Após todo o susto que passaram no último mês, enfim, Tasha estava com um pouco mais de 38 semanas de gestação. Tudo parecia bem agora, ela não estava trabalhando, pois fora afastada devido ao repouso prescrito depois de quase perder Miguel. Os dias eram muitas vezes entediantes, pois ficava a maior parte do tempo sozinha, sempre que podia Reade vinha almoçar em casa, mas às vezes havia muito trabalho e ele não conseguia se ausentar.

— Amor, eu te disse que traria nosso almoço hoje. – Reade disse assim que chegou em casa depositando um beijo nos lábios de Tasha que levava a travessa para a mesa. – Você sabe que não pode fazer esforço.

— Eu quis fazer esse prato hoje, pois estava me sentindo muito bem. E não é esforço nenhum, pois não fiquei muito tempo de pé, fui preparando tudo devagar e sempre me assentava no sofá pra descansar.

— Nosso garoto já está pra vir a qualquer hora. – Reade se assentou ao lado de Tasha na mesa e passou o braço por sua cintura colocando a mão sobre a barriga dela.

— Está sim, e não vejo a hora.

Os dois terminaram o almoço e Reade voltou pra o trabalho. Tasha aproveitou para verificar o quartinho de Miguel e estava tudo tão perfeito, conforme eles haviam imaginado. As coisas dela e do bebê já estavam prontas há alguns dias. Enquanto imaginava como seria a casa deles preenchida completamente pela presença de Miguel, ela se assentou na poltrona de amamentação para descansar um pouco.

Tasha acabou adormecendo e quando acordou já estava tarde e ela percebeu que estava toda molhada. Ao se levantar ela se assustou mais ainda, pois percebeu que havia mais líquido escorrendo por entre suas pernas. Ela sentiu uma pontada na barriga e se assentou novamente, pegou o celular pra falar com Reade e viu que havia várias mensagens dele ao longo da tarde, mas ela estava tão cansada que nem ouviu as notificações.

— Reade. Você precisa vir. Acho que chegou a hora. – Ela enviou uma mensagem de voz e estava muito assustada. Ela não queria que o bebê nascesse com ela ali sozinha.

— Já estou a caminho. Aguenta um pouco. – Reade que estava se preparando para ir pra casa, ao ver a mensagem de Tasha se apressou.

Tasha sentia um pouco mais de dor agora e havia se arrastado até seu quarto. Ela não estava sentindo sair mais líquido, mas sentia dor na parte mais baixa das costas e na barriga. Ela não conseguia medir a frequência da contração e também era impossível  ir para o hospital sozinha, por isso tinha que esperar Reade de qualquer forma.

Reade não sabe ao certo quanto tempo demorou para chegar em casa, mas com certeza nunca fizera esse trajeto tão rápido. No caminho ligara para a Dra Layla deixando-a a par do que sabia e ela o havia dado instruções para descerem logo para o hospital, pois devido às complicações anteriores Tasha precisaria de cuidados intensos durante o nascimento.

— Tasha! Cheguei. – Reade falou bem alto assim que passou pela porta. Ele correu a procurando e ao chegar no quarto a viu deitada na cama com seu corpo formando uma bola, ela estava muito suada e toda molhada. – Estou aqui, meu amor.

— Eu queria tomar um banho, mas não consegui, está doendo demais. – Tasha parecia nem saber direito o que falava, pois estava passada de dor.

— Não tem problema. Vou pegar as sacolas e já venho te pegar.

Reade voltou com as sacolas em um braço e pegou Tasha no colo com certa dificuldade, pois ela estava com dor e ele não queria pegá-la de modo a aumentar a dor. Colocou-a no carro deixando-a mais confortável possível e dirigiu muito rápido para o hospital.

Os dois adentraram ao hospital e Dra Layla já os esperava na sala de parto. Os procedimentos de preparo para o nascimento foram feitos rapidamente e logo Tasha já estava na mesa de parto e Reade se vestia com as roupas do hospital e estava aflito ao lado dela que sorria no intervalo das contrações.

— Reade, eu nem acredito que chegou a hora. – Ela disse no intervalo entre as contrações.

— Sim, e daqui a pouco poderemos pegar Miguel no colo. – Reade não queria passar nenhuma ansiedade pra ela, mas estava com muito medo. Após o acontecido a dra Layla havia sugerido uma cesárea com data marcada, mas Tasha não quis nem saber e Reade a deixou à vontade para decidir como Miguel viria ao mundo. Então eles combinaram com a médica que só faria a cesárea se houvesse mais complicações.

Tasha sentia muita dor, a médica havia verificado e dissera que estava dilatando normalmente e que não demoraria muito para Miguel nascer. Ela estava com um pouco de medo, mas queria muito que Miguel viesse ao mundo da maneira mais natural possível, e estava se sentindo muito bem nos últimos dias, por isso a médica não viu problema com o parto natural.

Após o que para Tasha e Reade pareceram horas, e ela já passada de tanta dor com Reade sempre ao seu lado lhe encorajando, finalmente parecia chegar a hora e as orientações da médica e das enfermeiras eram para que Tasha fizesse força sempre no momento certo da contração.

Quando Miguel veio ao mundo já era tarde da noite e seu choro encheu o ambiente e alegrou o coração dos seus pais. Reade tomou o bebê nos braços e sentou-se ao lado de Tasha para que ela tocasse no filho deles, era tanto amor e alívio que os dois choravam de alegria.

Durante a madrugada, no quarto do hospital, enquanto Tasha dormia, Reade pegou Miguel que chorava suavemente e o embalou, cantando uma cantiga que se lembrava. O bebê foi se acalmando até adormecer e Reade o colocou no bercinho se acomodando na poltrona e também adormecendo.

A vida dessa família estava apenas começando e havia muita coisa para passarem juntos, mas com todo o amor que os envolvia passariam por tudo sempre superando os obstáculos.