na hora por ter tocado no assunto e magoado a sobrinha.

—Tenho uma surpresa. - Anunciou e Aurora ergueu os olhos cheios de lágrimas.

—Está tudo bem, filha. - Edward a abraçou.

—Que surpresa? - Perguntou passando as mãos nos olhos.

—Vou pedir a Rosalie para casar comigo e você vai me ajudar. - Aquilo foi o suficiente para animá-la. Ainda bem que crianças eram fáceis de perdoar, queria que os adultos fossem assim também. Edward certamente ficaria um bom tempo irritado com ele.

—Que legal. - Comemorou descendo do colo do pai.

—Vem que vou te contar tudo. - Puxou a sobrinha pelo braço, precisava ficar longe do amigo enquanto ele se acalmava.

[...]

—Oi, Bella. – Edward entrou no quarto e depositou um beijo na testa dela. – Sei que está tarde e que queria que trouxesse a Aurora, mas ela está em uma missão muito importante. – O jarro de flores estava vazio e ele aproveitou para colocar as flores que havia trazido dentro dele. – Sua mãe disse que são as suas preferidas. – Ajeitou os lírios brancos e puxou a cadeira para sentar ao lado dela.  – Ainda bem que a enfermeiras gostam de mim e ignoram o horário de visitas. Acredita que um cara olhou feio para mim, só porque eu subi e ele não? Desculpa por estar divagando. – Deu um tapa na própria testa. – Disse que a Aurora está em uma missão e você deve estar louca para saber qual é. Emmett vai pedir a Rosalie em casamento e quer que a nossa filha segure as alianças enquanto ele faz o pedido tocando a música deles com um violino. – Ele riu imaginando a cena. – Não sabia que ele tocava violino, mas deve ter aprendido para a ocasião. Ele faz qualquer coisa para agradar a Rosalie e os dois parecem bem apaixonados. Tenho a certeza de que ela vai dizer sim. E não se preocupe que o pedido vai ser feito em um restaurante e os pais deles estarão lá, então nossa filha não corre o risco de ver nada impróprio. Emmett também me convidou, mas embora esteja muito feliz por eles, não acho que minha presença fosse necessária e também quis dar um castigo nele. – Se mexeu desconfortável na cadeira. – Ele ficou me importunando e disse que preciso arrumar uma namorada. Sabe a sorveteria que sempre levo a Aurora? Então, ele cismou que a vendedora está interessada em mim e que devo chamá-la para sair. E depois disse que não tenho relacionamentos porque estou esperando você acordar e ficarmos juntos. Eu disse que ele está ficando doido. Você merece um cara muito melhor do que eu e já te disse isso várias vezes, mas ele ficou insistindo. Você provavelmente riria na cara dele. Por que ficaria comigo sendo que sabe quem eu sou? Bem, não sei como vai ser quando você acordar, mas espero que me deixe ficar ao lado da Aurora.  Eu sou um bom pai e não sei como viveria sem ela. – Pigarreou levantando. – Desculpa por ficar te enchendo, só precisava desabafar um pouco e contar a novidade. Provavelmente Rosalie vai vir aqui amanhã e te contar tudo, mas queria contar primeiro. – Deu uma risadinha e segurou a mão dela. – Queria tanto que você estivesse aqui, Bella. Estamos tentando, mas você faz muita falta e espero que esteja ouvindo e que isso possa te trazer de volta. – Depositou outro beijo na testa dela. – Volta logo, por favor. Sentimos a sua falta.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Nos próximos saberão mais sobre a garota da sorveteria, e não apressem o julgamento de vocês.

Bjs e até mais.