Dragonize escrita por Kemur


Capítulo 2
Passado.


Notas iniciais do capítulo

E aqui está, depois de muitos problemas e falta de tempo. O segundo capítulo desse mini prequela que eu preparei. Desculpem a demora, sério me entupi de coisas para fazer e não tive muito tempo .
Espero que gostem.



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Stella estava desacreditada. A pessoas que ela buscou por longos oito anos simplesmente veio até ela. Seu melhor amigo, seu primeiro professor de magia, seu confidente. Zack Zephirum.

— E aí, Stella. – ele solta um sorriso bobo.

— Zack... – se contendo para não chorar, Stella finge rir. — E aí nada, você está oito anos atrasado, sabia?

Ela corre e abraça o garoto.

— Desculpe. – ele devolve o abraço. — Mas agora preciso conversar com você?

— Pode dizer qualquer coisa, sou toda ouvidos. – Stella continuava a abraçar o garoto.

— Ouvi dizer que está morando sozinha, podemos ir para lá? – ele pergunta.

— Sim...

Respondendo sem pensar, mesmo depois e tudo que ocorreu ela simplesmente aceitou a proposta do amigo. Sem nem se lembrar da garota que acompanhava Zack. Durante o caminho, Stella nota novamente a garota, ela andava atrás do grupo e encapuzada, aparentemente para esconder as escamas em seu rosto.

Apesar de bizarro, Stella já viu muita coisa desde que entrou no mundo da magia. Portanto, ela não se incomodava com o fato dela ter escamas, e sim com o fato de ter uma garota misteriosa com Zack.

— Ei, Zack. – Stella cutuca o amigo.

— O quê? – ele para de andar e encara a garota.

— Quem é ela?

— Ah... É mesmo. – ele coça a cabeça. — Essa é a Kuroneko, eu particularmente a chamo de Neko. É uma longa história, mas o motivo de eu ter sumido e só voltado agora é por causa dela.

— Então quando chegarmos em casa, você vai me contar tudo.

— Sim. – ele abre um sorriso, o mesmo sorriso que confortava a alma de Stella.

O grupo continua em silêncio até chegarem ao apartamento de Stella. Zack ficou boquiaberto com a conquista que sua amiga fez enquanto esteve fora. Noire foi o que mais gostou do lugar, rapidamente encontrou uma almofada na qual usou como cama. Neko por sua vez estava escondida no pequeno corredor que ligava a sala com a porta, ela apenas colocou uma parte de rosto para fora da parede, parecia estar observando o local.

— Neko, pode vir. Ela é uma amiga. – Zack se aproxima dela. — Confia em mim, tá? Alguma vez eu te enganei?

A garota nada responde, apenas sai de seu “esconderijo”, mas ainda demonstrava um ar de medo e desconfiança. Stella logo percebeu que Kuroneko não sabe como confiar em alguém, alguma coisa aconteceu entre eles.

— Então, estão com fome? Eu posso preparar algo...

— Eh?! – Zack e Noire engolem seco. — Não, por favor! Deixe que depois eu cozinho algo.

— Aprecio sua gentileza, Lady Stella, mas não podemos nos dar o luxo de deixar você fazer tudo essa noite.

— Hã? – Stella fecha a cara. — Ainda acham que não sei cozinhar, né?

— Não, jamais disse isso. – Zack tenta fugir do assunto.

— Disse sim! – Stella pega uma almofada e joga em Zack, mas todos ficam surpresos ao ver Kuroneko rapidamente se colocar em frente ao garoto, assim levando a almofadada.

— Zack... Proteger... – ela lança um olhar confiante para Zack seguido de um olhar furioso para Stella.

Foram as primeiras palavras que Stella que ouviu de Neko, assim como foi a primeira vez que ela viu a garota ruiva se expressar daquela forma, visto que ela sempre demonstrava desconfiança e medo.

Zack ao ver a reação dela, abre um breve sorriso.

— Obrigado, Neko. – ele põe a mão em sua cabeça e começa a fazer carinho nela. — Stella apenas estava brincando comigo, não foi um ataque, mas obrigado mesmo assim.

— Ah... Sim... – envergonhada, ela volta a se esconder atrás da parede.

Stella fica encarando os dois e uma antiga memória vem a sua mente.

Certa vez, Stella havia fugido do orfanato onde morava. Ela estava cansada, não aguentava mais ter passado dezesseis anos naquele local e nunca ter sido adotada. Ela correu para uma antiga estação de tratamento de água, local que ela vinha usando como esconderijo por alguns anos.

Encostada num dos cantos do imenso local, ela abraça os joelhos, enquanto pensava quais eram os motivos de nunca ter sido adotada ou o por que era mandada de volta quando isso acontecia.

— Olha só, você não devia frequentar lugares assim. – uma voz ecoava no salão vazio.

Stella olhava assustada para o vazio, a pouca luz que entrará ali não era capaz de iluminar uma certa parte, de onde a voz vinha. Passos lentos começavam a se aproximar e uma silhueta começa a se formar em meio ao escuro.

— Zack? – Stella olha confusa para o garoto. — Como você me achou?

— Eu sou um mago, lembra? – ele responde. — Rastrear você não é muito difícil para mim.

— Isso é perseguição. – ela faz uma cara de emburrada.

— Heh! – o garoto se aproxima de Stella e se senta ao lado dela. — A diretora do seu orfanato me pediu para te procurar.

— Entendo.

— Por que fugiu?

— Eu não tenho mais lugar naquele orfanato. – ela responde. — Sou uma parasita, ninguém quer um parasita em casa. Já fui adotada três vezes e em todas fui devolvida, estou presa minha vida inteira num orfanato e nunca vou poder ter uma família. Por isso fugi, estou fadada a viver sozinha para sempre.

— Mas e eu? – Stella é pega de surpresa. — Você insistiu para virar uma maga e assim eu fiz, o que significa que eu não te deixei sozinha. Então por que me excluiu assim da sua vida?

— Talvez por que no fundo, eu saiba que sou uma parasita na sua vida.

— Parasita? Acho que você está confundindo as coisas. – Zack se levanta. — Stella Virtaliam, você não é uma parasita, é minha melhor amiga e minha aprendiz. Além de você também ser uma das alunas do professor. Então peço que pare de achar que ninguém se importa com você, pois eu e o professor nos importamos, inclusive, o sr. Waver também se preocupa com você.

— Zack... – seus olhos se enchem de lágrimas.

— Stella, sei que deve ser difícil não ter muitas pessoas há quem se apoiar, mas você tem em quem fazer isso, então pare de achar que é um estorvo para os outros. – Zack começa a fazer carinho na cabeça de Stella. — E outra, se ninguém quis ficar com você, é porque eles não compreendem a grandeza de ter você por perto.

— Poxa... – Stella começa a chorar e Zack o abraça.

— Venha passar a noite em casa hoje, vou avisar a sua diretora.

— Eu posso mesmo?

— Sim! Meus pais adoram você, se me prometer que vai ser uma boa garota, talvez eu peça para eles te adotarem.

— Idiota, seus pais mal podem te sustentar... – Stella devolve o abraço ao garoto. — Mas sim, eu prometo.

Nesse dia, Stella pode perceber que seu melhor amigo era a pessoa em quem ela mais podia ser apoiar. Ao ver a reação de Kuroneko quando jogou o travesseiro nele, ela percebeu que Neko também se sentia protegida perto de Zack, sendo essa a verdadeira natureza de Zack.

A noite passa e Zack, depois de muita briga, acaba fazendo o jantar no lugar de Stella, ela ficou chateada por ele nunca a deixar cozinhar para ele, mesmo ela adorando a comida dele. Após o jantar, Neko acaba dormindo no sofá junto de Noire.

— Ela parece tão indefesa e pura... – Stella sussurra para si mesma, enquanto cobria a garota com um lençol. — Bem o tipo de garota que ele gosta de proteger.

Stella move uma mecha do cabelo ruivo de Kuroneko que estava em frente a sua boca e depois vai até a varanda, onde Zack estava escorado, enquanto observava o cenário noturno de Key.

— Não lembrava que a cidade era tão linda assim à noite. – diz Zack.

— Nós só percebemos o valor de algo, quando o perdemos. – Stella pensa em voz alta. — Ah, desculpe.

— Heh. – Zack se vira para Stella. — Eu te devo muitas explicações, né?

— Sim.

— Por onde começo?

— Por quê foi embora?

Zack fica em silêncio por um momento e então começa a falar.

— Você sabe que antes de desaparecer, eu fui ao Japão à trabalho, certo? – Stella confirma com um balanço de cabeça. — Então, lá eu acabei enfrentando uns caras, bem... Eles eram uma espécie de seita ou algo do tipo. Meu trabalho era descobrir e desmantelar um laboratório que usava um tipo de tecnologia similar ao da ilha. Eu e mais um agente especial, o sr. Ikki Kagerou cooperamos para descobrir a localização e invadimos o lugar, lá nós encontramos uma capsula enorme onde Neko estava adormecida. Ela foi vítima de experimentos de quimerização pela seita, que fez isso no intuito de tentar invocar seu deus através de um avatar, o que a transformou numa meio dragão.

— Que horror... – disse Stella chocada ao ouvir a história.

— Ikki Kagerou queria mata-la para evitar mais sofrimento, mas o impedi. Disse que queria cuidar e proteger ela da seita e pedi para que me deixasse fugir com ela. – ele respira fundo e então continua. — Peguei ela e então fugi do laboratório, enquanto sr. Ikki cuidava do resto dos sectários, achei que se levasse ela para a Academia, eu poderia cuidar dela, mas estava errado.

— Sr. Waver e o professor me disseram que você tinha se tornado um fugitivo e então desapareceu. – disse Stella, enquanto limpava as lágrimas em seu rosto. — O que eles te negaram?

— Aparentemente, eu não tinha permissão para me envolver demais no caso, e fugir com um experimento da seita era uma violação do tratado entre a Academia e a Providência. – ele responde. — Eu sabia que deixasse Neko com eles, ela seria morta e que se não fizesse algo, ela seria morta pela seita. Então estive fugindo por esses oito anos com ela.

— Droga... Você devia ter pedido minha ajuda... – Stella encosta sua cabeça no peito de Zack.

— Desculpe, mas eu não podia te envolver. – Zack a abraça.

— Podia sim! – o choro da garota era alto. — Você tem noção de quão triste minha vida foi? Você era meu único e melhor amigo, meu único confidente! Você não tinha esse direito!

— Stella... Eu... – Zack percebeu a dor que a garota sentia e então apertava mais o abraço. — Me perdoe, por favor.

— Não! Eu nunca vou te perdoar por me abandonar!

— Poxa, nem mesmo se eu chorar?

— Nem se isso acontecer! – ela devolve o abraço apertado. — Não que isso fosse acontecer...

— Stella... Estou de volta...

— Bem vindo, Zack... Senti tanto sua falta...

— Sim, eu também senti...


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Notas finais do capítulo

Eu amo escrever sobre esse dois, eles foram de certa forma, os primeiros personagens que eu criei desde que comecei nessa vida de criar histórias. Essa é uma das minhas versões favoritas deles, já a Neko e o Noire foram adições recentes, apenas para fazer um time de protagonistas.