Steve e Danny foram outra vez pescar, dessa vez com seus distintivos colados as roupas de mergulho com um alfinete grosso. Da última vez que eles fizeram isso, eles foram assaltados, jogados em um bote furado e quase foram presos por assassinato.

— Espero que dessa vez não aconteça nada. – Danny pegou sua vara de pesca. – Da última vez que fizemos isso, quase fomos presos.

— Bem, agora ele está preso e temos um alerta silencioso que pegaria até no Japão para nossa equipe em terra. – Steve deu um meio sorriso. – Vai dar tudo certo.

— Quer parar de dizer isso? – Danno deu um olhar nervoso. – Sempre que você diz isso parece que dá tudo errado.

— Não é minha culpa. – Steve deu de ombros. – Danny, sua vara!

Correndo para ela, Danno a segurou no objeto e Steve foi ajudar seu amigo e eles finalmente conseguiram trazer o peixe para cima.

— Muito bem. – Steve sorriu. – Vai comer ou empalhar esse bicho?

Lembrando-se da última vez que pediu a Kamekona para cozinhar, Danno colocou o peixe no gelo. Apesar da alta conta, ele estava delicioso, então ele iria comer.

Steve olhou para o mar. Havia algo estranho naquele lugar. Estava calmo demais e o tempo estava virando.

— Acho melhor a gente entrar. – Steve falou. – Parece que virá chuva por aqui.

Danno trancou a caixa onde o peixe estava com um cadeado e entrou no barco. Rezando para que o sinal funcionasse, Danno apertou o botão no celular e sentou-se.

Em terra firme, Lou estava com sua esposa tendo uma noite com sua família quando recebeu o sinal de perigo.

— Eu sinto muito, querida. – Ele beijou a esposa. – Preciso sair.

— Algo errado? – René se preocupou. - Querido?

— Eu vou descobrir em breve. Mantenha Grace em casa. – Ele beijou novamente a esposa e saiu de casa.

Junior e Tani estavam em uma sessão de amassos durante um filme romântico na televisão a cabo. Eles ouviram seus celulares tocarem simultaneamente e se separaram gemendo sua reprovação.

— Acho que Steve e Danno estão com problemas. – Junior falou. – Eles não tinham ido pescar?

— Joons... – Tani apontou para o boletim que interrompeu o filme.

— Interrompemos nossa programação para um boletim exclusivo sobre o tempo em alto mar. – A apresentadora começou. – Uma tempestade está se formando a partir do oceano. Recomenda-se que todos os barcos desocupem a praia e todos os habitantes se protejam dentro de suas casas até novo aviso.

Os dois se levantaram e pegaram seus distintivos e armas, saindo para encontrar seus amigos.

Enquanto isso, Steve e Danny estavam no meio do oceano. Olhando para a tempestade, Steve acelerou um pouco mais o barco em direção ao porto. Ao menos eles estariam seguros por lá.

— Admita que essa viagem foi um erro horrível. – Danno cruzou os braços. – Primeiro somos assaltados e agora podemos morrer no meio do oceano, mar, sei lá.

— Eu não sabia que viria uma tempestade. – Steve se defendeu. – Merda.

— O que foi? – Danny olhou para o medidor de gasolina. – Merda.

— A gasolina não vai chegar até o porto. – Steve nem falou e a gasolina apenas acabou. – Eu acho que precisamos rezar.

A tempestade já estava os alcançando. No segundo em que a chuva começou, Steve e Danno colocaram suas boias salva vidas e foram até onde seus distintivos e armas estavam.

— Se sairmos disso aqui, eu nunca mais vou pescar com você. – Danno olhou para Steve que assentiu.

Lou correu para a sede da central de meteorologia do Hawaii. Usando suas credenciais de agente Five 0, Lou entrou e chegou a uma das técnicas de tempo.

— A área em azul é onde você me disse que seus amigos estão. – Ana apontou. – O temporal está concentrado por aí.

— Precisamos salvar eles. – Lou falou quando a porta se abriu. – Eles não querem nos ajudar.

— Eles estão isolados naquele lugar. – Tani estava com medo. – Já enfrentamos isso uma vez. Ficamos isolados e quase morrendo com uma toxina. Precisamos encontrar os dois e trazer para casa.

— Se Steve estivesse aqui, ele roubaria um helicóptero. – Lou refletiu tristemente. – E nem Deus o impediria de ir.

— Eu conheço alguém igualmente maluco. – Junior discou alguns números. – Oi, sei que são suas férias, mas Steve e Danny estão isolados na tempestade em alto mar.

— Estou a caminho. – Callen pegou suas chaves e correu para o centro de meteorologia.

Abrindo a porta, ele fez um sinal para segui-lo. Junior e Tani iriam com ele enquanto Lou, que se tinha medo de estar em um helicóptero durante uma tempestade, ficou no centro meteorológico.

Desejando boa sorte, Callen levantou voo.

— Então é assim que vamos morrer? – Danno estava com raiva. – Achei que seria com um tiro, talvez com um acidente de carro pelo jeito que você dirige, mas assim? Durante uma pesca?

— Tenha fé, Danno. – Steve olhou para o céu. – Você enviou o código há menos de duas horas. Leva tempo para encontrar um homem igualmente doido feito eu para vir até aqui....

Mas, antes que Steve conseguisse terminar, uma onda ruim os atingiu e o barco virou. Steve e Danny conseguiram-se agarrar a um pedaço de madeira e respirar fundo, agradecendo pelos coletes do barco.

Steve esperava que o seguro cobrisse os danos pelo barco.

O pedaço de madeira era na verdade o tanque onde seu peixe estava e então, eles conseguiram nadar alguns poucos centímetros, antes de terem que subir na caixa. Eles estavam molhados, com fome e enfrentavam os tubarões.

As horas foram passando assim como a tempestade.

Callen circulou mais uma vez o mar em busca dos dois, mas era difícil ver algo na escuridão. Ele teve que voltar para abastecer e suspirou com as expressões derrotadas de Tani e Junior.

Jerry fez de tudo para encontra o sinal, mas o celular de Danny estava desligado ou muito provavelmente sem bateria. A noite passou demoradamente e com todo mundo sofrendo de uma crise grave de insônia.

— Às vezes eu acho que a nossa sorte é complicada demais. – Danno olhou para Steve. – Você está bem?

— Estou pensando em como a equipe se sentiria se, você sabe, morrêssemos. – Steve olhou para o horizonte melancólico. – O que eles colocariam nos nossos túmulos?

— Aqui jaz Steve. Morreu porque era teimoso e quis pescar. – Danny brincou. – Na minha seria: Aqui jaz Danny. Morreu porque foi cabeça dura e aceitou ir pescar de novo.

— Não quero morrer. – Steve declarou de novo. – Nós temos nossas armas e talvez devêssemos usar como um tipo de sinalizador.

Danny retirou do bolso a pistola sinalizadora e deu de ombros.

— Nunca esqueça sua arma. – Danno preparou, mirou e atirou. – Espero que essa coisa seja suficiente.

Na sede da Five 0, Jerry captou o sinal gps do sinalizador e mandou as coordenadas para todo mundo.

Callen subiu no helicóptero e eles voaram até onde eles estariam.

Olhando para cima, Steve sorriu triunfante. Eles acenaram felizes por finalmente estarem a salvo. O peixe com levado junto, é claro. No segundo que ambos embarcaram com o peixe, um tubarão abocanhou o que sobrou da caixa.

Tani abraçou Steve e Danny assim que eles subiram no helicóptero. Callen acelerou para ir de volta a garagem.

— Obrigado por ter vindo, G. – Steve deu um tapa leve nas costas do amigo. – Acho que vou deixar essa coisa de pescaria para lá.

— Eu concordo. – Danno olhou para o amigo. – Vou pedir a Ana Luísa que passe um gel nas minhas costas quando chegarmos.

— Eu vou pedir a Elisa para que ela passe um em mim também. – Callen deu uma risada engraçada. – Olha, eu vim para passar algum tempo com ela aqui. Prometo chamar todos vocês para o casamento.

— Tenho certa que Walkiria vai amar. – Steve sorriu ao lembrar de sua namorada. – Eu esqueci o jantar com ela.

— Bem, eu acho que ficar preso em alto mar é uma desculpa aceitável. – Tani sorriu. – Agora, que tal falarmos desse peixe?

Junior deu uma risada fofa. Quando o helicóptero pousou, cada uma das namoradas se aproximou tanto de Steve e Danno quanto a de Callen.

Eles acabaram indo para o trailer de Kamekona, dividindo uma refeição completa antes de voltarem a noite para o jantar de peixe.

Steve guardou as varas no bagageiro, desejando que na próxima vez eles voltassem para casa sem precisar de algum tipo de resgate.

Lou, por outro lado, sabia que Steve e Danno fingiam brigar, mas no fundo eram irmãos de alma.