As luzes e sons dos bipes a fizeram abrir os olhos. A princípio Tasha pensou estar sonhando, pois tudo parecia tão distante e ela não tinha lembranças de como fora parar ali, parecia estar em outra vida. Ela ouviu sons de vozes vindas de algum lugar que parecia muito distante e então tudo sumiu e ela parecia apagar novamente.

— Doutor, ela ficará bem com tudo isso? Poderá ter alguma sequela devido a esses acontecimentos? – Reade conversava desesperadamente com o médico plantonista da UTI do hospital.

Tudo acontecera tão rápido quando Patterson o chamou no banheiro dizendo ter encontrado Tasha caída no chão. O desespero fora muito grande que todos se mobilizaram para levá-la à emergência. Os médicos entraram em ação muito rápido na tentativa de salvar a vida dela e do bebê. Reade estava esperando desde o dia anterior, apesar da insistência dos amigos para que ele fosse para casa descansar um pouco. Os médicos deram a ela remédio para cortar a dor e também a para que ela adormecesse, pois estava exausta com toda luta que tivera.

O médico saiu e deixou Reade com ela no quarto dizendo que ela acordaria naturalmente e, assim que isso acontecesse deveria chamá-los. Ele se sentou ao seu lado e segurava sua mão que parecia ainda menor dentro da mão dele. Enquanto estava adormecida ela parecia tão frágil e Reade estava muito preocupado com tudo o que havia acontecido. Meu Deus! O que ele faria se algo grave acontecesse? Sua vida só tinha sentido com ela. A vida deles estava entrelaçada há anos e sempre acontecia algo para abalar tudo isso.

Tasha abriu os olhos e dessa vez percebeu onde estava, em um quarto de hospital. Reade estava ao seu lado e segurava sua mão. Ele parecia muito cansado.

— Reade!

— Sim, meu amor, eu estou aqui.

— O que houve?

— Você sentiu mal... Eu preciso chamar o médico. Vai ficar tudo bem. – Sem soltar sua mão Reade usou o telefone que estava sobre o criado mudo para chamar a enfermeira.

— Senhora Natasha! Que bom que acordou! – O médico a saudou ao entrar no quarto.

— Doutor, Como eu estou? E o meu bebê? – Tasha estava desesperada por notícias.

— Você está bem e o bebê também. – O médico a tranquilizou. – Fizemos vários exames e esse teimosinho aqui queria nascer antes da hora – Ele disse apontando o abdomem dela – então precisamos entrar com algumas medicações para impedir que isso acontecesse.

Reade apertou mais forte a mão dela e sorriu tentando mostrar forças. O susto fora imenso, mas como conseguiram entrar muito rápido com as medicações conseguiram impedir o nascimento precoce de Miguel. Reade quase morrera de desespero enquanto esperava que a equipe médica cuidasse dela. A dor parecia tanta que ela se contorcia e gemia por todo o caminho até o hospital. Ele queria que a dor fosse nele e não nela, pois era duro demais vê-la passar por tudo isso.

— Ele vai ficar bem?

— Você vai precisar de repouso redobrado e também fazer o uso das medicações que ajudarão a segurar o bebê até chegar o momento certo do nascimento.

— Eu tive tanto medo.

— Sua médica deve passar aqui mais tarde para ver como você está e, provavelmente você só voltará para casa amanhã.

— Obrigada.

O médico saiu deixando os dois sozinhos novamente. Tasha olhou para seu marido e agradeceu por tê-lo ali a seu lado. A dor que sentiu no dia anterior foi tão grande que ela nem se lembrava de como as coisas aconteceram depois.

— Me desculpa, deveria ter te ouvido e ido ao médico de manhã quando senti as primeiras dores.

— Ei, está tudo bem. Você não tem culpa. O importante é que vocês dois estão bem.

Reade colocou a mão sobre a barriga dela que colocou a mão sobre a dele. Os dois se olharam em silêncio e deixaram as lágrimas rolarem quando sentiram Miguel se mexer mostrando que estava ali com eles e também na tentativa de tranquilizar os pais de que tudo ficaria bem.

Os dois conversaram um pouco e como Tasha estava muito cansada Reade a deixou mais quieta para que ela descansasse. Ela quis que ele fosse pra casa, mas ele estava irredutível e não iria mesmo. À tardezinha Dra Layla veio e a examinou constatando que estava bem melhor e que no outro dia de manhã ela deveria ir pra casa com mil recomendações.

A equipe chegou assim que a médica fora embora e Weller e Jane haviam passado na casa dos Reade e trouxeram uma troca de roupas e alguns objetos pessoais para os dois. Eles não demoraram muito, pois perceberam o cansaço dos dois, mas ficaram muito aliviados ao saber que Tasha e Miguel estavam bem.

Após tomarem a sopa oferecida pelo hospital Reade ajudou Tasha a se levantar com cuidado para tomar banho, quando ela já estava deitada ele também tomou um banho e os dois se ajeitaram na cama do hospital, onde Tasha garantiu que cabiam os dois e que estava confortável e deixaram todo o cansaço dos acontecimentos e dormiram profundamente.

— Eu estava com saudades da nossa cama. – Tasha disse assim que Reade a ajudou a se ajeitar na cama deles.

— Eu também. Agora tudo vai dar certo e só vamos voltar ao hospital quando estiver na hora certa desse pequeno nascer. – Reade disse enquanto colocava um beijo no topo da barriga dela.

— Nós vamos ficar bem.

— Está com fome? Vou preparar algo para você.

— Não precisa. Eu não quero comer nada.

— Olha aqui mocinha, eu vou fazer algo bem leve pra gente e você vai comer sem discussão. E nem pense em se levantar sem me chamar.

— Tá bom. – Ela disse fazendo beicinho enquanto recebia um beijo no rosto.

Reade foi para a cozinha tentar usar os poucos dotes culinários que possuía, mas com muita força de vontade e ajuda da internet conseguiu preparar algo gostoso para comerem.