Rony Weasley e a Câmara Secreta escrita por biapurceno


Capítulo 2
O Resgate


Notas iniciais do capítulo

Esse universo não me pertence, foi tudo maestralmente idealizado pela rainha JK Rowling. É apenas uma história baseada em seu mundo e sem fins lucrativos, apenas entretenimento.
***************---------------------------*******************

O que? Não leu a Pedra Filosofal ainda? Isso não é um problema...

https://fanfiction.com.br/historia/764055/Rony_Weasley_e_a_Pedra_Filosofal/

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773371/chapter/2

Quando Fred ligou o carro, Rony suou frio. O automóvel era barulhento, e no silêncio da madrugada parecia que as tossidas e os roncos que fazia ficavam cinco vezes mais altas. Se continuasse daquele jeito, certamente sua mãe acordaria. Os gêmeos estavam realmente empolgados com a expectativa de voar com o carro para longe e falavam sem parar, analisando o tempo e apertando os botões do painel. Fred posicionou o carro no meio do quintal, num espaço mais amplo para que pudesse pegar impulso.

— Então, para onde vamos?

— Harry mora em Little Whinging, na rua dos Alfeneiros número 4. — Rony informou.

Uma bússola situada no painel começou a girar o ponteiro rapidamente, parando apontada para o leste.

— Ela nos dirá para onde ir! — disse Fred.

— Então o que está esperando? — Rony perguntou impaciente.

Fred ajeitou-se no banco e apertou o botão, mas o carro não subiu.

— Não está funcionando.

— Como não? Estava funcionando hoje cedo! — Jorge exclamou apertando o botão também.

— Nós não voamos hoje cedo. _ Rony pontuou

Você não voou hoje cedo, Roniquinho. Nós demos umas voltas por aí... _ Jorge comentou, sorrindo maroto.

Fred desligou o carro e tornou a ligar. O carro deu uma tossida alta e acendeu os faróis. Tentou apertar o botão mais uma vez, depois outra, depois mais uma.

— Mas que droga! _ Bradou, e com raiva socou o botão com toda sua força. O carro levantou em um só impulso, subindo desgovernado pelo quintal acima. Fred tentava fazê-lo parar, mas o carro não gostou de ser agredido, e acelerou ainda mais. Os três garotos gritaram desesperados enquanto o automóvel batia nos galhos das árvores, arranhando a lataria. Em uma arrancada brusca, pôs-se a voar rapidamente em direção a Toca.

— Desvia, Fred!

Mas Fred estava imóvel, em estado de choque, com as mãos grudadas no volante e a boca aberta. O carro acelerou para onde seria a janela de Gina. Rony se encolheu no banco traseiro para se proteger da colisão, mas Jorge, tomando coragem, jogou-se em cima do irmão gêmeo, girando o volante à tempo de fazer o carro desviar.

Rony soltou a respiração aliviado e Jorge voltou para seu banco, tremendo. Fred voltou a si com o empurrão que levou de Jorge, reassumindo a direção, finalmente fazendo o carro seguir para o lugar certo, para o alto, longe da toca.

Os três permaneceram em silêncio por longos minutos, se recompondo. Somente quando o matagal abaixo deles ficou mais denso foi que Fred finalmente falou:

— Você pegou as coisas? — Perguntou à Jorge.

— Peguei, está no banco de trás. — Jorge virou-se para Rony — Pegue essa mochila para mim.

Só então Rony percebeu que estava sentado ao lado de uma mochila grande e preta. Pegou-a para entregar ao irmão e notou que estava bastante pesada.

— O que tem aí?

— Kit de sobrevivência. — respondeu chacoalhando a mochila — Grampos, cordas, ganchos, um machado... eu achei que havia trazido... ah! Aqui está.

Ele tirou um mapa enorme de Londres, esticando sobre seu colo.

— Estamos aqui — Ele apontou para um espaço verde no mapa — e teremos que ir para lá. — ele apontou para o outro lado do mapa. _ Nós estamos a cerca de meia hora da cidade, até onde Harry mora levaremos mais uma hora mais ou menos, se correr tudo bem. É quase uma da manhã, então voltaremos para casa antes de amanhecer. O que será ótimo, pois mamãe não vai notar que saímos.

Mas nem tudo saiu como planejado.

Não podiam andar muito baixo pois o botão de invisibilidade estava ruim e por vezes ficaram piscando acima da cidade, então para que não fossem vistos por trouxas, passaram a voar entre as densas nuvens que estavam formadas no céu. A bússola não estava tão bem enfeitiçada, e por conta disso, Fred se perdeu quatro vezes durante o percurso, indo parar em bairros estranhos e em cima de ruas barulhentas. Quando chegaram em Little Whinging já era mais de três da manhã.

Era um bairro muito bonito, com muitas árvores, gramados aparados e poucos carros. Achar a casa de Harry foi bastante complicado, pois as ruas eram muito coladas e com nomes parecidos, depois de algumas voltas finalmente localizaram. A rua que seu amigo morava não era muito comprida; as casas tinham os jardins bem cuidados e também muito arborizada. Como era muito tarde não havia trouxas no local, então Fred desceu com o carro para o chão, para poderem encontrar a casa pelo número. Todas as casas eram parecidas, com algumas mudanças estratégicas na cor ou no número de andares, mas em geral, eram todas no mesmo estilo. A casa onde Harry morava era a quarta da rua. Fred estacionou na porta da frente.

— E então, entramos? — Jorge perguntou.

— Temos que verificar se todos estão mesmo dormindo. — Fred falou analisando a casa.

Rony seguiu o irmão, esticando o pescoço para ver se não havia sinal de vida na casa e então, mais a frente, viu algo potencialmente suspeito: uma janela cercada com grades, a única cercada da casa. Estava se perguntando o porquê ter uma só janela cercada, quando viu na beirada da janela uma gaiola trancada com cadeado, com uma coruja branca dentro. Como ainda se surpreendia? Certamente os trouxas o prenderam lá.

— Ali! — Rony gritou — Harry está ali, voe até lá, Fred!

Fred levantou vôo com o carro, parando na frente da janela, com o farol apontado para dentro.

— Não consigo ver, vira o carro. — Pediu Rony, e ao se posicionar próximo da janela colocou o corpo para fora, apoiando-se na grade, tendo a visão completa do quarto. Era um quarto não muito grande, com alguns desenhos de pomos de ouro colados na parede, algumas roupas espalhadas no chão e um armário com uma porta torta. A cama ficava no canto e Rony pôde ver Harry dormindo. Parecia estar tendo um sonho ruim, pois se mexia nervosamente. Rony colou o rosto na grade, apoiando-se em uma parte mais frouxa, fazendo um barulho um tanto alto.

Com o barulho, Harry levantou-se rápido, ficando sentado, tateando a mesinha ao lado da cama em busca de seus óculos. Quando finalmente avistou Rony, sorriu.

— Rony! — murmurou, correndo até a janela e abrindo-a — Rony, como foi que você... Que é...?

O queixo de Harry caiu quando percebeu que Rony estava em um carro parado no ar.

— Tudo bem, Harry? — perguntou Jorge. Mas Harry ainda estava abismado demais para responder.

— Que é que está acontecendo? — perguntou Rony, finalmente fazendo Harry parar de olhar o carro — Por que é que você não tem respondido às minhas cartas? Convidei-o a nos visitar umas doze vezes e nunca tive resposta. Aí então papai disse que você tinha recebido uma advertência por usar magia na frente de trouxas...

— Não fui eu! — Harry se defendeu — E como é que ele soube?

— Ele trabalha no Ministério. Você sabe que não temos permissão para usar magia fora da escola...

— Olha quem fala — respondeu Harry apontando para o carro.

— Ah, isto não conta — Rony riu. — É só emprestado. É do papai, não fomos nós que o enfeitiçamos. Mas fazer magia na frente desses trouxas com quem você mora...

— Eu já disse que não fiz! — Harry bradou — Mas vai levar muito tempo para contar agora. Olha, será que você pode avisar em Hogwarts?  Os Dursley me trancaram e não vão me deixar voltar e, é claro, não posso sair usando magia, porque o Ministério vai achar que é a segunda que faço em três dias, e aí...

Harry as vezes era tão ingênuo...

— Pare de falar coisas sem sentido — Rony exclamou — Viemos levá-lo para casa conosco.

— Mas vocês também não podem me tirar usando magia...

— Não precisamos — disse Rony, indicando com a cabeça o banco dianteiro do carro e sorrindo. — Você esqueceu quem é que veio comigo.

Fred remexeu a mochila, tirou uma corda e passou para Harry.

— Amarre isso nas grades — mandou, atirando a ponta da corda.

— Se os Dursley acordarem estou morto... — comentou Harry enquanto amarrava a corda em volta da grade.

— Não se preocupe — falou Fred —, e dê distância.

Harry recuou para o meio do quarto, levando Edwiges consigo. Fred pisou fundo, acelerando para cima a toda velocidade, arrancando em um só puxão a grade de segurança. Rony e Jorge puxaram-na para cima e Rony a colocou do seu lado. Olhou para as demais janelas da casa esperando ver alguma luz acender por conta do barulho que fizeram, mas para seu alívio ninguém acordou. Fred voltou para a frente da janela do quarto, chegando o mais próximo que conseguiu. Harry se aproximou, cauteloso.

— Entre — Rony convidou esticando a mão, mas Harry recuou.

— Mas todo o meu material de Hogwarts... Minha varinha... Minha vassoura... — ele choramingou.

— Onde está? — Jorge perguntou do banco dianteiro.

— Trancado no armário embaixo da escada, e não posso sair deste quarto...

— Sem problemas.  — disse Jorge pegando alguns itens da mochila, pulando Fred, — Saia da frente, Harry.

Fred e Jorge entraram no quarto de Harry pela janela. Jorge puxou um grampo do bolso e começou a arrombar a fechadura. Fred e Jorge sabiam diversos truques que os trouxas faziam por via das dúvidas. Rony nunca teve muita paciência para eles, exceto abrir fechaduras, que aprendeu para caso fosse útil um dia.

A porta se abriu. Harry só os observava, boquiaberto.

— Então, vamos apanhar o seu malão, e você pega o que precisar do seu quarto e passa para o Rony — murmurou Jorge.

— Cuidado com o último degrau, ele range — murmurou Harry para os gêmeos e eles saíram.

Harry desandou a correr pelo quarto, catando meias e objetos espalhados por todos os cantos, passando-os para Rony. Depois, correu para dentro da casa enquanto Rony ajeitava os pertences dentro do carro. Em poucos segundos Harry reapareceu com os gêmeos, ofegantes, puxando o malão quarto à dentro, posicionando para que pudessem puxá-lo para o carro.

Fred pulou a janela de volta ao veículo para puxar o malão com Rony, enquanto Harry e Jorge o empurravam pelo lado de dentro.

Pouco a pouco, o malão deslizou pela janela. O que aquele garoto levava para ter uma malão tão pesado. Rony puxou com dificuldade, tentando virá-lo do jeito que dava para o banco de trás

— Mais um pouquinho — arfou Fred, empurrando o malão com o auxílio de Harry e Jorge— Mais um bom empurrão...

Depois de muito esforço finalmente Rony conseguiu acomodar o malão no lugar certo.

— Muito bem, vamos — cochichou Jorge.

Mas quando Harry subiu no parapeito Edwiges guinchou alto, e dessa vez não fez barulho sozinha.

— ESSA CORUJA DESGRAÇADA! — Uma voz trovejante veio de dentro da casa.

— Eu esqueci a Edwiges! — Harry precipitou-se de volta ao quarto na hora em que a luz do corredor se acendeu — agarrou a gaiola, correu à janela e passou-a a Rony. Já estava entrando no carro quando um homem gordo de bigode escancarou a porta do quarto. Era o tio de Harry, de pijamas.

O homem urrou como um trasgo e correu em disparada para Harry. Rony atirou-se para frente segurando o braço do amigo. Fred e Jorge fizeram no mesmo momento em que Tio Válter atirou-se contra a janela, prendendo-o pelo tornozelo.

— Petúnia! — berrou tio Valter segurando Harry com força — Ele está fugindo! ELE ESTÁ FUGINDO!

Fred, Jorge e Rony entreolharam-se sorrindo. Agarraram-se ao corpo de Harry com todas as suas forças e o puxaram o mais forte que conseguiram, soltando o menino das garras do tio. Harry caiu ao lado de Rony, suspirando aliviado.

— Acelera, Fred! — gritou Rony, e Fred acelerou. Ainda teve tempo de olhar para trás e ver o tio de Harry esbravejando pela janela, ao lado de um menino igualmente gordo e uma mulher magra e com cara de cavalo.

— Vejo vocês no próximo verão! — gritou Harry, fazendo todos gargalharem.

O garoto se acomodou ao lado de Rony, suspirando aliviado.

— Solte a Edwiges — ele pediu — Ela pode voar atrás do carro. Faz tempo que não tem uma chance de esticar as asas.

Rony pegou um grampo com Jorge e abriu o cadeado, Edwiges piou feliz, voando pela janela aproveitando o ar fresco do lado de fora. Mal conseguia acreditar que dera certo; fugir escondido, voar num carro ilegal e resgatar o amigo não soava como algo que teria um final feliz.

— Então, qual é a história? — Rony perguntou ao amigo. — Que aconteceu?

— A história é longa e um tanto confusa... — Harry coçou a cabeça — Tudo começou com o fato de eu não ter recebido sequer uma única carta de vocês o verão inteiro. Nem você, nem Mione, nem Rúbeo, ninguém. Achei estranho e me senti muito mal e até com raiva, até três dias atrás. Meus tios estavam dando um jantar de negócios em casa, onde ele iria fechar um acordo importante para o trabalho dele e eu como sempre fui excluído, mesmo tendo sido meu aniversário.

— Ah é! — Rony exclamou cortando o assunto — Parabéns atrasado, cara. Te enviei um cartão e sapos de chocolate... continue.

— Então, quando o casal chegou, eles me mandaram ficar quieto no meu quarto. Quando subi havia um elfo doméstico à minha espera.

— O que?! — Os três Weasleys exclamaram juntos.

— Pois é! Eu também me surpreendi. Nunca tinha visto um elfo antes. Esse se chamava Dobby. Ele estava lá para me dar um aviso: disse que eu não poderia retornar a Hogwarts, pois iriam me matar. Disse que havia uma trama para fazer coisas terríveis acontecerem na Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts este ano. Perguntei a ele o que era e quem é que estava por trás disso, mas ele começou a bater com a cabeça na parede, ou com meu abajur ou outra coisa que encontrasse pela frente dizendo que não podia me contar. Tentei de todas as formas arrancar algo dele, mas toda vez que eu estava quase convencendo-o, recomeçava a se espancar.

— Ele assumiu que estava interceptando minhas cartas o verão inteiro e eu fiquei bem irritado com isso. _ continuou _ Quando finalmente disse a ele que iria a Hogwarts de qualquer maneira, ele fez o pudim de violetas que minha tia fez para a sobremesa levitar e cair no chão. Então o ministério achou que eu tinha feito a magia e me mandou uma notificação, e meus tios me prenderam no quarto por ter arruinado tudo.

Rony e os gêmeos entreolharam-se, espantados, tentando entender a história de Harry. Elfos domésticos não saíam por conta própria para dar avisos a não ser que fossem ordenados. E se por acaso esse elfo em especial fosse diferente, Hogwarts estaria correndo perigo. Mas era impossível. Não dava para confiar totalmente em um Elfo, eles são fiéis demais a seus donos verdadeiros, e se forem ordenados a mentir, eles mentem sem nem questionar.

— Muito esquisito. — disse Fred finalmente.

— Decididamente suspeito. — concordou Jorge. — E ele nem quis lhe dizer quem estaria tramando tudo isso?

— Acho que ele não podia — respondeu Harry. — Eu lhe contei, todas as vezes que ele estava quase deixando escapar alguma coisa, começava a bater a cabeça na parede.

Os três irmãos se entreolharam novamente, claramente com o mesmo pensamento: Aquilo era uma armação.

— O quê, vocês acham que ele estava mentindo para mim? — perguntou Harry aflito.

— Bom — respondeu Fred —, vamos colocar a coisa assim: Elfos domésticos têm poderes mágicos próprios, mas em geral não podem usá-los sem a permissão dos donos. Calculo que Dobby foi mandado para impedir que você voltasse a Hogwarts. Deve ser a ideia que alguém faz de uma brincadeira. Você pode imaginar alguém na escola que tenha raiva de você?

— Claro! — disseram Harry e Rony, juntos, na mesma hora. Agora sim fazia sentido. Quem mais odiava Harry ao ponto de não querer que ele voltasse para Hogwarts?

— Draco Malfoy. — Harry falou exasperado — Ele me odeia.

— Draco Malfoy? — perguntou Jorge, virando-se. — O filho de Lúcio Malfoy?

— Deve ser, não é um nome muito comum, é? — Perguntou Harry. — Por quê?

— Já ouvi papai falar nele. Era um grande seguidor de Você-Sabe-Quem.

— E quando Você-Sabe-Quem desapareceu — acrescentou Fred —, Lúcio Malfoy voltou dizendo que nunca tivera intenção de fazer nada, que estava enfeitiçado. Um monte de bosta... Papai tem quase certeza que ele fazia parte do círculo íntimo de Você-Sabe-Quem.

— Não sei se os Malfoy têm um elfo doméstico...  — disse Harry.

— Bom, seja quem for, os donos dele devem ter uma família de bruxos antiga e rica — disse Fred.

Elfos Domésticos eram passados de geração em geração pelas famílias mais tradicionais e ricas do mundo bruxo. Eram seres mágicos, pequenos e com orelhas pontudas; sua natureza era servir às suas famílias, fazer todos os serviços domésticos e cuidar de seus donos.

— É, mamãe sempre desejou que a gente tivesse um elfo doméstico para passar a roupa — comentou Jorge. — Mas só o que temos é um vampiro velho e incompetente no sótão e gnomos por todo o jardim. Elfos domésticos combinam com grandes casas senhoriais, castelos e lugares do gênero; você não encontraria um na nossa casa...

Os quatro permaneceram calados por mais um tempo. Ninguém mais em Hogwarts teria motivos para querer Harry fora da escola além de Draco. A julgar pelo estilo de vida que levava com sua família, a grande casa em que moravam e tudo mais, era possível que o tal elfo Dobby fosse mesmo dos Malfoys. Entretanto, será que ele se daria ao trabalho de enviar um elfo somente para impedir Harry de voltar para a escola? Ele poderia ser um idiota completo, mas pensar em Harry nas férias não fazia muito o estilo do sonserino.

— Em todo o caso, fico contente que a gente tenha vindo buscá-lo. — Rony resolveu mudar de assunto por hora — Eu estava ficando realmente preocupado quando você não respondeu minhas cartas. Primeiro pensei que tinha sido culpa de Errol...

— Quem é Errol? — Harry perguntou

— Nossa coruja. Ele é muito velho, não seria a primeira vez que desmaia ao fazer uma entrega. Então tentei pedir o Hermes emprestado...

— Quem?

— A coruja que mamãe e papai compraram para Percy quando ele foi nomeado monitor — explicou Fred.

— Mas Percy não quis me emprestar. Disse que precisava dele.

— Percy anda se comportando de forma muito estranha este verão — disse Jorge franzindo a testa. — E tem despachado um bocado de cartas e passado um tempão trancado no quarto... Quero dizer, tem limite o número de vezes que a pessoa pode querer dar brilho num distintivo de monitor, se é que vocês me entendem... _ falou sorrindo maldoso_ Você está se afastando demais para oeste, Fred — acrescentou, apontando a bússola no painel do carro. Fred corrigiu o rumo girando o volante.

— E seu pai sabe que vocês estão dirigindo o carro? — perguntou Harry sorrindo maroto

— Ah, não — Rony respondeu simplesmente —, ele teve que trabalhar hoje à noite. Com sorte conseguiremos guardar o carro de volta na garagem antes que mamãe note que saímos com ele.

— Afinal, que é que seu pai faz no Ministério da Magia? — Perguntou Harry curioso.

— Ele trabalha no departamento mais monótono de todos — disse Rony com tristeza. — O do Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas.

— O quê?

— Tratam do feitiço lançado em objetos feitos pelos trouxas, sabe, no caso de acabarem indo parar numa loja ou numa casa de trouxas. Como no ano passado, uma velha bruxa morreu e o seu serviço de chá foi vendido a uma loja de antiguidades. Uma mulher trouxa comprou o serviço, levou para casa e tentou servir chá aos amigos. Foi um pesadelo, papai ficou trabalhando depois do expediente durante semanas.

— Que aconteceu?

— O bule de chá endoidou e espirrou chá fervendo para todo lado, e um homem foi parar no hospital com as pinças de açúcar presas no nariz. Papai quase ficou louco, só existe ele e um velho bruxo chamado Perkins no escritório, e os dois tiveram que usar feitiços para apagar lembranças e outros tipos de recursos para abafar o caso...

— É, papai é doido por tudo que os trouxas produzem; nosso barraco de ferramentas é cheio de coisas de trouxas. — Fred falou — Ele desmonta um objeto, enfeitiça e torna a montá-lo. Se ele revistasse a nossa casa teria que se dar ordem de prisão. Mamãe morre de raiva.

— Aquela é a estrada principal — disse Jorge, espiando para baixo pelo para-brisa. — Estaremos lá em dez minutos... Ainda bem, já está amanhecendo...

Só então Rony se deu conta que já passava das cinco da manhã e do quanto estava cansado. Fred abaixou um pouco o carro e Harry grudou na janela, observando tudo com muita curiosidade.

— Moramos um pouquinho fora da cidade — disse Jorge. — Ottery St. Catchpole...

Fred guinou o carro para baixo, descendo cada vez mais. O carro tocou o chão com um ligeiro solavanco.

— Pousamos! — exclamou Fred.

Rony, Harry e Jorge saíram enquanto Fred guardava o carro na garagem. Harry parecia curioso com tudo à sua volta, e olhava de boca aberta para a casa, a Toca. Rony percebeu a cabeça do amigo virando devagar conforme ia contando o número de andares e como observava espantado as galinhas ciscando pelo quintal. Por mais que seus tios o odiassem, a casa em que vivia era muito mais bonita e bem cuidada, com objetos caros e tudo mais. A Toca era humilde, sem muita mordomia, não sabia se Harry iria se incomodar.

— Não é muita coisa... — disse Rony sem graça.

— É maravilhosa! — Disse Harry, sincero.

Fred voltou correndo, juntando-se aos demais.

— Agora vamos subir muito quietinhos. — recomendou — e esperar mamãe nos chamar para tomar o café da manhã.

— Então Rony, você desce correndo e diz: "Mamãe, olhe só quem apareceu durante a noite!" e ela vai ficar tão contente de ver o Harry que não vai questionar como ele chegou, e ninguém vai precisar saber que saímos voando no carro. — Jorge completou o plano.

— Certo — Rony concordou — Vamos Harry, eu durmo no... No alto...

Mas Rony não foi capaz de terminar a frase. Seu coração pulou para a boca, o sangue saiu de seu rosto e suas pernas ficaram tão moles que por pouco não caiu. Os outros três viraram-se e ficaram igualmente apavorados. Sua mãe vinha correndo, espantando as galinhas, com os olhos fixos nos quatro meninos. Mesmo sendo pequena parecia um gigante em fúria tamanha era sua raiva.

— Droga! — exclamou Fred.

— Essa não! — exclamou Jorge.

Molly parou diante dos três filhos com a mão na cintura, batendo os pés no chão. Rony por um momento achou que seus olhos castanhos haviam mudado para vermelhos.

— Muito bem — disse ela entre os dentes.

— Bom dia, mamãe! — Jorge exclamou em um tom exageradamente gentil.

— Vocês fazem ideia da preocupação que tive? — perguntou num sussurro letal.

Os três filhos encolheram-se como se ela tivesse gritado.

— Desculpe, mamãe, — Rony começou — mas sabe, tínhamos que...

— Tinham o que? — Molly berrou — Que me matar do coração isso sim! As camas vazias! Nenhum bilhete! O carro desaparecido! Sabe quantas coisas ruins passaram pela minha cabeça? Podia ter batido, caído do alto... Fiquei louca de preocupação, imaginando onde vocês estavam... mas vocês se importaram? Claro que não! Pra que avisar a minha mãe que iríamos sair de casa em plena madrugada para resgatar Harry Potter, mesmo depois de já ter conversado sobre o assunto? — Rony sabia que ela estava apontando para ele naquele momento, mas não se atreveria a olhar. — Nunca em minha vida imaginei passar por uma coisa dessas. Esperem até seu pai voltar, nunca tivemos problemas assim com o Gui nem com o Carlinhos nem com o Percy...

— O Percy perfeito... — resmungou Fred.

— VOCÊS PODIAM SE MIRAR NO EXEMPLO DO PERCY! — ela berrou ainda mais alto, metendo o dedo no peito de Fred. — Vocês podiam ter morrido, podiam ter sido vistos, podiam ter feito seu pai perder o emprego...

Nunca em toda a história haviam recebido um sermão tão longo na frente de alguém. Molly continuou gritando loucamente com os filhos durante longos minutos e virou-se de repente para Harry, que chegou a recuar alguns passos.

— Estou muito contente em vê-lo, Harry, querido. Entre, venha tomar café. — disse bondosa.

Ela entrou sem olhar para os filhos. Harry ficou parado, como se esperasse um sinal que era seguro continuar e Rony acenou a cabeça, encorajando-o a entrar.

Os meninos entraram em silêncio e sentaram-se à mesa da cozinha. Era engraçado ver como o amigo reparava em cada detalhe com admiração. Passou um bom tempo abismado com o relógio na parede, que diferente dos relógios dos trouxas, tinha só um ponteiro e nenhum número, somente informações como a Hora de fazer chá, Hora de dar comida às galinhas e Você está atrasado.

O que não era nada engraçado era o humor de sua mãe. Ela descontava sua ira por Rony e seus irmãos saírem sem permissão nas frigideiras, que batiam no fogareiro com violência. As salsichas e ovos eram atirados de forma brusca, e se ela não fosse tão habilidosa na cozinha com certeza teriam caído no chão; vez ou outra lançava olhares severos a ele e aos gêmeos e resmungando coisas como "não sei o que estavam pensando" e "eu nunca teria acreditado". Nem mesmo o volume alto de Celestina Werbeck, sua cantora favorita, abafava os resmungos, o que começou a deixar Harry visivelmente sem graça.

— Não estou culpando você, querido — ela o tranquilizou, servindo algumas salsichas a ele. — Arthur e eu estivemos preocupados com você, também. Ainda ontem estávamos falando que iríamos buscá-lo pessoalmente se você não escrevesse a Rony até sexta-feira. Mas francamente — ela lançou mais um olhar feio à Rony, que encolheu, e lhe serviu ovos fritos tacando-os no prato — atravessar metade do país em um carro ilegal, vocês podiam ter sido vistos...

Ela acenou a varinha em direção dos pratos na pia, que começaram a se lavar de forma desordenada.

— Estava nublado, mamãe! — Fred falou.

— Você fique de boca fechada enquanto come! — ralhou a Molly.

— Ele estava trancado num quarto com cadeado, mamãe! — argumentou Rony.

— Você também! — brigou ela.

— Estavam matando ele de fome, mamãe! — tentou Jorge.

— E você! — ela exclamou, mas Jorge acertou dessa vez, pois foi com uma expressão ligeiramente mais branda que ela começou a cortar e passar manteiga no pão para Harry.

Naquele momento um movimento no corredor chamou a atenção de todos na cozinha. Gina vinha ainda sonolenta vestindo sua camisola comprida cor de rosa, esfregando os olhos. Ao alcançar o cômodo ela parou estupefata, olhando para Harry com os olhos arregalados, soltando um gritinho histérico e correndo de volta para dentro.

— Gina — disse Rony baixinho para Harry. — Minha irmã. Ela falou de você o tempo inteiro!

— É, ela vai querer o seu autógrafo, Harry — disse Fred com um sorriso maroto, mas quando viu que Molly o olhava, voltou a comer de cabeça baixa.

Nada mais foi dito até os quatro pratos ficarem limpos, o que não levou muito tempo, pois depois de toda aventura que viveram estavam famintos.

— Putz, estou cansado — bocejou Fred, assim que limpou seu prato. — Acho que vou me deitar e...

— Não vai, não! — retrucou Molly. — A culpa foi sua se ficou a noite toda acordado. Você vai desgnomizar o jardim para mim; eles estão ficando completamente rebeldes outra vez.

— Ah, mamãe...

— E vocês dois — disse ela cortando Fred, olhando feio para Rony e Jorge. — Poderiam dormir se não tivessem perdido tempo brincando ontem e deixado o serviço para hoje. — ela virou-se para Harry, agora sorrindo — Você pode ir se deitar, querido, você não pediu a eles para voarem naquele carro infernal.

— Vou ajudar o Rony. Nunca vi fazer uma desgnomização... — Harry falou prontamente. Devia estar querendo de auto-castigar por fazer com que os três ficassem encrencados.

— É muito gentil de sua parte, querido, mas é trabalho monótono — disse ela se dirigindo a estante. — Agora vamos ver o que Lockhart tem a dizer sobre o assunto.

Ela puxou o livro pesado de cima do console. Jorge gemeu.

— Mamãe, nós sabemos como desgnomizar um jardim.

Lá estava ele mais uma vez. Gilgeroy Lockhart, um bruxo que havia estado em diversas aventuras e escrito diversos livros (sua mãe tinha grande parte deles) e em geral seus maiores fãs não eram os bruxos. Eram as Bruxas.

Lockhart era um bruxo com uma boa aparência, cabelos louros e ondulados e olhos azuis vivos. Em todos os seus livros havia na capa uma grande foto sua, acenando e piscando todo o tempo. Para Rony não tinha nada demais, já para sua mãe...

— Ah, ele é um arraso! — ela falou com os olhos brilhando — Conhece bem as pragas domésticas. É um livro maravilhoso...

— Mamãe tem uma quedinha por ele. — disse Fred num sussurro muito audível.

— Não seja ridículo Fred — ela bradou com o rosto corado — Está bem, se vocês acham que sabem mais do que Lockhart, podem ir fazer o trabalho, mas tenho pena de vocês se tiver sobrado um único gnomo naquele jardim quando eu sair para inspecioná-lo.

Os quatro meninos saíram a contragosto. Rony sentia seus olhos pesados de sono e o corpo dolorido de cansaço e via que seus irmãos estavam tão cansados quanto, mas sabiam que mereciam o castigo de sua mãe. Rony, Jorge e Fred dividiram-se entre as plantas no quintal, Rony andou mais para o fundo, com Harry a seus calcanhares.

— Os trouxas também têm gnomos de jardim, sabe... — ele comentou quando cruzavam o gramado.

— Sei, já vi aquelas coisas que eles acham que são gnomos — disse Rony, enfiando a cabeça no canteiro —, como papais noéis baixinhos e gordinhos segurando varas de pescar...

Estreitou os olhos e avistou o buraco fundo onde o gnomo se escondia. Enfiou a mão com firmeza e puxou-o pelo bracinho deformado. O gnomo começou a se debater e a chutar, berrando “Tire as mãos de cima de mim! Tire as mãos de cima de mim!”.

— Isto é um gnomo — falou a Harry. Esticando o gnomo mais à frente para que ele pudesse ver melhor. A pequena criatura continuava a tentar chutar a qualquer custo, Rony o agarrou pelos tornozelos e o virou de cabeça para baixo. — E isso é o que a gente tem que fazer — explicou. E ergueu o gnomo acima da cabeça e começou rodá-lo em grandes círculos enquanto ele berrava. Ao ver a cara de espanto de Harry, acrescentou: — Isso não o machuca, você só precisa deixá-los bem tontos para não poderem encontrar o caminho de volta para as tocas de gnomos.

Então soltou os tornozelos do gnomo, que voou uns seis metros para o alto e caiu com um baque surdo no campo do outro lado da cerca de arbustos.

— Lamentável — exclamou Fred, com outros dois gnomos na mão — Aposto que posso atirar o meu bem além daquele toco de árvore.

Os quatro garotos logo esqueceram-se do cansaço e começaram uma pequena competição de atirar gnomos pelo quintal. Harry, que no início estava com pena dos gnomos, se acostumou rápido e fez o melhor arremesso dos quatro. Conforme a desgnomização acontecia, os gnomos saíam para espiar o que estava acontecendo, facilitando o trabalho dos meninos. Não demorou muito e os que foram lançados começaram a se afastar cambaleando para fora do quintal, com os ombrinhos curvados.

— Eles vão voltar — Rony falou enquanto os gnomos saíam cerca a fora. — Eles adoram isso aqui. Papai é muito mole com eles, acha que são engraçados...

Naquele instante, a porta de entrada bateu.

— Papai está em casa! — exclamou Jorge.

Os meninos correram para receber Arthur. Quando entraram, o encontraram largado numa cadeira, a cabeça recostada para trás e os olhos fechados, bebericando uma xícara de chá.

— Que noite! — murmurou, tateando à procura do bule de chá enquanto todos se sentaram à sua volta. — Nove batidas. Nove! E o velho Mundungus Fletcher ainda tentou me lançar um feitiço quando eu estava de costas...

Ele tomou um longo gole de chá e suspirou.

— Encontrou alguma coisa, papai? — perguntou Fred ansioso.

— Só encontrei umas chaves para portas que encolhem e uma chaleira que morde — bocejou — Houve as ocorrências feias, mas não foram no meu departamento. Mortlake foi levado para interrogatório sobre umas doninhas muito esquisitas, mas isto foi com a Comissão de Feitiços Experimentais, graças a Deus...

— Mas por que alguém ia se dar o trabalho de fazer chaves que encolhem? — perguntou Jorge.

— Só para aborrecer os trouxas — suspirou Arthur. — Vendem a eles uma chave que encolhe até desaparecer, de modo que nunca conseguem encontrá-la quando precisam... É claro que é muito difícil processar alguém porque nenhum trouxa vai admitir que a chave dele não para de encolher, insistem que vivem a perdê-las. Deus os abençoe, eles vão a extremos para fingir que magia não existe, mesmo que esteja no nariz deles... Mas as coisas que o nosso pessoal anda enfeitiçando, vocês não iriam acreditar...

— COMO CARROS, POR EXEMPLO?

Molly surgiu de repente, empunhando um longo atiçador como uma espada. Rony, Fred e Jorge se encolheram. Arthur olhou com cara de culpa para a mulher.

— C-carros, Molly, querida?

— É Arthur, carros! — Ela esbravejou — Imagine só um bruxo comprar um carro velho e enferrujado e dizer à mulher que só quer desmontá-lo para ver como funciona, quando na realidade o enfeitiçou para fazê-lo voar.

As orelhas de Arthur ficaram vermelhas.

— Bom, querida, acho que você vai descobrir que ele estava agindo dentro da lei quando fez isso, mesmo que... Ah... Tivesse agido melhor se, hum, se tivesse contado a verdade à mulher... Há um furo na lei, você vai descobrir... Desde que ele não tivesse intenção de voar no carro, o fato de que o carro poderá voar não...

— Arthur Weasley, você providenciou para que houvesse um furo nessa lei quando a escreveu! — Ela gritou. — Só para você poder continuar a se distrair com aquela lixaria dos trouxas no seu barraco! E para sua informação, Harry chegou hoje de manhã naquele carro que você não tinha intenção de fazer voar!

— Harry? — exclamou Arthur sem entender — Que Harry?

Só então ele se deu conta que Harry estava sentado ao lado de Rony e deu um salto.

— Deus do céu, é Harry Potter? Muito prazer em conhecê-lo. Rony tem falado tanto em...

— Os seus filhos foram naquele carro até a casa de Harry e voltaram de lá ontem à noite! — Ela o cortou. — Que é que você me diz disso, hein?

— Vocês fizeram mesmo isso, saíram da cidade de carro? — ele perguntou ansioso. — E o carro voou bem? Eu... Eu quero dizer — gaguejou e Molly trincou os dentes — que... Isso foi muito errado, meninos... Muito errado mesmo...

Mas Rony não iria ficar lá para ver o fim da história. Cutucou Harry e o chamou para sair dali no momento que sua mãe inchou como um balão de gás. — Vamos, vou lhe mostrar o meu quarto.

Os dois saíram discretamente da cozinha e começaram a subir as escadas. Ao chegarem no terceiro andar, Rony viu os olhos castanhos brilhantes de Gina por trás da porta de seu quarto, espiando os dois, e bateu a porta assim que percebeu que eles a olhavam.

— Gina — explicou Rony. — Você não sabe como é estranho ela estar tão tímida. Normalmente ela nunca para de falar...

Subiram os dois lances de escada restantes e finalmente entraram em seu quarto. Harry parou impressionado, detendo o olhar nos pôsteres do Chudley Cannons que tinha colado por toda a extensão da parede.

— O seu time de Quadribol? — perguntou.

— O Chudley Cannons — disse Rony, apontando para sua colcha laranja que ganhara quando completou nove anos. Tinha um brasão com dois enormes “C” pretos e uma bala de canhão em movimento. — Nono lugar na divisão.

Harry continuou a reparar cada detalhe do quarto de Rony com curiosidade, como se nunca tivesse visto um quarto de um bruxo pré-adolescente antes, o que, Rony lembrou, era provável. Harry tinha um quarto muito maior e mais arrumado na casa dos trouxas, com uma cama mais bonita e provavelmente mais confortável e muito mais espaço.

— É meio pequeno — Rony falou sem graça. — Nada como aquele quarto que você tinha na casa dos trouxas. E estou bem debaixo do vampiro no sótão; sempre batendo nos canos e gemendo...

Harry estava distraído admirando a vista da janelinha de seu quarto, que dava para todo o jardim da Toca. Virou-se para Rony com um sorriso sincero no rosto.

— Essa é a melhor casa que já visitei.

Rony não pode evitar ruborizar-se, sorrindo de volta. Finalmente poderia relaxar no resto de férias que ainda tinham.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham Curtido, deixem comentários para alegrar meu coração.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rony Weasley e a Câmara Secreta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.