Rony Weasley e a Câmara Secreta escrita por biapurceno


Capítulo 5
Professor Lockhart


Notas iniciais do capítulo

Oieee!


Berrador não... =/


Boa leitura!



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CAPÍTULO CINCO

Gilderoy Lockhart

 

 

Rony acordou muito cedo no dia seguinte, sentindo-se mais cansado do que nunca. Já era muito tarde quando finalmente ele e Harry deitaram para dormir. A noite inteira foram bombardeados de perguntas sobre a viagem de carro, e tanto ele quanto Harry tiveram que recontar a história centenas de vezes. Certo, não ia negar que estava adorando toda aquela atenção. Seus amigos ficaram impressionados por ele saber dirigir aos doze anos, até mesmo os nascidos trouxas, que disseram que somente após os 17 anos isso era permitido.

Porém não era só isso, depois que a euforia passou e tudo se resolveu, Rony lembrou-se de algo: sua varinha. Ela havia sido partida ao meio durante a queda com o carro, e estava presa pelo fio da cauda de unicórnio e alguns fiapos de madeira. Isso tirou seu sono, como iria estudar sem uma varinha? Não estava em uma escola trouxa, sem seu principal instrumento não conseguiria fazer nada. Talvez devesse falar com a professora Minerva sobre isso, quem sabe ela não sabia uma maneira de consertá-la?

Vendo que não iria mais pegar no sono, levantou-se da cama e se arrumou silenciosamente para não acordar seus companheiros de quarto, e rumou para o salão comunal. O salão estava vazio quando desceu, mas não demorou muito e outras pessoas também ansiosas para começar o ano letivo logo apareceram, entre elas sua irmã, Gina. Na noite anterior ela já havia se recolhido quando chegou e não teve oportunidade de falar com ela.

— Não acredito que você veio no carro do papai. — Disse ela, guardando o diário que trazia na mão. — Vai tomar uma bronca da mamãe.

— Já estou acostumado com as broncas da mamãe. — ele riu, e então lembrou-se de algo — Gina eu... Sinto muito por não estar lá na hora da seleção das casas. Não pude entrar para assistir, ficamos presos na sala de Snape. Ele devia achar que íamos chamar atenção se entrássemos no salão atrasados.

— Não sei o Harry, mas você certamente ia adorar chamar atenção. — Gina afirmou e Rony a empurrou pelo braço, arrancando uma risada da menina — Está tudo bem, eu me saí bem. O chapéu disse que eu era muito corajosa e determinada, e que o melhor lugar para mim era na Grifinória. — Ela coçou a cabeça — Ele disse também que estava impressionado por ver uma Weasley menina, nos últimos anos só selecionou homens.

— Eu sabia que você conseguiria. — Rony sorriu para a irmã, que retribuiu.

— Vou para o salão principal agora, quero encontrar minha nova amiga. Ela é da Corvinal; um tanto doida, mas gente boa.

Ela correu para fora do retrato da mulher gorda, apressada. Rony suspirou, pegando sua varinha. Era impossível, como ia fazer magia daquela maneira? Tentou fazer com que as farpas se encaixassem de volta, mas ela ficava completamente bamba, e se virasse para o lado, tornava a se soltar. Se ao menos soubesse uma maneira de colar a varinha...

— Olá Rony.

Estava tão concentrado que se assustou ao ouvir a voz da garota que estava à sua frente, quase derrubando a varinha no chão. Era Lilá Brown, uma segundanista loira, de olhos azuis e rosto rosado. Não costumavam conversar muito, mas sabia que dividia o quarto com Mione.

— Muito legal o que aconteceu ontem, você e Harry chegarem num carro trouxa. Aliás, por que vocês não vieram no trem?

— É uma longa história... — Rony falou sem olhar a garota, tentando fazer com que as farpas da varinha partida se encaixassem novamente — Basicamente nós não conseguimos chegar à plataforma a tempo, então encontramos um carro e voamos até aqui.

— Que sorte encontrarem justamente um carro que voa, né... — Ela comentou.

Rony achou melhor não responder. Toda vez que perguntavam de onde tinham tirado aquele carro, tanto ele quanto Harry evitavam entrar em detalhes. Não sabia o quanto seu pai estava encrencado lá fora, assumir que aquele carro era da família poderia comprometer seriamente seu emprego. Ao invés disso, tornou a se concentrar no seu trabalho com a varinha.

— Toma, tenta isso aqui. — Lilá estendeu para Rony um objeto redondo e amarelado. — É fita adesiva. Minha mãe tem uma amiga trouxa que deu a ela.

— Sei o que é isso. Meu pai tem um monte no quartinho de ferramentas dele... — Disse Rony, puxando a ponta da fita e enrolando a varinha desajeitadamente. —  Acho que ficou torta.

— É ficou... Mas pelo menos não está mais solto. — Lilá falou pesarosa — Nunca, nem em um século iria imaginar que veria algum aluno chegando em Hogwarts em um carro voador.

— Nem eu — Hermione falou autoritária, surgindo do nada — Uma vergonha para a Grifinória se quer saber.

Rony bufou. Estava demorando para ela vir com os sermões.

— Bom dia para você também, Hermione. — Rony falou sarcástico.

— Vou para o salão principal. Ah! Uma vez que a varinha é partida, não há como consertar. Varinhas são objetos mágicos muito complexos. Pode tentar fazer o que você quiser, ela nunca mais será a mesma. — Ela falou aquilo com um quê de satisfação na voz, como se aprovasse a punição que a vida lhe deu por desrespeitar regras, e em seguida saiu ligeira.

— A Hermione é muito estranha. — Lilá comentou assim que Mione sumiu pelo buraco do retrato da Mulher Gorda — Nunca conversa comigo ou Parvati. Está sempre lendo...

— Ela é estranha na maior parte do tempo, muito chata e metida a sabe tudo. Mas no fundo é uma boa pessoa — disse Rony.

Pegou um copo rachado que achara, colocou-o sobre a poltrona e murmurou: "reparo". A varinha em sua mão tremeu, soltando algumas faíscas pela ponta e uma densa fumaça cinza e fedorenta. Em seguida, fez o copo explodir.

— Sinto muito. — Lilá consolou.

Momentos depois Harry apareceu e ambos foram para o salão principal. As quatro mesas compridas, estavam cobertas de comida de café da manhã. Diversas tigelas de mingau, ovos fritos, bacon, sucos e vitaminas estavam dispostos por todo o lado. O céu encantado hoje estava cinza e parecendo que iria chover. Os meninos sentaram-se à mesa da Grifinória ao lado de Hermione, que tinha um exemplar de Viagens com Vampiros aberto, e apoiado numa jarra de leite.

— Bom dia. — Ela falou secamente, sem olhar para eles.

Ela ia ficar emburrada até esquecer a história do carro.

— Bom dia! — Neville havia acabado de chegar.  — O correio deve chegar a qualquer momento, acho que vovó vai me mandar umas coisas que esqueci.

Como se ele tivesse adivinhado, as várias de corujas trazendo as cartas adentraram o salão, jogando o que traziam em cima dos seus destinatários. Todas as corujas com exceção de uma, a coruja acinzentada e velha que veio voando cambaleante, aterrissando dentro da jarra que Mione apoiava seu livro, molhando a todos com leite.

— Errol!— Rony exclamou, puxando pelos pés a coruja molhada para fora da jarra. Errol caiu, desmaiada, em cima da mesa, as pernas para cima e um envelope vermelho e úmido no bico. — Ah, não...

Sentiu seu coração falhar algumas batidas, e suas mãos começaram a tremer e suar na mesma hora, assim como seu café da manhã que queria voltar. Nunca em sua vida achou que sua mãe iria tão longe. Sabia que iria ter que ouvir um sermão que provavelmente duraria dias, mas não aquilo. Isso já era maldade, uma tortura.

— Tudo bem, ele ainda está vivo — disse Hermione, preocupada, cutucando Errol devagarinho com a ponta do dedo.

— Não é isso, é isto. — Rony apontou para o envelope vermelho

— Que foi? — perguntou Harry.

Claro, Nem Harry nem Hermione conheciam, por isso olhavam com desdém. Certamente achavam que era apenas um pedaço de papel, uma simples carta, mas não era, estava longe de ser. Depois daquilo, sua vida social, que já não era grande coisa, estaria arruinada.

— Ela... Ela me mandou um "berrador" — Rony explicou com a voz trêmula.

Berrador, como já diz a palavra, berrava. Mas não um berro simples como quem grita. Um berro alto, como se cem feitiços de aumentar a voz fossem lançados de uma vez. O berrador se certificava que não só seu destinatário, mas também todos que estavam num raio de pelo menos quinhentos metros também ouvisse a mensagem. Era a maior vergonha que um adolescente bruxo poderia passar.

— É melhor abrir, Rony — sugeriu Neville com um sussurro tímido. — Vai ser pior se você não abrir. Minha avó um dia me mandou um e eu não dei atenção — ele engoliu em seco —, foi horrível.

As mãos de Rony tremiam ao ponto de não conseguir controlar. A carta começou a fumegar nos cantos assustadoramente.

— Abra — insistiu Neville. — Termina em poucos minutos...

Rony suspirou fundo; quanto mais cedo abrisse, mais cedo terminaria. Estendeu a mão trêmula, tirou o envelope do bico de Errol e abriu-o.

" RONALD WEASLEY! O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA?"

 

O estrondo foi tão grande que os talheres, as mesas e as cadeiras do salão principal tremeram, e do teto começou a cair poeira.

“ COMO PÔDE ROUBAR O CARRO? EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSEM EXPULSADO, ESPERE ATÉ EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ. SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA DESAPARECIDO; E OS TROUXAS GRITANDO SOBRE O CARRO MISTERIOSO. NÃO TEM NOÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DOS SEUS ATOS?”

 

Os ecos dos berros de Molly ficavam cada vez mais altos a medida que o sermão fluía. As pessoas por todo o salão se viravam para ver quem recebera o berrador. Rony afundou-se no banco, tentando se esconder; Percy, Gina e os gêmeos saíram disfarçadamente, fugindo do vexame.

“VOCÊ NÃO TEM IDÉIA DA AFLIÇÃO QUE PASSAMOS, E AINDA RECEBEMOS A CARTA DE DUMBLEDORE Á NOITE PASSADA, PENSEI QUE SEU PAI IA MORRER DE VERGONHA, NÃO O EDUCAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ E HARRY PODIAM TER MORRIDO GRAÇAS A SUA IRRESPONSABILIDADE...”

 

Rony viu de relance o rosto de Harry se tingir de vermelho à menção de seu nome. Hermione, por sua vez, não desgrudava os olhos do livro que lia, sorrindo vitoriosa.

"SAIBA QUE ESTOU ABSOLUTAMENTE DESGOSTOSA, SEU PAI ESTÁ ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO, E É TUDO CULPA SUA, E, SE VOCÊ SAIR UM DEDINHO DA LINHA, VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PARA CASA.”

 

O salão principal irrompeu em um silêncio aterrador. O berrador pegou fogo e encrespou-se em cinzas. Rony sentia como se uma manada de hipogrifos selvagens tivessem o atropelado. Alguns alunos riam, outros pareciam solidarizar com a situação. Aos poucos os burburinhos de conversas recomeçou.

Hermione fechou o livro solenemente, com o sorrisinho debochado que só ela sabia fazer.

— Bem, não sei o que é que você esperava, Rony, mas você...

— Não me diga que mereci — Rony antecipou-se, sentindo ainda suas orelhas e seu rosto em brasa — Por favor, se não tem nada de bom a dizer, fique calada.

Hermione ia responder, mas Harry a cutucou, maneando a cabeça. Já era ruim o suficiente pensar que seu pai estava enfrentando um inquérito no trabalho por culpa sua. Se ele perdesse o emprego, perderiam o sustento da família. Jamais iria se perdoar por isso. Não pegara o carro por maldade, não queria causar tantos problemas.

Passados alguns minutos, a Profª. McGonagall veio distribuindo os horários dos cursos para os alunos da Grifinória. Rony viu que a primeira aula era uma aula dupla de Herbologia, com os alunos da Lufa- Lufa. Ainda bem, assim poderiam sair e respirar um ar puro. Os três deixaram o castelo juntos, atravessaram a horta e rumaram para as estufas, onde as plantas mágicas eram cultivadas. Hermione estava empolgada com a aula de Herbologia dizendo que naquele ano aprenderiam coisas muito interessantes. Depois do berrador, ela deixou o mal humor de lado e passou a trata-lo bem de novo. Certamente agora achava que já tinha sido punido o suficiente.

Todos os alunos esperavam do lado de fora pela professora, que aparentemente não havia chegado. Quando finalmente se reuniram ao restante da turma, a professora Sprout apareceu, ao lado do professor Lockhart, com os braços carregados de bandagens e ataduras. Com um leve sentimento de culpa, Rony viu ao longe o salgueiro lutador com algumas tipoias nos galhos machucados.

A professora Sprout era diretora da Lufa-Lufa. Era uma bruxa baixinha, rechonchuda e gentil, que usava um chapéu remendado e estava sempre sorridente, quer dizer, não naquele momento. Ela parecia irritada, suas roupas estavam cobertas de terra, assim como seu rosto, ao contrário de Lockhart, que estava impecável em suas vestes azuis brilhantes. 

— Ah, Olá! — cumprimentou ele, sorrindo para os alunos reunidos. — Acabei de mostrar à Profª. Sprout a maneira certa de cuidar de um salgueiro lutador! Mas não quero que vocês fiquem com a ideia de que sou melhor do que ela em Herbologia! Por acaso encontrei várias dessas plantas exóticas nas minhas viagens...

A professora torceu o nariz.

— Estufa três hoje, crianças! — falou ríspida, e saiu guiando-os sem olhar para trás.

Estava aí uma boa notícia. Até agora haviam estudado apenas na estufa número um, que, para falar a verdade, não tinha nada de emocionante; exceto para Neville, que parecia gostar de verdade de plantas, fossem elas interessantes ou não. Já a estufa nova guardava plantas muito mais intrigantes e potencialmente perigosas.

A Profª. Sprout tirou uma chave enorme do cinto e destrancou a porta. O lugar exalava uma mescla de cheiro de terra molhada e plantas recém fertilizadas. Haviam plantas pendidas no teto, balançando ameaçadoramente do alto. Rony entrou logo atrás de Hermione, e Harry vinha atrás.

— Harry! Estou querendo dar uma palavra... — Harry gemeu incomodado ao ser abordado por Lockhart. — A senhora não se importa se ele se atrasar uns minutinhos, não é, Profª. Sprout?

Pela expressão que a professora fez certamente ela se importava, mas Lockhart não ligou. Puxou Harry para fora da sala e fechou a porta na cara dela.

A professora Sprout saiu praguejando baixinho na direção de um vaso retangular enorme, no fundo da estufa.

—Será que aconteceu alguma coisa? — Hermione perguntou — Harry foi chamado para conversar em particular. O professor Lockhart é um bruxo muito poderoso, você sabe. Será que tem alguma informação sobre o que houve no ano passado?

—Duvido. — Disse Rony, convicto. — Sei que ele diz que teve muitas aventuras na vida e tudo mais, mas não acho que ele tenha algo tão sério para tratar com Harry.

— Depois do que vocês fizeram ontem, não sei o que esperar.

Rony revirou os olhos. Bem que Hermione podia esquecer a história do carro, para variar.

A Professora Sprout voltou do fundo da sala com vários abafadores de ouvido, de diversas cores e formatos, desde simples, até pompons cor de rosa, jogando-os em cima da mesa ao centro. Enquanto a professora ajeitava os abafadores na mesa, Harry entrou na estufa claramente aborrecido. Era claro que seu amigo compartilhava o mesmo sentimento que ele pelo professor Lockhart: Não o suportavam.

— Vamos reenvasar mandrágoras hoje. — a professora anunciou — Agora, quem é que sabe me dizer as propriedades da mandrágora?

Não era preciso ser um gênio para saber que Hermione seria a primeira a levantar a mão. Certamente tinha lido o livro inteiro antes das aulas.

— A mandrágora é um tônico reconstituinte muito forte — ela falou excitada. — É usada para trazer de volta as pessoas que foram transformadas ou foram enfeitiçadas no seu estado natural.

— Excelente. Dez pontos para a Grifinória — Falou a Profº. Sprout. — A mandrágora é parte essencial da maioria dos antídotos. Mas, é também perigosa. Quem sabe me dizer o porquê?

Hermione tornou a levantar a mão.

— O grito da mandrágora é fatal para quem o ouve — ela falou prontamente.

— Exatamente. Mais dez pontos. Agora as mandrágoras que temos aqui ainda são muito novinhas.

Ela apontou para o grande vaso ao fundo da sala. Todos os alunos se aglomeraram para ver melhor. Eram moitinhas pequenininhas, verde-escuras, e cresciam enfileiradas. Mandrágoras eram raras, não era todo bruxo que tinha a oportunidade de vê-las e ainda de aprender a reenvasar.

— Agora apanhem um par de abafadores de ouvidos — mandou a professora.

Todos correram desesperados para pegar um abafador que não fosse peludo nem cor de rosa. Rony conseguiu pegar um preto simples, já Simas não teve a mesma sorte e pegou um amarelo com penas roxas.

— Quando eu mandar vocês colocarem os abafadores, certifiquem-se de que suas orelhas ficaram completamente cobertas — disse ela. — Quando for seguro remover os abafadores eu erguerei o polegar para vocês.  Certo... Coloquem os abafadores.

Rony colocou seu abafador, que por sinal funcionava de verdade, não conseguia ouvir absolutamente nada. A professora também colocou o seu par peludo e cor de rosa, agarrou uma moitinha de mandrágora com firmeza e puxou-a com força.

Ao invés de simples batatas, o que saiu da terra foi uma espécie muito feia de bebê. Lembrava um pouco um gnomo, se não levasse em conta as folhas crescendo de sua cabeça, com olhinhos e bocas com aspecto endurecido, esverdeado e claramente se via que gritava a plenos pulmões.

A professora tirou um vaso de plantas grande de sob a bancada e mergulhou mandrágora, cobrindo-a com uma lama escura e úmida até ficarem apenas as folhas visíveis. Depois, limpou as mãos, fez sinal com o polegar para os alunos e retirou os abafadores dos ouvidos.

— As nossas mandrágoras são apenas miudinhas, por isso seus gritos ainda não dão para matar — disse ela tranquila, ignorando a cara de espanto dos alunos, como se fizesse aquilo todos os dias — Mas, elas deixarão vocês inconscientes por várias horas, e como tenho certeza de que nenhum de vocês quer perder o primeiro dia na escola, certifiquem-se de que seus abafadores estão no lugar antes de começarem a trabalhar. Chamarei sua atenção quando estiver na hora da saída.

— Quatro para cada tabuleiro, há um bom estoque de vasos aqui, o composto está nos sacos ali adiante, e tenham cuidado com aquela planta de tentáculos venenosos.  Está criando dentes.

Ela deu uma palmada enérgica em uma planta vermelha e espinhosa ao falar, fazendo-a recolher os longos tentáculos que avançavam lentamente pelo seu ombro.

Harry, Rony e Hermione dividiram o tabuleiro com um garoto de cabelos cacheados da Lufa-Lufa com que poucas vezes falara.

— Justino Finch-Fletchley — apresentou-se ele animado, apertando a mão de Harry. — Eu sei quem você é, claro, o famoso Harry Potter.. E você é Hermione Granger, sempre a primeira em tudo — Hermione deu um grande sorriso - desnecessário - diante do elogio —, e Rony Weasley. O carro voador era seu, não era?

Rony não respondeu, disfarçando, escolhendo um vaso sob o balcão.

— Aquele Lockhart é o máximo, não acha? — disse Justino, e tanto Rony quanto Harry bufaram — Um cara super corajoso. Vocês leram os livros dele? Eu teria morrido de medo se tivesse sido acuado em uma cabine telefônica por um lobisomem, mas ele continuou na dele e, zás, simplesmente fantástico.  Eu estava inscrito em Eton, sabe. Nem sei dizer como estou contente de, em vez disso, ter vindo para cá. Claro, minha mãe ficou um pouco desapontada, mas desde que a fiz ler os livros de Lockhart acho que começou a perceber como será útil ter na família alguém formado em magia...”

Depois disso não conseguiram conversar mais. Colocaram seus abafadores de volta e começaram a pegar suas mandrágoras para reenvasar. A professora Sprout deu a impressão de que a tarefa era bem simples, tirar de um vaso e colocar em outro, mas não era. Os bebês-mandrágoras não gostavam nem um pouco de sair da terra, mas também não gostavam de voltar para ela. Elas chutavam, se sacudiam, se contorciam e tentavam morder; Rony pegou uma que era comprida demais para o vaso, e teve que obrigá-la a se deitar para que pudesse enterrá-la.

Ao final da aula, todos estavam esgotados, suados e sujos de terra. Eles voltaram ao castelo para se lavar rapidamente, e então os alunos da Grifinória correram para a aula de Transfigurações.

As aulas da Professora Mcgonagall sempre foram trabalhosas, porém esse ano estava duas vezes pior, especialmente para Rony. Sua varinha quebrada não deixava que fizesse um único feitiço sem que quebrasse alguma coisa, ou queimasse, ou que empesteasse o ar com fumaça. A todo momento sua varinha soltava faíscas da ponta e por duas vezes o feitiço saiu pela culatra, chamuscando sua própria capa. Quando ia transformar um besouro em um botão, que foi a tarefa que a professora havia passado, a varinha começou a estalar e exalar uma fumaça cinzenta e densa, com um cheiro horrível de ovo podre. E também o besouro não parava quieto, dificultando ainda mais o trabalho. Quando tentou ajeitar a varinha, que começava a querer soltar da fita adesiva que Lilá lhe deu, acabou esmagando o besouro com o cotovelo, deixando McGonagall brava.

— Não há nada que a senhora ou algum professor possa fazer sobre isso? — Rony perguntou a professora ao final da aula — Remendar decentemente pelo menos.

— Infelizmente não, senhor Weasley. A magia utilizada na fabricação de uma varinha está além de qualquer feitiço, inclusive dos que ela mesmo produz. Sinto muito.

Era azar demais para uma pessoa só. Jogou-se na cadeira, irritado, encarando com raiva a varinha remendada em sua mão, rosnando em seguida.

— Coisa, burra, inútil. — praguejou furioso, dando golpes com ela na carteira, enquanto o objeto soltava faíscas.

— Escreva para casa pedindo uma nova — sugeriu Harry quando a varinha produziu uma saraivada de tiros feito um rojão e quase o acertou.

— Ah, sim, e recebo outro berrador em resposta — Rony falou, enfiando na mochila a varinha, que agora sibilava. — "A culpa é sua se sua varinha partiu...”

Os três amigos desceram para o refeitório logo em seguida. Pelo menos para comer não precisava de varinha.

— Que vamos ter hoje à tarde? — perguntou Harry

— Defesa contra as Artes das Trevas — respondeu Hermione na mesma hora, com a relação de horários da aula na mão. — Mas só o último tempo.

Rony espiou por cima do ombro da garota, e não acreditou no que viu.

— Por que — perguntou, puxando o papel com o horário da mão dela antes que pudesse reagir — você marcou com coraçõezinhos as aulas de Lockhart?

Hermione puxou o horário de volta da mão de Rony, corando violentamente.

Teriam um tempo livre antes da primeira aula de Lockhart, então resolveram passar o tempo no pátio nublado. Hermione se sentou em um degrau de pedra e tornou a enfiar o nariz em Viagem com Vampiro. Rony e Harry passaram longos minutos discutindo sobre Quadribol. Porém bem no meio da conversa, Harry se calou e olhou furtivamente para o lado.

— O que é? — Rony perguntou

— Olha pra lá! — Harry apontou com a cabeça.

Havia um menino pequeno parado, com o rosto vermelho pois havia sido descoberto espiando, tinha os cabelos louros acinzentados e segurava alguma coisa esquisita.

— Tudo bem, Harry? Sou... Colin Creevey — disse o menino sem fôlego, adiantando-se hesitante. — Sou da Grifinória também. Você acha que tem algum problema se... Posso tirar uma foto? — disse, erguendo o objeto pequeno e esquisito, esperançoso.

— Uma foto? — repetiu Harry confuso.

— Para provar que conheci você — disse Colin Creevey ansioso, aproximando-se mais. — Sei tudo sobre você. Todo mundo me contou. Como foi que você sobreviveu quando Você-Sabe-Quem tentou matá-lo e como foi que ele desapareceu e tudo o mais, e como você ainda conserva a cicatriz em forma de raio na testa, e um garoto no meu dormitório disse que se eu revelar o filme na poção correta, as fotos vão se mexer.

Só agora Rony entendeu que o objeto na mão do menino era uma máquina fotográfica trouxa.

— Isto aqui é fantástico, não acha? — Colin continuou — Eu não sabia que as coisas estranhas que eu fazia eram magia até receber uma carta de Hogwarts. Meu pai é leiteiro, ele também não conseguia acreditar. Então estou tirando um montão de fotos para levar para ele. E seria bem bom se tivesse a sua. — O menino então olhou para Rony — Quem sabe o seu amigo podia tirar, e eu podia ficar do seu lado? E depois você podia autografar a foto?

— Autografar a foto? Você está distribuindo fotos autografadas, Potter?

Como se sentisse o cheiro da oportunidade de implicar com eles, Draco Malfoy apareceu atrás de Colin, cercado por seus fiéis capangas Crabbe e Goyle.

— Todo mundo em fila! — gritou Malfoy para os outros alunos. — Harry Potter está distribuindo fotos autografadas!

— Não, não estou não — Harry gritou aos alunos, irritado — Cale a boca, Malfoy.

— Você está é com inveja — Colin bradou corajosamente.

— Inveja? — disse Malfoy, que não precisava mais gritar: metade do pátio estava escutando. — De quê? Não quero uma cicatriz nojenta na minha testa, muito obrigado. Por mim, não acho que ter a cabeça aberta faz ninguém especial.

Crabbe e Goyle davam risadinhas.

— Vá comer lesmas, Malfoy — disse Rony furioso. Pondo-se a frente de Harry. Crabbe parou de rir e começou a esfregar os nós dos dedos de maneira ameaçadora. Mas com a raiva que estava, batia em Malfoy, em Crabbe, Goyle e quem mais chegasse.

— Cuidado, Weasley — caçoou Malfoy. — Você não vai querer começar nenhuma confusão ou sua mamãe vai aparecer aqui para tirá-lo da escola. — Ele imitou a voz aguda e penetrante: — "Se você sair um dedinho da linha...”

Um grupo de quintanistas da Sonserina que estava próximo deu gargalhadas ao ouvir isso.

— Weasley gostaria de ganhar uma foto autografada, Potter. — Malfoy continuou maldoso. — Valeria mais do que a casa inteira da família dele...

Rony instintivamente sacou a varinha emendada e apontou para Malfoy, mas Hermione se colocou entre os dois.

— Que está acontecendo, que está acontecendo? — Professor Lockhart vinha em passos largos em direção à aglomeração, com suas vestes turquesa brilhando. — Quem é que está distribuindo fotos autografadas?

Harry abriu a boca para começar a se explicar, mas Lockhart fez uma cara de falsa compreensão, abraçou-o pelos ombros e falou:

— Não devia ter perguntado! Nos encontramos outra vez, Harry!

Harry ficou escarlate e Malfoy saiu rindo, vitorioso.

— Vamos então, Sr. Creevey — disse o professor sorrindo para o garoto. — Uma foto dupla, nada melhor, e nós dois podemos autografá-la para o senhor.

Colin ajeitou a máquina e tirou a foto na hora em que a sineta tocava sinalizando o início das aulas da tarde.

— Está na hora, vamos andando vocês aí — gritou Lockhart para os alunos e voltou em direção ao castelo com Harry preso pelos ombros.

— O que ele está fazendo com o Harry? — Rony perguntou, seguindo Lockhart de perto.

— Provavelmente está o aconselhando, ele é muito famoso e sabe lidar com a fama. — Hermione explicou — Harry é famoso também, mas é novo nessa área...

— Corta essa! — Rony bradou ao mesmo tempo que Harry olhou para trás com ar de súplica — Esse cara é pirado, isso sim. Vocês mulheres só pensam tudo que ele faz é legal porque acham ele bonitão.

— Isso não é verdade! — Hermione exclamou corada — Se você tivesse se dado ao trabalho de ler os livros dele conheceria seus feitos e entenderia sua fama.

Rony revirou os olhos. Conhecia as histórias de Lockhart, tinha uma fã dele em casa, sua mãe, que vivia contando tudo que lia; ainda assim desconfiava, ainda mais agora vendo-o de perto. O professor não tinha o perfil de quem faz aquilo tudo que escreveu. Quando entraram na sala de aula, Harry correu para a última fileira de carteiras, e sumiu atrás dos livros de Lockhart. Rony e Hermione foram se sentar ao lado do garoto.

— Você podia ter fritado um ovo na cara — Rony comentou. — É melhor rezar para Creevey não conhecer a Gina, ou os dois vão começar um fã-clube do Harry Potter.

— Cale a boca! — disse Harry ríspido, olhando por trás dos livros para ter certeza que Lockhart não tinha ouvido.

Quando a classe inteira se sentou, Lockhart pigarreou alto e fez-se silêncio. Ele esticou o braço, apanhou o exemplar de Viagens com Trasgos de Neville Longbottom e ergueu-o para mostrar a própria foto na capa, piscando o olho.

— Eu — disse apontando a foto e piscando também. — Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa contra as Forças do Mal e vencedor do Prêmio Sorriso mais Atraente da revista Semanário dos Bruxos cinco vezes seguidas, mas não falo disso. Não me livrei do espírito agourento de Bandon sorrindo para ela.

Lockhart esperou que os alunos rissem da piada, mas assim como Rony, ninguém achou graça.

— Vejo que todos compraram a coleção completa dos meus livros, muito bem. Pensei em começarmos hoje com um pequeno teste. Nada para se preocuparem, só quero verificar se vocês leram os livros com atenção, e o quanto assimilaram...

Teste? Rony mal abriu os livros durante as férias. Não tinha assimilado nem mesmo a introdução.

Depois de distribuir os testes, que tinham três folhas, para desespero de Rony, ele voltou à frente da classe e falou:

— Vocês têm trinta minutos... Começar, agora!

Rony virou a primeira folha de pergaminho para cima e começou a ler as perguntas.

Qual é a cor favorita de Gilderoy Lockhart?

Qual é a ambição secreta de Lockhart?

Qual é na sua opinião a maior realização de Gilderoy Lockhart até o momento?

Rony custou a acreditar que as perguntas eram apenas sobre ele mesmo. Pegou então a última folha e começou a ler:

Quando é o aniversário de Gilderoy Lockhart e qual seria o presente ideal para ele?

Terminou o teste em cinco minutos, que foi o tempo que levou para ler as perguntas e ter certeza que não fazia a menor ideia das respostas. Mas quem saberia? E então olhou para o lado e viu que o teste de Hermione estava quase todo respondido.

Meia hora depois, Lockhart recolheu os testes e folheou-os diante da classe.

— Tsk, tsk, quase ninguém se lembrou que a minha cor favorita é lilás. Digo isto no Um ano com o Ieti. E alguns de vocês precisam ler Passeios com Lobisomens com mais atenção, afirmo claramente no capítulo doze que o presente de aniversário ideal para mim seria a harmonia entre os povos mágicos e não-mágicos, embora eu não recuse um garrafão do Velho Uísque de Fogo Ogden!

E deu outra piscadela travessa para os alunos. Harry fitava Lockhart com um misto de incredulidade e impaciência, Simas e Dino sacudiam o corpo em gargalhadas abafadas. Já Hermione, por outro lado, escutava Lockhart com extrema atenção e se assustou quando o ouviu mencionar seu nome.

— Mas a Srta. Hermione Granger sabia que a minha ambição secreta era livrar o mundo do mal e comercializar a minha própria linha de poções para os cabelos, boa menina! Na realidade — ele virou o teste — ela acertou tudo! Onde está a Srta. Hermione Granger?

Hermione levantou a mão trêmula.

— Excelente! — disse o sorridente Lockhart. — Excelente mesmo! Dez pontos para a Grifinória!

Rony revirou os olhos. Tudo bem que Hermione era uma sabe tudo, mas daí a estender seu conhecimento para a vida particular de um idiota daqueles era demais.

O professor trouxe do fundo da sala uma grande gaiola coberta por uma manta preta e depositou-a em cima da mesa.

— Agora, fiquem prevenidos! É meu dever ensiná-los a se defender contra a pior criatura que se conhece no mundo da magia! Vocês podem estar diante dos seus maiores medos aqui nesta sala. Mas saibam que nenhum mal vai lhes acontecer enquanto eu estiver aqui. Só peço que fiquem calmos.

Rony se ergueu na cadeira para poder ver melhor a criatura perigosa que estava coberta pelo pano, Harry colocou a cabeça para o lado da pilha de livros atrás da qual estava escondido, curioso; Dino e Simas pararam de rir e Neville tentou entrar na sua carteira na primeira fila.

— Peço que não gritem — recomendou Lockhart em voz baixa. — Pode provocá-los.

E o restante da classe prendeu a respiração. Lockhart puxou a cobertura com um gesto largo.

— Sim, senhores — disse teatralmente. — Diabretes da Cornualia recém capturados.

Rony teve que prender o riso. Harry voltou para trás da pilha de livros, também tentando não rir, até mesmo Hermione não conseguiu segurar a risada. Já Simas Finnigan não conseguiu se controlar. Deixou escapar uma risada pelo nariz que nem mesmo Lockhart poderia confundir com um grito de terror.

— Que foi? — Ele sorriu para Simas.

— Bem, eles não são... Não são muito... Perigosos, são? — engasgou-se Simas.

— Não tenha tanta certeza assim! — disse Lockhart, sacudindo um dedo, aborrecido, para Simas. — Esses bandidinhos podem ser diabolicamente astutos!

Os diabretes eram azul-elétrico e tinham uns vinte centímetros de altura, os rostos finos e as vozes tão agudas que pareciam um bando de periquitos fazendo algazarra. No instante em que a cobertura foi retirada, eles começaram a falar e a voar de maneira rápida e excitada, a sacudir as grades e a fazer caras esquisitas para as pessoas mais próximas.

— Certo, então — disse Lockhart em voz alta. — Vamos ver o que vocês acham deles! — E abriu a gaiola.

Jamais poderia imaginar que seres tão pequenos pudessem causar uma confusão tão grande. No momento em que saíram, dois voaram direto para Neville e o seguraram cada um por uma orelha, erguendo-o no ar enquanto o garoto se debatia tentando se soltar. Os outros começaram a destruir a sala com uma eficiência invejável. Atiravam tinteiros, pergaminhos, penas, quadros, cestas de lixo, carteiras e tudo que encontravam para o alto. Alguns se atiravam contra as janelas, fazendo chover estilhaços de vidro por todos os lados. Os alunos se abrigaram debaixo das carteiras, tentando não serem atingidos por nada, enquanto Neville pendia no teto, preso pela calça no lustre de ferro.

— Vamos, vamos, reúnam eles, reúnam eles, são apenas diabretes — gritou Lockhart.

Mas os alunos estavam atordoados demais para tomar alguma atitude. O professor enrolou as mangas, brandiu a varinha e berrou:

Peskipiksi ksi pesternomi!

Mas nada aconteceu. Lockhart ficou confuso, e quando tentou refazer o feitiço, um dos diabretes arrancou a varinha de sua mão, atirando-a pela janela.

Sem saber o que fazer, o professor voou para debaixo de uma carteira escapando por pouco de ser esmagado por Neville, que despencou do teto.

Como que por um milagre, o sinal tocou indicando o fim da aula. Todos os alunos desembestaram para a saída ao mesmo tempo. O trio, que estava ao fundo da sala, ficou por último e quando já estavam quase na porta Lockhart saiu debaixo da mesa, chamando-os.

— Bem, vou pedir a vocês que enfiem rapidamente os restantes de volta na gaiola. — E, passando pelos três, fechou a porta depressa.

Os três se entreolharam boquiabertos. Um diabrete desceu voando e posou no ombro de Rony, mordendo sua orelha com força.

— Dá para acreditar? — Rony bradou, afastando o diabrete com uma livrada.

— Ele só quer nos dar uma experiência direta — disse Hermione, imobilizando dois diabretes ao mesmo tempo com um inventivo Feitiço Congelante e enfiando-os de volta na gaiola.

— Direta? — disse Harry, que estava tentando pegar um diabrete que dançava fora do seu alcance dando-lhe língua. — Mione, ele não tinha a menor ideia do que estava fazendo...

— Bobagem. Você leu os livros dele? Vê só todas as coisas incríveis que ele fez...

— Que ele diz que fez — Rony murmurou, tirando desanimado da mochila a varinha quebrada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido, deixem comentários para alegrar meu coração.



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