Rony Weasley e a Câmara Secreta escrita por biapurceno


Capítulo 7
A Festa de Aniversário de Morte


Notas iniciais do capítulo

Esse universo não me pertence, foi tudo maestralmente idealizado pela rainha JK Rowling. É apenas uma história baseada em seu mundo e sem fins lucrativos, apenas entretenimento.

**********

Oieee!!

Primeiramente, desculpa não ter aparecido semana passada, esse feriadão foi uma loucura, mas prometo compensá-los. Quem sabe o próximo capítulo não apareça antes do previsto hein? rsrs

Segundo, um parabéns a todas as mulheres, e muita força para continuarmos lutando e seguindo em frente, pq temos muito caminho à percorrer ainda.

Bjs e boa leitura!



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Outubro chegou trazendo consigo a friagem típica de outono, fazendo os alunos escolherem ficar dentro do castelo à se arriscar no frio. O que não deu muito certo, pois na mesma proporção que chegou o frio, chegou uma onda de resfriado que se espalhou com a velocidade de pelúcios atrás de ouro entre os alunos e professores. Madame Pomfrey estava como louca com tanta gente indo tomar poções reanimadoras para recuperar todos os doentes, poção essa que deixava quem a tomou soltando fumaça pelas orelhas. Seria um bom momento de tirar sarro dos amigos, mas uma vez que até mesmo a professora Minerva soltava fumaça, os engraçadinhos deixaram passar. Rony também pegou uma gripe um pouco mais leve e nem teria se dado ao trabalho de ir à enfermaria se não fosse por Gina. Sua irmã não estava nada bem esses dias, parecia sempre nervosa e chorosa, sempre pelos cantos. Por via das dúvidas levou-a consigo e obrigou-a a tomar a poção também, e pelo resto do dia os dois tiveram fumaça saindo pelos ouvidos.

Naquele dia, em particular, chovia tanto que o lago parecia querer avançar terreno à dentro; até mesmo a Lula gigante não aparecia na superfície por conta dos pingos grossos que caíam do céu, pingos estes que até machucavam a pele. Foi uma verdadeira tortura ter aulas externas, odiava ter que entrar no castelo completamente encharcado e ainda levar sermão do Sr Filch por estar sujando o chão.

Rony jogava xadrez de bruxo com Hermione. Já era noite e a chuva ainda não tinha parado. Rony pegou as peças do jogo de Harry emprestadas enquanto o garoto treinava com o time de quadribol.

—  Olívio Wood não perdoa, não é? —  Hermione comentou, quando Rony tirou seu cavalo do jogo —  Fazer os jogadores treinar debaixo de uma chuva dessa...

—  Você já viu como está a Sonserina? —  Rony perguntou —  Com as vassouras novas, eles estão voando como raios! O time da Grifinória precisa treinar muito se quiser vencer. Xeque!

—  Nem me fale, nem me fale! —  Hermione suspirou franzindo o cenho. Demorou alguns segundos e moveu uma peça —  Ainda não me conformo com essa história de vassouras novas.

—  Nem eu. Mas não há nada que possamos fazer. Lucio Malfoy tem dinheiro e influência. Ele conseguiu comprar o time de quadribol da Sonserina e pode comprar muito mais. —  Rony comentou, fazendo um último movimento com o cavalo —  xeque Mate!

—  M-mas... —  Hermione exclamou boquiaberta —  Como você fez isso? Eu previ sua jogada!

—  Se continuarmos praticando você vai conseguir me segurar por mais de dez minutos. —  Rony piscou e Hermione cruzou os braços. —  Ah! Não fica chateada, você é melhor do que eu em tudo, pelo menos no xadrez eu posso me gabar.

—  Não é verdade! — Hermione exclamou —  Você é melhor do que eu em... comer.

—  Muito engraçada! —  Rony falou divertido, catando as peças do jogo.

—  Ah, Rony. Não te agradeci ainda por me defender quando Malfoy tentou me insultar outro dia. Eu entendi o que ele quis dizer e entendi o porquê de você ter ficado bravo. Mas sabe? Não me importo. Tenho orgulho de ter nascido trouxa, me chamar de sangue ruim é na verdade um elogio. Se ter sangue puro é ser como ele, prefiro mesmo ser sangue ruim.

—  Não esperava menos de você. —  Rony sorriu, sincero; e ela corou.

Já que não iam jogar mais, juntou tudo e ia levar as peças de Harry de volta ao quarto, porém ao levantar, deixou cair o livro de poções que estava abaixo do tabuleiro.

Hermione se precipitou para pegar o livro e de dentro caiu um pedaço de pergaminho dobrado. Ela abriu e franziu o cenho.

—  Esse era para ser seu trabalho de poções? Aquele que o professor Snape passou faz semana passada e quer amanhã?

— Sim, bem... eu comecei a fazer mas acho que me enrolei, sabe. Achei que de repente você poderia me ajudar. —  falou sorrindo amarelo.

—  Não! —  Hermione exclamou, devolvendo o pergaminho sem sequer olhar —  Você sempre faz isso, deixa os trabalhos pra última hora, então eu vejo tudo feito de qualquer maneira e acabo fazendo a maior parte. Mas não dessa vez. Você vai fazer o trabalho e eu vou pensar se reviso depois que você terminar.

 Rony pegou o pergaminho, contrariado. —  Da próxima vez vou deixar você me ganhar no xadrez; talvez você fique mais bem humorada.

Hermione enfiou o nariz em um livro, fingindo não ouvir. Rony abriu o livro na matéria. Ainda bem que o pouco que fez já dava uma ideia de como iria desenvolver o resumo da matéria. Era verdade, a maioria dos trabalhos tanto de Rony quanto de Harry eram feitos por Hermione. Mesmo quando eles faziam com seus próprios esforços, ela revisava e mudava tudo, eles acabavam só copiando para suas letras. Ter uma amiga excepcionalmente inteligente acabava os deixando um tanto mal acostumados.

—  Você não acha que Harry está demorando demais? —  Hermione perguntou depois de uns minutos de silêncio.

— Shii! —  Rony bradou, relendo um parágrafo particularmente complicado —  Está me desconcentrando.

—  Tão sutil quando um coice de um centauro... —  Hermione comentou, voltando ao livro.

—  Se você tivesse me ajudado...

—  Se você tivesse feito quando o professor passou... —  ela retrucou.

No mesmo momento, Harry adentrou o salão arfando como se tivesse corrido uma maratona, ensopado e coberto de lama. Passou pelos amigos murmurando um “vou me limpar” apressado e voltou minutos depois, limpo e visivelmente cansado.

—  Até que enfim! —  Hermione falou —  Eu e Rony estávamos nos perguntando onde você estava.

—  Fale por você —  Rony bradou, apagando pela terceira vez o ingrediente que estava incorreto —  Eu sabia onde você estava, estava no treino.

—  Na verdade Filch me pegou voltando para o salão comunal sujo de lama e achou que eu estava sujando o castelo de propósito. Então me levou para a sala dele afim de me dar uma detenção.

—  Você levou detenção? —  Rony desgrudou os olhos do livro —  Não pode levar detenção porque se sujou no treino.

—  Diz isso ao Filch. —  Disse Harry mal humorado —  Mas no fim não levei, Nick-Quase-Sem-Cabeça me salvou. Em troca prometi que iríamos a festa do aniversário de morte que ele vai dar no dia das bruxas.

—  Quando você diz “iríamos” você estava me incluindo nessa? —  Rony perguntou

—  Com certeza, parceiro! Pelo que entendi Nick queria se juntar a uma caçada dos fantasmas decapitados, mas não foi aceito porque sua cabeça não se descolou totalmente do corpo. Então ele pediu que fossemos à festa para dar uma força e ver se mudam de ideia para que ele possa ir a caçada.

Perder a festa da escola para ir à festa de um fantasma soava uma péssima ideia.

—  Que divertido. —  Rony falou irônico

—  Uma festa de aniversário de morte? —  Hermione falou interessada —  Aposto que não existe muita gente viva que possa dizer que foi a uma festa dessas, vai ser fascinante!

—  Por que alguém iria querer comemorar o dia em que morreu? —  Rony perguntou, medindo o pergaminho para ver se já estava do tamanho que Snape queria. Ainda faltava cinco centímetros. —  Me parece uma coisa mortalmente deprimente...

Os dias passaram tão rápidos quanto o Chudley Cannons tinha ido para o último lugar na liga inglesa de quadribol. O dia das bruxas chegou frio e chuvoso, mas o clima frio não era o suficiente para esfriar a animação dos alunos pela melhor festa que Hogwarts proporcionava. O castelo amanheceu todo enfeitado, com morcegos vivos pendurados por todo lado, alguns ocasionalmente até voavam em cima dos alunos. As enormes abóboras cultivadas e cortadas por Hagrid, tão grandes que poderiam comportar Rony, Harry e Hermione com sobra de espaço já ocupavam cada canto do castelo. Além de tudo isso, essa festa prometia ser uma das mais animadas dos últimos anos, com os boatos que Dumbledore havia contratado um grupo de esqueletos para divertir os alunos. Então às sete horas todos se dirigiam animados e falantes para o salão principal, de onde já se ouvia uma música alegre vinda de lá.

Todos menos Rony, Hermione e Harry, que passaram direto pela porta do Salão Principal lotado de gente, que brilhava convidativo com pratos de ouro e velas e cheiro de comida gostosa, tomando o caminho das masmorras.

—  Temos mesmo que ir? —  Rony perguntou esperançoso, com os olhos brilhando para o salão principal.

—  Bem, talvez ele não lembre que me convidou...

— Promessa é dívida — Mione lembrou com ar de mandona. — Você disse que iria ao aniversário de morte.

Hermione estava doida para ir à festa de aniversário de morde desde que soube que tinham sido convidados, diferente dos meninos. Maldita hora que Harry foi prometer a presença deles, aquele magrelo merecia um murro no nariz só pra que Rony pudesse descontar a frustração de estar perdendo uma festa legal para ir a uma festa dada por um fantasma. Porém o desânimo de Harry de ter que ir somado com o arrependimento de ter prometido a presença deles estava de bom tamanho.

O corredor que levava a festa de Nick Quase Sem Cabeça havia sido iluminado com velas em toda sua extensão, mas não como no salão principal. Era como entrar em um velório; As velas eram pretas, finas e de luz azul que davam um ar mórbido até mesmo nos vivos. Nick deve ter pedido também para tirar o aquecimento de lá, pois quanto mais se aproximavam do local da festa mais frio ficava. Quando Rony fechou o zíper do casaco para tentar ficar mais quente, pode ouvir um som estridente e irritante, como se vários instrumentos desafinados estivessem tocando ao mesmo tempo.

 — Será que isso é música? — cochichou Rony. Eles dobraram um canto e viram Nick Quase Sem Cabeça parado em frente à uma porta fechada por uma cortina pesada de veludo negro.

— Meus caros amigos — disse ele pesaroso. — Sejam bem-vindos, sejam bem-vindos... Fico tão contente que tenham podido vir...

E tirou o chapéu emplumado fazendo uma reverência e indicando a porta.

Rony não podia negar que aquilo era no mínimo interessante. Centenas de pessoas translúcidas flutuavam para lá e para cá ao som desafinado que ouviam em uma pista de dança. O som horroroso vinha de uns trinta serrotes musicais, de uma orquestra assustadora reunida em cima de uma plataforma negra. No teto havia um enorme lustre com outras mil velas como as do corredor. A respiração dos três formava uma névoa a frente deles, parecia que estavam entrando em uma grande e medonha câmara frigorífica.

— Vamos dar uma circulada? — sugeriu Harry, com os lábios roxos de frio.

— Só cuidado para não atravessar ninguém — Rony recomendou. Se havia algo que os fantasmas detestavam era que os transpassassem. Isso meio que os ofendia, era melhor não arriscar.

 Os três saíram contornando a pista de dança. Haviam diversos fantasmas vestidos com roupas do século passado. Passaram por um grupo de freiras soturnas e o Frei Gorducho, o fantasma da casa da Lufa-Lufa, que conversava com um outro fantasma que tinha uma flecha espetada na testa. O Fantasma da Sonserina também estava lá, isolado. Os outros fantasmas pareciam ter medo de se aproximar.

— Ah, não — exclamou Mione, parando de repente. — Dêem meia-volta, dêem meia volta, não quero falar com a Murta Que Geme...

— Quem? — perguntou Harry antes de ser puxado para se esconderem perto de uma pilastra.

— Ela assombra um boxe no banheiro das meninas no primeiro andar — disse Mione.

— Ela assombra um boxe?

— É. O boxe esteve quebrado o ano inteiro porque ela não para de ter acessos de raiva e inundar o banheiro. Eu não entro lá sempre posso evitar; é horrível tentar fazer xixi com ela gemendo do lado...

Rony não queria nem imaginar como seria fazer xixi com um fantasma te rondando. E não imaginou mesmo, pois encontrou algo que chamou mais ainda sua atenção.

— Olhem, comida!

Havia uma longa mesa de veludo negro repleta de comida ficava do lado oposto da masmorra. Rony estava morrendo de fome, e saiu correndo na frente dos outros sem nem se importar. Porém, ao chegar próximo da mesa, parou abruptamente, levando uma trombada de Hermione. O cheiro que vinha dali era muito desagradável e seu estômago embrulhou na mesma hora. Havia peixes podres, bolos mofados, queijos que já estavam até verdes e diversos tipos de carnes repletas de vermes. Para piorar, bem no centro, havia um bolo horroroso com os dizeres: SIR NICOLAS DE MIMSY-PORPINGTON FALECIDO EM 31 DE OUTUBRO DE 1492.

No mesmo instante, um fantasma de um homem grande se aproximou da mesa, abaixando-se e atravessando-a de boca aberta, como se fosse engolir um grande salmão podre.

— O senhor pode provar a comida quando a atravessa? — Harry perguntou.

— Quase — respondeu o fantasma triste e se afastou.

— Imagino que tenham deixado o peixe apodrecer para acentuar o gosto — Hermione comentou, tapando o nariz para examinar o picadinho estragado.

Aquilo era demais para Rony. Sem festa, sem diversão e agora sem comida.

— Podemos ir embora? Estou me sentindo enjoado — falou desanimado.

Mal tinham se virado e um homenzinho saiu voando de repente de debaixo da mesa e parou no ar diante deles.

— Alô, Pirraça — Rony o cumprimentou a contra gosto

Ao contrário dos fantasmas à volta, Pirraça, o poltergeist malcriado do castelo, era o oposto de pálido e transparente. Usava um chapéu de festa laranja-vivo, uma gravata-borboleta giratória e exibia um largo sorriso no rosto largo e maldoso.

— Aperitivos — disse simpático, oferecendo aos garotos uma tigela de amendoins cobertos de fungo.

— Não, muito obrigada — disse Hermione.

— Ouvi você falando da coitada da Murta — disse Pirraça, os olhos brilhando de maldade. — Que grosseria com a coitada. — Ele tomou fôlego e berrou: — OI! MURTA!

— Ah, não, Pirraça, não conte a ela o que eu disse, ela vai ficar realmente chateada. — cochichou Mione aflita — Não falei por mal, ela não me incomoda, ah, alô, Murta.

O fantasma de uma garota deslizou até eles. Ela era rechonchuda,  tinha cabelos longos e escuros, os olhos lacrimejavam e ela parecia querer chorar.

— Que foi? — perguntou aborrecida.

— Como vai, Murta? — cumprimentou Mione fingindo animação. — Que bom ver você fora do banheiro.

Murta fungou.

— A Srta. Granger estava mesmo falando em você... — disse Pirraça sonsamente ao ouvido da Murta.

— Só estava dizendo... Dizendo... Como você está bonita esta noite — completou Mione, fechando a cara para Pirraça.

Murta olhou para Mione desconfiada.

— Você está caçoando de mim — disse e seus olhos marejaram de lágrimas prateadas.

— Não, sério, eu não acabei de falar como a Murta está bonita? — falou Mione, cutucando dolorosamente Harry e Rony nas costelas.

— Ah, claro... —  Harry falou entre os dentes

—  Falou... —  Rony sorriu fraco. Aquela menina-fantasma podia ser muita coisa, mas não era nada bonita.

— Não mintam para mim — exclamou Murta, as lágrimas agora escorrendo livremente pelo rosto, enquanto Pirraça, feliz, dava risadinhas. — Vocês acham que não sei como as pessoas me chamam pelas costas? Murta Gorda! Murta Feiosa! Murta infeliz, chorona, apática!

— Você esqueceu do espinhenta — sibilou Pirraça ao ouvido dela.

A Murta Que Geme caiu em prantos e fugiu da masmorra. Pirraça disparou atrás dela, jogando amendoins mofados e gritando:

— Espinhenta! Espinhenta!

— Ah, meu Deus! — lamentou-se Hermione.

Nick Quase Sem Cabeça agora vinha na direção deles.

— Estão se divertindo?

— Ah, claro — mentiram.

— Um número de convidados bem grande — disse Nick Quase Sem Cabeça, orgulhoso. — A rainha viúva veio lá de Kent... Está quase na hora do meu discurso, é melhor eu ir avisar a orquestra...

A orquestra, porém, parou de tocar naquele exato instante. E, todas as pessoas na masmorra se calaram, olhando para os lados excitadas, ao ouvirem uma trompa de caça.

— Ah, lá vamos nós — disse Nick Quase Sem Cabeça amargurado.

De repente, pela parede principal apareceram doze cavaleiros, todos sem cabeça, atravessando a parede. Os convidados começaram a aplaudir e a gritar, extasiados. Os garotos começaram a aplaudir também, mas pararam depressa ao ver a cara de Nick.

Os cavalos galoparam até o meio da pista de dança e pararam, levantando e baixando as patas dianteiras. A frente da cavalgada havia um fantasma corpulento que segurava a cabeça sob o braço, posição de onde ele tocava a trompa. O fantasma apeou, levantou a cabeça no ar de modo que pudesse ver as pessoas (todos riram) e se dirigiu a Nick Quase Sem Cabeça, recolocando a cabeça sobre o pescoço.

— Nick! — rugiu. — Como vai? A cabeça ainda pendurada?

Ele soltou uma gargalhada cordial e deu uma palmadinha no ombro de Nick Quase Sem Cabeça.

— Seja bem-vindo, Patrício — disse Nick secamente.

— Gente viva! — exclamou Sir Patrício, vendo Rony, Harry e Mione, e dando um grande pulo fingindo espanto, de modo que sua cabeça tornou a cair. Rony não segurou a risada, e Mione o cutucou nas costelas.

— Muito engraçado — disse Nick Quase Sem Cabeça entre os dentes.

— Não liguem para o Nick! — gritou a cabeça de Sir Patrício lá do chão. — Ainda está aborrecido porque não o deixamos se associar à Caçada! Mas quero dizer... Olhem só para ele... —  e apontou para a cabeça de Nick, que se encontrava em cima do pescoço

— Acho — disse Harry estufando o peito, mas murchou quando todas as cebeças que os fantasmas seguravam viraram-se para ele. —, Nick é muito... Assustador e...

— Ha! — gritou a cabeça de Sir Patrício. — Aposto como ele lhe pediu para dizer isso!

— Se todos pudessem me dar atenção, está na hora do meu discurso! — avisou Nick Quase Sem Cabeça em voz alta, caminhando com firmeza até o pódio e tomando posição sob a luz de um refletor azul-gelo.

— Meus saudosos cavalheiros, damas e senhores, tenho o grande pesar...

Mas ninguém ouviu muito mais do que isso. Sir Patrício e os Caçadores Sem Cabeça começaram uma partida de hóquei de cabeça e as pessoas foram se virando para assistir. Nick Quase Sem Cabeça tentou em vão reconquistar sua plateia, mas desistiu quando a cabeça de Sir Patrício passou planando por ele em meio aos berros de vivas.

Rony sentiu muita pena de Nick, que desceu do pódio cabisbaixo. Aquela festa já tinha dado o que tinha que dar. Rony virou-se para os amigos, cansado.

—  Já deu, não é? Estou com fome, com frio e não aguento mais esses fantasmas.

— Não dá para aguentar muito mais que isso — Harry concordou.

Os três saíram em direção à porta, acenando com a cabeça e sorrindo para todos que olhavam, e um minuto depois estavam andando depressa pelo corredor cheio de velas.

— Talvez o pudim ainda não tenha acabado — disse Rony esperançoso andando rápido na frente afim de chegar ao salão principal, em direção à escada do saguão de entrada.

Mas de repente Harry parou de correr com os olhos arregalados, respirando pesado, correndo para a parede e grudando o ouvido no mármore frio, com a boca ligeiramente entreaberta. Em seguida, foi para o meio do corredor, virando a cabeça para todos os lados.

Estava parecendo um louco.

— Harry, que é que você...? —  Rony começou a falar.

— É aquela voz de novo, fiquem quietos, estou tentando ouvir... —  Ele olhava para os dois lados desesperado, como se a tal voz viesse por todos os cantos. — Ouçam! — disse com urgência.

Mas Rony e Hermione não ouviam absolutamente nada. Harry andava de um lado para o outro em desespero e de repente olhou para cima.

— Por aqui — gritou ele e começou a subir correndo as escadas para o saguão. Rony e Hermione seguiram-no. Aquilo era ridículo, não havia nada além das vozes e do cheiro delicioso que vinha do salão principal, do qual estavam se afastando cada vez mais.

— Harry, que é que estamos...

— Shiiii!

E o garoto parou novamente olhando para o teto, tremendo ligeiramente. Rony e Hermione se entreolharam. Essa história de Harry ouvir vozes estava indo longe demais. Rony ia abrir a boca para lhe chamar de volta a terra quando Harry gritou desesperado.

— Vai matar alguém! — e subiu correndo o lance seguinte de escada.

Agora Rony estava ficando assustado de verdade com o desespero do amigo. Ele não ia inventar toda aquela cena de brincadeira. Chegaram no final do corredor deserto, com Harry ainda olhando em desespero para o teto.

— Harry, do que é que você estava falando? — perguntou Rony, enxugando o suor do rosto. — Eu não ouvi nada...

Mas Mione soltou uma súbita exclamação, apontando para o corredor.

— Olhem!

Alguma coisa brilhava na parede em frente. Eles se aproximaram devagarinho, apertando os olhos para conseguir ver o que os archotes iluminavam ao fundo. Alguém tinha pintado palavras em vermelho na parede:

A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA.

INIMIGOS DO HERDEIRO CUIDADO.

Harry não estava ficando louco afinal, existia alguém em Hogwarts com intenções assassinas mas que pelo jeito só ele ouvia. Rony estremeceu, lembrou-se do elfo doméstico que Harry tinha dito que foi visita-lo na casa dos trouxas, e ele disse que coisas ruins aconteceriam na escola naquele ano. Talvez aquele elfo não fosse uma piada de alguém, talvez fosse um aviso.

A tinta era vermelha como sangue e parecia estar fresca. Se aquilo era sangue, provavelmente a coisa que morreu ainda estava por ali. Correu os olhos pela parede e, pouco abaixo da mensagem, havia algo estranho pendurado.

— O que é aquilo?

Os três foram em direção à coisa e os três dera um salto para trás quando perceberam do que se tratava. Madame Nor-r-ra, a gata do zelador, estava pendurada pelo rabo em um suporte de tocha. Estava dura como um pau, os olhos arregalados e fixos.

Durante alguns segundos eles não se mexeram. A gata do Filch estava morta e haviam usado seu sangue para escrever uma ameaça na parede. Aquilo era sério, muito sério. Aquele animal era asqueroso, mas mata-la não estava nos planos de ninguém de boas intenções. Quem o fez, não era uma boa pessoa, e se fossem encontrados ali, poderiam levar a culpa. Não, chega de confusão, os professores nem sequer os ouviriam se fossem pegos por ali! Pegou Harry e Hermione pelo braço apressado.

— Vamos dar o fora daqui.

— Será que não devíamos tentar ajudar... — Harry falou fazendo menção de voltar para a gata, mas Rony puxou-o de volta.

— Confie em mim — disse aflito. — Não podemos ser encontrados aqui.

Mas era tarde demais. O barulho de centenas de passos vindos na direção deles informou que a festa já tinha terminado. Rony puxou os amigos para a direção contrária, mas os alunos vinham por todos os lados. Centenas de alunos adentraram o corredor alegres e falando alto, contentes pela festa que haviam acabado de sair

A conversa, a animação e o barulho morreu de repente quando os garotos que vinham à frente viram o gato pendurado. Rony, Harry e Mione estavam sozinhos no meio do corredor e os estudantes que se empurravam para ver a cena macabra se calaram.

Então alguém gritou em meio ao silêncio.

— Inimigos do herdeiro, cuidado! Vocês vão ser os próximos, sangues ruins!

Era Draco Malfoy. Ele veio abrindo caminho entre os estudantes e parou de frente para eles, sorrindo, malicioso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem comentários para alegrar meu coração.



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