Rony Weasley e a Câmara Secreta escrita por biapurceno


Capítulo 4
O Carro Voador


Notas iniciais do capítulo

Esse universo não me pertence, foi tudo maestralmente idealizado pela rainha JK Rowling. É apenas uma história baseada em seu mundo e sem fins lucrativos, apenas entretenimento.

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Olá! Hoje vim mais cedinho do que tenho vindo. rsrs. Eu amo esse capítulo tanto no livro quanto no filme.
Espero que gostem!



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CAPÍTULO QUATRO

 

Os últimos dias de férias passaram rápido como um hipogrifo em fúria, e já no dia seguinte voltariam a Hogwarts. Passar as férias com seus irmãos e seu melhor amigo fez daquelas uma das melhores férias de sua vida. Mesmo o castigo que sua mãe lhe deu por ter batido em Malfoy na livraria Floreios e Borrões quando foram comprar o material não foi capaz de acabar com a diversão.

Por falar em castigo, no último dia em casa Molly o liberou e ele pode passar o dia inteiro jogando xadrez e snap explosivo com Harry e seus irmãos, sem nem sequer tirar os pijamas. Já a noite Molly fez o tradicional jantar de despedida dos filhos, com direito aos pratos favoritos de cada um – incluindo Harry, que ficou imensamente emocionado por poder fazer parte da festividade – finalizando com o delicioso pudim caramelado especial que só ela sabia fazer. Para fechar com chave de ouro, Fred e Jorge fizeram uma queima de fogos Filibusteiro, que encheram a cozinha de estrelas coloridas por mais ou menos uma hora. No geral, sua mãe não gostava de fogos dentro de casa, porém o clima estava tão ameno que ela se divertiu e até fotografou a cozinha encantada.

Já no dia seguinte, como em todo primeiro de Setembro, a casa estava um verdadeiro caos. Molly corria de um lado para o outro, fazendo os sete sanduíches para que almoçassem, berrando com os filhos e até mesmo com Harry para se certificar que não estariam esquecendo de alguma coisa pois ela não mandaria nada depois. Após o café da manhã conturbado, ficou decidido que iriam todos de carro, depois de muita insistência de seu pai, argumentando como seria complicado aparatar com oito pessoas, seis malões, duas corujas e um rato, e que a lojinha do senhor Ziran, a quem sempre recorriam para ir via Flu, estaria muito cheia.

— Lembrando que não vamos voar, vamos pelo chão, como um carro trouxa tem que ser. Vamos ficar dentro da lei, mesmo havendo uma pequena brecha onde se não for chamar a atenção nem causar dano ou grave ameaça aos trouxas não teria problema, e ficando invisível...

— Não começa, Arthur! — Molly o interrompeu, nervosa, e ele calou-se.

Arthur, com ajuda dos meninos, guardou as coisas na mala do carro. Minutos depois, todos já estavam acomodados, com Harry, Rony, Fred, Jorge e Percy sentados lado a lado confortavelmente e prontos para partir. Obviamente Arthur também tinha enfeitiçado o espaço de acomodação do carro, mas não iria admitir em voz alta e levar mais uma bronca da mulher.

— Os trouxas sabem mais do que nós queremos reconhecer, não é? — ela comentou, sentada confortavelmente no banco dianteiro junto com Gina. — Quero dizer, olhando de fora, a pessoa nunca imaginaria como o carro é espaçoso, não é?

Uma gota de suor escorreu pela careca de Arthur.

— Todos confortáveis? —perguntou, mudando de assunto — Deem adeus a Toca; vamos partir!

Arthur ligou o motor e saiu do quintal completamente feliz. Assim que o pegou há uns dois anos, tirou sua caderneta de motorista trouxa para poder usá-lo quando bem entendia, porém poucas vezes pôde dirigir. Era muito mais rápido aparatar para chegar aos lugares, e Molly não aprovava que ele saísse com um objeto trouxa daqueles. Ele seguiu por uma trilha entre o matagal, que os levaria à estrada mais próxima.

— ESPERA! — Jorge berrou, fazendo com que Arthur freasse bruscamente o carro.

— O que houve?!

— Eu esqueci meus fogos Filibusteiro, preciso pegá-los!

Molly revirou os olhos.

— Você não está falando sério, está?

— Claro que estou! Sei que estamos meio em cima da hora, mas eu preciso deles, por favor!

— Jorge, não temos mais tempo para isso. — Molly falou — Pode andar com o carro, querido.

— Mas querida, eles estão indo para Hogwarts, e nem andamos tanto assim...

Molly grunhiu de desgosto. Arthur adorava fazer as vontades dos filhos.  Ele voltou o mais rápido que pode para a Toca. Jorge correu para dentro da casa e meio minuto depois saiu de lá com uma caixa, jogou-a no porta malas e embarcou.

Arthur saiu da toca novamente com o carro, voltando para a trilha entre o matagal. Ainda não estavam atrasados, dava tempo de chegar e se despedir com calma.

— ESPERA! — Fred gritou, fazendo com que Arthur freasse novamente o carro. — Minha vassoura, ficou encostada no cercado das galinhas!

— Você só pode estar de brincadeira! — Percy bradou — Não posso chegar atrasado, sou monitor!

— E eu sou do time de quadribol, e sem vassoura não posso jogar!

— Isso não é problema meu, vamos embora, papai! — Percy finalizou.

— Infelizmente não posso, Percy. — Arthur falou sorrindo sem jeito— Fred precisa da vassoura, a Grifinória pode perder a taça de Quadribol.

— Monitores não podem se atrasar! — Percy choramingou

— Vai ser rápido, não vamos nos atrasar.

Arthur mais uma vez deu meia volta com o carro e retornou para a Toca. Fred correu para a parte de trás de casa, demorou alguns minutos e voltou correndo segurando sua vassoura e uma outra bolsa. Jogou tudo no porta malas e entrou no carro.

Sem falar nada, Arthur voltou para a trilha entre o matagal, acelerando o carro um pouco mais para tentar recuperar o tempo perdido. Percorreram praticamente todo o caminho e logo já podiam observar a rodovia.

— ESPERA! — Gina gritou do banco da frente, dessa vez Arthur quase entrou direto no mato com o susto. — Meu diário, não posso ir para Hogwarts sem meu diário!

Todos gritaram de uma vez, fazendo protestos. Já haviam voltado duas vezes, se voltassem mais uma ficariam atrasados.

— Gina, não vamos voltar mais. Eu mando seu diário por coruja. —Falou Molly.

Porém Gina não se conformou e começou a gritar e a chorar. Depois de quinze minutos fazendo birra, Arthur, que jamais diria não para a princesa, retornou a toca, sob a cara amarrada de todos no carro.

Quando finalmente colocaram o carro na estrada, já estavam muito atrasados e muito estressados. Arthur tentava acelerar o máximo que a estrada permitia, mas ainda assim chegariam com o trem quase partindo. Ele olhou para o relógio, e depois para Molly, e depois para o painel do carro.

— Molly, querida...

Não, Arthur.

— Ninguém veria. Esse aqui é um botãozinho de invisibilidade que instalei, ninguém poderia nos ver, e então era só voarmos acima das nuvens. Estaríamos lá em dez minutos e ninguém saberia...

— Eu disse não, Arthur, não em plena luz do dia.

Por sorte o transito não estava parado e não tiveram problemas para chegar; ainda assim chegaram à estação de King's Cross às quinze para as onze. Arthur disparou até o outro lado da rua para buscar carrinhos para a bagagem e todos correram para a estação. Chegariam a plataforma 9 ¾ faltando menos de dois minutos para o trem sair, mas pelo menos conseguiriam embarcar.

— Percy primeiro — disse Molly, quando todos pararam entre as plataformas nove e dez, consultando nervosa o relógio no alto.

Percy adiantou-se com passos firmes e desapareceu. Arthur o seguiu, depois Fred e Jorge.

— Vou levar Gina e vocês dois venham logo atrás de nós — Molly falou, correndo com Gina.

Rony olhou o relógio acima, era onze e cinquenta e nove.

— Vamos juntos, só temos um minuto — disse Rony a Harry.

Certificou-se que não havia nenhum trouxa perto o bastante para vê-los atravessar a plataforma. Segurou firme seu carrinho, checou se perebas ainda estava no bolso e olhou para Harry, que acenou a cabeça em confirmação; estavam prontos. Os dois se abaixaram sob a barra dos carrinhos e avançaram decididos para a barreira, ganhando velocidade. Porém quando foram atravessar...

TAPUM.

Rony e Harry bateram com toda a força os carrinhos na parede. Rony caiu por cima de seu malão, Harry caiu para o outro lado. A gaiola de Edwiges caiu rolando pelo chão, fazendo a coruja de Harry gritar indignada. Rony bateu com a cabeça no chão, e estava doeu de verdade. Algumas pessoas que passavam por ali pararam para ver a confusão e um guarda veio correndo:

— Que diabo vocês acham que estão fazendo?

— Perdi o controle do carrinho — Harry se explicou.

Rony correu para pegar a coruja, que fazia tanto escândalo que as pessoas começaram a resmungar coisas contra a crueldade para com os animais.

— Por que não podemos atravessar? — Harry cochichou à Rony.

— Não sei...

Rony olhou incomodado para os lados. Uns dez curiosos continuavam a observá-los.

— Vamos perder o trem — Cochichou olhando o relógio, tinham poucos segundos. — Não entendo por que o portão se fechou...

Harry olhou desesperado para a parede da plataforma, como se esperasse que ela se abrisse. Ele forçou seu carrinho, tentando passar, mas não adiantou

— Já foi... — disse à Harry, sentindo seu estomago se contorcer. — O trem foi embora. E se papai e mamãe não conseguirem voltar para nós? Você tem algum dinheiro de trouxas?

Harry deu uma risada cavernosa.

— Os Dursley não me dão dinheiro há anos.

Não sabia o que fazer, não podiam ficar simplesmente parados ali. Encostou o ouvido na barreira fria, esperançoso.

— Não ouço nada — Rony falou triste. — Que vamos fazer? Não sei quanto tempo vai levar para mamãe e papai voltarem.

Eles olharam para os lados. As pessoas continuavam a vigiá-los, principalmente por causa dos gritos de Edwiges que não paravam.

— Acho que é melhor irmos esperar ao lado do carro — sugeriu

Harry. — Estamos atraindo atenção dema...

— Harry! — Rony falou não aguentando a excitação. — O carro!

— O que tem o carro?

— Podemos voar para Hogwarts no carro!

— Mas eu pensei...

— Estamos imobilizados, certo? E temos que voltar para a escola, não é? E até os bruxos de menor idade podem usar a magia quando há uma emergência grave, seção dezenove ou coisa assim da Lei de Restrição ao...

— Mas sua mãe e seu pai... — Harry o cortou. — Como é que vão chegar em casa?

— Eles não precisam do carro! — disse Rony impaciente. — Eles sabem aparatar! Sabe, desaparecer aqui e reaparecer em casa! Eles só usam o Pó de Flu e o carro porque somos todos menores e ainda não temos permissão para aparatar.

Como não havia pensado nisso antes? Era a solução perfeita! E pra falar a verdade desde que saíram de carro para buscar Harry estava doido para voar novamente. Já sabia o básico no chão, no ar certamente seria a mesma coisa. Começou a empurrar seu carrinho para fora da estação, seguido de um Harry um pouco hesitante.

—Você sabe voar? — seu amigo perguntou.

— Sem problemas! — afirmou Rony apertando o passo. — Anda, vamos. Se nos apressarmos poderemos seguir o Expresso de Hogwarts.

Passaram correndo pela aglomeração de trouxas curiosos, saíram da estação e voltaram à rua onde ficara estacionado o carro. Rony se precipitou e destrancou o carro com alguns toques de sua varinha. Guardaram seus malões no porta malas, colocaram a gaiola de Edwiges no banco traseiro e embarcaram.

— Veja se não tem ninguém olhando — Pediu Rony, ligando o carro com um toque da varinha. Por sorte a rua em que estacionaram o carro era tranquila.

— Tudo bem!

Rony apertou o botão de invisibilidade no painel. O carro desapareceu instantaneamente. Ainda não tinha visto o carro ficar invisível, no dia em que voaram, não estava funcionando direito, certamente seu pai tinha reforçado o feitiço. Tinha que admitir que Arthur fazia um trabalho muito bom, pois não conseguia nem ver a si mesmo. O problema é que não sabia mais onde estava o botão de voar, e teve que tatear o painel até encontrá-lo.

— Vamos — Falou na direção de onde estaria Harry.

E o chão foi ficando mais distantes de seus pés, assim como as casas mais baixas, e os edifícios, e toda a cidade foi ficando pequena, as pessoas quase indistinguíveis. Então ouviu-se um estampido e o carro, Rony e Harry reapareceram.

— Epa! — Rony exclamou, batendo no botão da invisibilidade. — Está com defeito.

Os dois socaram o botão e carro desapareceu de novo. E tornou a reaparecer aos pouquinhos. Da altura em que estavam os trouxas ainda poderiam vê-los. Definitivamente a invisibilidade ainda não era perfeita.

— Segure firme! — Rony gritou e pisou fundo no acelerador, disparando em linha reta para o alto, dentro das nuvens baixas e densas, e tudo ficou cinzento, impossível de se enxergar a frente.

— E agora? — perguntou Harry nervoso.

— Temos que ver o trem para saber que direção vamos tomar. — disse Rony.

— Mergulhe outra vez... depressa. — Harry exclamou.

Rony baixou o carro até ficar sob as nuvens, onde finalmente tiveram a visão de algo além de névoa.

— Estou vendo! — gritou Harry. — Bem na nossa frente, lá.

O Expresso de Hogwarts seguia seu usual caminho, jogando fumaça para cima.

— Rumo norte — disse Rony; verificando a bússola no painel. — Tudo bem, só vamos precisar verificar de meia em meia hora mais ou menos, segure firme. — Com um puxão no volante, guinou o carro novamente para cima, furando o mar de nuvens e saindo acima delas num ambiente banhado à luz do Sol.

— Agora só temos que nos preocupar com os aviões — disse Rony.

Eles se entreolharam e caíram na gargalhada; uma mistura de alegria e alívio. De um jeito diferente ou não, estavam indo para a escola. Seja lá o que aconteceu na estação, não conseguiu impedi-los.

Aquela estava sendo uma das experiências mais legais que já tivera. Voar entre as nuvens, o carro inundado com a luz solar com seu melhor amigo, em meio a conversas sem sentido, piadas, o sanduiche de sua mãe e muito caramelo, que encontraram no porta-luvas do carro, era surreal. Isso sem contar a expectativa de ver a cara todos quando chegarem de carro voador em Hogwarts, principalmente de Fred e Jorge.

Vez ou outra mergulhavam sob as nuvens para ver o trem abaixo. A cada mergulho tinham vistas diferentes, entre campos verdes com animais, matagais e vilarejos e pequenas cidades. A cada minuto, Londres ia ficando cada vez para trás e Hogwarts cada vez mais perto.

O problema foi que horas depois, o sol gostoso que entrava pelo carro dera lugar a um sol forte e quente. Tanto Rony quanto Harry já haviam despido seus casacos e mesmo assim suavam como se tivessem corrido centenas de quilômetros. Os braços de Rony já estavam dormentes por estar tanto tempo esticado no volante. Além do que, todos os caramelos que acharam já tinham acabado, os sanduiches que sua mãe fizera também já tinham sido devorados logo no início e agora estavam morrendo de sede, além de fome. Rony desejou poder descer e embarcar no trem, onde tinha sombra, comida do carrinho, suco de abóbora e Hermione, que aliás devia estar preocupada por não terem aparecido no embarque.

Ficaram calados por muito tempo, economizando energia e para não piorar a sede. Quando o sol começou a sumir no chão de nuvens abaixo deles, Rony finalmente falou:

— Não pode faltar muito mais, não é? — Harry apenas deu ombros, o suor descendo por sua testa. — Pronto para verificar outra vez a posição do trem?

O expresso de Hogwarts continuava embaixo deles, contornando uma montanha de pico nevado. Sob as nuvens estava bastante escuro, o que lhe deu esperanças que realmente não faltava muito para chegarem ao destino.

Rony puxou o volante novamente na intenção de guinar o carro cara cima, pisando fundo no acelerador, mas ao fazer isso, o motor começou a soltar um apito sofrido.

Harry e Rony se entreolharam apreensivos.

— Provavelmente ele está cansado — disse Rony sem ter certeza. — Nunca foi tão longe antes...

O coração de Rony estava acelerado, o carro era velho, já fazia ruídos sem sair do chão, com uma viagem tão longa...

Conforme o céu escurecia, os barulhos do motor ficavam mais altos. Rony tentava ignorá-los a todo custo, puxando qualquer assunto com Harry para que ele não prestasse atenção também, mas isso não durou muito tempo. Passados alguns minutos, os barulhos pioraram à um ponto que estavam sobrepondo suas vozes, além disso os para-brisas começaram a se mexer sozinhos.

— Falta pouco — Rony falou baixinho, pertinho do volante, na esperança do carro ouvi-lo —, falta pouco agora.

Mas conversar com o veículo também não deu muito certo e agora ele dava guinadas pra cima e para baixo no ar. Com dificuldade, Rony voltou para baixo das nuvens, onde já havia anoitecido por completo e estava numa completa escuridão. Se concentrava nos sinais que o carro estava dando, torcendo com todas as suas forças que ele não pifasse antes que chegar à...

AIi! — gritou Harry excitado, sobressaltando Rony e Edwiges — Bem em frente!

Finalmente! Brilhando no meio do escuro, puderam ver as torres e torrinhas do grande castelo de Hogwarts. Uma onda de excitação e alívio tomou o peito de Rony. Conseguiram, chegaram. Pisou fundo no acelerador, na tentativa de chegar junto aos outros alunos do expresso. Porém, ao invés de acelerar, o carro começou a tossir e tremer.

— Vamos... — Rony falou docemente ao carro, sacudindo de leve o volante —, estamos quase chegando, vamos...

O motor estava gemendo, e agora saía uma densa fumaça preta do capô. Finalmente adentraram o terreno do castelo, passando por cima dos muros, mas não tiveram tempo de comemorar; o carro perdeu a força totalmente, estremecendo assustadoramente, voando desgovernado em direção ao lago. Rony tentava de toda maneira controlar o carro e fazer com que fosse para a direção certa, mas este não mudou de direção. Já estavam se preparando para o mergulho forçado quando de repente, o veículo estremeceu novamente e voou em linha reta, embora continuasse soltando fumaça pelo capô.

— Vamos — murmurou Rony, faltava tão pouco, o castelo estava bem à frente. — Acho que vamos conseguir...

Mas Rony falara cedo demais. Houve um estalo muito alto e o motor deu uma tossida e o carro desligou por completo.

— Epa! — exclamou Rony, em meio ao silêncio.

A frente do carro se inclinou, voando em direção à parede do castelo.

Nãããão! — berrou Rony, girando o volante com força, fazendo com que o carro fizesse um arco no ar, desviando do muro e sobrevoando as estufas, e o jardim, e os gramados, perdendo mais e mais altura.

Eles iam cair, e seria uma queda feia. No desespero, Rony sacou a varinha.

— PARE! PARE! — berrou, golpeando o painel e o para-brisa, mas foi em vão, o carro continuou mergulhando rápido, tendo o chão como destino.

— CUIDADO COM AQUELA ÁRVORE! — urrou Harry, atirando-se sobre o volante, mas era tarde demais...

CREQUE

Com um estrondo ensurdecedor, o carro colidiu com a árvore enorme que ficava no quintal e caíram com violência no chão. A fumaça densa que o carro soltava formava grandes nuvens acima deles. A coruja de Harry piava desesperada de terror, tanto Rony quanto Harry bateram com a cabeça, mas isso era o que menos importava. Sua varinha, que herdara de Carlinhos, a única que já tivera na vida e provavelmente a única que teria, estava quebrada, presa apenas pelo fio da cauda de unicórnio e meia dúzia de farpas. Sentiu um enorme frio na barriga, o que seria de si sem sua varinha? Como estudaria sem sua varinha?

— Você está bem? — perguntou Harry com urgência na voz.

— Minha varinha, olhe a minha varinha. — Rony choramingou.

Harry olhou com profundo pesar de Rony para a varinha, como se procurasse algo para dizer que pudesse consolá-lo, mas Harry não teve a chance, pois algo bateu com força na lateral do carro, fazendo os dois meninos baterem com a cabeça no teto.

— Que está acontecen... —  porém Rony sequer pode completar a frase, pois houve outra pancada forte no teto. Rony colocou o rosto para fora do carro e viu exatamente quando um galho muito grosso da árvore veio em sua direção.

— Ahhhhhhh! — exclamou quando o ramo retorcido fez um grande amassado na porta do lado dele; e o para-brisa agora vibrava sob uma chuva de golpes aplicados por galhinhos, enquanto um galho grosso socava furiosamente o teto, que parecia estar afundando...

— Corra! — Rony gritou a Harry, atirando todo o peso contra a porta, mas no segundo seguinte ele foi empurrado de volta contra o colo de Harry por uma pancada direta no queixo dado por outro galho. O gosto de sangue inundou sua boca na mesma hora. — Estamos perdidos! — gemeu, quando o teto afundou. Mas de repente o fundo do carro começou a vibrar; o motor pegara outra vez.

Dê marcha a ré! — Harry gritou, e Rony pisou fundo no acelerador, e o carro disparou para trás. A árvore continuava a tentar atingi-los; ouviam as raízes rangerem como se se rasgassem, tentando golpeá-los enquanto se afastavam.

— Essa... — ofegou Rony, aliviado. — foi por pouco. Muito bem, carro.

O carro, porém, não parecia tão feliz. Ele tremeu por completo, escancarando as portas, inclinando os bancos violentamente, atirando os garotos no chão a alguns metros do carro. O porta malas também se abriu e as bagagens também foram jogadas longe, assim como a gaiola de Edwiges, que por sorte, abriu no ar, e a coruja voou apressada para o castelo, sem sequer olhar para trás. O carro fechou o porta malas e as portas com violência, e saiu roncando em direção a floresta, se perdendo na escuridão.

— Volte aqui! Papai vai me matar! — Rony gritou, correndo atrás do carro, apontando a varinha partida para a escuridão. Tudo em vão, o carro não lhe deu a mínima atenção, sumindo completamente de vista. Voltou andando triste, abaixando-se para recolher um Perebas assustado da grama. — Dá para acreditar na nossa sorte? De todas as árvores em que podíamos ter batido, tínhamos que bater nessa que revida?

Ele olhou para trás, e a árvore continuava a sacudir os galhos, parecendo estar brava.

—Vamos — Harry murmurou —, é melhor irmos logo para a escola...

Aquela estava longe de ser a entrada triunfal que imaginara com Harry; estava dolorido e com um corte na testa que escorria sangue em seu olho, além da dor no maxilar pelo murro que levou do galho da árvore. Os dois juntaram suas malas e arrastaram-nas pela grama, em direção a entrada do castelo. Pouco antes da entrada, passaram ao lado de uma grande janela, que Rony notou, era a do Salão Principal

— Acho que a festa já começou — comentou, largando a mala ao pé dos degraus da entrada e indo espiar silenciosamente. — Ei, Harry vem ver, é a Seleção!

Harry correu à janela e juntos contemplaram o Salão Principal.

Uma quantidade enorme de velas pairavam no ar, sobre as cabeças dos alunos, fazendo os pratos e talheres de ouro vazios sobre a mesa reluzirem. No alto, o teto encantado refletia a noite bonita que fazia.

À frente das mesas compridas onde os alunos estavam, se encontravam enfileirados os novos alunos a serem selecionados. Entre eles Gina. A menina olhou para a mesa da Grifinória por longos segundos, mas logo voltou a prestar atenção na cerimônia. A professora McGonagall acabara de colocar o chapéu seletor no banquinho a frente dos alunos, e a fenda, que seria sua boca, se abriu no que seria a canção da início do ano. Gina olhou novamente para a mesa da Grifinória, parecendo tensa. Tinha prometido, ele tinha prometido a ela que estaria lá para sua seleção, que lhe daria força caso ficasse nervosa. Não poderia cumprir sua promessa, e agora se sentia culpado.

Do lado de fora não conseguiu ouvir a música que o chapéu acabara de cantar. Tão logo, a Professora McGonagall chamou um menino bem pequeno, de cabelos castanhos-acinzentados, que sentou-se no banquinho para ser selecionado. Rony olhou para a irmã, e viu mais uma vez ela o procurar na mesa da Grifinória,

— Espere aí... — cochichou Harry para Rony. — Há uma cadeira vaga na mesa dos funcionários... Onde está o Snape?

Só então que Rony reparou nos professores. Sentados lá, de frente para os alunos, estavam todos os professores e funcionários de Hogwarts. O diretor da escola, Professor Dumbledore, estava mais sério que o usual, com seu oclinhos meia-lua descendo pelo seu nariz comprido. Lá estava também Gilderoy Lockhart, o bruxo bonitão que seria o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Mas nada de Snape.

Snape professor de poções, e de longe era o pior dos professores de Hogwarts. Muito mal humorado, cruel e irônico, sentia um prazer enorme em tratar os alunos como lixo, especialmente Harry, e por serem seus amigos, também Rony e Hermione. Praticamente ninguém gostava dele, com exceção dos alunos da Sonserina, casa da qual ele era diretor.

— Vai ver ele está doente! — Rony falou esperançoso.

— Vai ver ele foi embora porque não conseguiu o lugar de professor de Defesa contra as Artes das Trevas outra vez! — comentou com um sorrisinho travesso.

— Ou vai ver foi despedido! — disse Rony entusiasmado. — Quero dizer, todo mundo o detesta...

— Ou vai ver — uma voz muito fria surgiu atrás deles — está esperando para saber por que vocês dois não chegaram no trem da escola.

Rony e Harry viraram-se depressa, ambos tremendo com o susto. Atrás deles, o homem extremamente branco, com os cabelos negros ensebados até os ombros, um nariz de gancho e as vestes negras esvoaçantes olhava-os de cima a baixo, com um sorriso que beirava a insanidade nos lábios, o que claramente significava que estavam encrencados.

— Me acompanhem. — disse Snape.

Rony e Harry sequer se entreolharam, seguiram Snape pelos corredores compridos do castelo tomando cuidado até para não respirar alto demais. Chegar voando em um carro enfeitiçado clandestinamente tendo apenas doze anos significava que infringiram regras, e não foram poucas.

Passaram em frente ao salão principal, de onde saía um delicioso cheiro de comida, mas Snape desviou e pegou um corredor que os levaria para as masmorras.

— Para dentro! — Snape falou, indicando a porta que abrira no corredor frio.

Os dois garotos entraram acuados na sala escura e sombria. Havia extensas prateleiras que guardavam todo tipo de ingredientes, insetos, fungos e tudo que poderia ser usado para o preparo de uma poção. Foram para o canto da sala, próximos de uma mesa comprida e cheia de papéis

Snape fechou a porta e virou-se para encará-los.

— Então — disse com uma suavidade excessiva — o trem não é bastante bom para o famoso Harry Potter e seu leal escudeiro Weasley. Queriam chegar causando, não foi, rapazes?

— Não, senhor, — Rony começou a explicar — foi a barreira na estação de King’s Cross, ela...

— Silêncio — disse Snape secamente. — Que foi que fizeram com o carro?

Rony engoliu em seco. Ninguém falou do carro até então, como Snape saberia? Foi aí então que o professor desdobrou o exemplar do Profeta Vespertino daquele dia.

— Vocês foram vistos — Snape falou, mostrando a manchete: FORD ANGLIA VOADOR INTRIGA TROUXAS. E começou a ler em voz alta: — “Dois trouxas em Londres, convencidos de terem visto um velho carro sobrevoar a torre dos Correios... ao meio dia em Norfolk, a Sra. Hetty Bayliss, quando pendurava a roupa para secar... O Sr. Angus Fleet, de Peebles, comunicou à polícia...”Um total de seis ou sete trouxas. Acredito que o seu pai trabalha no departamento que coíbe o mau uso de artefatos dos trouxas? — perguntou ele, erguendo os olhos negros para Rony com um sorriso ainda mais desagradável. — Tsk, tsk, tsk... o próprio filho dele...

Rony sentiu como se um balaço tivesse o acertado direto na cabeça. O carro enfeitiçado não só faria com que seu pai perdesse o emprego, mas também faria com que tivesse que pagar uma multa bastante cara. Na hora não pensou nas consequências. Queria chegar à Hogwarts, queria voar com o carro, juntou apenas o útil ao agradável. Sua impulsividade poderia deixar seu pai encrencado, e Rony também.

— Reparei na minha busca pelo jardim que houve considerável dano a um salgueiro lutador muito valioso — continuou Snape.

— Aquela árvore causou mais dano a nós do que nós a.. — Rony murmurou.

— Silêncio! — Snape bradou — Infelizmente vocês não fazem parte da minha Casa, e a decisão de expulsá-los não cabe a mim. Vou buscar as pessoas que têm este prazeroso poder.

Esperem aqui.

Rony e Harry se entreolharam pálidos. Já não bastava ter causado toda essa confusão na escola, agora seria expulso? Nem Fred e Jorge, que viviam aprontando, chegaram perto de uma expulsão. O que sua família iria dizer? Como se não bastasse ser o menos talentoso dos Weasleys, agora seria a maior decepção de seus pais

Dez minutos depois, Snape voltou e trouxe consigo a professora McGonagall. Rony já estava habituado com a expressão séria da professora, mas nunca em sua vida havia a visto daquela maneira. Sua boca estava contraída e suas narinas dilatadas. Ela adentrou a sala fria e ergueu a varinha. Rony e Harry se encolheram mas ela apontou para a lareira, fazendo com que acendesse.

— Sentem-se — disse, e os dois recuaram e se sentaram em cadeiras junto à lareira. — Expliquem-se.

A julgar pela expressão apavorada de Harry, ele não conseguiria proferir nenhuma palavra, então Rony resolveu contar a história. Começou pela barreira que não os deixou passar para a estação, omitindo apenas que o carro era de seu pai, dando a entender que haviam encontrado o carro por acaso, mas, por sorte, essa parte passou despercebida.

— ...então não tivemos outra escolha, professora, não podíamos embarcar no trem.

— Por que não nos mandaram uma carta por coruja? Creio que você tem uma coruja? — A prof. McGonagall cuspiu, olhando para Harry com frieza.

Rony se sentiu um idiota. Era só enviar uma bendita carta, ou esperar por seus pais, que certamente aparatariam ou fariam qualquer outra coisa para levá-los. O desespero de achar que não iria para a escola fez com que não pensassem no mais lógico.

— Eu... não pensei... — Harry murmurou

— Isto — tornou a professora — é óbvio.

Ouviu-se uma batida na porta da sala, e Snape, com um sorriso parecendo ter ganhado um aumento de salário, encontrava-se parado à porta, ao lado do diretor, professor Dumbledore.

Agora sim a coisa estava feia, o diretor estava ainda mais sério do que vira na cerimônia de abertura. O professor entrou calmamente na sala e parou exatamente de frente para eles. Todos ficaram em silêncio por alguns momentos, que pareceram horas, até que Dumbledore disse:

— Por favor, expliquem por que fizeram isso.

A simples pergunta estava tão carregada de decepção que Rony não teve coragem de abrir a boca. Dessa vez Harry contou a história novamente ao diretor, omitindo também de quem era o carro. Quando o garoto acabou de falar, Rony arriscou olhar para cima. Dumbledore os observava através dos oclinhos meia-lua, com a mesma feição séria de quando entrou na sala. Rony suspirou. Era obvio, jamais perdoariam algo assim.

— Vamos buscar as nossas coisas — murmurou.

— De que é que está falando, Weasley? — vociferou a Prof. McGonagall.

— Bem, os senhores vão nos expulsar, não é? — Rony perguntou, olhando de Dumbledore para Mcgonagall;

— Hoje não, Sr. Weasley — disse Dumbledore, e Rony suspirou aliviado — Mas preciso incutir em vocês a gravidade do que fizeram. Vou escrever às duas famílias hoje à noite. Devo também preveni-los de que se fizerem isto de novo, não terei escolha se não expulsar os dois.

Snape vacilou um pouco, olhando para Dumbledore como se o diretor tivesse tirado seu brinquedo favorito.

— Prof. Dumbledore, esses garotos zombaram da lei que restringe o uso de magia por menores, causaram sérios danos a uma árvore antiga e valiosa... com certeza atos desta natureza...

— A Prof. McGonagall é quem decidirá sobre o castigo dos meninos, Severo — disse Dumbledore calmamente. — Fazem parte da Casa dela e portanto são responsabilidade dela. — E se virou para a professora: — Preciso voltar para a festa, Minerva, tenho que dar alguns avisos. Vamos, Severo, tem uma torta de abóbora deliciosa que quero provar.

Snape lançou um olhar que se fosse uma varinha, certamente mataria a Rony e Harry. Os dois homens saíram, deixando-os sozinhos com a Prof. McGonagall, que ainda os observava, descontente.

— É melhor ir à ala hospitalar, Weasley, você está sangrando.

— Não é nada demais — Rony falou depressa, limpando o sangue que escorria com a manga da camisa. — Professora, eu queria ver a minha irmã ser selecionada...

— A cerimônia da Seleção já terminou — ela o cortou. — Sua irmã também ficou na Grifinória.

— Ah, que bom. — Falou desanimado.

— E por falar na Grifinória... — disse McGonagall muito ríspida, mas Harry a interrompeu.

— Professora, quando apanhamos o carro, o ano letivo ainda não tinha começado, por isso... por isso Grifinória não deve perder pontos, deve? — Perguntou ansioso. Rony lembrava bem do ano anterior, onde Harry, Hermione e Neville perderam cinquenta pontos cada um e passaram por maus bocados. Pelo menos a preocupação de Harry pareceu bem vinda por McGonagall, pois agora podia ver seus lábios menos contraídos.

— Não vou tirar pontos da Grifinória, mas os dois vão receber uma detenção.

Entre receber detenção e ser expulso, poderia ficar de detenção pelo resto do ano. O que o preocupava mesmo era seus pais. Não precisavam de carta para que soubessem do que houve, pois o carro foi visto e certamente agora seu pai estava enfrentando poucas e boas no ministério. Entretanto, receber uma carta do diretor falando de sua má conduta só reforçaria seu castigo.

A Prof. McGonagall ergueu novamente a varinha e apontou-a para a escrivaninha de Snape. Um grande prato de sanduíches, duas taças de prata e uma jarra de suco de abóbora gelado apareceram com um estalo. O estômago de Rony protestou.

— Vocês vão comer aqui e depois vão direto para o dormitório — disse ela. — Eu também preciso voltar à festa.

Ela saiu sem dizer mais nada. Quando a porta se fechou, Rony suspirou aliviado.

— Achei que estávamos ferrados — falou agarrando um sanduíche.

— Eu também — disse Harry, servindo-se.

— Mas dá para acreditar na nossa falta de sorte? — Rony falou com a boca cheia do sanduíche. — Fred e Jorge devem ter voado naquele carro umas cinco ou seis vezes e nunca nenhum trouxa viu os dois. — ele deu outra grande dentada, . — Aliás, por que será que não conseguimos atravessar a barreira?

Harry sacudiu os ombros.

— Mas vamos ter que nos cuidar daqui para frente — disse ele, tomando um grande gole do suco de abóbora, como se fosse a melhor coisa do mundo. — Gostaria de termos podido ir à festa...

— Ela não queria que fôssemos nos exibir — Rony falou sensato. — Não quer que as pessoas pensem que somos metidos, porque chegamos de carro voador.

Quando acabaram de comer tudo o que puderam (o prato sempre tornava a se encher sozinho) eles se levantaram e deixaram a sala, tomando o caminho familiar para a Torre da Grifinória. O castelo estava silencioso; pelo jeito a festa havia acabado. Depois de longos minutos virando em corredores longos e passando por quadros que resmungavam, chegaram finalmente em frente ao quadro de uma mulher muito gorda e de vestido de seda rosa, que guardava a passagem secreta para a sala comunal da Grifinória.

— Senha? — perguntou ela quando os dois se aproximaram.

— Ããã… — murmurou Harry, olhando para Rony.

É claro, não haviam participado da festa e não tiveram contato com ninguém, muito menos com os monitores. Não teria jeito de saber a senha. Mas como que por um milagre, Hermione apareceu correndo na direção deles.

— Aí estão vocês! Onde se meteram? Os boatos mais ridículos... alguém disse que vocês foram expulsos por terem batido com um carro voador. - ela riu.

— Bem, não fomos expulsos — garantiu-lhe Harry.

— Vocês não vão me dizer que realmente chegaram aqui voando? — Hermione bradou, tomando seu ar mandão.

— Pode poupar o sermão e nos dizer qual é a nova senha? — Rony falou impaciente

— É maçarico. — respondeu Hermione igualmente impaciente —, mas não é isto que está em questão...

Porém Hermione não conseguiu concluir. O retrato da mulher gorda se abriu em uma calorosa onda de aplausos. Parecia que todos os alunos da Grifinória estavam lá, espalhados por todos os cantos do salão comunal, em cima das poltronas e mesas, esperando que chegassem para parabenizá-los. Braços passaram pelo retrato e puxaram os garotos para dentro, deixando uma Hermione contrariada do lado de fora, sozinha. Alunos de todos os anos berravam e apertavam suas mãos.

— Isso foi genial! — berrou Lino Jordan. — Um achado! Que entrada! Aterrissar um carro voador no salgueiro lutador, vão comentar isso durante anos!

— Isso foi muito legal! — disse uma garota muito bonita do sétimo ano a Rony — Onde acharam o carro?

Rony sentiu seu rosto esquentar; não era muito habituado a conversar com garotas, com exceção de Hermione.

—B-bem, achamos por acaso... — Foi o tudo que conseguiu dizer.

Hermione, que assistia de longe, subiu para seu dormitório, irritada. No mesmo momento, Fred e Jorge vieram abrindo caminho entre o mar de alunos em volta dos dois.

— Por que não viemos de carro, hein? — Perguntaram contrariados.

No mesmo momento, Harry cutucou Rony nas costelas indicando com a cabeça um Percy extremamente mal humorado e pronto para lhe dar um sermão talvez maior do que sua mãe dava.

— Precisamos subir — Rony falou — Estamos cansados.

Os dois correram para a escada circular que os levava aos dormitórios, onde agora à porta tinha um letreiro que dizia: "Alunos do segundo ano".  O quarto continuava do mesmo jeito, com camas de quatro colunas e cortinas de veludo vermelho, e suas janelas altas e estreitas. Seus malões tinham sido trazidos até o quarto e colocados aos pés das camas.

Aquele havia sido um dia muito interessante: não embarcaram no trem, voaram clandestinamente em um carro enfeitiçado ilegal por centenas de quilômetros, quase foram esmagados por um salgueiro lutador, quase foram expulsos e agora viraram heróis. Rony não pôde deixar de sorrir com Harry. Apesar dos pesares, tudo fora genial!

— Sei que não devia ter curtido isso nem nada, mas...

A porta do dormitório se escancarou e por ela entraram os outros segundanistas da Grifinória que dividiam o quarto, Simas Finnigan, Dino Thomas e Neville Longbottom.

Inacreditável! — exclamou Simas radiante.

— Legal — disse Dino.

— Demais! — acrescentou Neville atônito.

E os cinco passaram ainda muitas horas acordados, ouvindo os detalhes da história de aventura de Rony e Harry.

E as aulas ainda nem tinham começado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido, deixem comentários para alegrar meu coração.



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