A Ascensão do Império Vampiro escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 12
Sozinho




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P.O.V. Elijah.

Eu visito o túmulo dela todo dia. Todo santo dia.

—Isso é deprimente. De tantas maneiras.

—O que você quer, Katerina?

—Eu pensei, que saber que você estava miserável me deixaria feliz, pensei depois de tudo o que ele e a família dele, especialmente o Klaus me fizeram passar... quero vê-lo chorar como eu chorei. Se sentir sozinho, desolado, eu pensei que isso me faria sentir melhor, mas eu sinto pena de você Elijah. Tanta pena e acho que ouvir isso de uma das suas vítimas deve doer mais que um eu te odeio. Eu me lembro quando perdi a minha filha, minha segunda chance. Sua família tão preciosa tirou tudo de mim! Minha família, minha vida, minha liberdade, minha humanidade, mas no fim... vocês não estavam só me ferindo. Estavam se ferindo. Apontavam uma pra mim e duas pra si mesmos. 

—Katerina...

—Ai é que tá, Katerina Petrova morreu. Sua família matou ela, seu irmão a matou. Você diz que eu te trai e está certo, eu trai, mas o Klaus também mais do que qualquer outro e a sua preciosa híbrida morta também. Ela quebrou uma de suas promessas quando desenterrou a bruxa morta, isso eu nunca fiz. E ainda assim, eles são dignos do seu "perdão", da sua compaixão e eu não. Dei a cura, na sua mão Elijah. A verdadeira. E ainda assim, eu só... não valho a pena. Que tipo de perdão é esse? Que tipo de nobreza é essa? Pelo menos eu assumo quem sou. Sou uma predadora, eu mato, eu sobrevivo, sou egoísta, sou vaidosa e mimada. E dai? Sei quem realmente sou. Mas, quem é você?

Foi a última coisa que ela disse antes de sair. Então, percebi que precisava de alguém que não me temeria, alguém que me diria a verdade nua e crua. Que seria direto.

E só existe uma pessoa no mundo que faria isso.

—Preciso da sua ajuda.

—Desembucha.

—Diga-me quem eu sou.

—Se você não sabe quem você é, como é que eu vou saber?

—Você pode ler mentes, ver o futuro, criar híbridos.

—Certo, mas não sou Deus. Conhece-te a te mesmo, se você não se conhece... então meu filho, não há nada que eu possa fazer a respeito.

—Preciso ao menos da verdade.

—Que verdade?

—Você me considera um homem de palavra, um homem nobre?

E ela falou exatamente o que eu PRECISAVA ouvir.

—A verdade que você alega não saber é meramente aquela que você negou. Não. Eu não te considero nobre ou honrado ou moral. Tudo isso é só uma fachada teatral barata. Cada promessa que já fez pelo menos pelo o que eu já vi... sempre vem com uma brecha. Você é um mentiroso, um manipulador, um traidor. Fica ai cheio de culpa, mas depois de mil anos você não evoluiu, não aprendeu. Continua cometendo os mesmos erros de novo, de novo, de novo. Não precisava ser vidente pra saber que você acabaria sozinho e destruído Elijah. Ninguém fez isso com você, fez isso a si mesmo.

—Eu entendo.

—Sério? Entende mesmo? Porque eu duvido. Acredito que você saiba no fundo, no fundo que o que estou dizendo é verdade. Que com o passar do tempo, o Poder te corrompeu absolutamente, que o homem nobre é a máscara e o Monstro assassino é real. Você passou tanto tempo contando para si mesmo esta mesma história que eventualmente passou a acreditar nas suas próprias mentiras. Estive dentro da sua cabeça Elijah e dentro de você, não existem sonhos não. Dentro de você tem um pesadelo horrível, uma noite sem fim. Uma noite escura e cheia de terrores. Mas, você vai parar de ser um garotinho mimado e começar a ser homem? Eu duvido. Porque para ser metade do homem que você finge ser, vai ter que assumir a responsabilidade pelos seus atos! Vai ter que tirar a máscara e assumir quem você é de verdade! Só dai pra frente, vai poder começar a concertar o estrago.

Isso foi doloroso.

—Eu sou um homem!

—Não você não é. Continua fingindo que fez tudo o que fez pela sua família, por amor, mas não foi assim. Fez porque podia, porque queria. Você devastou cidades inteiras, inúmeras vidas de mortais e imortais. Bruxas, vampiros, humanos não importa. O que ou quem quer que fosse um obstáculo no seu caminho para o menininho mimadinho Elijah conseguir o que queria... você matava. Assim como a Katherine ou Klaus. Pelo menos, eles sabem quem realmente são. Não adianta chorar sob o leite derramado bebê, não vai fazer ele voltar pra dentro da garrafa. Não vai mudar nada! Então pare de se enganar! Sentir muito não importa. Você sempre sente muito, mas sentir muito não vai mudar nada! Não vai te isentar da responsabilidade por tudo o que você fez!  Cada cadáver que ficou pelo caminho. O passado não muda, o futuro no entanto...

—Obrigado por sua honestidade.

—É burrice fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Comece a fazer coisas diferentes, a aprender com os erros. Melhor ainda vamos começar do básico. Comece assumindo seus erros. Está tudo bem cometer erros, mas insistir neles... ai é burrice.

—Obrigado.

—Isso. Isso é bom. Agradecer. Mikaelson's não costumam fazer isso. Tá aprendendo menino.

—Eu tenho mil anos.

—E ainda assim é um menino. Uma criancinha birrenta que não se conhece e que não tem freio. Mas, em sua defesa seus pais são a pedra fundamental onde toda essa confusão foi construída. Você, como seus irmãos cresceu num ambiente hostil de todas as maneiras possíveis. Seu pai era violento, vocês tiveram este... abandono afetivo, foram perseguidos, caçados tudo o que conheceram foi o medo. Foram agredidos de maneiras inimagináveis e já muito cedo conheceram o trauma. Assim como os outros você tem essa dor enorme dentro de você, é uma dor tão grande que vai ser necessária muita coragem para se quer olhar para ela. Quando estou perto de você Elijah, eu passo mal. Tem tanta escuridão, tanta morte, tanto sangue, tanta tristeza e horror ai dentro que eu passo mal. Os efeitos que a sua presença causa em mim... são físicos. Dor, enjoo, tontura. Eu posso sentir... tudo. Tudo que você sente, coisas que você nem sabe que sente.


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