Dragonize escrita por Kemur


Capítulo 1
Oito anos sem ele.


Notas iniciais do capítulo

Eu levei um tempo criando muita coisa que não tem no livro para essa fic. Espero que consiga agradar pelo menos uma pessoa.
Boa leitura.



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Todos possuem em suas vidas, cenas marcantes, momentos das quais nunca desejam esquecer. Imagens, sons e sensações que estarão para sempre na cabeça delas, e para Stella não era diferente.

Sua memória mais marcante foi a de uma tarde ensolarada na praça Wesker. Era feriado, portanto ela não teria de ir à escola. Naquele dia, ela estava acompanhada de uma pessoa de visual excêntrico. Um jovem alto e magro, de pele um pouco bronzeada pelo sol. Cabelos pretos e bagunçados cuja a franja desorganizada tinha uma coloração natural, porém diferente do resto de cabelo, tratava-se de um verde chamativo que começava na beira da testa e após um leve degrade, tornava seus cabelos pretos novamente.

Apesar da movimentação na praça, o silêncio entre os dois era absoluto. Stella incomodada com isso fica brincando de enrolar uma mecha de seu longo cabelo loiro em seu dedo indicador. Já o jovem que estava ao seu lado apenas observava a garota cuja a luz do sol fazia com que seus cabelos tomassem um brilho dourado.

— Ei, Stella... – o garoto então puxa assunto, deixando Stella surpresa. — Posso te contar um segredo?

— Ah, sim. – ela abaixa o tom de sua voz para esconder a curiosidade.

— Eu... – o garoto faz uma pausa para arrumar um fio de cabelo rebelde. — Eu sou um mago.

Há oito anos, essa foi a frase que mudou a vida de Stella...

...

— Professora! Eu não entendi essa questão. – dizia um aluno, enquanto levantava sua mão.

— Já estou indo! – Stella deixa sua mesa e vai até o garoto.

— Professora, pode me explicar de novo essa parte? – outro aluno a chama do outro lado da sala.

— Só um minuto!

Stella Virtaliam, apesar de nova, é uma das professoras favoritas entre os alunos da oitava série na Escola pública Alisha Igsem. Há oito anos, assim que se formou no ensino médio, ela imediatamente correu atrás de seu sonho de se tornar professora. Ingressou numa faculdade de História e se formou como um dos 34 melhores alunos de seu ano. Assim garantindo a chance de dar aula para uma única turma, da qual estava em falta de professor de história devido aos horários dos outros professores em outras escolas.

 PRIIIII!!!!!

 O sinal da escola ecoa e os alunos rapidamente começam a guardar suas coisas e então deixam a sala aos poucos.

— Sem correr nas escadas, pessoal. Ah, e não esqueçam de trazer as assinaturas de seus pais autorizando vocês irem ao passeio da semana que vem.

Apesar de ser bem-querida entre os alunos, a hora de ir embora era sagrada.

Stella espera até o último dos alunos sair da sala e então se senta em sua cadeira e solta um suspiro desanimado. Há muito tempo que ela vive com esse desanimo, mas não é por conta do estilo de vida que ela leva. Pode-se dizer que ela tinha uma vida perfeita. Apartamento próprio, um bom emprego em uma área de seu interesse, além de saber se virar sozinha em qualquer coisa. Mas apesar de tudo isso, Stella não era feliz. Pois a coisa mais importante para ela simplesmente desapareceu há oito anos.

As memórias daquele dia eram felizes, porém dolorosas. O fato de saber que talvez nunca mais poderia vê-lo de novo, deixou Stella em uma profunda tristeza, mas se tem algo que ela aprendeu com ele, é que desistir nunca é o caso.

— Me ensine! – Stella diz.

— Ensinar? Tem certeza? – o garoto parecia confuso.

— Já que me contou esse segredo, vai ter que me ensinar! – ela insiste. — Quero me tornar uma maga, assim como você!

— Hã? – Stella acorda de seu sonho.

A escola já estava vazia e quando Stella percebeu, já haviam se passado cerca de trinta minutos. Ela sempre faz isso, pois ela espera que venham busca-la na porta de sua sala, igual acontecia há oito anos...

Após arrumar suas coisas e deixar a escola, Stella pega um ônibus e vai até a sede da policia federal em Key. Ela vai até lá todas as semanas visitar um detetive que era conhecido seu.

— Sr. Waver? – dizia ela.

— Stella, como vai? – o homem de cabelos grisalhos perguntou sem tirar os olhos dos documentos em sua mesa.

— Vou bem, pelo menos um pouco bem. – ela responde. — Imagino que nem preciso dizer o motivo da visita, né?

— Sim. – ele coloca os papéis numa pasta e então volta seu olhar para a garota. — Infelizmente nada.

— Entendo. – o sorriso melancólico da garota se torna numa expressão de pura tristeza. — Obrigada, semana que vem eu volto.

— Stella. – Waver a chama.

— Sim?

— Por que não desiste? Esse caso já foi arquivado há anos, não tem como ele estar vivo. E se estiver, é improvável que esteja em Seleanna.

— Sei que ele está vivo. – um pouco de raiva foi colocado em sua voz, ela então se vira e deixa a sala do detetive.

Rick Waver é um detetive que Stella contratou para encontrar seu amigo que desapareceu há oito anos. Semanalmente ela vem até ele ver se houve progresso na investigação, mas a resposta é sempre a mesma. Porém ela não desiste, pois se ele descobrisse que ela desistiu de encontra-lo, talvez ficasse decepcionado.

Há oito anos, Stella viveu seus dias mais felizes ao lado de seu amigo e seu professor. Ela conheceu Waver nessa época, pois ele era amigo de seu professor. Mas após alguns meses, acabou descobrindo que esse seu amigo desapareceu durante uma viagem. Desde então seu professor, junto de Waver buscam pelo paradeiro do garoto.

Stella deixa o local e parte para sua casa, que fica alguns minutos de caminhada do local de onde ela estava agora. Porém uma perturbação em seu corpo a fez pegar um caminho diferente, ela estava sendo seguida. A garota apressou o passo e foi até um beco afastado do grande movimento de civis.

— Quem está aí?

Assim que ela pergunta, uma figura humanoide vestindo roupas totalmente pretas junto de uma máscara de ônix que cobria seu rosto inteiro cai levemente em sua frente. Era como se fosse uma sombra viva.

— Quem é você?

A resposta foi simplesmente uma adaga sendo jogada em direção ao seu rosto, não dando tempo suficiente para que a garota pudesse desviar, mas antes que fosse atingida, algo deflete a adaga.

— O que foi isso? – a garota olha e nota uma pequena silhueta em sua frente. Tratava-se de um gato preto cuja a cauda era branca. — Você...

O pequeno gato virou sua cabeça para Stella. Seu olho esquerdo era fechado por conta de uma cicatriz em forma de cruz, já seu olho direito esbanjava um tom de verde mágico, pois parecia dar pra ver ondas de energia se movendo por ele.

Stella sentiu uma mescla de felicidade e medo, aquele gato à sua frente era o sinal de que aquele quem ela passou oito anos buscando ainda vivia. Ela sentiu que estava sendo recompensada por nunca ter desistido.

— É bom vê-la, Lady Stella. – essa voz adulta e elegante saia da pequena boca do gato.

— Sim. – seus olhos se encheram de lágrimas. — É bom vê-lo também, Noire.

Noire não é um simples gato, é um familiar. Familiares são uma espécie de animais de estimação dos magos. Stella conheceu ele na mesma época em que seu amigo se apresentou a ela como um mago.

— Acredito que minha lady tenha te feito uma pergunta, seu verme insolente. – essa ofensa foi dirigida ao assassino.

O homem nada responde, apenas saca outra adaga e avança contra a garota, mas Noire salta em frente ao mascarado que lhe tenta golpear, mas o ataque é defendido por uma lâmina curva de uma cimitarra que surgia da calda do gato.

— Lady, agora! – o gato afasta o homem com um empurrão e se joga para trás.

— Sim! – Stella saca de sua bolsa, uma pequena bola de chumbo e atira contra o rosto do homem que ao tocar a máscara, toma uma coloração azul e então explode, derrubando o assassino no chão.

Aquilo era uma granada arcana, trata-se de uma magia simples de encantamento na qual o mago deve envolver um objeto com sua energia mágica comprimida e então liberá-la para que ocorra uma explosão.

Fazia muito tempo que ela não usava essa técnica. Ela aprendeu com seu amigo há oito anos atrás, quando decidiu se tornar uma maga, mas após o desaparecimento dele, Stella desistiu de fazer o curso numa escola de magia.

O homem se levanta e lança um olhar de fúria através do buraco criado pela granada de Stella. Ele começa a saltar entre as paredes do beco com uma enorme velocidade até se tornar um vulto quase que imperceptível. 

— O que ele está fazendo? – Stella pergunta à Noire.

— Uma técnica ninja de ilusão, isso nos impossibilita de saber por onde virá o ataque. – Noire responde. — Mas há como vencê-lo.

— Como?

— Ao meu sinal, crie uma barreira ao seu redor e então a expanda.

 — Entendi o que quer fazer.

O vulto continuava a salta entre as paredes e então se joga em direção aos dois. Noire com um berro da o sinal e Stella cria uma barreira circular ao seu redor, assim defendo o golpe, em seguida Stella expande a barreira prendendo o assassino contra a parede.

— Noire! – ela grita.

— Sim! – o gato em direção ao homem e faz uma lâmina de cimitarra surgir de sua cauda, desferindo um corte no pescoço do assassino que cai quase morto no chão, porém ele foge ao pular pelos muros e então desaparece.

— Por enquanto o perigo se foi. – disse Noire até ser agarrado por Stella.

— Noire! Estava com tanta saudade de você! – ela abraçava o gato com força.

— Sim, também estava, ou melhor, nós também estávamos. – Noire depois de muita luta consegue se libertar dos braços de Stella.

— Ele está aqui também? – a garota pergunta, enquanto limpava as lágrimas de felicidade.

— Sim, ele está. – Noire responde, enquanto se move em direção a saída do beco. — Ele quer te ver, venha, vou leva-la até ele.

— Certo. – Stella pega suas coisas e se arruma sua roupa antes de seguir o gato.

Durante o caminho, ambos ficaram em silêncio para não chamar a atenção das pessoas na rua. Novamente, Stella seguia por um caminho oposto ao de sua casa. Dessa vez ela seguiu até um pequeno bosque próximo a escola onde estudo durante o ensino médio. Lá, encontrou um banco onde havia uma garota sentada.

— Essa garota... – Stella ficou surpresa ao ver a garota.

Uma bela jovem de longos cabelos avermelhados que possuía um degrade que o deixava rosa até as pontas. Sua pela era branca como a neve, mas haviam algumas manchas nela, não, aquilo tinha outro nome. Eram escamas avermelhadas que poluíam aquela pele. Seus olhos eram amarelos e lembravam muito os olhos de um dragão. Ao notar a presença de Stella, a garota assustada cai no chão e começa a se afastar lentamente, ela parecia estar fugindo.

— Acalme-se, ela não é inimiga. – uma voz masculina ecoa no local.

— Essa voz? – Stella olha para trás e vê uma silhueta se aproximar dela.

— E aí, Stella. – um garoto de cabelos pretos com a franja verde surge diante de Stella.

— Zack...


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Espero que tenham gostado!