Dragonize escrita por Kemur


Capítulo 14
Todo fim, tem um recomeço


Notas iniciais do capítulo

E como eu aprendi na escolinha: O maior vem por último.
É com muito orgulho e tristeza que anuncio o fim dessa novel/fic que eu amei escrever. Então eu peço que quando terminarem, leiam as notas finais pq eu sei ngm lê, então por hora é isso.
Boa leitura.



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Um par de correntes divinas foram disparadas contra Zack que as defletia usando um par de sabres gêmeos, enquanto avançava ferozmente contra Muller. Stella por outro lado disparava rajadas de energia mágica contra o santo, mas sua barreira de luz impedia que os ataques o atingissem diretamente.

Zack chega próximo o suficiente e desfere um ataque com as duas lâminas, mas usando apenas o braço esquerdo, Muller se defendeu de forma que as espadas se quebrassem, e em seguida, tenta agarrar o garoto pelo pescoço, mas ele se afasta com um chute. Stella aproveita a distração criada por seu noivo e encanta o próprio punho com a magia das fadas e desfere um golpe nas costas do cardeal que é empurrado um pouco para a frente. Furioso, Muller se vira no intuito de disparar uma lança de luz contra a garota, mas isso deu brecha para que Zack acertasse um chute em sua cabeça.

— Maldito! – Muller desfere um golpe em Zack, mas ele desvia ao se agachar, aproveitando a chance para criar um punhal e perfurar a lateral do torso de Muller.

— Stella, agora! – Zack grita ao se afastar com um salto.

— Entendido! – Stella usa o punhal como uma de suas bolinhas de chumbo e a encanta para criar uma bomba arcana que ao explodir, joga Muller contra uma parede. — Parece que funcionou.

— Sim, ao menos temos uma chance contra ele, enquanto esse seu poder durar.

Fadas, diferente de muitas lendas e mitologias por aí, são seres do tamanho de um humano comum, porém possuem asas de energia mágica e são consideradas divindades menores, assim sua magia quando concentrada, pode ferir até mesmo um santo.

— Crianças insolentes. – Muller se levanta curando sua ferida. — Se acham que podem depender desse poder para sempre, estão muito enganados. Eu não sou apenas um santo, sou um escolhido pelo próprio Deus! A maior divindade que existe nesse universo. Uma mera fada não é capaz de me matar.

— Tsk. – Zack se irrita. — Stella, use todos os feitiços de suporte que souber em mim.

— Eh? Sim! – Stella começa a conjurar feitiços de aumento de força, agilidade e resistência em Zack. — O que pretende fazer?

— Acabar com ele logo. – Zack projeta em suas mãos, um par de machados de batalha e avança.

— Aceite o seu destino, criança miserável! – Muller conjura diversas lanças de luz e dispara contra Zack. — Sou eu que irei acabar com aquele experimento falho!

— Calado! – Zack cessa o avanço e começa a atacar com seus machados, as lanças de luz de Muller.

Sempre que Zack atingia uma das lanças em cheio, seus machados se quebravam, porém ele sempre projetava novos e continuava a destruir as lanças que pareciam ser infinitas. Stella voa alto e desce num rasante contra Muller o acertando no estomago e o jogando bem longe, assim cessando os ataques. Zack aproveita e salta contra o santo desferindo outro duplo, que novamente fora defendido com apenas um braço, porém dessa vez, as lâminas não se quebraram, e sim, cravaram um pouco na carne do santo que ao notar o dano que estava tomando, agarra Zack pelo pescoço e pronto para quebra-lo usando a força de apenas uma mão é impedido por Stella usando uma fina camada de magia em suas mão, assim cortando um dos olhos do santo que gritou de dor e largou pescoço de Zack.

— Seres pecaminosos! – uma forte aura emergia do corpo de Muller. — Pecadores, impuros, hereges! Como membro da Igreja é meu dever acabar com tais criaturas que sujam o solo sagrado que uma vez fora abençoado pelo sangue de Cristo! Feitiço Original: Longinus!

Um enorme pilar de luz emergiu do solo e se estendeu até os céus, após um tempo ele se dissipou e sete círculos mágicos surgem no céu em camadas. Então um poderoso raio desceu dos círculos no céu e atingiu o braço direito de Muller, porém destruindo o mesmo e o substituindo por uma espécie de balista feita com energia divina e arcana.

— Esse é o meu mais poderoso ataque! – disse Muller. — Cada dardo desde custa um braço, mas não me importo com isso, pois a benção que recebi de Deus irá me recuperar tudo o que for perdido.

— Já cansei desse seu papo de “Deus”. – Zack conjura uma espada Claymore. — Stella, aumente a minha energia usando a sua.

— Sim, mas o que vai fazer? – Stella pergunta.

— Vou enfiar na cara desse assassino que ser santo não é nada mais que um título! – Zack avança contra o cardeal! — Stella, agora!

— Zack... – Stella sabia que aquilo era suicídio, mas se tinha algo que ela sabia sobre Zack, é que morrer nunca foi uma opção. — Aqui vai!

— Criança tola, esse é o seu julgamento divino. — Muller aponta o braço para Zack e dispara uma enorme lança divina, assim desintegrando o que o feitiço havia colocado no lugar de seu braço.

Zack vendo a possível morte em sua frente e que tudo pelo que lutou por anos poder ser destruído num piscar de olhos, não desistiu de avançar, muito pelo contrário, apenas criou mais coragem ao ponto de poder encarar até mesmo uma divindade e então falar a ela umas boas verdades.

Seu corpo começou a emanar uma aura esverdeada, algo que nem mesmo ele já havia presenciado e a energia que Stella provia a ele, apenas fortalecia essa aura. Ao cobrir sua Claymore com essa aura misteriosa, ele partiu para cima da lança disparada por Muller e com um golpe começou a parar o avanço dela.

— O quê?! – Muller estava surpreso pelo estava vendo. — Nem mesmo uma fada pararia essa magia!

— Stella, preciso de mais energia! – Zack forçava seu corpo ao extremo, ao ponto de que seus olhos, ouvidos, nariz e boca começaram a sangrar. Bem como suas veias pelo corpo todo começaram a se estourar com uma súbita força aplicada nos músculos.

— Sim! – Stella jogou contra Zack a maior rajada de energia que podia lançar.

A aura esverdeada de Zack começou a se expandir ao ponto dela parecer uma chama que queimava em pura fúria. Zack gritava com todas as forças, aquilo doía, seu corpo estava quase se desfazendo, mas se ele parasse ali, era o fim. Ele converte boa parte da energia fornecida por Stella em uma lâmina de energia que cobria sua espada e então começa a forçar ainda mais seu corpo e quando achou que não ia mais suportar, Stella surge e começa a empurrá-lo.

— O que... Está... Fazendo? – Perguntava Zack.

— Vamos terminar isso juntos! – disse Stella confiante. — Não vou te perder de novo!

— Entendo! – a espada de Zack começou a ser empurrada de volta. — Ei... Que tal... Jantarmos... Panquecas... Hoje?

— Hã? Eu nunca fiz, mas acho que consigo. – Stella responde. — Espera, você está pensando nisso ainda?

— Se não estivesse, não estaria aqui lutando! – Com um poderoso grito, Zack impõe seu corpo ao extremo limite. — Stella, eu te amo!

— Eu também!

Ouvir aquilo fez Zack recuperar parte de suas forças e então, com um corte poderoso, a lança de energia é dissipada. Muller encara surpreso ao ver aquilo, porém isso lhe serviu como distração, pois não notou Zack se aproximar e desferir um corte em seu outro braço, o cortando fora.

— Impossível! Uma magia capaz de ferir um santo que não é provida por uma divindade?! – Muller começa a se afastar quando nota Zack preparando outro ataque.

— Vocês católicos são os que mais me irritam. – disse Zack. — Ficam gritando e espalhando baboseiras sobre um Deus todo poderoso, mesmo sabendo sobre Gaia e toda a origem do universo! Sua santidade não passa de um poder incomum dado a você de forma aleatória!

— Como ousa... Ah! – Muller entendeu do que se tratava o poder de Zack. — Agora tudo faz sentido. Um poder anti-divino que só cresce no coração daqueles que são incrédulos quanto a divindades. Mesmo diante de um santo e de uma fada, ele ainda não se convence.

— Morra, Muller! – Zack preencheu sua espada com a energia anti-divina e desferiu um corte poderoso no pescoço do cardeal, separando a cabeça do corpo. Porém, ele não estava satisfeito, após o ataque mortal, Zack perfura o coração e parte o restante do corpo em dois. — Pague pelos seus... Pecados... Na sua versão... De inferno.

— Zack... – Stella sorria, mas ela nota o noivo quase cair inconsciente, porém se equilibrou usando sua espada. Ela então corre em direção a ele. — Zack!

— Estou... Bem...

— Não, você não está! – Stella começa a conjurar uma magia de cura em Zack. — Isso não vai adiantar muito, mas vai parar o sangramento. Poxa, o que você estava pensando?

— Eu tinha que testar isso... – Zack se senta. — Funcionou antes de você chegar, quanto fiz um pequeno corte em seu rosto, mas aí quando eu feri o braço dele que eu notei essa aura. Então vi que eu tinha o poder para matá-lo, mas não a energia suficiente para isso.

— E você me usou me bateria?

— Algo do tipo, heh.

— Ora seu... Mas eu fico feliz que tenhamos conseguido. – Stella suspira aliviada.

— Agora temos que ir até Neko está. – disse Zack se levantando com dificuldade. — Preciso selar ela ou então vão matá-la.

— Selar ela?

— Sim. – Zack projeta um bastão de metal e o usa para se apoiar. — Senhor Edwin me ensinou um feitiço para selar a alma de um individuo numa lacrima para assim depositá-lo num corpo novo. Ele me disse para usar caso ela saísse do controle antes que pudéssemos nos encontrar.

— Será que ainda uma chance de salvá-la? – Stella pergunta.

— Se você está aqui e Noire não, significa que o ritual foi completo... – Zack demonstra sua chateação. — Talvez se formos de encontro a ela agora, é bem capaz de conseguirmos preservar a parte humana da alma dela.

— Então vamos, vou te dar um carona. – Stella abre suas asas e levanta voo, após segurar Zack pelos braços.

...

Mark e Waver chegam ao ponto de encontro informado por um dos magos  a serviço da Academia e assim chegam ao local, um mago estava a espera deles.

— Aonde está ela? – perguntou Waver.

— Dentro desse campo demarcado. – respondeu o mago. — Fui designado para fazer a porta de entrada para os senhores, mas porque atrasaram? Era suposto de estarem aqui mais cedo, não?

— Fomos emboscados, mas conseguimos nos livrar deles. – Mark respondeu.

— Eu acionei um pessoal para cuidar dos estragos para que esses não fossem descobertos, então tivemos de esperar, pois um campo demarcado havia sido levantado. – Waver completou. — Mas já está tudo sobre controle.

— Pois bem, irei abrir a porta. – o mago estende a mão e um círculo mágico surge, assim abrindo um buraco dimensional por onde Mark e Waver passam.

— Céus, o que houve aqui? – Mark diz ao notar uma enorme destruição dentro do local.

— Aquilo foi o que aconteceu. – Waver aponta para o centro do local, aonde havia um bahamut preso por correntes divinas e uma barreira ao redor para que ele não escapasse.

— Neko... – Mark se aproxima de um exorcista ali presente. — O que vão fazer com ela?

— Estamos ao menos tentando contê-la, mas um bahamut é um nível de divindade tão alto que supera qualquer coisa já registrada. – responde o exorcista. — Estamos esperando uma resposta do Vaticano, pois somente o Papa deve ser capaz de lidar com isso.

— Pobre criança. – Mark caiu de joelhos, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

— Tentaram os Paladinos? - Waver pergunta.

— Ah, fora de cogitação. – o exorcista responde. — Eles se negam a interferir em assuntos da Academia ou da Igreja sem uma reunião prévia entre o comandante deles, o Papa e algum Grão Mestre.

— Bando de mesquinhos.  – Waver reclama.

— Ei? Como entraram aqui? – gritou um dos magos.

— Hã? – Mark olha para trás e vê Zack sendo carregado por Stella, então corre até eles. — Está tudo bem, são meus alunos.

— Professor. – disse quase caindo quando tentou correr até Mark.

— Zack, Stella! – aos prantos, ele abraça os dois. — Fico feliz que estão bem, mas o que houve com vocês?

— Um série de eventos. – Stella responde desfazendo o abraço. — Noire se sacrificou para me salvar e me tornou uma fada para que pudesse ajudar Zack na luta contra Muller.

— E o que houve com ele? – Waver se aproxima. — Ele não é do tipo que aceita uma derrota, ou melhor, não do tipo que se derrota facilmente.

— Ele está morto. – Zack responde surpreendo a todos. — Quantos anos eu pego por matar um santo?

— O que? Mas como? – Mark pergunta confuso.

— É uma longa história. – disse Stella.

— Exato, por hora devemos focar em salvar a Neko. – Zack completa.

— Tem algo em mente? – Waver questiona. — Nem esse tanto de gente conseguiu algo.

— Vou selar a alma dela numa lacrima. – Zack explica. — Senhor Edwin me ensinou como fazer isso, quando eu puder o encontrar, vou tentar transferir a alma dela para um corpo artificial.

— É uma boa aposta. – diz Waver. — Mas tem certeza de que é isso que quer?

— É melhor do que matar ela. – diz Stella. — Agora, vamos?

— Sim. – Zack se apoia em Stella e os dois vão até onde Neko está sendo contida.

— Deixem-nos passar! – Waver gritou. — Eles podem ter a solução para esse problema, mas mantenham a criatura presa.

Zack e Stella chegam próximos o suficiente de Neko para que pudesse tocar o seu rosto. Ela já estava enfraquecendo e não conseguia mais usar seu sopro mágico com tanta frequência. Os dois começam a chorar ao ver o estado da pobre garota, mas Zack estava pior. Ele sentia seu coração ser destruído e esmigalhado por ter falhado com ela depois de tantos anos.

— Za... Ck... – a voz de Neko ecoou pelo campo demarcado.

— Hã? Neko? – Zack olhava surpreso para o bahamut a sua frente.

— Sorrir... Remédio...

— Neko... – Zack demorou, mas com um esforço ele consegue engolir o choro. — Eu vou te salvar, tá? Não pense que minha promessa foi quebrada.

— Feliz... Estou...

— Neko, vou sentir saudades. – disse Stella. — Quando você voltar ao normal, eu vou fazer um banquete especial.

— Stella... Amar...

— Eu também te amo, amiga. – ela responde.

— Neko., está na hora. – diz Zack com os olhos cheios de lágrimas. — Me desculpe por qualquer coisa, tá?

— Zack... Amar... Stella... Família... Ser...

— Sim, somos uma família. – Zack responde, enquanto acaricia o rosto da amiga. — Stella, eu...

— Me ensine.

— Hã?

— Foi assim que toda essa confusão começou. – ela diz. — Eu pedi para você me ensinar magia e depois disso você se envolveu nessa confusão. Vamos por um fim a esse problema da mesma forma que começamos.

— Sim! – Zack se livra do apoio e começa a explicar o feitiço para  sua noiva. — Faça assim com as mãos e as junte, porém os indicadores devem estar para os lados opostos. Depois conjure o círculo, a estrela tem que ter sete ponta, depois complete com as runas de “Alma”, “Fechadura”, “Proteção” e adicione os elementos “Vida”, “Metal” e “Cura”.

— Hã? – Stella olha confusa para Zack. — Assim e assim?

— Não, escreveu a runa de “Alma” errado. – disse Zack. — É assim e assim, entendeu?

— Tá, acho que sim. – Stella faz o procedimento e o círculo surge em sua frente. — Assim?

— Exato. Agora uma seu círculo ao meu. – Zack repete o procedimento e cria um círculo mágico.

— Sim! – Stella faz o que foi solicitado e o círculo após ser unido, se expande.

— Agora forneça a energia necessária para o círculo se manter aberto que vou conjurar a magia.

— Entendido.

Zack usa magia de projeção para projetar a lacrima, que se tratava de um pequeno orbe cristalino, porém devido ao uso excessivo de magia, conjurar esse simples objeto fez com que sua pele começasse a queimar um pouco. Ele então coloca a lacrima no centro do círculo e começa a fazer o rito gestual. A lacrima se tornou alaranjada após uma onda de energia ser sugada do corpo de Neko para dentro do pequeno cristal.

— Zack... Stella... Boa... Noite...

— Boa noite, minha amiga. – disse Zack.

— Boa noite, Neko... – Stella encheu os olhos de lágrimas mais uma vez.

Após a conclusão da magia. O corpo do bahamut começa a queimar sobrando apenas os ossos dele. A orbe alaranjada criou uma espécie de armadura ao redor de si, feito de uma mistura das escamas de um bahamut com o do próprio material que a lacrima foi forjada. Zack então pega o pequeno e se senta ofegante.

— Zack... – Mark se aproxima do aluno.

— Assim fica mais fácil de te proteger, não é? – Zack soltou um grito ao começar a chorar.

— Zack. – Stella abraça o amado tentando conter o próprio choro. — Neko não ia gostar de ter assim, nem o Noire.

— Tem razão, né? – Zack se apoia em Stella e começa se levantar limpando as lágrimas. — Eu preciso entregar isso ao senhor Edwin.

— Tenho certeza de que ele vai fazer um bom trabalho, assim como vocês fizeram. – disse Mark ao abraçar os dois novamente.

— Agora eu... Hm? – Stella nota que a energia colocada em seu corpo por Noire começou a desaparecer. — Poxa vida, eu estava gostando tanto de ser uma... – Stella é subitamente interrompida ao vomitar sangue. — Hã? – ela passa a mão em rosto e nota que seus olhos, nariz, ouvidos e boca começaram a sangrar. — O que... – Stella desmaia, mas é segurada por Waver.

— Stella? – Zack se aproxima da garota. — Stella? Me responda... Stella!

...

Quatro anos haviam se passado desde o incidente com Kagutsuchi. Após selar a alma de Kuroneko na lacrima, Zack se entregou à Academia Arcana, pois mesmo depois de tudo que fez aquele dia, ele ainda era um criminoso. Após ele ter confessado o crime por abandono de missão e por ter escapado com um experimento da Kagutsuchi, lhe foi sentenciado quatro anos de prisão e perda total da sua licença, porém,  graças aos apelos de Mark, Waver e até mesmo do agente Ikki Kagerou cujo Zack estava quando encontro Kuroneko pela primeira vez, ele não foi expulso da Academia, mas foi rebaixado a aspirante, a hierarquia mais baixa de toda a Academia Arcana. Após seus quatro anos, Waver foi busca-lo na prisão.

— A cidade não muito nada nesses doze anos. – disse Zack.

— Só parou para olhar agora?  - Waver brinca, enquanto não tirava os olhos da estrada.

— Não tive muito tempo desde aquele dia. – Zack ri.

— O que pretende fazer agora? – Waver pergunta.

— Vou recomeçar. – Zack responde. — Estou pensando em voltar para casa e explicar tudo para os meus pais. Depois vou voltar para a Academia e tentar me juntar a equipe de Busca de Relíquias e Artefatos.

— Se tem gente que mais odeio ter que trabalhar junto do que os Paladinos, são esses caras da BRA. – Waver ri. — Pensa numa gente chata e perfeccionista.

— Vai ter que ir se acostumando. – diz Zack. — Não estou querendo me gabar nem nada, mas eles me adoram.

— Ta de sacanagem. – ambos riem. — Chegamos.

— Sim... – Zack observa a praça Wesker. — E pensar que foi aqui que tudo começou.

— E é aqui que tudo vai recomeçar?

— Sim. – diz Zack, enquanto saia do carro. — Obrigado pela carona, senhor Waver.

— Por nada. – Waver responde. — Vê se não se mete em mais confusão, viu moleque?

— Pode deixar, senhor detetive. – Zack presta continência.

— Você puxou muito o Mark, heh. — Waver começa a sair. — Se cuida!

— Sim... – Zack sorri, pois pela primeira vez em doze anos ele pode sair na rua sem se esconder. — Bem, agora eu tenho que...

Ao olhar para praça, Zack nota uma silhueta conhecida sentada em um banco que deixava suas costas viradas para onde ele estava. Tratava-se de uma mulher de mais ou menos 1,65m, cujo longos cabelos loiros brilhavam num tom de dourado por conta da luz do sol. Ele sorri abobado e se aproxima da mulher.

— Faz anos que não via seu cabelo brilhar assim. – disse Zack.

— A culpa não é minha que você não teve tempo pra passear comigo assim que voltou.  -a mulher responde, enquanto se levanta e vira para Zack. — Bem-vindo, Zack.

— Estou de volta, Stella. – os dois se abraçam e então, ainda abraçados, se encaram. — Você está mais linda do que já foi antes.

— Para de ser besta, eu nunca deixei de ser linda. – ela brinca.

— E aquele jantar? Rola? – Zack pergunta.

— Você me faz esperar quatro anos e isso é a primeira que me fala? – Stella faz uma cara emburrada. — Você sabe o quão frustrada eu fiquei quando acordei do coma e me falaram que você foi preso quatro anos?

Após perder toda a magia de Noire. O corpo de Stella entrou em colapso pelo uso excessivo de magia. Se tornar uma fada fez com que ela gerasse e usasse mais magia do que seu recipiente de mana suportava, então quando todo aquele poder se foi, seu recipiente se “quebrou” causando hemorragias em Stella. Por sorte, Mark e outros exorcistas conseguiram estabilizar sua condição, mas ela ficou em coma após ter perdido tanto mana e tanto sangue ao mesmo tempo.

— Ah, desculpe. – Zack responde sem jeito. — O que quer que eu diga?

— Dizer? Hm... Nada, mas que tal isso? – Stella puxa Zack pela gola e o beija, deixando o garoto surpreso. — Eu esperei quatro anos por isso.

— Wow, você beija bem. – disse Zack. — Não que eu tenha beijado alguém antes.

— Ha ha. – Stella ri e então segura na mão de Zack. — Saiba que esse foi meu primeiro beijo também.

— Sério? – Zack olhava desacreditada. — Fico extremamente feliz por ouvir isso.

— Eu sei que está. – Stella começa a puxar Zack. — Vem, hoje vamos jantar na casa de uma amiga.

— Eh? Eu achei que fosse cozinhar pra mim. – Zack fala num tom choroso.

— Eu posso cozinhar pra você o quanto quiser depois, mas hoje tem que ser lá. – Stella responde.

Sem explicar nada, Stella leva Zack até o distrito de Mad House, um dos lugares mais movimentos de toda Key e também onde a maioria dos ricos viviam. Zack não entendia que amiga Stella queria levar ele para jantar em sua casa e a mesma não dizia quem era. Após uns 20 minutos de ônibus e 5 de caminhada, o casal para em frente a uma casa.

— Então, já pode me dizer quem é essa sua amiga? – disse Zack impressionado com o tamanho da casa.

— Você já vai descobrir, mas eu quero ponha o capuz e vire de costas. – disse Stella o forçando a fazer o que ela disse.

— Ta, mas pra quê isso?

— Você vai ver. – ela toca a campainha assim que Zack se “escondeu”.

— Sim? Ah! Stella! – disse uma voz feminina que Zack logo reconheceu. — Como vai?

— Vou muito bem, Délia. – Stella responde. — E aqui como estão as coisas?

— Estão muito bem também... – Délia nota o garoto que estava com ela. — E quem é esse seu amigo?

— Então, lembra do noivo que eu te mencionei? – Délia sorri ao escutar isso. — Eu queria te apresentar ele.

— Então peça para ele se virar. – disse Délia contente por finalmente conhecer o noivo de Stella.

Zack finalmente tinha entendido que Stella quis fazer. Seus olhos se enchem de lágrimas de felicidade e então ele tira o capuz e se vira. Délia se emociona como nunca e se aproxima de Zack o tocando nos braços e rosto.

— Zack? – diz Délia desacreditada.

— Sim mãe, sou eu. – os dois se abraçam com força.

— Délia, o que foi? – o pai de Zack se aproxima da porta e nota Stella. — Ah, Stella oi, quem é ele?

— Zed, esse é o meu noivo...

— Zack?

— Sou eu, pai. – Zed corre para abraçar o filho.

— Meu filho, por onde esteve? – Délia perguntou.

— Por muito lugares. – Zack respondeu.

— Stella? – uma garotinha se aproxima da porta. — Quem é esse moço?

— Zeira, lembra que eu falei que você tinha um irmãozão? – Zeira balança a cabeça positivamente. — Então, é ele.

— Esse é meu irmãozão? – a garotinha corre até Zack que se a ergue no alto.

— Prazer, Zeira. – disse Zack. — Sou seu irmão mais velho, Zack.

— Irmãozão! – a garotinha o abraça e mais uma vez seus pais o abraçam juntos.

Stella observava o reencontro feliz daquela família que há anos não podiam se ver. Uma família que aos poucos caiu e aos poucos se reergueu, graças aos esforços de uma jovem aprendiz de mago.

— Stella, vem cá! – Zack a chama.

— Hã? Eu?

— Sim, você sempre foi parte da família e agora nós vamos oficializar isso. – Zack responde.

— Stella, vem! – gritou Zeira.

— Ah... – Stella começou a chorar e correu para os braços da sua família agora reunida.

E pela primeira vez, em mais de vinte anos, Stella pode dizer que tinha uma família de verdade. Aquele abraço foi o mais caloroso que ela recebeu em toda sua vida e a partir desse dia, ela pode finalmente dizer que tinha um lar com uma família.

Fim.


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Notas finais do capítulo

EEEEEEEEEEE Acabou...

Eu quero agradecer muito, de vdd a todos que leram e comentaram. Dragonize foi muito importante para mim, pois de inicio eu tinha a ideia de que ela era uma prequela do meu livro "A Cavaleira - Alma Nobre", mas com o tempo eu decidi que Dragonize ia ser o pontapé inicial para um universo muito maior, então a partir daqui, todas as originais que eu escrever vão se passar nesse universo, que eu carinhosamente chamei de "Kemurverse", e claro, vou fazer referências e personagens que apareceram aqui irão voltar em outras fics.
Outra coisa que eu queria dizer é que a Stella e o Zack, são personagens muito importantes para mim. Eles foram os primeiros personagens 100% originais que eu criei na minha vida e com o passar dos anos eles tiveram muitas mudanças e muitas versões, como uma Stella que vivia num mundo de fantasia medieval ou um Zack que era um guerreiro imortal que busca a cura para sua imortalidade. Então usá-los aqui foi uma ideia arriscada, pois apesar de não ser a primeira vez que os testo nesse cenário, é a primeira que eu os faço fazerem parte de universo maior e isso me causa medo, pois meio que eles são os "filhos favoritos" e não queria "desperdiçar" eles.
Bem, acho que falei demais. Obrigado novamente a todos que acompanharam Zack e Stella nessa aventura e eu prometo que em breve eu volto para Seleanna para mais aventuras, e claro, mostrando mais do que Zack e Stella se tornaram depois desse capítulo.
Até mais ver pessoal! o/



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