O Internato escrita por Rain


Capítulo 12
Doze




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A semana passou normalmente. Não vi Sebastian, mas conversei com ele por chamada de vídeo e por mensagem. Tirei as manhãs para correr e me exercitar porque o excesso de comida gordurosa e a redução de treino estavam me fazendo ganhar peso. Os treinos por sinal estavam ótimos. Rafael e eu viramos amigos e ele parou de ser o babaca que costumava ser comigo. Hoje era o segundo treino da semana, como de costume fui ao clube da cidade caminhando. Chegando lá encontro o pessoal do time de natação já se aquecendo. Cumprimento-os de longe, mas Rafael a me ver vem me cumprimentar com um abraço. Ele me acompanha até o vestiário. Tiro a roupa rapidamente e vou me aquecer com os outros.

Ao final, o treinador fez uma reunião com a equipe no vestiário.

— Galera a competição é em dois meses. Eu estou gostando do entrosamento de vocês e acho que se mantiverem esse ritmo teremos chance de medalha.

O time todo vibra animado. O treinador continua.

— Vidal e Hattori, depois que vocês aprenderam a se aturar o revezamento ficou muito melhor. Não se odeiem de novo.

Todos riram.

— É isso garotos, até o próximo treino. Se comportem.

O treinador sai do vestiário, deixando todos terminarem suas duchas. Eu me visto rapidamente e vou embora. Quando estava saindo pelo portão do clube ouço Rafael me chamar.

— Toni! Me espere, vou com você.

— Você não tem que voltar pro colégio? — pergunto.

— Estamos de férias. E eu só vou te acompanhar até o ponto de ônibus.

Rafael sorri.

— Ok. Então vamos.

Fomos conversando por todo o caminho até chegarmos ao ponto de ônibus. Rafael se senta e faz sinal para eu sentar também.

— Na verdade eu queria dizer uma coisa pra você.

— Pode falar. — digo olhando Rafael nos olhos.

Ele respira fundo e diz:

— Toni, eu gosto de você.

Por essa eu não esperava. Obviamente eu não sinto o mesmo por ele, não sei o que dizer pra Rafael, que deixe melhor a nossa relação depois disso. Agora que estávamos nos dando bem ele vem com essa.

— Hum… É que eu não…

— Não é gay? Tem certeza?

— O que? Não é isso… É que eu gosto de outra pessoa. Me desculpe.

— Droga. — Rafael fica cabisbaixo.

— Você não me odiava? Como que do nada você gosta de mim? — estou realmente perplexo com a situação.

— Sabe aquela coisa de o amor e o ódio estarem lado a lado? Então isso me define muito. E eu nunca te odiei.

— Ah não? — pergunto sem ironia.

— É sério. Eu te provocava porque era divertido. Sinceramente não sei como uma pessoa talentosa no que faz como você não tem confiança pra revidar. Eu esperava você me xingar e falar que ia me humilhar na competição ou coisa parecida, mas em vez disso você abaixava a cabeça. Era bem frustrante na verdade.

Eu poderia falar que não cômpito pra vence e sim por que gosto de estar na água, mas seria leviano agora. Então apenas assinto com a cabeça.

— Acho melhor continuarmos sendo apenas amigos. O que acha?

— Claro, mas fique sabendo que se essa pessoa vacilar com você, eu estarei aqui pronto pra roubar o lugar dela. — Rafael dá um meio sorriso.

Cumprimentamo-nos e depois sigo meu caminho para casa.

Chegando em casa, subo direto para o meu quarto. Troco algumas mensagens com Sebastian e depois desço pra socializar um pouco com meus pais. Eles estavam animados por que conheceram um medalhista internacional de hipismo. Parece que finalmente começou a temporada de treino intensivo no trabalho deles e meus pais estavam super animados. Eu nem acompanho hipismo como eles, mas entendo um pouco por assistir alguns campeonatos por tabela quando eles estão assistindo. Fico feliz por eles estarem tão feliz com trabalho atual.

Subo para o meu quarto. Estava bem cansado, o treino havia sido bem puxado e o treinador estava exigindo muito de nós. Minutos depois estava dormindo como pedra.

Mais tarde, acordo com uma ligação de Sebastian.

— Alô, Sebastian?

Toni… eu…”

— Sebastian? tudo bem? Fala comigo.

Toni…”

O telefone fica mudo.

— Sebastian? Sebastian?!

Levanto-me da cama o mais rápido que posso. Sem nem trocar de rouba grito por meu pai.

— Pai! Pai acorde.

Entro no quarto deles e acendo a luz. Papai se levanta assustado e meio desorientado.

— O que aconteceu, Toni?

— Me leva na casa do Sebastian, agora. Tem alguma coisa errada.

Ele se levanta rapidamente e veste a primeira calça que encontra. Eu volto para o meu quarto pra fazer a mesma coisa. Pego a primeira calça que vejo e meu celular que havia deixado em cima da cama.

Quando desço as escadas, já encontro meu pai pegando as chaves e indo para fora. Mamãe o ajudava a abrir o portão. Entro no carro, mas não antes dela me dar um beijo e dizer para eu mandar notícias.

Caímos na estrada. Papai dirigia o mais rápido que podia, dentro dos limites seguros pra se andar numa cidade. Eu o orientava pelo caminho ao mesmo temo que tentava ligar para Sebastian, mas a ligação sempre caía na caixa postal. Meu coração batia tão rápido que eu podia ouvir claramente cada batimento.

Chegamos na casa de Sebastian, tudo estava apagado. Saio do carro torcendo e pedindo a Deus para as portas estarem abertas. Abro o portão, por sorte estava aberto. Saio correndo o mais rápido que posso pelo jardim. Parecia que o tempo não estava colaborando e que quanto mais eu corria mais demorava a chegar. Chegando, tento abrir a porta, mas estava trancada. Dou a volta correndo para chegar à porta dos fundos, e novamente pedia a Deus para que estivesse aberta. A casa era grande demais e parecia que eu nunca chegava no outro lado. Lembro-me de ter achado a casa linda e grande na primeira vez que a vi, mas agora, esse tamanho todo só dificulta a minha chegada. Eu tentava segurar as lágrimas e ser forte. Já sentia as dores laterais por correr descoordenadamente, mas não desistia de correr, corria como se minha vida dependesse disso. Chego à porta de trás. Algumas lágrimas já escorriam do meu rosto por medo da porta não estar aberta.

Giro a maçaneta, a porta abre.

Entro correndo e gritando pelo nome de Sebastian. Passo pela sala e nada dele. Subo as escadas em direção ao seu quarto e o encontro na cama desacordado.

Corro até ele.

— Sebastian? Sebastian? Por favor, fala comigo.

Eu tocava em seu rosto desacordado. Pude sentir sua respiração, o que me deixou mais aliviado, mas ainda sim tinha que agir rápido. Levanto Sebastian da cama. Tiro força da onde eu nem sabia que tinha. Apesar de Sebastian ser bem mais alto que eu, ele era leve. Corro para fora do quarto carregando-o, e do lado de fora encontro meu pai subindo as escadas.

— O que aconteceu, Toni? — pergunta.

— Eu não sei, encontrei ele assim. Temos que levá-lo ao hospital.

Entrego Sebastian para meu pai e volto para o quarto. Procurei pela carteira de Sebastian, caso ele precisasse de algum documento. Imagino que na carteira dele deva ter alguma coisa necessária. Encontro a carteira dentro de sua calça jeans jogada no chão. Saio correndo e vou ao encontro de meu pai que já me esperava no carro.

Partimos para o hospital.

Quando chegamos, Sebastian foi atendido na emergência. Meu pai falava com a recepcionista e passava alguns dados de Sebastian para ela, enquanto eu ficava esperando do lado de fora por notícias. Mais tarde, quando eu já não aguentava mais de tanta angustia, o médico nos chama para falar da situação de Sebastian.

— Vocês não são da família, são? — indagou o médico.

— Não, doutor. Meu filho é amigo do paciente, nós o encontramos desacordado em casa.

— Bom, eu geralmente não passo informações pra pessoas que não são da família, mas foram vocês que o trouxeram aqui. O senhor Ferraz estava com o organismo muito fraco, desidratado e sem nenhuma vitamina no corpo. Eu queria muito saber do que ele andou se alimentando nesses últimos dias, se é que se alimentou. Ainda bem que vocês o encontraram e trouxeram a tempo. A condição dele poderia piorar muito e evoluir para anemia. — o médico dá uma pausa, como se estivesse recuperando o fôlego e depois continua — Ele já está acordado e tomando soro, será liberado assim que o soro terminar. Vocês podem entrar para vê-lo.

Entramos no quarto onde Sebastian estava. Ao vê-lo de olhos abertos sinto um alívio imediato. Parece que um peso gigante saiu de cima dos meus ombros. Ele sorri ao nos ver entrando.

— Olha, to tomando soro. — disse olhando para mim e rindo.

— Seu idiota! Isso não tem graça. Que droga, não faça isso de novo. — digo irritado. Depois me sento na cama e abraço Sebastian aliviado por vê-lo bem.

— Você nos deu um baita susto, garoto. — disse meu pai.

— Me desculpem, não foi minha intenção causar nada disso. — Sebastian agora estava sério.

— Tudo bem, já passou. Só termina esse soro que a gente vai te levar pra casa. — disse meu pai.

Depois de falar com Sebastian, saí pra ligar para Otávio. A situação toda me deixou tão apavorado que eu me esqueci de avisá-lo sobre a condição do irmão.

Logo que o soro terminou levamos Sebastian em casa.

— Obrigado por tudo, senhor Vidal, de verdade. Desculpe-me pelo incomodo. — disse Sebastian deitado em sua cama.

— Não foi nada, você é da família. Só não dá esse susto na gente novo.

Os olhos de Sebastian estavam cheios de lágrimas. Deve ser muito significativo pra receber afeto de família, uma coisa na qual ele sempre foi carente. Saímos do quarto pra deixá-lo descansar.

— Pai é melhor você ir pra casa, ainda tem que trabalhar daqui a algumas horas. Eu ficarei aqui de olho nas coisas enquanto o irmão dele não chega. — digo.

— Ok. Fiquem bem, vocês dois.

Papai vai embora me deixando sozinho. Eu tentei dar uma arrumada na casa enquanto o sono não chegava. Depois que terminei, voltei para o quarto pra ver como Sebastian estava.

Ao abrir a porta o encontro acordado chorando.

— Me desculpa, Toni. Eu não queria ter causado isso. — disse assim que notou minha presença.

Vou em direção a ele. Sento-me na beira da cama e toco em seu rosto.

— Está tudo bem. — ele coloca a mão dele sobre a minha, fazendo meu coração disparar — Mas… O que você andou comendo esses dias? O médico disse que você estava com pouca vitamina no corpo.

— Na verdade, acho que não comi nada. — disse sem graça.

— Desde quando você está sem comer?

— Desde que meu irmão viajou.

— No começo da semana?! Você é maluco.

— Não tem graça comer sozinho, e o cigarro meio que tira meu apetite.

— É uma boa hora pra parar, não acha? — digo num tom suave pra não deixá-lo chateado.

— Vou pensar no caso.

Sebastian sorri.

Como seu sorriso é bonito. Novamente me surpreendo com o quanto ele é lindo, mesmo estando um pouco abaixo do peso e com alguns ossos aparentes sob a pele, continuava lindo. Sinto uma vontade imensa de beijá-lo, mas hesito. Esse não é o momento certo. Eu estaria me aproveitando de um momento de fraqueza de Sebastian, e é bem claro que ele não gosta de mim da mesma forma.

— Eu… eu vou deixar você descansar. Só vim ver se estava bem.

Quando ia saindo Sebastian segura minha mão.

— Deita aqui comigo, por favor. Não quero ficar sozinho.

— Tudo bem.

Tiro meu tênis e deito-me ao seu lado.

— Toni… Eu quero muito fazer algo, mas tenho medo das consequências que minhas ações podem causar. — Sebastian me encarava nos olhos.

Meu coração acelera, eu não sei isso foi uma indireta. Estou alegre e confuso ao mesmo tempo.

— Tem certas coisas que valem a pena pagar pelas consequências.

Sebastian me observa em silêncio. Ele claramente lutava pra manter os olhos abertos. Deve estar muito cansado e fraco ainda. Enfim o sono o vence e ele adormece. Me deixando sozinho acordado, envolvido em um misto de emoções.

De manhã, acordo com um barulho vindo de baixo. Levanto-me com cuidado para não acordar Sebastian que dormia ao meu lado. Descendo as escadas, encontro Otávio na sala. Sua aparência era horrível, estava com olheiras, o cabelo todo bagunçado e as roupas surradas.

— Otávio.

Ele se vira em minha direção.

— Oi. Onde está Sebastian?

— No quarto, dormindo.

— Como ele está?

— Agora está bem, só precisa ter uma alimentação rica em vitaminas que ficará novo em folha.

Otávio acena positivamente. Depois se aproxima de mim e toca em meu rosto.

— Sua aparência está horrível, devia dormir um pouco.

— Eu não sou o único com aparência ruim aqui. – brinco.

Ele sorri. Seu sorriso era tão bonito quanto o de Sebastian, com a diferença de que seus dentes eram perfeitamente brancos, enquanto o de Sebastian era meio amarelado devido ao cigarro e excesso de café.

— Então é melhor nós dois irmos dormir. — disse.

— Ok. Vamos dormir.

Subimos as escadas juntos e depois fui para o quarto de Sebastian, enquanto Otávio seguiu para seu quarto que ficava no fim do corredor. Deitei novamente na cama e não demorei a pegar no sono de novo.

Mais tarde desperto do meu sono. Percebo que estou deitado no peitoral de Sebastian. Ele me observava. Sento-me rapidamente envergonhado.

— O que foi? Te assustei? — disse.

— Não, eu só… — como sair dessa situação embaraçosa? — Teu irmão chegou. — mudo de assunto.

— Você avisou pra ele. — Sebastian coloca as duas mãos no rosto.

— Eu tinha que avisar. Ele é teu irmão e é responsável por você, Sebastian.

— Tudo bem. Vamos lá enfrentar a fera.

Sebastian se levanta e vai trocar de roupa. Ele me empresta uma camiseta sua. Depois de trocados fomos para a cozinha preparar nosso café da manhã. Otávio já estava na cozinha.

— Irmão. Só numa ocasião especial como essa pra você vir me ver por vontade própria. — disse Sebastian.

— Você acha isso engraçado? Quando vai deixar de ser irresponsável e agir como um verdadeiro Ferraz? — Otávio vociferou.

Os olhos de Sebastian se enchem de lágrimas. Era hora de eu intervir.

— Hum… Sebastian, eu deixei meu celular lá no seu quarto, pode buscar pra mim, por favor?

— Claro.

Sebastian sai da cozinha, deixando-me sozinho com Otávio. Eu o lanço um olhar de desaprovação.

— O que? — quastionou.

— Você é idiota? Por que falou assim com Sebastian? Ele já está se sentindo péssimo.

— Não é o que parece.

— Meu deus, você não o conhece mesmo né? — dou uma olhada pra trás para ver se Sebastian estava vindo, depois continuo — Sebastian está mal, ele finge que está tudo bem, mas por dentro ele está morrendo de vergonha por ter causado problemas. Você podia deixar de ser idiota com seu irmão e cuidar bem dele pelo menos por ora. Consegue fazer isso?

Otávio fica em silêncio por um momento.

— Tudo bem, o que eu devo fazer?

Abro um sorriso.

— Que tal um café da manhã bem nutritivo?

 

 

Mais tarde, recebo uma ligação de minha mãe.

“Filho, você já está vindo pra casa?”

— Por que, mãe?

“É que tem um garoto segurando uma mala do lado de fora dizendo ser seu amigo. Devia ter me avisado que teria visita.”

— Não mãe, eu não estou esperando ninguém. Tem certeza que é pra mim? A pessoa não errou o endereço?

“Tenho. Ele veio procurando por você, te chamou até de Toni.”

— Tudo bem. Já que é pra mim, pode deixar ele entrar. Eu já chego em casa.

Vou até a área externa dos fundos avisar Sebastian que ia embora. Encontro ele sentado na espreguiçadeira tomando sol. A impressão que tive era que seu corpo brilhava ao contado com os raios de sol, mas isso provavelmente era apenas coisa da minha mente. Porém não resisto em ficar observando. Só de lembrar o perrengue que passei ontem com ele. Vê-lo bem novamente me deixa feliz. Sebastian ao me ver acena para eu me aproximar.

— Sebastian eu preciso ir embora. Chegou alguém procurando por mim em casa. — digo sentando-me no espaço vazio da espreguiçadeira.

A expressão de Sebastian muda. Ele segura em minha mão.

— Sério? Não vá.

— Eu preciso ir. A gente se fala mais tarde.

Não quero ir embora, queria ficar aqui com Sebastian, cuidar dele. Mas tenho que ver quem é a pessoa que está me procurando e o que quer.

Chegando em minha casa. Deparo-me com um motorista uniformizado sentado no capô de uma Mercedes em frente a minha casa. Não digo nada ao homem, apenas entro em casa. Entrando dou de cara com Victor sentado no sofá.

— Toni! — ele se levanta e vem me abraçar — Que saudade que eu tava de você, cara.

— Victor? O que faz aqui?

— Filho já chegou? — disse minha mãe entrando na sala.

— Sim. Mãe este é o Victor, meu colega de quarto lá do colégio.

— Ele se apresentou, é muito simpático. Como está Sebastian?

— Está melhor. O irmão de Sebastian está cuidando dele. — não entrei em detalhes sobre a relação do Sebastian e do irmão, pois não vi necessidade, ainda mais com Victor aqui.

— O que aconteceu com Sebastian? — pergunta Victor preocupado.

— Victor vamos subir para o meu quarto. Lá a gente pode conversar melhor.

Subimos as escadas e fomos para o quarto.

— Cara o que você faz aqui? Não devia estar com sua família? — pergunto depois de fechar a porta.

— Meu pai apareceu com umas ideias loucas de me mandar pra Suíça, então voltei o mais rápido possível. — disse deitando na minha cama.

— E como você achou a minha casa?

— Essa tarefa não foi nada fácil. Tive que bater de casa em casa até chegar aqui. — falou despreocupado.

— E aquela Mercedes na frente da casa pertence a você?

— Nossa! Eu me esqueci completamente.

Victor pega o celular do bolso, faz uma ligação para o motorista e o manda voltar para o Rio de Janeiro. Da janela, pude observar o homem entrando no carro e dando a partida.

— Que doideira. Você é maluco sabia? — brinco.

— Eu sou, mas meu pai é mais. Ele ia me mandar pra Suíça de verdade se eu não saísse de lá. Tudo bem eu ficar aqui né? É só até o fim das férias.

— Claro. Você é mais do que bem-vindo, cara.

— E aí, vai me falar o que houve com Sebastian?

— Ah é mesmo. Aquele maluco ficou sem comer a semana toda e passou mal. Me matou de susto.

— Ele já está melhor?

— Está sim.

— Que bom. Sempre soube que Sebastian era doido da cabeça. Mas eu gosto dele mesmo assim. Queria ver como ele está, também estou com saudade dele.

— Eu vou mandar mensagem pra ele vir pra cá, que tal?

— Melhor ainda. Pelo menos não preciso andar a pé.

Dou risada. Eu senti muita saudade de Victor, seu bom humor e companheirismo fizeram muita falta no meu dia a dia.

Em torno de uma hora depois, Sebastian chega.

— Oi. — digo abrindo a porta pra ele.

Ele me cumprimenta com um abraço.

— Está tudo bem? Precisa de algo? — pergunto preocupado que o pequeno percurso tenha feito mal a ele.

— Calma Toni, eu estou bem. Obrigado pela preocupação, mas estou bem.

Sebastian cumprimentou meus pais e depois fomos para o quarto. Assim que entramos fomos surpreendidos com Victor dando um abraço em Sebastian.

— Cara que bom que você tá bem. Ouvi falar do seu piripaque.

— Eu também senti sua falta, Victor. O que faz aqui? — disse Sebastian.

— Toni ligou um dia desses chorando sentindo minha falta e sentindo medo do escuro. Aí eu vim o mais rápido que pude salvar o meu amigo do bicho papão.

— É sério? — me perguntou Sebastian sério.

— Claro que não. — digo entre risos.

Ele ri, depois bagunça meu cabelo e coloca seu braço sobre meu ombro. Passamos um bom tempo conversado. Sebastian estava bem carinhoso comigo, me abraçava e acariciava minha perna. Eu estava curtindo esse Sebastian ainda mais carinhoso que o normal, mas também fiquei um pouco envergonhado.

Depois minha mãe nos chamou para jantar. Sebastian foi à pauta do jantar. Minha mãe o repreendeu por não ter feito as refeições direito e disse que ele poderia vir fazer as refeições em casa sempre. Após o jantar, Sebastian foi embora.

Eu tomei um banho rápido pra me preparar para dormir e falei pra Victor fazer o mesmo. Depois do banho deitei na cama e fiquei conversando com Sebastian por mensagem. Pouco tempo depois Victor entra no quarto só de toalha.

— Cara, pelo amor de Deus. Vê se não vai andar nu pela minha casa. — digo.

— Pode deixar. E esse sorriso no rosto aí? Está falando com alguma garota?

— Não, estou falando com Sebastian.

— Toni… — Victor hesita por uns instantes, por fim, continua — Qual é o lance entre você e Sebastian?

Tiro meus olhos da tela do celular e encaro Victor.

— O que?

— Qual é o lance entre vocês?


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal, como vcs estão? O próximo capítulo sai na quinta-feira.
Um grande beijo :)