Dragonize escrita por Kemur


Capítulo 10
O Mago das Espadas


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho saindo do forno.
Agora as coisas complicam, pois é.
Eu não quero que acabe...
Boa leitura.



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A cena do quarto de hospital destruído era a única coisa que passava na cabeça de Zack. Sua agora noiva, Stella e sua amiga, Kuroneko cuja a vida estava sobre sua proteção foram levadas por um inimigo cuja relação com ele não existia. Tudo o que Zack queria naquele momento, além de recupera-las era acabar com a graça do desgraçado que achou que poderia roubar algo dele e sair impune.

A chuva caia e as roupas de Zack pesavam. A policia investigava o caso e era suposto de Zack ficar lá para dar depoimentos, mas ele simplesmente saiu escondido e agora segue andando em direção ao apartamento de Stella.

A raiva, o ódio, a fúria. Todos os sentimentos negativos que podem descrever o que Zack estava sentindo naquele momento era ainda, muito poucos. Uma sede por sangue, um calor violento, uma bomba prestes a explodir.

— Zack. – Mark se pôs à frente de Zack. — Eu peço que pare.

— Por que? – Zack não encarava mais o professor nos olhos. — Ninguém parou Klaus quando ele pretendeu invadir um hospital e sequestrar elas.

— Se você fizer isso, vai apenas estar cometendo suicídio! – Mark grita. — Nem mesmo Rick foi capaz de deter ele sozinho, não é você que vai conseguir!

— Você errou em um detalhe apenas. – Zack volta a andar e para atrás de Mark. — Eu não sou o Sr. Waver.

— Se você for, não haverá mais chances do futuro quer criar para Stella! Pense nisso, rapaz! – Mark desesperadamente tenta convencer o aluno.

— Não há futuro a ser feito. – Zack volta a andar. — Se Stella não estiver lá.

Quem era aquele para quem Mark olhava, seu querido aluno de bom coração, um garoto divertido que mesmo com os apertos que a família passava, nunca perdeu o sorriso no rosto, aquele a quem Mark confiou sua “filha”. Aquele Zack, naquele momento, não existia mais.

A chuva havia engrossado por uns minutos, mas logo ela cessou. Zack estava encharcado e ainda assim entrou no apartamento de Stella. O local estava escuro, devido à noite estar se aproximando. Zack observou o local, e mesmo sendo um lugar diferente, muitas memórias vieram a sua mente.

Ao olhar para a sala, ele se lembrou da sala de aula da escola onde estudavam. Era aniversário de Stella e Zack combinou com os professores e com seus colegas para fazer uma festa para ela depois da aula.

— Desculpa por te fazer me ajudar. – disse Zack.

— Sem problemas, eu gosto de te ajudar. – Stella respondeu com um sorriso. — Mas bem que a sra. Reis poderia ter deixado a gente ir embora. Onde já se viu, segurar dois alunos para fazer o serviço dela?

— Professores são ocupados sabia, se um dia você virar uma, talvez entenda.

— Talvez. – Naquela época, Stella já pensava em se tornar uma professora. — É tão estranho ver a escola vazia.

— Sabe, eu gosto mais dela assim. Da um sensação de dever cumprido.

— Isso não fez o menor sentido. – Stella chega até sua sala e abre a porta.

— Surpresa! – cornetas de confete estouram assustando Stella. — Feliz aniversário!

— Eh?! Por que?!

— Hoje é seu aniversário, não é? – disse Zack. — O pessoal concordou em fazer uma surpresa pra você.

— Poxa... – Stella corava.

As memórias então cessam e Zack volta a encarar a sala vazia. Em seguida ele vai até o quarto de Stella, onde eles dormiram juntos na ultima vez, o que o fez se lembrar da noite que Stella dormiu em sua casa pela primeira vez.

— A cama é sua! – Stella gritava. – Não vou deixar você dormir no chão.

— E eu não vou deixar você dormir no chão, pois é a minha convidada. – disse Zack. — Desse jeito nunca vamos entrar em um consenso.

— Então porque não dividimos a cama? – Stella sugere.

— Eh? – Zack olha confuso.

— Eh? – Stella entende o duplo sentido no que pediu. — Ah, esquece, foi uma péssima ideia.

— Não, até que foi uma boa ideia. – disse Zack. — Assim ninguém dorme no chão.

— Então... Você dorme virado para uma lado e eu para o outro. – o rosto de Stella estava todo corado, parecia um tomate.

— Certo. – Zack espera Stella se deitar e então apaga a luz, logo em seguida, ele se deita virado para o lado oposto ao de Stella. — Boa noite, Stella.

— Boa noite... – Stella respira fundo e então se vira, encostando sua testa nas costas de Zack. — Obrigado por convidar, você realmente salvou meu dia.

— Que isso, você é minha melhor amiga. É o mínimo que posso fazer. – Zack sorri.

As memórias cessam e então Zack vai até a cozinha. A fumaça roxa do primeiro curry que Stella havia tentando fazer para ele ainda estava em sua memória, da mesma forma que o cheiro forte e o gosto horrível ainda lhe faziam ter enjoos.

— Stella... – Zack olhava com medo para seu prato. — O que exatamente você colocou aqui que deixou o caldo roxo?

— Cebola roxa, berinjela, coentro, palmito, batata, cenoura, escarola, tomate, uma planta que não sei o nome, pimenta e uns temperos de cheiro forte, porém bons que encontrei por aí. – ela responde com um sorriso no rosto.

Zack olha para a pia, onde ele pode ver um pacote inteiro de curry em tablete que aparente Stella havia usado todos só para esse prato. Receoso, ele move a colher até o caldo e no momento em que a prata encosta no caldo, uma bolha estoura.

— Eek, ta se mexendo aqui! – ele aponta para o prato.

— Para de ser chato! Só come! – Stella faz bico.

— Sim... – com um pouco de coragem, Zack come a massa roxa.

As memórias cessam e mais uma vez Zack olha para um lugar vazio, agora mais escuro que antes. Ele vai até a varanda e mais uma vez as memórias tomam-lhe a cabeça. Era a praça Wesker, local onde naquele feriado há oito anos, Zack contava que era um mago para Stella.

— Mago?

— Sim. Veja. – Zack olha para os lados e então estala os dedos, onde após umas faíscas, uma pequena chama se forma no dedo dele.

— Incrível! – Stella olhava maravilhada para a pequena chama. — Posso tocar?

— Pode, mas é fogo de verdade então cuidado para não se queimar.

— Sim. – e Stella se queimou. — Ai, ai.

— Eu avisei.

— Desculpe, mas como você aprendeu isso?

— Sabe o meu professor, o sr. Mark? Então, ele também estudou magia quando jovem, e quando viu que eu tinha aptidão, optou por me ensinar. – Zack explica. — A princípio, eu achei que ele queria me fazer ir para igreja ou algo do tipo, mas nem era.

— Que legal!

— Mas é segredo, não conte a ninguém sobre isso, tá?

— Me ensine! – Stella diz.

— Ensinar? Tem certeza? – o garoto parecia confuso.

— Já que me contou esse segredo, vai ter que me ensinar! – ela insiste. — Quero me tornar uma maga, assim como você!

As memórias novamente cessam, o sol finalmente se põe e Zack sai da varanda, assim que vira as costas e nota novamente estar sozinho, sua garganta começa a dor e um grito é escutado, mas demorou para que ele pudesse perceber que a dor em sua garganta era consequência do grito que o mesmo dava. Lágrimas corriam pelo seu rosto, sua cabeça doía, seus olhos queimavam. Zack estava perturbado, não queria aceitar que alguém tinha lhe tirado aquilo que acabou de conquistar.

— Mestre Zack. – Noire surge diante de Zack. — Foi minha culpa isso ter acontecido. Só percebi que houve uma invasão depois de Klaus Muller ter entrado no hospital.

— A culpa foi minha por não ter ficado com ela. – disse Zack. — Mas agora vou ter certeza de que as terei de volta.

— Deixe Lady Kuroneko comigo, busque por Lady Stella... Ou melhor, Mestra Stella. – Noire esbanja um sorriso.

— Mestra é? Faz sentido, em breve ela será minha esposa e então também será sua mestra. – Zack sorri.

— Sabe onde encontrar Mestra Stella?

— Posso rastreá-la se ainda estiver com a aliança que dei a ela. – Zack vai até sua mochila e retira um sobretudo branco.

— Essa roupa...

— Sim, Stella comprou para mim como presente de despedida, no dia que fui ao Japão. – ele diz tirando seu moletom e vestindo o sobretudo. — Cuide da Neko para mim.

— Sim!

Zack sai do apartamento e segue na direção em que seu rastreio o levou, mas assim que chegou próximo ao local. Em sua frente, uma pessoa surge. Um homem corpulento, quase dois metros de altura vestindo uma batina.

— Cardeal Klaus Muller, presumo. – disse Zack vendo a fonte de todo o seu ódio diante de si.

— Você deve ser o moleque que roubou o Projeto Avatar B-45. – Muller posa mão em seu queixo. — Conseguiu fugir por anos, não esperava que ia sair impune por isso, né?

— Eu que te pergunto, Muller. Você invade um hospital, sequestra duas garotas, uma que por sua vez estava internada e a outra sendo minha noiva e acha que vai sair impune?

— Você não sabe com o que está lidando, garoto. – Muller lança um olhar psicopata para Zack.

— Ah, eu sei. – com a mão direita, Zack penteia seu cabelo usando apenas os dedos, os deixando todos para trás. — Magia de Projeção sempre foi minha especialização, vamos ver quantas espada são necessárias para cortar um “Santo”.

— Magia de projeção? Espadas? Ah, entendo. – Muller ri. — Agora me lembro do que você era chamado pelo Vaticano. O Mago das Espadas, não é?

— Fazia tempo que não ouviu esse título. – duas espada curtas de lâmina curvada surgem nas mãos de Zack.

O Mago das Espadas, um título dado à Zack pelos Grão-Mestres da Academia Arcana. Ele recebeu esse título após quase derrotar três Magos Instrutores apenas suando sua magia de projeção para criar diversas espadas. Mesmo perdendo, ser reconhecido pelos Grão Mestres é um feito que poucos Aprendizes conseguiram alcançar.

— Zack Zephirum, o Magos das Espadas. Venha! – gritou Muller e assim Zack o fez.


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Notas finais do capítulo

Eu amo escrever cenas de luta, eu sinto que os próximos capítulos vão ser recheados de lutas memoráveis... Ao eu espero...
Aliás, hoje cedo eu terminei de assistir Kaguya-sama: Love is War. É bom demais, recomendo.
Até o próximo.



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