O Internato escrita por Rain


Capítulo 21
Vinte e Um


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, sumi de novo né? Dessa vez eu tinha licença poética pra sumir por motivos de: Carnaval, rs. Eu tinha falado q o capítulo ia sair domingo, mas esqueci q ia ter carnaval e q eu ia estar provavelmente ou bêbado ou com ressaca demais pra postar, rs. A partir de agr prometo postar os capítulos no dia certo. Não desistam de mim ♥
Tenham uma boa leitura :)



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Acordo sozinho. Sento-me na cama com os olhos semi serrados de sono para ver se Sebastian estava em algum lugar no quarto, não estava. Mas pude ouvir o barulho do chuveiro vindo do banheiro do quarto. Ele deve estar tomando banho. Deito-me de volta, saboreando o momento de paz do acordar.

Minutos depois, Sebastian sai do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e com outra toalha de rosto ele secava os cabelos. Ao me ver acordado, sorri e caminha em direção a cama.

— Bom dia. — disse sentando-se na cama próximo a mim e me dando um selinho. — dormiu bem?

— Bom dia. Dormi muito bem.

—Você está muito lindo deitado aí, mas que tal levantar e se arrumar pra tomarmos café?

—Claro, vamos comer. —digo levantando da cama para me arrumar.

—Toni espera. — Sebastian me segurou pela mão – Ontem… eu disse pros meus pais que éramos namorados, mas nunca oficializamos nada. Eu… gostaria de oficializar isso. Você quer namorar comigo?

Dou um sorriso.

— Sim. Eu quero namorar com você.

Sebastian me pucha para o seu colo e me dá um beijo. Não demoro muito a separar o beijo, pois acabei de acordar e tenho um pouco de vergonha de estar com bafo.

Levanto e vou direto para o banheiro fazer minha higiene matinal, e, dar um jeito no cabelo que hoje acordou mais rebelde do que o normal. Sebastian me emprestou uma camiseta e uma bermuda e depois descemos para o café.

A casa está bem agitada hoje, pois alguns parentes de Sebastian que ficaram na cidade vieram dormir aqui, inclusive alguns dos primos dele. Entramos na cozinha e nos deparamos com Fábio e João sentados tomando café, aos nos ver, eles nos chamam pra comer com eles.

Sentamos a mesa.

Tomamos café enquanto trocávamos algumas palavras, mas não falei muito, pois ainda estou indisposto. Durante todo o café não vi sinal de Otávio, nem dos pais de Sebastian. Eram apenas alguns parentes que passavam pela sala de jantar, mas nada deles.

— Ouvimos falar da novidade. — disse João.

— As notícias correm. — disse Sebastian sério.

— Com certeza correm. Desejo felicidade a vocês dois. Toni, bem-vindo a família.

Ele se levanta do seu lugar e vem até mim do outro lado me cumprimentar. Depois cumprimenta Sebastian. Fábio observou tudo calado.

Depois do café, vimos mais alguns parentes de Sebastian. Ele conversou com a maioria por algum tempo. E em seguida voltamos para o quarto, eu queria respirar um pouco, e Sebastian me acompanhou. Quando cheguei ao quarto, deitei-me na cama respirando aliviado.

— Ei não se acomode muito. Vamos pra piscina daqui a pouco. — disse Sebastian tirando a camiseta e indo em direção ao closet.

— Você está muito animado.

— Só quero aproveitar nosso fim de semana juntos.

Levanto-me, vou até o closet e abraço Sebastian por trás, envolvendo meus braços ao redor de sua cintura.

— Então vamos aproveitar o máximo.

Nos trocamos rapidamente e descemos para a área da piscina.

A maioria deles estavam reunidos ao redor da piscina, como uma família comum. Inclusive os pais de Sebastian. Olhando seu rosto, pude ver um brilho em seus olhos de felicidade. Deve ser muito significativo pra ele ter todo esse contato com seus parentes.

Fomos até uma das espreguiçadeiras e sentamos. Ficamos vendo os primos de Sebastian nadando e depois ele foi correndo se juntar a eles. Eu fiquei olhando tudo por trás dos óculos de sol que peguei emprestado do closet. Fiquei com uma vontade imensa de entrar na brincadeira também, mas meu braço ainda não está cem por cento, por isso prefiro só observar. Fiquei tão entretido com Sebastian e seus primos brincando na água que não reparei que um casal de meia idade havia se aproximado de mim. Os pais de Sebastian.

— Podemos conversar? disse a mãe.

Claro. respondo meio sem jeito.

Acompanho os dois até a cozinha. O pai dele senta na ponta da mesa, eu me sento de um lado e a mãe dele se senta do outro. Ficamos todos em silêncio por alguns minutos, até que o pai finalmente fala.

É verdade que vocês dois estão namorando?

Minhas mãos começam a tremer em cima da mesa, então eu as coloco disfarçadamente para baixo sobre o joelho. Engulo a saliva em seco e enfim respondo.

— Sim.

Tem certeza de que isso não é só Sebastian te usando para chamar atenção? É a cara dele fazer isso. disse o senhor Ferraz.

Fico chocado ouvindo isso do pai de Sebastian.

Quem são seus pais? São de alguma família empreendedora da cidade? disse a mãe.

Não. Meus pais são veterinários e trabalham num rancho da cidade. Eu sou nadador.

— Então você não é rico. — disse o pai de Sebastian me analisando de cima a baixo.

— Não. Espero que isso não seja problema pra vocês.

De forma alguma, querido. disse senhora Ferraz Nós só estamos preocupados, com vocês dois. Não é fácil estar num relacionamento assim. Só queremos saber se isso é pra valer.

Eu não sei se vocês conhecem Sebastian como eu. Mas o Sebastian que conheço jamais faria algo assim pra chamar atenção. Ele não usa as pessoas dessa forma. O que sentimos um pelo outro é muito mais forte do que podem imaginar. Eu nunca pensei que gostaria de alguém como gosto do filho de vocês.

Entendemos, só não queremos que nenhum dos dois se machuque.

Não vamos nos machucar, cuidamos um do outro.

Sebastian não é uma pessoa fácil. E a nossa ausência só piora isso. Embora ele finja que não se importe, sabemos que isso o afeta. Conhecemos o filho que temos.

Por que vocês não são mais presentes então? questiono sem pensar.

Temos uma empresa pra cuida, Antônio. Somos muito ocupados, e Sebastian recebe uma educação de ponta no colégio Elite. Ele poderá fazer o que quiser depois que concluir os estudos, mas por enquanto ele deve permanecer aqui e estudar. disse o pai de Sebastian.

Agora sabemos que você é um bom garoto, Toni. Bem-vindo a família. a senhora Ferraz se levanta e vem em minha direção com os braços abertos.

Me levanto para abraçá-la, me sentindo muito constrangido. Mas feliz de ter tido essa conversa com os pais de Sebastian.

A mãe de Sebastian sai em direção a cozinha. Enquanto o pai de Sebastian continua sentado na mesa me observando.

Pelo menos você é bonitinho. Bem-vindo a família, Antônio. diz e em seguida sai em direção ao escritório onde Otávio trabalha.

Não sei se levo isso como um elogio ou como uma ofensa. Os pais de Sebastian são estranhos. São extremamente frigidos e frios. Educados, mas não transmitem emoções. Eles me assustam um pouco.

Volto para a área da piscina e encontro Sebastian sentado na espreguiçadeira. Vou em direção a ele.

Onde estava? perguntou.

Estava… bebendo água. decido esconder de Sebastian a conversa que tive com seus pais.

Sente aqui comigo.

Sento-me ao lado de Sebastian, ele me abraça. Ficamos conversando e rindo pelo resto da manhã. Quando chegou a hora do almoço, fomos todos para a cozinha. Almoçamos na mesa de jantar, que é bem grande e coube a todos.

Após o almoço voltamos para a área da piscina. Ficamos a tarde toda por lá socializando com a família de Sebastian. Mas em momento nenhum vi sinal de Otávio. Decido então ir procurá-lo. Aproveito um momento em que Sebastian voltou a brincar na piscina e vou até o quarto de Otávio.

Bato na porta. Não obtenho resposta. Bato novamente. Nada.

Decido entrar mesmo assim.

Abro a porta. Encontro Otávio deitado com algumas garrafas de bebidas espalhadas pela cama. O quarto está todo fechado e com um cheiro insuportável de álcool.

— Otávio? Você está bem? — pergunto me aproximando dele.

— Quem está aí?

— Sou eu, Toni. Você sumiu, eu queria ver se estava bem.

— Toni saia daqui. Não quero que me veja assim.

Otávio mal conseguia levantar de tão bêbado que estava.

— Não. Eu não vou sair. Você está precisando de um banho. Vamos levante.

Coloco o braço direito de Otávio sobre os meus ombros pra servir de apoio para ele se levantar. Ele levanta fazendo careta.

— Sério, Toni. Não precisa fazer isso.

— Preciso sim. Eu não quero que você sofra, Otávio. Não por minha causa.

Levo Otávio até o banheiro do seu quarto e o ajudo a tirar sua roupa. Deixo ele apenas de cueca. Ligo o chuveiro numa temperatura morna e o ajudo a tomar banho. Fico muito triste de vê-lo neste estado. Sei como é ter o coração partido e odeio ser o motivo dele estar assim. Sinto que é minha obrigação fazer algo.

Depois de que Otávio toma banho, ajudo ele a se secar e enquanto ele escovava os dentes pra sair o bafo de álcool, eu separei algo para ele vestir. Aproveitei para abrir as janelas, pra deixar sair completamente o cheiro de bebida do ambiente. Alguns minutos depois ele estava novo em folha.

— Você não precisava fazer isso. — disse Otávio.

— Mas eu fiz. Agora fique bem, por favor.

— Eu vou tentar.

— Vou deixar você descansar agora.

Dou um abraço em Otávio e depois saio do quarto.

Volto para a área da piscina e lá estava Sebastian ainda brincando como uma criança. Nunca o vi sorrindo tanto como hoje, isso me deixa feliz demais.

Quando estava perto de escurecer, Sebastian me acompanha até em casa. Fomos a pé mesmo para aproveitarmos mais um pouco da companhia um do outro. Fizemos o trajeto que costuma durar meia hora como se tivéssemos feito em dez minutos. Damos um rápido e discreto beijo de despedida depois entro em casa.

 

Na segunda-feira, tive que voltar ao colégio Elite. Mas diferente das outras vezes, desta vez estou ansioso pra voltar. O fim de semana foi ótimo e me deu ânimo para encarar a reta final do ano letivo e os assuntos pendentes que tenho pra resolver. Como de costume, meu pai me levou de carro até o colégio.

— Que milagre você estar de bom humor em plena segunda-feira. — disse enquanto dirigia.

— Eu estou do mesmo jeito de sempre. — digo descontraído.

— Não está não. O fim de semana deve ter sido muito bom pra te deixar animado assim.

— De fato foi. — digo lembrando de como foi incrível estar com Sebastian. — Mas estou normal, pai. Não viaja.

Chegamos em frente ao portão do colégio.

— Obrigado pela carona, pai. Te vejo no fim de semana.

— Boa aula, Toni. Eu amo você.

Dou um abraço no meu velho e depois saio do carro em direção ao colégio.

Está tudo como de costume. Alguns alunos entravam agora junto comigo. Aceno para alguns colegas de classe, outras pessoas passam me olhando e sorrindo pra mim. Faz um tempo que venho percebendo que os alunos do Elite estão muito mais soltos do que quando eu cheguei. Antes ninguém se atrevia a falar com ninguém que não fosse da sua classe, mas venho percebendo que os alunos estão se misturando. Não é a maioria, porém fico feliz de ver que não sou apenas eu quem acha essa coisa de esquema ridícula e que tem que acabar. E vai acabar.

Encontro Victor sentado num banco próximo ao prédio escolar. Alice também está lá, ao lado dele. Eles conversavam e sorriam um para o outro. É estranho. Alice nunca deu muita bola para Victor, mas vendo os dois assim, pude ver que rolava um clima.

Caminho lentamente em direção aos dois. Mas não demorou muito para que Alice me visse e voltasse a postura de sempre.

— Oi. — digo.

— Oi, Toni. Como vai? — disse Alice levantando-se sem graça.

— E aí, irmão, como está? — disse Victor tentando soar como o Victor empolgado de sempre, mas falhando.

Alice evitava olhar para Victor enquanto conversávamos. Definitivamente eu atrapalhei alguma coisa. Depois de colocarmos um pouco do papo em dia. Fomos para o refeitório tomar café. Estranho a ausência de Sebastian. Então mando uma mensagem pra ele. Depois de alguns minutos ele responde que vai atrasar porque Otávio estava bêbado e ele terá que pegar um táxi. Droga. Otávio continua bebendo. Isso será um problema que terei que esperar o fim de semana pra resolver.

O dia passou normalmente a primeira aula foi de biologia, seguido por matemática. Sebastian chegou no meio da aula de matemática e levou um sermão do professor. Depois fizemos o primeiro intervalo. Tentei procurar por Rafael durante este intervalo, mas não o encontrei. Desde que nos vimos na quinta-feira a noite ele não me deu mais notícias. Mesmo falando que me deixaria a par de tudo.

Depois do primeiro intervalo, tive aula de literatura, seguida de filosofia. Agora estou aqui, sentado na mesa do refeitório com meus amigos, almoçando. E finalmente Rafael resolve dar as caras. Ele se senta de frente pra mim.

— Onde você se meteu? Te procurei no outro intervalo e não te achei. - digo.

— Eu estava no ginásio com o resto da equipe. A vice-diretora e o diretor queriam nos parabenizar pessoalmente, e tirar uma foto com a gente.

— Então como foi?! Você ganharam? — pergunto empolgado.

Rafael tira a medalha de ouro que estava dentro de seu casaco do time de natação.

— Meu deus você ganhou! Parabéns Rafael. — digo levantando do meu lugar e indo até Rafael abraçá-lo. Estou muito feliz por ele.

Todos que estavam sentados na mesa parabenizam Rafael. Até mesmo Sebastian que nunca tinha conversado com Rafael antes. Continuamos conversando. Rafael me deixou a par de tudo que aconteceu na competição. Ele levou o primeiro lugar no individual de nado peito, e a equipe levou primeiro lugar no revezamento. Carlos também conseguiu uma boa classificação, ficando em terceiro lugar no nado crowl. Fico muito feliz por todos eles, mas um pouco chateado por não ter feito parte deste momento tão importante pra equipe.

Após o segundo intervalo tivemos nossa última aula do dia e em seguida todos seguiram pra seus clubes. Hoje o clube de natação não vai abrir, pois o treinador deu uma semana de folga pra equipe antes de voltarem os treinos para o campeonato nacional que será em dezembro. Então fui para fazer um trabalho que o professor de literatura pediu.

Entrando na biblioteca encontro Alice. Ela lia um livro que não consegui ver qual era, por causa da distância. Fui direto para a área de literatura brasileira procurar o livro que o professor havia pedido uma resenha. O trabalho é para a próxima semana, e eu quero me adiantar ao máximo. Me sento numa mesa distante de Alice, pois não queria atrapalhar ela na sua leitura, e muito menos me distrair do meu trabalho.

Por boa parte do tempo eu consegui ler e ir fazendo anotações importantes para a resenha. Mas Alice se aproxima, e eu sei que ela vai vir falar comigo. Ela se senta em uma cadeira ao meu lado.

— Precisamos conversar. — disse.

— Tem que ser agora? Estou no meio de um trabalho.

— Quanto antes melhor. Temos que decidir, sabe… aquilo. — Alice olhava para os lados hesitante falando tão baixo que eu mal podia compreender.

— Tem que ser mais específica.

— Toni não se faça de idiota. A competição de natação passou, você vai divulgar tudo agora ou não?

Eu estava evitando pensar sobre isso durante esses dias. Justamente porque queria esquecer todos os assuntos referentes ao Elite e curtir com Sebastian, mas ao chegar aqui sei que tudo isso volta a me confrontar. E agora realmente é chegado o momento de expor toda a podridão que é escondia dentro dos portões deste colégio.

Alice tira um pequeno notebook de dentro da mochila e abre alguma coisa que eu não conseguia compreender.

— Um clique e a gente põem um fim nisso de vez. É só você autorizar.

— Divulga. — digo.

Alice acata a minha palavra e divulga. Depois fecha o notebook e volta a guardá-lo dentro da mochila.

— Agora é questão de tempo. Pode voltar ao seu trabalho. A gente se vê depois. — disse Alice se levantado e indo em direção a saída da biblioteca.

Uma sensação estranha me invade. Insegurança, incerteza, ansiedade, não sei dizer. Tenho certo medo do que virá a seguir, mas qualquer coisa é melhor do que ter a vida presa a um plano de vida que não é feito por você mesmo. Eu quero ter total controle da minha vida, e a partir de agora, tenho boas esperanças para o futuro.

Tento voltar a estudar, mas a concentração se foi completamente. Então arrumo meu material, vou até o corredor de literatura para devolver o livro a prateleira e ir embora. Quando estava chegando perto da porta, algumas vozes altas me chamaram atenção. Me virei para as mesas onde ficavam os computadores e vi algumas pessoas tendo reações estranhas. A senhora recepcionista foi até lá para repreender o grupo de alunos que se formava na frente dos computadores. Pude ouvir de longe uma voz exaltada dizer: “Isso não pode ser real, é do nosso colégio que estão falando. É mentira.”.

Saio da biblioteca sem sequem olhar para trás. Já sei o motivo das reações estranhas. Está acontecendo.

Na hora do jantar, vou para o refeitório acompanhado de Victor normalmente. Pelo caminho, pudemos ouvir alguns alunos comentando. Alguns estavam realmente chocados. Victor olhava ao redor sem entender nada.

— O que está havendo? — indaga.

— Não faço ideia. Mas acho que não vai demorar muito pra chegar aos nossos ouvidos. — respondo.

Me sinto mal por deixar meu melhor amigo de fora, mas foi combinado desde o começo com o deputado D´Angelo, que era pra mantê-lo fora de tudo. De certa forma foi o melhor a fazer. É mais seguro pra Victor não se envolver em nada disso.

Fomos para o refeitório. Sentamos na mesma mesa de sempre. Alice já estava sentada. A bandeja de comida estava a sua frente mas ela ignorava totalmente o jantar. Estava concentrada no livro. Pude reconhecer pela capa que é o mesmo que estava lendo na biblioteca. Sentamos na mesa, eu de frente para Alice e Victor ao seu lado. Alice lança um olhar desconfiado para Victor, mas não diz nada. Victor fica sem graça e abaixa a cabeça.

— Estou faminto hoje, especialmente de coisa doce. — tento puxar algum assunto pra romper o silêncio.

— Dizem que a vingança é doce. — disse Alice distraída, mas logo se dá conta que Victor a olhava com uma expressão curiosa. — Tem a ver com o livro que estou lendo. — justificou. Em seguida ela me passa o pudim de sua bandeja. — Fique com o meu, Toni.

Sebastian se junta a nós. Ele me olha com uma expressão séria e depois encara Alice. Claramente já sabe do que fizemos. Sua expressão não era nada boa, mas ele tentava disfarçar por causa de Victor. Tentamos comer, mas uma grande tensão emanava de todos nós, exceto Victor, que não tem ideia do que está acontecendo. Mais tarde quando ficamos apenas Sebastian e eu sozinhos. Ele finalmente colocou pra fora o que tinha pra me falar.

— Vocês publicaram né?

— Sim. — respondo.

— Toni, eu vi… e a repercussão está enorme.

— Isso é bom. É exatamente isso que queremos, afinal. Alice mandou todas as provas por um e-mail anônimo a polícia federal. Não tem como ninguém escapar disso.

— Eu sei, Toni. Mas me preocupo por você. Fique perto de mim ok? Pra sempre.

— Eu vou ficar. — beijo Sebastian.

Estamos no corredor ao do dormitório masculino, cheio de carteiras vazias. Não há perigo nenhum ficarmos aqui. Sebastian acaricia meus rosto com o dedão enquanto me beija, me fazendo arrepiar por inteiro.

— Eu vou cuidar de você, Toni. — disse me abraçando.

 

 

De manhã, acordo com o despertador tocando. Levanto-me e faço a mesma rotina de sempre. Visto meu uniforme escolar e estou pronto pra mais um dia de aula. Victor e eu saímos para a aula. Se ontem o burburinho já estava alto, hoje explodiu. Por todo os lados se ouvia sobre o colégio e sobre o grêmio estudantil.

Victor e eu caminhamos normalmente, mas Victor continuava com a pulga atrás da orelha. Pra saber o que acontecia. Então ele foi falar com alguns amigos seus. E eu segui para o refeitório. Tomei meu café junto com Sebastian, Alice e Rafael. Depois fomos para a aula. Sebastian entramos na sala de química, e logo Victor se juntou a nós.

— Vocês não vão acreditar no que está acontecendo. — disse Victor.

Sebastian e eu nos encaramos com uma expressão do tipo “Vamos acreditar sim, pois já sabemos”. Mas fingimos que não sabíamos de nada. Então Victor nos deixou a par de coisas das quais já estamos cansados de saber, principalmente eu. Mas ainda sim, fingimos surpresa.

No fim do primeiro período, fomos para a próxima sala. Caminhamos pelo corredor principal pois a próxima aula é inglês e a sala fica no início do corredor. No meio do caminho foi possível ouvir muitas vozes exaltadas. O corredor que estava cheio de alunos andando pra lá e pra cá, de repente é tomado por homens uniformizados com roupas da polícia, acompanhados da vice-diretora. Os alunos iam liberando caminho para os homens passarem, e nós fazemos o mesmo. Eles param na frente de Valentina, que passava pelo corredor com fones de ouvido, e só então percebe a presença deles.

— Senhorita Valentina Pompeo? Precisamos dar uma palavrinha com você. Venha conosco.

Valentina acompanha os policiais pelo corredor. Só então percebo que outros membros do grêmio estavam junto dos policiais. Camila, André, a vice-presidente que não conheço tão bem e o outro aluno que é presidente do clube de história da arte e se chama Emanuel. Todos presentes. Finalmente caminham rumo a justiça e vão pagar pela tirania que implantaram dentro do colégio Elite.

 


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Notas finais do capítulo

Próxima quinta-feira saí capítulo novo. Um abraço a todos :)



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