Rony Weasley e a Câmara Secreta escrita por biapurceno


Capítulo 8
A Pichação na Parede


Notas iniciais do capítulo

Esse universo não me pertence, foi tudo maestralmente idealizado pela rainha JK Rowling. É apenas uma história baseada em seu mundo e sem fins lucrativos, apenas entretenimento.

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Oiee!!!

Só tenho uma pergunta: Como o professor Binns corrige o trabalho dos alunos? Como ele pega a pena pra escrever? Fica o mistério. rs

Bjs e boa leitura!



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A situação não podia ser pior. Draco estava parado na frente de todos os alunos, sorrindo vitorioso, sabendo que o tamanho da encrenca que Rony, Hermione e Harry estavam não poderia ser maior. Assim como Draco, todos as outras centenas de alunos os observavam e cochichavam, alguns olhavam feio comentando sobre crueldade com os animais. Rony tinha razão, eles tinham que ter corrido e se escondido o mais rápido possível antes que os pegassem na cena do crime. Aliás, por que eles sempre tinham que estar presente quando algo estranho acontecia?

— Que está acontecendo aqui? Que está acontecendo?

Como se não fosse o suficiente, Argo Filch apareceu correndo por conta do barulho que os alunos faziam. Ele abriu caminho entre os alunos e finalmente viu a cena. Ele levou as mãos à boca, horrorizado, vendo sua gata morta e pendurada. Dava até para sentir pena, se ele não fosse um velho tão nojento.

— Minha gata? Minha gata! Que aconteceu a Madame Norr-ra? — gritou ele.

E na mesma hora ele olhou para Rony, Hermione e, finalmente para Harry, onde ele soltou um rosnado.

— Você! — gritou apontando para o garoto, andando em direção a ele com o rosto contorcido. — Você! Você assassinou a minha gata? Você a matou! Vou matá-lo! Vou...

— Argo!

Para alívio dos três, Dumbledore chegara a tempo de salvar Harry das garras de Filch, seguido de vários professores.

Ele passou por Rony, Harry e Hermione e soltou gentilmente a gata do archote, analisando-a. Todos os professores, com exceção de Dumbledore, encaravam o trio com espanto.

— Venha comigo, Argo — disse o diretor a Filch. — Os senhores também, Sr. Potter, Sr. Weasley e Srta. Granger.

Estavam perdidos, era o fim da linha. Como explicariam suas inocências àquela altura?

O professor Lockhart abriu caminho pelos outros professores, apressado.

— A minha sala fica mais próxima, diretor, logo aqui em cima, por favor, fique à vontade...

— Muito obrigado, Gilderoy — disse Dumbledore.

Lockhart seguia na frente todo pomposo, sendo seguido de perto por Dumbledore, McGonagall e Snape. Rony, Harry e Hermione seguiam os professores um pouco mais afastados. Por que toda vez que acontecia algo de estranho na escola estamos envolvidos? Rony não cansava de se perguntar, e de alguma forma, sentia que aquela não seria a última vez.

A caminhada foi curta e em poucos minutos já adentravam a sala de Lockhart. A sala estava escura e quando entraram os vários Lockharts nos quadros nas paredes correram de um lado para o outro em suas molduras, com rolinhos nas cabeças, tentando se esconder dos visitantes. O Verdadeiro Lockhart acendeu as velas sobre a escrivaninha. Dumbledore afastou os papeis que estavam sobre a mesa e pôs Madame Nor-r-ra no lugar, começando a examiná-la.

A ponta do nariz comprido e curvo de Dumbledore estava quase encostando no pelo de Madame Nor-r-ra. Ele a examinou atentamente através dos óculos de meia-lua, apalpou-a e cutucou-a com os dedos longos. A Profª. McGonagall estava curvada quase tão próxima quanto o diretor, os olhos apertados. Snape esticava-se por trás deles, curioso, e parecendo. E Lockhart andava à volta do grupo, oferecendo sugestões.

— Decididamente foi um feitiço que a matou, provavelmente a Tortura Transmogrifiana. Já a usaram muitas vezes, que pena que eu não estava presente, conheço exatamente o contra feitiço que a teria salvado...

Pior que os comentários de Lockhart eram os soluços violentos de Filch. O zelador se afundara em uma cadeira ao lado da escrivaninha, com as mãos no rosto. Por pior que Filch fosse, e por mais que tivesse vontade de dar uns bons pontapés naquela gata, o desespero do homem dava pena. O grande problema era Dumbledore também se apiedar do zelador e acreditar que ele, Harry e Hermione tinham algo a ver com a morte da gata.

O diretor agora murmurava palavras estranhas para si mesmo, tocando Madame Nor-r-ra com a varinha, mas nada aconteceu: ela continuou dura como uma pedra.

— Lembro-me de algo muito parecido que aconteceu em Ouagadogou — disse Lockhart —, uma série de ataques, a história completa se encontra na minha autobiografia, naquela ocasião pude fornecer aos habitantes da cidade vários amuletos, que resolveram imediatamente o problema...

Finalmente Dumbledore se ergueu, interrompendo o discurso de Lockhart.

— A gata não está morta, Argo — disse ele baixinho.

Rony, Harry e Hermione não conseguiram esconder a surpresa – nem o alívio. Lockhart parou imediatamente de contar o número de assassinatos que evitara.

— Não está morta? — Filch soluçou, levantando-se correndo. — Então por que é que ela está toda... Toda dura e gelada?

— Ela foi petrificada — disse Dumbledore ("Ah Eu bem que achei!", disse Lockhart.) — Mas de que forma, eu não sei dizer...

— Pergunte a ele! — gritou Filch, com o rosto banhado em lágrimas, apontando para Harry.

— Nenhum aluno de segundo ano poderia ter feito isto — disse Dumbledore com firmeza. — Seria preciso conhecer Magia Negra avançadíssima...

— Foi ele, foi ele! — cuspiu Filch, entre soluços. — O senhor viu o que ele escreveu na parede! Ele encontrou... No meu escritório... Ele sabe que eu sou um... Sou um... — O rosto de Filch se contorceu de modo horrendo. — Ele sabe que sou um aborto! — terminou.

Rony não pôde conter a surpresa: Um bruxo abortado em Hogwarts?! Nunca havia parado para pensar no porquê nunca vira Filch usar magia para seus afazeres. Era tão obvio que se sentiu meio idiota de nunca ter percebido. Não podia fazer magia, mas também não podia ser um trouxa comum, pois trouxas não podiam ver o castelo, quanto mais trabalhar nele. Agora tudo fazia sentido.

— Jamais encostei o dedo em Madame Nor-r-ra! — Harry gritou — Nem mesmo sei o que é um aborto.

— Mentira! — rosnou Filch. — Ele viu a carta do Feiticexpresso!

— Se me permite falar, diretor, — Disse Snape, que até aquele momento estava quieto. Rony prendeu a respiração. Snape jamais diria algo que pudesse beneficiar qualquer aluno que não fosse da Sonserina, e a coisa piorava quando se tratava dos três. Era o fim, uma palavra e seriam expulsos — talvez esses três simplesmente estivessem no lugar errado na hora errada — espera, ele estava os defendendo? — Mas temos um conjunto de circunstâncias suspeitas neste caso.  Por que estavam no corredor do andar superior? Por que não estavam na Festa das Bruxas?

Rony, Harry e Hermione, desataram a dar explicações sobre a festa do aniversário de morte.

— ... Havia centenas de fantasmas na festa, que poderão confirmar que estávamos lá...

— Mas por que não foram depois para a Festa das Bruxas? — perguntou Snape, os olhos negros faiscando à luz das velas. — Por que subir àquele corredor?

Rony e Hermione olharam para Harry. O garoto havia surtado, dizendo que ouvia vozes e correu para aquele local. Contar isso definitivamente não era uma boa ideia, e Rony tratou de negar com a cabeça, disfarçadamente.

— Porque... Porque... estávamos cansados e queríamos nos deitar. — Disse Harry, entendendo o recado

— Sem jantar? — retrucou Snape, um sorriso vitorioso perpassou o seu rosto magro. — Eu não sabia que nas festas os fantasmas ofereciam comida própria para consumo de gente viva.

— Não estávamos com fome — disse Rony em voz alta ao mesmo tempo que seu estômago o traía dando um enorme ronco.

O sorriso maldoso de Snape se ampliou. Ledo engano achar que Snape os defenderia de alguma coisa.

— Suspeito, diretor, que esses alunos não estejam dizendo toda a verdade. Talvez fosse uma boa ideia privá-los de certos privilégios até que estejam dispostos a nos contar tudo. Pessoalmente, acho que Potter deveria ser suspenso do time de Quadribol da Grifinória até que se disponha a ser honesto.

— Francamente, Severo — Bradou Professora McGonagall —, não vejo razão para impedir o menino de jogar Quadribol. Esta gata não foi enfeitiçada com um golpe de vassoura. Não há qualquer evidência de que tanto Potter, quanto os senhores Weasley e Granger tenha feito algo errado.

Todos ficaram em silêncio. Dumbledore olhou fixamente para os garotos, sustentando o olhar em Harry por alguns a mais.

— Inocentes até que se prove o contrário, Severo — disse com firmeza.

Snape fechou a cara, desgostoso, e Filch gostou menos ainda.

— Minha gata foi petrificada! — gritou, os olhos esbugalhados. — Quero ver alguém ser castigado!

— Vamos curá-la, Argo — disse Dumbledore, paciente. — A Professora Sprout recentemente obteve umas mandrágoras. Assim que elas crescerem, vou mandar fazer uma poção que ressuscitará Madame Nor-r-ra.

— Eu faço — Lockhart entrou na conversa. — Devo ter feito isto centenas de vezes. Seria capaz de preparar um Tônico Restaurador de Mandrágora até dormindo...

— Desculpe-me — disse Snape num tom gelado. — Mas creio que sou o professor de Poções aqui nesta escola.

Lockhart riu, sem graça. Rony, por um segundinho, sentiu uma certa afeição pelo professor de poções. Dumbledore deu uma última olhada na gata e virou-se para os três garotos.

— Vocês podem ir.

Sem nem questionar, os três saíram o mais depressa que puderam porta à fora. Quando subiram um andar, desviaram o caminho e entraram em uma sala de aula, fechando a porta silenciosamente.

— Vocês acham não era melhor eu ter falado a eles daquela voz que ouvi?

— Não — respondeu Rony sem hesitar. — Ouvir vozes que ninguém mais ouve não é bom sinal, mesmo no mundo da magia.

Harry olhou de Rony para Hermione, desconsertado.

— Vocês acreditam em mim, não é?

— Claro que acredito — respondeu Rony depressa. — Mas... Você vai concordar que é estranho...

— Eu sei que é estranho — disse Harry. — A coisa toda é estranha. O que era aquela pichação na parede? A Câmara Secreta foi aberta... Que será que significa isso?

— Sabe, isso me lembra alguma coisa — Rony falou forçando a memória. — Acho que alguém certa vez me contou uma história de uma câmara secreta em Hogwarts... Talvez tenha sido o Gui... mas não tenho certeza.

— E afinal o que é um aborto? — perguntou Harry.

A pergunta repentina fez Rony soltar uma risadinha, mas nem Harry nem Hermione estavam achando graça. Como sempre, a criação trouxa limitando o conhecimento sobre o mundo bruxo aos dois.

— Bem... Não é realmente engraçado... Mas é o que Filch é. — falou. — Um aborto é alguém que nasceu em uma família de bruxos, mas não tem poderes mágicos.  De certa forma é o oposto do bruxo que nasceu trouxa, mas os abortos são muito raros, muito mais. Se Filch está tentando aprender magia em um curso Feiticexpresso, imagino que ele seja mesmo um aborto. Isto explicaria muita coisa. Por exemplo, a razão por que ele odeia tanto os alunos. — Rony deu um sorriso de satisfação. — É um amargurado.

Um relógio bateu as horas em algum lugar.

— Meia-noite — disse Harry — É melhor irmos deitar antes que Snape apareça e tente nos culpar de outra coisa qualquer.

Os dias que se seguiram na escola só se ouvia falar do ataque à Madame Nor-r-a. Se por acaso os alunos não estivessem falando nisso, Filch fazia questão de lembrá-los já que andava resmungando pelos cantos, com os olhos vermelhos, perambulando pelo lugar que fora atacada, tentando aplicar detenções nos alunos por “espirrar” ou “sorrir sem motivo”. A mensagem deixada por quem atacou a gata permanecia no mesmo lugar. Não para que os alunos não esquecessem do que aconteceu, mas porque ela simplesmente não sumia. Rony vira Filch esfregando a mensagem com o mesmo removedor mágico que sua mãe usava em casa para limpar as manchas mais difíceis deixadas por Fred e Jorge pela Toca, mas a mensagem continuava lá, intacta.

O mais estranho nessa história era Gina. Desde o que aconteceu com madame Nor-r-a sua irmã mais nova ficou realmente perturbada e cada vez que esse assunto era mencionado ela corria ou chorava. Ela sempre gostou de gatinhos, mas a gata de Filch não era só uma gata, era uma dedo duro, mesmo quem gostava de gatos não gostava dela. O comportamento de sua irmã caçula estava realmente intrigando-o.  A alegria e espontaneidade que ela sempre teve parecia ter ficado em casa, na escola era uma menina triste que ficava pelos canos e só tinha olhos para seu diário.

O ataque também afetara Mione. A amiga sempre gostou de passar grande parte do tempo livre na biblioteca lendo, porém nesses dias passados Hermione simplesmente não fez mais nada além de ler. Vez ou outra Rony e Harry tentavam obter alguma informação do que pretendia fazer, mas ela nem sequer respondia.

Na quarta feira a tarde Rony estava na biblioteca, obstinado em terminar seu trabalho de História da Magia, uma redação de um metro sobre o “Congresso Medieval de Bruxos Europeus”, para o dia seguinte. O professor havia passado na semana anterior, mas como sempre, esqueceu. Hermione estava sentada adiante com uma pilha excessiva de livros em cima da mesa, com a cara enfiada em um deles. Ainda faltava muito para ter uma redação que viesse a valer alguma coisa, então se levantou de onde estava e sentou-se na mesa de Hermione, que sequer notou sua presença.

— O que está lendo? — Perguntou para puxar assunto.

Ela não respondeu.

— Estava considerando você me dar uma ajuda com o trabalho do professor Binns. Não consigo entender muito bem como Julio – O Impiedoso criou a lei que obrigava os bruxos a incendiarem a própria casa. Bem que você...

— Não vou te dar a minha redação, se é isso que você está querendo. — Mione falou de trás do livro. — Devia ter feito antes.

— Aposto que você não fez um metro de redação, anda lendo tanto que não teve tempo.

— Fiz um metro e vinte e oito centímetros se quer saber. — ela bradou — Agora para de me fazer perder tempo.

Rony voltou, desgostoso, para a mesa ao fundo da biblioteca onde estava ao lado de Harry. Nos minutos seguintes Rony copiou tudo que julgava importante do livro de História da Magia, porém ainda assim só havia atingido oitenta centímetros.

— Não acredito que ainda faltem vinte centímetros... — Rony bradou, atirando o pergaminho em cima da mesa — E Mione escreveu um metro e vinte e oito e a letra dela é miudinha.

Ao ver o desespero de Rony, Harry pegou a sua própria redação e mediu.

— Onde é que ela está agora? — perguntou o amigo.

— Ali na frente — Rony indicou as estantes. — Procurando outro livro. Acho que está tentando ler a biblioteca inteira antes do Natal.

— Aconteceu uma coisa esquisita ainda pouco. — Harry comentou — Justino Finch-Fletchley, da Corvinal, estava saindo da biblioteca quando eu entrava, porém quando fui cumprimenta-lo ele fugiu de mim. Não me lembro de ter feito nada a ele.

— Não sei por que você se importa — Rony deu ombros. Tentou fazer  a maior letra que podia na redação para ver se conseguia atingir o tamanho necessário.

E de repente Hermione apareceu do meio das estantes, com os cabelos mais esvoaçados que o normal e um ar irritado.

— Todos os exemplares de Hogwarts: uma história foram retirados — anunciou ela, sentando-se. — E tem uma lista de espera de duas semanas. Eu gostaria de não ter deixado o meu exemplar em casa, mas não consegui enfiá-lo no malão com todos os livros de Lockhart.

— Para que você quer esse livro? — perguntou Harry.

— Pela mesma razão que todo mundo quer: para ler a lenda da Câmara Secreta.

— E o que é isso, afinal? — o garoto perguntou.

— Esta é a questão. Não consigo me lembrar — disse Mione, mordendo o lábio. — E não consigo encontrar a história em lugar nenhum...

Mas Rony não estava interessado naquele papo. A aula estava para começar e ele não havia terminado a bendita redação.

— Mione, me deixe ler a sua redação — Suplicou.

— Não, deixo não — disse ela com severidade. — Você teve dez dias para terminá-la...

— Eu só preciso de mais cinco centímetros, deixe, vai...

A sineta tocou do lado de fora.

— Nem que eu quisesse. Já está na hora da aula.

— Se o professor não aceitar minha redação por causa de míseros cinco centímetros a culpa será inteiramente sua! — Rony esbravejou

— Não vai ser não! Quem quis deixar para última hora foi você, não eu. — Ela retrucou. — Você sempre faz isso e acha que eu tenho a obrigação de fazer para você depois.

Rony e Mione seguiram o restante do caminho até a sala de aula discutindo.

De todas as aulas que tinham, a mais chata, de longe, era a de História da Magia, e olha que eles tinham Gilderoy Lockhart no quadro de professores. O professor Binns era um fantasma, o único entre os professores, que tinha uma voz asmática e monótona. Era muito velho e muita gente dizia que ele não percebeu quando tinha morrido, que um dia levantou-se para dar aula e deixou seu corpo para trás.

A aula de hoje não era nada diferente. O professor abriu seu livro e começou a lê-lo num tom tão monótono que Rony já estava quase cochilando. Estava falando havia meia hora quando aconteceu uma coisa que nunca acontecera antes naquela aula.

Hermione levantou a mão.

O Profº. Binns ergueu os olhos espantado por vê-la de braço erguido, como se isso nunca tivesse acontecido em toda a sua vida.

— Senhorita... Ah...?

— Granger, professor. Eu gostaria de saber se o senhor poderia nos contar alguma coisa sobre a Câmara Secreta. — pediu Mione com voz clara.

Todos, que antes estavam imersos em um estupor profundo devido a monotonia, se sobressaltaram. Dino Thomas, que estivera sentado com a boca aberta, espiando para fora da janela, acordou de repente do seu transe; a cabeça de Lilá Brown deitada sobre os braços se ergueu e o cotovelo de Neville Longbottom escorregou da carteira.

— Minha matéria é História da Magia — disse ele naquela voz seca e asmática. — Lido com fatos, Srta. Granger, não com mitos nem com lendas. — Ele pigarreou e virou de volta para o livro que lia. — Em setembro daquele ano, um subcomitê de bruxos sardos...

O professor gaguejou antes de parar. A mão de Mione estava outra vez no ar.

— Srta. Granger?

— Por favor, professor, as lendas não se baseiam sempre em fatos?

O Profº. Binns olhou-a espantado

— Bem — disse o Profº. Binns lentamente —, é um argumento válido, suponho. — Ele estudou Mione como se nunca antes tivesse olhado direito para um aluno. — Contudo, a lenda de que a senhorita fala é tão sensacionalista e até tão absurda que...

A classe inteira ficou pendurada em cada palavra que o professor dizia. Ele correu o olhar por todos, todos os rostos virados em sua direção. Ao que parecia ele também não estava acostumado com alunos demonstrando interesse no que dizia.

— Ah, muito bem — disse vagarosamente. — Vejamos... A Câmara Secreta... Os senhores todos sabem, é claro, que Hogwarts foi fundada há mais de mil anos... a data exata é incerta... pelos quatro maiores bruxos e bruxas da época. As quatro casas da escola foram batizadas em homenagem a eles: Godrico Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin. Eles construíram este castelo juntos, longe dos olhares curiosos dos trouxas, porque era uma época em que a magia era temida pelas pessoas comuns, e os bruxos e bruxas sofriam muitas perseguições.

Ele fez uma pausa, olhando para os alunos, ainda espantado por todos estarem lhe dando atenção.

— Durante alguns anos, os fundadores trabalharam juntos, em harmonia, procurando jovens que revelassem sinais de talento em magia e trazendo-os para serem educados no castelo. Mas então surgiram os desentendimentos. Ocorreu uma cisão entre Slytherin e os outros. Slytherin queria ser mais seletivo com relação aos estudantes admitidos. Ele acreditava que o aprendizado de magia devia ser mantido no âmbito das famílias inteiramente mágicas. Desagradava-lhe admitir alunos de pais trouxas, pois os achava pouco dignos de confiança. Passado algum tempo houve uma séria discussão sobre o assunto entre Slytherin e Gryfflndor, e Slytherin abandonou a escola.

O Profº. Binns parou de novo, contraindo os lábios.

— É o que nos contam as fontes históricas confiáveis. Mas estes fatos honestos foram obscurecidos pela lenda fantasiosa da Câmara Secreta. Segundo ela, Slytherin construiu uma câmara secreta no castelo, da qual os outros nada sabiam. Slytherin teria selado a Câmara Secreta de modo que ninguém pudesse abri-la até que o seu legítimo herdeiro chegasse a escola. Somente o herdeiro seria capaz de abrir a Câmara Secreta, libertar o horror que ela guaedadava e usá-lo para expurgar a escola de todos que não fossem dignos de estudar magia.

Fez-se silêncio quando ele acabou de contar a história, mas não foi o de sempre, o silêncio de quem não prestava atenção. Aquele silêncio era de puro interesse, de quem queria ouvir mais. O professor Binns não pareceu muito feliz de os alunos estarem mais interessados numa historinha qualquer à aula em si e retorceu o nariz.

— A história inteira é um perfeito absurdo, é claro. Naturalmente, a escola foi revistada à procura de provas da existência dessa câmara, muitas vezes, pelos bruxos e bruxas mais cultos. Ela não existe. Uma história contada para assustar os crédulos.

A mão de Mione voltou a se erguer.

— Professor, o que foi exatamente que o senhor quis dizer com "o horror que a câmara encerra"?

— Acredita-se que haja algum tipo de monstro, que somente o herdeiro de Slytherin pode controlar — respondeu o Profº. Binns com sua voz seca e esganiçada.

Os alunos trocaram olhares nervosos.

— Afirmo que a coisa não existe — disse ele folheando suas anotações.  — Não há Câmara alguma e monstro algum.

— Mas, professor — perguntou Simas Finnigan —, se a Câmara só pode ser aberta pelo verdadeiro herdeiro de Slytherin, ninguém mais seria capaz de encontrá-la, não é?

— Bobagem, Senhor Flaherty — disse o Profº. Binns, num tom irritado. — Se uma longa sucessão de diretores e diretoras de Hogwarts não encontraram a coisa...

— Mas, professor — ouviu-se a voz fina de Parvati Patil —, a pessoa provavelmente terá de usar Magia Negra para abri-la...

— Só porque um bruxo não usa Magia Negra não significa que não possa, senhorita Pennyfeather — retrucou o Profº. Binns. — Eu repito, se uma pessoa como Dumbledore...

— Mas talvez a pessoa tenha que ser parente de Slytherin, por isso Dumbledore não poderia... — começou Dino Thomas, mas para o professor aquilo já era demais.bradou o professor-fantasma. — É um mito! Não existe!  Não há a mínima prova de que Slytherin tenha algum dia construído sequer um armário secreto de vassouras! Arrependo-me de ter contado aos senhores uma história tão tola. Vamos voltar, façam-me o favor, à história, aos fatos sólidos, criveis e verificáveis!

E em cinco minutos a classe voltou à habitual monotonia.

Ao final da aula, o trio seguiu em direção ao salão comunal para guardar suas mochilas e poder jantar.

Distraídos, eles dobraram um canto e se viram no fim do mesmíssimo corredor em que ocorrera o ataque. Pararam e olharam. A cena era exatamente a daquela noite, exceto que não havia nenhum gato duro pendurado no porta-archote, e havia uma cadeira encostada na parede em que se lia a mensagem "A Câmara Secreta foi Aberta".

— É onde Filch tem estado de guarda — murmurou Rony.

Eles se entreolharam. O corredor estava deserto.

— Você realmente acha que existe uma Câmara Secreta? — perguntou a Mione.

— Não sei — respondeu ela franzindo a testa. — Dumbledore não conseguiu curar Madame Nor-r-ra, e isto me faz pensar que aquilo que a atacou talvez não fosse... Bem... Humano.

— Pode ser. — Harry falou — Não faria mal algum dar uma espiada, já que estamos aqui. — e largando a mochila, se agaixou e ficou de quatro para poder engatinhar à procura de pistas. — Marcas de fogo! — disse. — Aqui... E aqui...

— Venham só dar uma espiada nisso! — chamou Mione. — Que coisa engraçada...

Hermione estava de frente a uma janela. Rony atendeu ao chamado, porém ao ver do que se tratava recuou aos tropeços para a parede oposta com a respiração pesada e o coração tentando pular pela boca; Eram cerca de vinte ou trinta aranhas lutando para passar por uma brecha na janela, como se tivessem pressa para sair dali. E depois de ver aqueles monstrinhos nojentos, quem tinha pressa para sair dali era ele.

— Vocês já viram aranhas se comportarem assim? — perguntou Mione pensativa.

— Não — disse Harry —, e você, Rony? Rony?

Só então os dois perceberam que ele estava na parede oposta, fazendo menção de sair dali.

— Que aconteceu? — perguntou Harry.

— Eu... Não... Gosto... De aranhas — disse sem conseguir esconder o desespero.

— Eu nunca soube disso — comentou Mione, surpresa.

— Claro que sabe, ano passado você tentou me ajudar quando meus irmãos queriam me jogar dentro de uma caixa com uma.

— Ah sim, acho que lembro. Achei que era porque queriam trancá-lo com uma, não por causa da aranha em si... — disse ela, pensativa  — Mas você usou aranhas na aula de Poções um monte de vezes...

— Não me importo quando estão mortas — explicou — Não gosto do jeito como elas andam...

Hermione não conseguiu prender o riso, o que deixou Rony irritado. Ela tinha que ter mais sensibilidade pelos medos alheios; pelo menos Harry disfarçou.

— Não tem graça — bradou. — Se quer mesmo saber, quando eu tinha três anos, Fred transformou o meu... Meu ursinho numa enorme aranha nojenta porque eu quebrei a vassoura de brinquedo dele... Você também detestaria aranhas se estivesse segurando um urso e de repente ele ganhasse um monte de pernas e...

Mas só a lembrança Já lhe causava arrepios. Naquela noite, quando a aranha apareceu, enorme e peluda, Rony gritou feito louco, acordando a casa inteira. Molly o arrancou do berço pelas pernas e seu pai explodiu a aranha, espalhando espuma por todos os lados. Seus pais não conseguiram acalmá-lo a noite inteira, e depois não conseguiu dormir sozinho por semanas. Fred ficou de castigo um tempão.

Desde então Rony nunca mais foi o mesmo. Ver aranhas causava um pânico tão grande e incontrolável que não conseguia nem explicar com palavras seu pavor. Harry tentou ser solidário, dando tapinhas em seu ombro, mas Mione continuava obviamente fazendo força para não rir.

— Vocês se lembram daquela água toda no chão? De onde terá vindo? Alguém a enxugou. — Harry mudou o assunto.

— Estava mais ou menos por aqui — disse Rony, tentando ignorar o descaso de Hermione. — Na altura desta porta.

Rony levou a mão à maçaneta, mas quando percebeu que porta era aquela soltou correndo, se afastando.

— Que foi? — perguntou Harry.

— Não posso entrar aí — explicou impaciente. — É o banheiro das garotas.

Ser criado com vários homens e somente duas mulheres lhe ensinou a importância da privacidade feminina. Não se sentia a vontade entrando no quarto de Gina, que dirá em um banheiro feminino.

— Ah, Rony, não vai ter ninguém aí — disse Mione, ficando em pé e se aproximando. — É o lugar da Murta Que Geme. Vamos, vamos dar uma olhada.

E desconsiderando o grande aviso de INTERDITADO, ela abriu a porta.

Ao contrário do que Rony imaginou, o banheiro era escuro e deprimente, e um tanto nojento. O piso estava encharcado e refletia a luz fraca dos tocos de vela que brilhavam nos castiçais encardidos. As portas dos boxes tinham a madeira arranhada e descascada, e uma sequer tinha porta.

Mione percorreu os boxes, parando no último e mais escuro.

— Olá, Murta, como vai?

Rony e Harry foram olhar. A Murta Que Geme estava flutuando acima da caixa de descarga do vaso, cutucando uma manchinha no queixo.

— Isto aqui é um banheiro de garotas — disse ela, olhando desconfiada para Rony e Harry. — Eles não são garotas.

— Não — concordou Mione. — Eu só queria mostrar a eles como... Ah... É bonitinho aqui.

Ela fez um gesto vago indicando o velho espelho sujo e o piso molhado.

— Pergunte a ela se viu alguma coisa. — pediu Harry disfarçando.

— Que é que você está cochichando? — perguntou Murta, encarando-o.

— Nada — disse Harry depressa. — Queríamos perguntar...

— Eu gostaria que as pessoas parassem de falar às minhas costas! — disse Murta numa voz engasgada de choro. — Eu tenho sentimentos, sabe, mesmo que morta...

— Murta, ninguém quer aborrecê-la — disse Mione. — Harry só...

— Ninguém quer me aborrecer! Essa é boa! — uivou Murta. — Minha vida foi uma infelicidade só neste lugar, e agora as pessoas aparecem para estragar a minha morte!

— Nós queríamos perguntar se você viu alguma coisa esquisita ultimamente — falou Mione depressa. — Porque uma gata foi atacada bem ali na porta de entrada, no Dia das Bruxas.

— Você viu alguém por aqui naquela noite? — perguntou Harry.

— Eu não estava prestando atenção — respondeu a Murta teatralmente. — Pirraça me aborreceu tanto que entrei aqui e tentei me matar. Depois, é claro, lembrei-me que já estou... Que estou...

— Morta — Completou Rony tentando ajudar.

Murta soltou um soluço trágico, subiu no ar, deu uma cambalhota e mergulhou de cabeça no vaso, espalhando água neles e desaparecendo de vista, embora pela direção dos seus soluços abafados, devesse ter ido pousar em algum ponto da curva em U.

Harry e Rony ficaram boquiabertos, mas Mione deu de ombros, cansada, e disse:

— Francamente, vindo da Murta isto foi quase animador... Vamos, vamos embora.

Os três mal haviam fechado a porta, abafando os soluços da Murta, quando um grito os fez dar um salto.

— RONY!

Percy tinha aparecido de repente no alto da escada, a insígnia de monitor reluzindo e uma expressão de absoluto choque no rosto.

— Isto é um banheiro de garotas! Que é que você...?

— Só estava dando uma olhada — Rony respondeu sob o olhar desconfiado do irmão. — Pistas, sabe...

O rosto de Percy ficou vermelho e ele inchou exatamente como Molly fazia quando faziam alguma besteira.

— Suma... Daqui... — bradou, caminhando em direção a eles e começando a afugentá-los, agitando os braços. — Vocês não se importam com o que isto parece? Voltarem aqui enquanto todos estão jantando...

— Por que não deveríamos estar aqui? — Rony retrucou exaltado, parando de repente para encarar Percy. — Olhe aqui, nunca pusemos um dedo naquela gata!

— Foi o que eu disse a Gina — respondeu Percy com ferocidade —, mas ainda assim ela parece pensar que você vai ser expulso, nunca a vi tão perturbada, chorando de se acabar. Você poderia pensar nela, todos os alunos de primeiro ano estão apavorados com essa história...

— Você nem se importa com a Gina — Rony berrou irritado. — Você só está preocupado que eu estrague suas chances de se tornar monitor-chefe...

— Cinco pontos a menos para a Grifinória! — disse Percy concisa e autoritariamente, levando a mão à insígnia de monitor. — E espero que isto seja uma lição para vocês! Nada de trabalho de detetive ou vou escrever para a mamãe!

E saiu a passos firmes, com a nuca completamente vermelha. Rony cerrou os punhos e saiu atrás dele. Já estava estressado por conta das aranhas, e agora isto. Se Percy queria um motivo para escrever à sua mãe, ele lhe daria.

Antes que seu irmãos mais velho pudesse virar a esquina, Rony o agarrou pela capa e o jogou contra a parede com violência, fazendo o distintivo de monitor cair no chão. Ele nunca foi bom de briga, mesmo sendo mais velho não tinha força para encarar Rony.

— Então quando escrever à mamãe, acrescenta isso. — e levantou o punho.

Harry e Hermione o puxaram para trás antes que ele deferisse o golpe. Percy pegou o distintivo apressado, cerrando os dentes.

— Depois não chore quando for expulso.

E saiu pisando grosso.

— Está louco? Não pode bater num monitor! — Hermione exclamou. — Não pode resolver tudo com socos, Rony.

— Não enche! — bradou, saindo na frente, pisando grosso de volta à sala comunal.

Rony seguiu de mau humor durante toda a noite. Os três foram para a sala comunal e o ruivo sentou-se o mais distante possível de Percy, com quem trocava olhares assassinos a cada meia hora. O estresse não deixava que prestasse atenção no dever de feitiços que estava fazendo, e a todo momento borrava com a pena o trabalho. Quando tentou usar a varinha quebrada para remover os borrões, tocou fogo no pergaminho. Fumegando quase tanto quanto o seu dever, Rony fechou com estrondo o Livro Padrão de Feitiços, série. Ao mesmo tempo, para sua surpresa, que Hermione fazia o mesmo.

— Mas quem é que pode ser? — perguntou ela baixinho, como se estivesse continuando uma conversa já iniciada. — Quem iria querer afugentar todos os abortos e trouxas de Hogwarts?

— Vamos pensar — disse Rony fingindo-se intrigado. — Quem é que conhecemos que acha que os que nascem trouxas são escória?

Ele olhou para Mione. Mione retribuiu o olhar sem se convencer.

— Se você está pensando no Draco...

— Claro que estou! — Rony exclamou. — Você ouviu quando ele disse: "Você será o próximo, Sangue Ruim!", vem cá, a gente só precisa olhar para aquela cara nojenta de rato para saber que é de...

— Draco, o herdeiro de Slytherin? — disse Mione cética.

— Olha só a família dele — disse Harry, fechando os livros também. — Todos foram da Sonserina; ele está sempre se gabando disso. Podiam muito bem ser descendentes de Slytherin. O pai dele decididamente é bem malvado.

— Eles poderiam ter guardado a chave para a Câmara Secreta durante séculos! — Rony continuou. — Passando-a de pai para filho...

— Bem — disse Mione, cautelosa —, suponhamos que seja possível...

— Mas como vamos provar isso? — disse Harry deprimido.

— Talvez haja um jeito — disse Mione pausadamente, baixando a voz ainda mais e lançando um breve olhar a Percy do outro lado da sala. — Claro que seria difícil. E perigoso, muito perigoso. Estaríamos desrespeitando umas cinquenta normas da escola, acho...

— Se, dentro de mais ou menos um mês, você tiver vontade de explicar, você nos avisa, não é? — disse Rony, irritado.

— Muito bem — ela continuou, ignorando-o. — O que precisamos é entrar na sala comunal da Sonserina e fazer umas perguntas a Draco, sem ele perceber que somos nós.

— Mas isto é impossível — exclamou Harry enquanto Rony dava risada.

— Não, não é — disse Mione. — Só precisaríamos de um pouco de Poção Polissuco.

— Que é isso? — indagaram Rony e Harry juntos.

— Snape mencionou essa poção na aula há umas semanas...

— Você acha que não temos nada melhor a fazer na aula de Poções do que prestar atenção a Snape? — resmungou Rony.

Hermione revirou os olhos.

— Ela transforma você em outra pessoa. Pense só nisso! Poderíamos nos transformar em alunos da Sonserina. Ninguém saberia que somos nós. Draco provavelmente nos contaria qualquer coisa. Provavelmente anda se gabando disso na sala comunal da Sonserina neste instante, se ao menos pudéssemos ouvi-lo.

— Essa história de Polissuco me parece meio suspeita — disse Rony, franzindo a testa. — E se a gente acabasse parecendo três alunos da Sonserina para sempre?

— Sai depois de algum tempo — disse Mione, fazendo um gesto de impaciência. — Mas conseguir arranjar a receita vai ser muito difícil. Snape falou que estava em um livro chamado “Pociones Muy Potentes” e vai ver está na Seção Reservada da biblioteca.

Só havia um jeito de retirar um livro da Seção Reservada: O aluno precisava de uma permissão escrita do professor.

— Vai ser difícil entender por que queremos o livro — disse Rony —, se não temos intenção de preparar uma das poções.

— Acho — disse Mione — que se fizermos parecer que só estamos interessados na teoria, talvez haja uma chance...

— Ah, qual é, nenhum professor vai cair nessa — disse Rony.  — Teria que ser um professor muito tapado...

— Exatamente! — Harry falou com o rosto iluminado. — E eu já sei quem vai nos ajudar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido, deixem comentários para alegrar meu coração! ❤



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