Kiba reviveu tudo novamente, desde a parte em que acordou no hospital até quando foram à floricultura Yamanaka. O problema era o que acontecia depois.

Se Shikamaru estava correto e Kiba estivesse preso nesse tal loop infinito, tudo começava a se repetir quando ele notava alguma anomalia em alguém. E essas anormalidades não se repetiam. Explicou tudo para Shino novamente na esperança de conseguir ajuda.

— Se isso já se repetiu tantas vezes então é obra de algum Jutsu da ninja que enfrentamos — Shino disse a mesma coisa que Kiba escutara nas “viagens” anteriores — Mas não sabemos que tipo de Jutsu é esse e nem como funciona. Para quebra-lo, teríamos que encontra-la para que ela desfaça o Jutsu.

— E como faremos isso? Sequer vimos seu rosto — Kiba lembrou. A inimiga usava uma máscara e eles não sabiam seu nome.

— Lembre-se de que os caçadores Ambu foram atrás dela para recuperar o pergaminho roubado. Quando encontra-la, poderemos obriga-la a desfazer o Jutsu — Shino tentou tranquiliza-lo, apoiando a mão em seu ombro — Além disso…

— O que?

 — Não é nada. É melhor ir para casa e descansar.

Kiba seguiu seu conselho. E surpreendentemente não aconteceu nada diferente naquela noite. Sua família estava agindo como sempre.

Na manhã seguinte acordou em sua cama e não no hospital. Será que tinha sido um sonho? Não aconteceu nada anormal quando desceu para tomar café e saiu para encontrar seus companheiros de time. Talvez fosse apenas um sonho afinal.

Ou talvez não.

— Kiba — Shino chamou no meio do caminho — Tem um minuto?

— Claro — seguiu-o, pensando se deveria aproveitar para confirmar se tudo tinha sido um sonho — Tive um sonho esquisito essa noite. Todos estavam estranhos e eu parecia estar voltando no tempo…

— Não foi sonho — Shino informou para sua infelicidade.

— O que houve então? Alguma notícia dos caçadores Ambu?

— Ainda não. Te chamei por outro motivo — Shino aproximou-se alguns passos dele, até invadir seu espaço pessoal. Só então Kiba notou que estavam na orla da floresta, sozinhos — Kiba… o que você sente por mim?

— Hein?! — Kiba demorou para absorver o conteúdo da pergunta. Já tinha algum tempo que o que sentia por Shino ia além de amizade, mas não sabia como contar isso a ele. Nunca imaginou que Shino perceberia sozinho — Eu, bem…

— Eu gosto de você. Sabia disso? — Sem esperar por uma resposta, Shino beijou-o. Mas não foi como Kiba imaginava que seria seu primeiro beijo.  Shino estava afobado, não lhe dava tempo de processar as informações e forçou a entrada da língua em sua boca enquanto enlaçava sua cintura e prensava seu corpo com o seu próprio contra uma árvore, prendendo-o ali.

Foi quando ele começou a retirar seu casaco que Kiba percebeu: Era aquilo que estava errado. Shino jamais agiria assim com ele. Se por acaso correspondesse seus sentimentos, tinha certeza de que Shino seria cuidadoso e não o forçaria a nada. Aquilo tinha ido longe demais. Kiba encontraria a ninja que lançou-lhe esse Jutsu e lhe daria uma lição por brincar com seus sentimentos.