Dragonize escrita por Kemur


Capítulo 9
O Gatilho para o Fim


Notas iniciais do capítulo

Pois minha gente... Ta acabando... Acho que mais uns 4 ou 5 caps acaba...
EU ME RECUSO A ACABAR



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773079/chapter/9

Estelle estava entediada.

Seu tédio só não era maior do que a humilhação por ter sido derrotada, capturada, encarcerada e impossibilitada de acessar seus poderes graças as algemas medievais postas em seus punhos.

— Hm? – ela nota a porta abrir e então vê Waver entrar na sala. — Você? Cadê aquele seu amigo? O padre bonitão? Ele me capturou, então tenho nada a tratar com você.

— Estelle Symphonia, nascida na Inglaterra, mas criada na Alemanha. – Waver ignora o comentário da garota e começa a ler as informações que estavam num papel em sua mão.

— Ei, não me ignore!!!

— Tem 1,67m de altura, pesa 59kg, sangue tipo AB+ e por incrível que pareça, tem apenas 13 anos. – Waver olha surpreso para o papel.

— Eh? Como descobriu essas coisas?

— Sou um detetive, descobrir isso é tão simples quanto rastrear um número de telefone. – ele responde.

— O quanto descobriu?

— Posso falar até suas três medidas se quiser.

— ISSO É ASSÉDIO!!!

— Reclamar de assédio depois de tentar matar um podre padre bonitão que apenas queria descansar de uma longa viagem, acho que você devia repensar suas palavras.

Ela grunhe de raiva, era possível até ver lágrimas se formando em seus olhos.

— Pobre padre? Alguém com força o suficiente para ferir uma santa como eu não é nada “pobre”!

— Olha, se eu fosse você. – Waver acende um cigarro. — Pararia de se autoproclamar uma santa. Meu amigo é um agente de renome da igreja romana, com poucas palavras ele consegue convencer o alto escalão do vaticano a marcar você como uma herege e então ele mesmo vai te colocar numa fogueira e te matar queimada na frente de centenas.

— Me colocar numa fogueira? – ela encara o mago desacreditada e então começa a chorar. — Eu não quero morrer! Uaaahh! Por favor, não deixa ele fazer isso! Uaaahh!

— Francamente, ele joga todos os problemas pra cima de mim. – Waver reclama, enquanto pega uma cadeira para se sentar. — Vamos fazer o seguinte, você me conta tudo que estiver relacionado com o ataque que fez a Mark, desde seus mandates até o objetivo da Kagutsuchi aqui e eu converso com ele para não te queimarem na fogueira. Que tal?

— Promete? – ela pergunta cessando devagar as lágrimas.

— Prometo.

— Sim... – ela para de chorar e volta seu olhar para Waver. – Eu...

No momento em que Estelle começaria a falar, a parede atrás de Waver explode fazendo com que a porta fosse jogada na direção de Waver, mas ele foi rápido e começou a incinerar a porta com sua magia vermelha.

— Incríveis reflexos, meu caro. – uma voz grossa ecoa pelo local. — Não é a toa que foram os responsáveis pela derrota de Rashoumon e a captura de Estelle.

— Bem que fui informado, de estava tramando algo. – Waver encara a silhueta se formando dentro da nuvem de poeira. — Mas se aliar a uma seita de outra religião, isso não é demais até para você, Cardeal Klaus Muller?

A nuvem de poeira se abaixa revelando um homem de quase dois metros de altura, ele usava uma batina preta com detalhes brancos. Seus cabelo era castanho claro e possui uma corte militar, porém tinham dois riscos feito com uma gilete no lado esquerdo da cabeça. Seus olhos eram azuis e brilhantes. Em sua mão direita, ele carregava uma bíblia que levava colada ao peito.

— Ora, então já estava ciente? – disse Klaus num tom ameaçador.

— Não estava, apenas deduzi. – Waver responde e nota a surpresa no olhar de Klaus. — Você que se entregou. Você e a garota aqui.

— Realmente, você me pegou nessa detetive. – Klaus aponta sua mão livre para Waver. — Agora deixe-me retribuir o favor.

Correntes divinas foram disparadas contra Waver.

...

Mark corria desesperado pelo hospital. Cerca de quinze minutos antes de chegar no local, ele havia recebido uma ligação de Stella dizendo que a mutação de Kuroneko havia se agravado e que foi necessário leva-la à um hospital para cuidados médicos urgentes.

— Stella! – Mark gritou ao ver a aluna sentada num banco.

— Professor! – a garota correu e abraçou o homem.

— Como ela está?

— Mal, venha. – Stella puxa Mark pelo braço e entra num quarto do hospital.

Mark ao entrar pode ver a situação em que a garota se encontrava, deitada numa cama com um aparelho de inalação e uma agulha injetando soro em sua veia, mas o que realmente assustava era sua aparência. Seus dois braços estavam cobertos por escamas vermelhas até um pouco acima dos cotovelos. Suas unhas haviam se tornado garras. Seu rosto estava sofrendo uma leve mudança na estrutura óssea do crânio. Um par de chifres cresceu em sua cabeça.

— Meu Deus. – Mark correu até a garota. — O que aconteceu para a mutação ter avançado tanto assim?

— Zack disse que tinha um medicamento que os monges deram a ele que impedia que as toxinas causadas pela quimerização se espalhassem e agravassem a mutação. – Stella responde. — Ele disse que já tinha dado a dose semanal, mas que parece não ter adiantado.

— Que remédio é esse?

— Ah, Zack colocou na minha bolsa. – Stella meche em sua bolsa e pega uma pílula caseira de dentro dela e entrega a Mark.

— Hm... Entendo, é uma massa feita com várias plantas medicinais, posso deduzir que pelo menos uns doze tipos de ervas estão aqui. – Mark diz. — Por se tratar de uma mutação, deve ser algum tipo de antitoxina ou algo do tipo.

— E o senhor sabe por que ele parou de fazer efeito?

— Talvez esse medicamento apenas estivesse contendo as toxinas e as mesmas foram se acumulando. – Mark, que estudou farmacologia pode supor através da declaração de Stella. — Foram oito anos tomando esse remédio, as toxinas acumuladas conseguiram superar o efeito do remédio e avançaram pelo corpo dela todo de uma vez. Seria necessário um outro remédio para limpar as toxinas.

— O senhor não consegue fazer nada?

— Mesmo que eu encontre um remédio para limpar as toxinas do corpo dela, a mutação já se agravou e não teria como fazê-la voltar ao estado de antes. – Mark apertou os punhos com força. — A única salvação agora é Edwin Hunter.

— Entendo... – Stella junta os dedos e começa a rezar pela salvação da amiga.

— Stella, isso é... – Mark nota a aliança no dedo da aluna.

— Ah! Isso... Bem... – Stella fica sem jeito. — Zack me pediu em casamento...

— Então ele realmente fez! – Mark esboça um sorriso e abraça a aluna. — Meus parabéns querida, que Deus abençoe vocês dois.

— Obrigada professor! – ela devolve o abraço.

— E quando vai ser a cerimônia? Quero ter certeza de que vou estar presente.

— Ah, bem... Isso vai acontecer quando tudo se acalmar. – ela responde. — Quando Neko estiver segura, quando Zack tiver resolvido suas pendências com a Academia e quando ele voltar para casa de seus pais.

— Bem, é verdade... – Mark se lembra da situação em que se encontrava. — Me mantenha informado sobre detalhes, ok? Quero eu mesmo guiar a cerimônia.

— Eh?! Não você não pode! – Stella reclama.

— Não posso?

— Não!

— E por quê?

— Por que... Se o senhor fizer... Quem vai me acompanhar no altar?

— Hã?

— Bem... Eu sou órfã sabe e não tenho um pai de verdade. – Stella explica ainda sem jeito. — E é o dever do pai levar a filha no altar, então... Tem que ser o senhor...

— Stella... – Mark sentiu uma enorme felicidade, pois pela primeira vez ele ouviu da boca de Stella ela considerar ele como pai. — Então que assim seja, irei te acompanhar até o altar. Obrigado pela oportunidade, minha filha.

— Para, assim o senhor me envergonha. – ela volta a abraça-lo.

— E onde está o noivo? Quero parabeniza-lo também.

— Ele está no telhado do hospital. – ela responde desfazendo o abraço. — Lá tem uma área de banho de sol para o pacientes.

— Vou lá então, já volto, filha. – ele beija a testa da garota e então sai.

Mark pega o elevador e vai até o local indicado por Stella, lá ele encontra Zack sentado em um banco e todo cabisbaixo. Como professor e futuro “sogro” ele precisava dar o devido consolo a ele.

— Zack. – disse enquanto se aproximava.

— Professor? Então você veio mesmo.

— E deixar vocês na mão? Que tipo de professor eu seria. – Mark se senta ao lado de Zack. — Stella me contou sobre o ocorrido.

— O remédio funcionou todo esse tempo, eu não entendo...

— O remédio que você dava a ela apenas impedia as toxinas de se espalharem, porém as acumulava. – Mark explicou. — Você deveria procurar por um remédio que limpasse as toxinas, ai talvez isso não teria acontecido.

— A falta que um bom farmacêutico me fez esses anos. – Zack brinca.

— Não querendo me gabar, afinal isso é pecado. – Mark responde a brincadeira. — Mas com minhas habilidades, eu poderia ter dado um “power up” no seu remédio.

— Power up? Heh. – Zack lembra que quando jovem, vivia usando gírias de games que jogava com a Stella.

— Eu soube que pediu Stella em casamento. – Zack olha surpreso para o professor. — Sabia que além de muito feliz por estar cumprindo minha promessa, estou muito orgulhoso de você.

— Que isso... – Zack estava sem jeito.

— Stella pediu para que eu a leve ao altar. – Zack olha confuso. — Ela disse que se tem alguém que deve cumprir o papel de pai dela, esse alguém sou eu.

— Imagino que seu coração quase pulou pela boca.

— Ele pulou, mas é segredo.

— Haha.

Esses eram momento raros que Mark e Zack compartilhavam juntos. Um professor e um aluno se divertindo fora das aulas. Zack considerava Mark o maior exemplo de pessoa a ser seguida e deseja muito poder ser como ele.

— A propósito, onde está Noire? – Mark pergunta notando a ausência do gato.

— Ele está fazendo a segurança do prédio. – Zack se levanta. — Se alguém da Kagutsuchi aparecer, eu serei alertado imediatamente.

— Sobre isso... – no momento que Mark ia contar sobre os ataques, um pequeno pássaro de fogo surge e pousa em braço. — Esse é o familiar de Rick, mas o que está fazendo aqui?

— Mark, problemas! – a voz de Waver sai da boca do pequeno pássaro. — Muller esteve aqui! Ele levou a Estelle e parece estar junto da Kagutsuchi! Tome cuidado, pois ele pode estar indo até você!

— O quê?! – Zack espantando pensa em correr, mas um estrondo é escutado vindo dos andares abaixo.

— Mestre Zack! – Noire surge na frente de Zack e Mark. — Lady Stella e Lady Kuroneko foram levadas!

— O que!? – Mark e Zack ficam perplexos com a situação. — Quem as levou?!

— Tinham duas garotas, uma morena com uma adaga estranha e a outra era alta de cabelos cor de vinho. – Noire respondeu.

— Rashoumon e Estelle Symphonia. – Mark deduziu. — Elas atacaram a mim e ao Rick hoje mais cedo.

— Mas tinha um terceiro. Klaus Muller.

Aquele foi o gatilho para o fim. Zack não poderia permitir que alguém como Muller levasse seus bens mais preciosos. A fúria de um homem é capaz de partir uma montanha ao meio, porém essa mesma fúria pode causar uma ruina.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
A Stella é muito fofa...
Eu amo ela...
...
Até o próximo...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dragonize" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.