Para Sempre escrita por Moon


Capítulo 1
Capitulo 1- Prologo


Notas iniciais do capítulo

Pessoal esta uma historia diferente de tudo que já escrevi. Como é um romance de época, a escrita ficou bem formal, mas tentei não me aprofundar nisso pra não complicar a leitura de vocês. Eu espero que gostem pois foi escrito com muito carinho e dedicação. Boa leitura.



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 Pov. Rosalie

Chamo-me Rosalie Cordélia Mitchell. Moro em Grindhill com meus tios desde que fiquei órfã.

 Nossa cidade é muito pacata e minha vida, não tens nada de emocionante. Vivo a merce de meus tios. Faço o que eles querem, quando eles querem e não tenho e nem posso ter vontade própria.

 Meu tio Sebastian era irmão da minha mãe, e ela entregou minha custodia a ele quando ficou doente. Minha vida virou um inferno a partir dali.

 Eu vivo basicamente em função da minha tia Miriam, limpo a casa, faço compras, faço roupas para ela e minhas primas.

 E ah, minhas queridas primas mais novas. Cintia e Carmen.

 Cintia e eu tínhamos a mesma idade, 17 anos, eu era apenas alguns meses mais velha que ela. Carmen tinha 15 anos. O sonho delas era casar com um homem rico e bonito que iria sustenta-las e este era o sonho dos meus tios também. Era ridículo ouvi-los falar sobre isso, minha tia parecia que queria vender as duas.

Enquanto eu só sonhava em começar a fazer minhas próprias roupas e sair daquela casa. Não me imaginava com um homem comandando minha vida. Eu só queria ir embora dali e começar a viver de verdade.

—Feliz aniversario Rose – Carmen disse entrando em meu quarto toda sorridente e animada. Eu gostava de Carmen, ela não tinha culpa da pessoa terrível que estava se tornando, eu tentava mudar aquilo, mas sem muito progresso. Ela era a única que se importava de verdade. – Agora tu és oficialmente uma mulher!

 Eu sorri pra ela. Carmen, assim como Cintia e minha tia Miriam era loira dos cabelos bem lisos e olhos verdes claros. Ela apesar de ter 15 anos, era mais alta do que eu, e realmente parecia uma princesa. Ela usava os vestidos que eu fazia para ela. Hoje estava com um vestido clássico verde com a saia rodada até os pés e cheio de babados.

—Obrigada Carmen, não precisava me lembrar disso – disse sentando-me em minha cama e ela se sentou ao meu lado.

—Precisava é claro. Tu fazes muito por mim, quero retribuir! – ela disse me entregando um pacotinho branco. – Abra.

 Eu engoli em seco e abri o pequeno pacote que ela pôs em minhas mãos. Era um colar simples, com um pingente prata de uma estrela e uma pedra no meio dela.

—Eu o vi e logo lembrei-me de você, sei que gostas de tudo que envolva o céu. As estrelas, a lua, as constelações. – ela disse olhando pela janela. – E você és como uma estrela, onde chega ilumina tudo.

 Eu engoli o nó que formou em minha garganta com suas palavras.

—Oh Carmen, que lindo – eu disse com a voz embargada de emoção.

Vistes porque gosto de Carmen? Ela tinha um coração bom. Infelizmente estava sendo corrompido aos poucos por sua mãe.

—Os 18 anos é uma data muito importante na vida de uma mulher. Espero que o use.

—Usarei sempre. – disse o colocando em meu pescoço. – Obrigada irmãzinha. – disse a abraçando.

 A porta de meu quarto foi aberta escandalosamente e quando observei minha tia Miriam estava parada me fitando com o rosto serio. O cabelo como sempre preso em um coque alto e perfeito e trajando um vestido escuro que cobria todo o corpo.

—Pensei que já estivesse começado a preparar o café Rosalie, e não jogando conversa fora na cama – ela disse carrancuda – Desça já as duas.

 E com isso ela se retirou do meu quarto. E como Carmen é uma boa filha não perdeu tempo e deixou meu quarto seguindo a mãe pela casa.

 Eu respirei fundo me preparando para mais um dia. Escolhi um vestido leve e prendi meu cabelo num coque desarrumado.

Diferente de minhas primas eu tinhas cabelos bem escuros e ondulados que estavam enormes, alias. Meus olhos eram iguais os de minha mãe, um raro âmbar, meio caramelo. Eu os achava lindo. Contrastava com meu cabelo e minha pele lisa.

Era bem evidente que eu não fazia parte daquela família e eu gostava assim.

[...]

Desci as escadas e fui direto para a cozinhar. Carmen estava sentada a mesa entediada e minha tia no fogão resmungando.

—Faça o café, depressa – ela ordenou entregando-me um jarro.

 Sem dizer nada eu comecei a preparar o café para evitar demais insatisfações de minha tia.

—Mamãe, hoje é aniversario de Rose. Não ira dar lhe as felicitações? – Carmen perguntou inocente.

 Minha tia olhou-me com um ar de desdém e percebi que forçou um sorriso que não queria dar.

—Parabéns – disse apenas desviando o olhar – Deves ser a única garota com 18 anos que ainda não esta prometida a casar-se.

 Eu respirei fundo pois estava cansada daquele assunto que ela insistia em me atormentar.

—Não quero casar-me. – sussurrei.

—Porque és uma tola – Minha outra prima entrou na cozinha toda sorridente vestindo sua camisola de seda rosa, com seu cabelo todo enrolado nos bóbis e aquele olhar tão superior quanto o da mãe dela. – Papai vai me arranjar um marido antes de eu completar os 18 anos. Estou tão ansiosa. - Eu não consegui disfarçar minha cara de nojo. – A proposito parabéns pelo aniversario Rose.

—Obrigada. – disse colocando o café na mesa.

—Quem sabe antes dos 30, você não arranje alguém que te queira. – disse rindo como se fosse uma piada e minha tia riu com ela. – Que ridículo.

—Todo mundo sabe que Rosalie é bem mais bonita  do que você Cintia! – Carmen disse em minha defesa. – Desça desse pedestal.

—Cale-se Carmen, você é uma criança. – minha tia pediu irritada. – E minhas filhas são lindas.

—Rosalie é mais – Carmen disse segura de si. – Não vejo Cintia recebendo flores e bilhetes de admiradores secretos em casa e nem garotos vindo aqui procura-la como geralmente acontece com Rose. Sou segura de mim o suficiente para admitir que Rosalie é a mulher mais linda dessa casa. – disse tranquilamente enquanto minha tia e Cintia a encaravam – Fora que os olhos de Rose são raros! Os homens adoram raridades.

 Carmen era impossível, às vezes queria mata-la. Ela não controlava as coisas que falava e dizia sem pensar e se aproveitava da rivalidade que Cintia tinha comigo para tira-la do sério.

 Mas não eram mentiras as coisas que disse. Garotos que eu nem conhecia batiam na porta de casa pedindo ao meu tio minha mão para me cortejar, ou entregavam flores em meu nome e cartões com declarações anonimas.

 Eu não ligava e nem me interessava por eles.

 Cintia sentia ciúmes sobre isso. Tanto que quando eles tinham visitas eu tinha que ficar escondida no quarto sem aparecer, pois Cintia queria ser sempre o centro das atenções.

—Bom dia queridas. – meu tio apareceu vestindo seu terno de trabalho e com um sorriso gentil me deu um beijo na bochecha. – Feliz aniversario. Tenho uma surpresa pra você hoje à noite.

Eu sorri.

—Que surpresa? – Cintia perguntou cruzando os braços.

—Não és de sua conta, não é para você – ele disse e ela fechou a cara enciumada. – Mas tenho uma noticia boa pra você também. Um rapaz vira jantar aqui hoje para conhece-la.

— Um rapaz! – sua voz aumentou umas 5 oitavas de emoção.

—O filho dos Fennder. Ele esta trabalhando na empresa agora e eu conversei com seu pai e achamos que seria uma boa ideia unir nossas famílias em um matrimonio. – dizia meu tio orgulhoso.

—Mamãe ele é um Fennder! – Cintia saltitava empolgada.

—Querido que noticia boa. – minha tia agarrou seu pescoço extasiada. – Vou ao mercado agora comprar as coisas pra fazer o melhor jantar da vida dele.

—Rosalie você fara o meu vestido! – ela disse acariciando os cabelos vaidosa – Quero o melhor vestido que já fez em sua vida.

 Eu suspirei cansada.

—Eu vou trabalhar, nos vemos mais tarde. – meu tio se despediu.

 Meu tio saiu de casa para seu trabalho e o assunto não cessou por um segundo. Cintia estava em êxtase porque tinha conseguido um futuro marido, bonito e rico como ela e meus tios sempre sonharam.

 Eu passei meu aniversario trancada no quarto costurando um vestido para ela. Eu amava costurar, criar e desenhar roupas. A única coisa boa que me aconteceu nesses anos foi o curso de desenho a moda, que ganhei de presente de meu tio. Foram 2 anos aprendendo a fazer croquis e vestidos de minha criação. Eu sempre usava Carmen como minha cobaia. Ganhei uma maquina de costurar ano passado e desde então sou eu quem faço as roupas da família.

 Não estava animada para fazer um vestido para Cintia, mas fiz e me esforcei mesmo assim, fazendo do jeito que ela queria.

 Por mais que ela não fosse boa comigo eu não poderia ser má com ela. Minha mãe sempre dizia, se alguém for mal com você, seja uma pessoa melhor ainda com ele. Cada um oferece o que tens em seu coração.

 


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Notas finais do capítulo

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