Aeipathy escrita por GirldiAngelo


Capítulo 1
Annabeth


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! *aceno rapido*
Sejam muito bem vindos... espero que gostem a ideia da fanfic, se divirtam, chorem e deem risadas. Estou escrevendo essa historia a bastantinho tempo, então tem muito amor e carinho em cada capitulo pra vocês!
Sem mais delongas, vejo você lá embaixo!



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Annabeth

— Mãe, eu não vou usar essa maquiagem toda! – Resmunguei enquanto Atena colocava alguns produtos em frente a nossa pequena penteadeira.

Assim como maior parte dos moveis da casa, a penteadeira já havia sido muito sofisticada e dava ao ambiente a expressão da riqueza da família. Atualmente, era antiquada e com toda certeza pedia para ser substituída - O que não aconteceria, já que a muito tempo não tínhamos mais dinheiro para gastar com coisas supérfluas como a decoração da casa.

 Apesar de nossa posição no sistema de castas de Illéa ser relativamente alta, em poucos anos nossa família havia sido rebaixada a ralé da três. Isso aconteceu quando meu pai foi cortado da herança da família, após casar-se com uma seis. Apesar de dentro da lei, o casamento de Frederick, o filho prodígio de uma das famílias mais ricas da cidade, com Atena, uma seis curiosa e intrometida, foi extremamente mal visto. O que nos salvava diariamente da pobreza era o extremo talento de meu pai de cativar todos com suas histórias, enquanto minha mãe trabalhava em casa nos seus projetos arquitetônicos que, mesmo sendo incríveis, na maior parte do tempo eram recusados por terem vindo de uma nascida seis.

— Por favor, vamos ser sinceros! Todos aqui sabem quantas portas vão se abrir para você se você tiver a chance de fazer parte da seleção! Além disso, você tem uma quedinha pelo príncipe, nós percebemos isso, corujinha... –Minha mãe continuava a incentivar, então decidi desviar o olhar para meu pai, quase em uma suplica.

— Sua mãe está certa, querida. Talvez não seja tão negativo assim ressaltar a beleza que você já tem. – Ele respondeu, para minha decepção.

Dois contra um, fui vencida.

Na verdade, assim como todas as garotas do país, eu queria participar da Seleção. Qualquer garota em sã consciência gostaria de ter a chance de passar algumas semanas no castelo, conhecer o príncipe Jason, poder conquista-lo e casar-se com ele. Entretanto, não acreditava que passar uma imagem falsa sobre quem eu sou me ajudaria em alguma coisa.

Já para minha mãe, o certo a fazer era me destacar. Por isso, acabei com meus cabelos loiros presos em um coque perfeito e uma camada de maquiagem marcando as linhas do meu rosto exageradamente. Não gostava nem um pouco daquela imagem, mas vê-la orgulhosa do resultado me convenceu a mantê-la.

O assunto de uma seleção estava na boca da cidade à alguns meses, quando todas as televisões do país documentaram a grande festa de aniversário feita para o Príncipe Jason Grace, que chegara aos seus 18 anos e assim, deveria escolher uma esposa e a nova princesa de Illéa. A ideia de escolher aleatoriamente 35 garotas entre as milhares das inscritas elevava a ideia de que qualquer uma de nós poderia ser a próxima princesa, contanto que o príncipe nos escolhesse. Não queria manter as esperanças muito altas, mas não podia negar que admirava a classe, educação e beleza do príncipe.

À uma semana atrás, quando recebemos em casa uma carta do palácio anunciando que a seleção aconteceria e eu estava na faixa etária para me inscrever, a minha fantasia interna pareceu contaminar todos da nossa casa. Meu pai, apesar de mais reservado, sorria para mim enquanto eu preenchia os papeis. Meus irmãos, concentrados em me fazer perder a paciência, cantarolavam por toda a casa frases como “Annabeth vai ser uma princesinha”. Mamãe, organizada e séria como sempre, havia revisado minhas respostas no formulário umas 3 vezes, me pedindo sempre para acrescentar mais coisas a fim de me valorizar. Ao fim, uma lista um pouco extensa exibia como eu havia sido preparada, desde muito nova, a ser um destaque.

Graças aos meus pais e seus amigos, e a curiosidade herdada da minha mãe, eu já havia devorado mais livros do que era esperado para qualquer garota com 19 anos. Por isso, havia adquirido muito conhecimento sobre arquitetura (o que foi para a ficha como um hobby meu), relações diplomáticas (isso com certeza saltaria aos olhos da realeza) e por fim, uma lista contendo as línguas que havia aprendido a falar por conta própria, com o intuito de aumentar as possibilidades de leitura.

Além do inglês, havia aprendido logo quando pequenina a falar espanhol e francês, por insistência do meu pai em relembrar as culturas que formavam nosso país. O desafio mesmo começou quando por conta própria decidi arriscar-me no português, já que apesar de sua similaridade com o espanhol, a língua era extremamente difícil. Mas atualmente, com um pouco de lentidão, conseguia me virar facilmente com as 4 línguas.

Assim que preenchida, ficha deveria ser entregue no Departamento de Serviços Provinciais, onde alguns amigos do meu pai o haviam  alertado que eles tirariam também uma foto de cada garota inscrita.

Isso me levava ao momento que, ao lado do meu pai, eu caminhava até o local com o papel em uma mão e a insegurança na outra, além de vários grampos no cabelo.

— Você é linda querida. Com certeza vai ser selecionada. – Meu pai tentava me acalmar.

— Essa não sou eu. É uma versão mais nova da mamãe. – Reclamei.

— Deve ser por isso que eu gosto tanto, então. – Ele sorriu e eu respondi com uma careta.

— Eca.

— Quero ver se vai responder do mesmo jeito quando o príncipe elogiar você assim. – Implicou.

— Ele não vai. – Dei de ombros, tentando manter as expectativas baixas. – Duvido que eu seja selecionada. Além disso, ele parece um pouco sério demais para esse tipo de cantada indiscreta, não?!

— Bem, se ele não souber elogiar a futura esposa, então sinto pena da garota que se casar com ele. – Papai falou com naturalidade e então virou-se ao ouvir seu nome sendo chamado.

Nesse momento, alguns amigos do meu pai que também acompanhavam suas filhas se aproximaram e, por educação, me retirei da conversa. Fiquei perdida nos meus próprios pensamentos, tentando ignorar os olhares malvados das outras garotas da fila, era como se todas já se considerassem oponentes.

 Esperei por longos minutos a nossa vez, sentido cada vez mais o incomodo dos cabelos presos e a maquiagem trabalhosa de minha mãe se dissipando. Assim que pude entrar finalmente na pequena estrutura do departamento, pediram que eu entregasse a ficha e me sentasse em frente a um pano branco, de onde conseguia ver meu pai sorrindo para mim do lado de fora.

— Pronta senhorita Chase? – o fotógrafo esticou os olhos para minha ficha.

—Espera! – Falei repentinamente e me apressei para soltar os grampos dos cabelos, deixando-os cair sobre meus ombros nas suas ondas naturais. Aproveitei também para tirar o batom de cor exageradamente vermelha dos lábios com as pontas dos dedos. Abri o melhor dos sorrisos possíveis e escondi as mãos atrás das costas bem a tempo de ouvir o barulho da câmera.

— Ficou ótima, se me permite falar. – O fotógrafo sorriu para mim. 

Esperava muito que sua opinião estivesse correta, pois passei todo o caminho até em casa pensando em como minha teimosia podia ter estragado as chances.


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