Calabasas' Almost Fairytale — Interativa escrita por Mxtheusx


Capítulo 6
05 — Wake Me Up When September Ends


Notas iniciais do capítulo

PENSARAM QUE EU TIVESSE ABANDONADO VOCÊS??? Foi mal pela demora minha gente, mas isso é basicamente uma mistura de atolado na faculdade e uma tonelada de problemas pessoais. Mas, não se preocupem que entre muita procrastinação, treta e matéria acumulada eu sempre vou estar escrevendo para vocês. Beijão e aproveitem esse capítulo maravilhoso.



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Rico exibia suas fotos para toda a turma na segunda-feira, ele ainda sentia um pouco de ressaca, mas ele finalmente podia dizer que tinha fotos relativamente boas. Tinha uma bela foto de Melinda Duarte, a flyer das líderes de torcida, durante essa semana seria anunciado que ela havia sido escolhida como como a nova capitã, aparentemente a antiga capitã havia decidido se mudar para Los Angeles e ser uma dançarina, mas todo mundo sabia que isso significava que ela havia abandonado a escola para se tornar stripper. Havia várias fotos de Alissa e Alexis com vários visuais diferentes, aparentemente elas pensavam que a seção de estilo do Jornal da Escola era uma espécie de lookbook. Havia também uma foto de Pedro segurando um autofalante e sentando em uma cadeira de diretor de cinema, para anunciar que ele iria dirigir o novo musical do colégio. Havia até uma foto do belíssimo Jack Snyde e de Enricco Lefon com outros jogadores para anunciar que em breve começaria a temporada de jogos. Ao fim da exibição das fotos todos se levantaram e aplaudiram o incrível trabalho de Rico, mas Eleanor Lightwood, uma das diretoras do jornal, era a que aplaudia com mais empolgação.

— Seu trabalho ficou incrível, Rico — Ela disse com todo o carisma que ela havia obtido naturalmente assim que ela ficou a sós com o rapaz. — Eu realmente gostei — Todos sabiam que quando Eleanor não gostava de alguma coisa, ela dizia, então Rico sentiu-se aliviado ao saber que todo o seu trabalho havia valido a pena… mas talvez se ele tivesse se esforçado um pouquinho mais tivesse ficado mais satisfeito.

— E aí, Elly. E aí, Rico — Uma das garotas que participava do Jornal da Escola cumprimentou eles, ela parecia animada, como se estivesse prestes a contar algo que ninguém além dela soubesse. — Vocês ficaram sabendo do aniversário da Scarlett? A tia dela parece que vai dar um festão e convidou todo mundo do Jornal.

— É, eu fui convidada também, apesar de que a Scarlett não demonstrou tanta empolgação quando chamou a gente — Eleanor se virou para Rico e sorriu — Por que não aparece por lá no sábado? Você ajuda bastante a gente com as suas fotos, então é praticamente da família — As meninas deram uma risadinha, o jovem se esforçou para sorrir.

— No sábado? Então eu vou — A verdade era que ele não tinha planos para o final de semana, então não era como se ele tivesse que pensar muito.

Quando o De Palma saiu da sala o sinal tocou anunciando o horário do almoço, então ele teve de lidar com a multidão de alunos que saía de uma sala ou de outra e iam em direção ao refeitório. Alguns só queriam pegar as suas coisas nos armários e depois iam para sala, então em certo momento o corredor ficava um pouco vazio. Foi quando estava chegando perto do seu armário que o italiano avistou de longe uma morena com longos cabelos, com um vestido de alças finas que ia até o seu joelho, um quimono caía mostrando os seus ombros e tampando os seus antebraços. Ela parecia estranha e Rico também estava um pouco constrangido ao lembrar de ter beijado a colega enquanto estava bêbado, enquanto ele tentava abrir o armário seus olhos acabaram se encontrando com os olhos de Alissa, mas ela rapidamente desviou, ela era péssima em disfarçar. Quase que imediatamente um rapaz louro, usando os seus tênis Adidas Prophere e vestindo a jaqueta do time de futebol americano, chegou, abraçou a garota e em questão de segundos eles haviam sumido entre os outros estudantes.

 

Alissa pegou o seu café gelado na cafeteria que havia há alguns metros da escola e foi se sentar junto com os seus amigos. Jack estava sentado na mesa saboreando um pedaço de cheesecake, Alexis bebia também café gelado e Arabella comia um sanduíche de atum. Eca, pensou a morena ao se sentar na mesa e ver a colega dar uma gigantesca dentada no sanduíche, odiava atum desde que haviam colocado pedaços moídos e podres do peixe em seus sapatos durante um concurso de beleza quando era mais nova, sempre quando via alguém comendo se lembrava do cheiro horrível que ficou no seu pé durante dias. A mesa inteira ficou em silêncio por alguns segundos, Arabella carregava ainda ressaca moral de sábado, Jake perguntava a si mesmo o que deveria fazer para quebrar o silêncio, Alexis pensava se agora ela e a líder de torcida estavam “ficando”, Alissa só olhava para um jeep cor-de-rosa que havia no estacionamento da cafeteria, talvez estivesse na hora dela trocar de carro, ainda bem que seu aniversário estava apenas há dois meses e alguns dias de distância.

— Vocês ficaram sabendo da Scarlett Topaz? A tia dela vai fazer uma festa gigantesca — Perguntou Alissa assim que viu uma garota ruiva aleatória atravessar a rua, ela havia se esquecido do convite que havia recebido até o atual momento. Era importante fazer com que seus amigos ficassem interessados em ir, porque nem mesmo ela queria ir, mas os tios da garota Topaz eram bastante ricos e influentes, a família dela fazia parte do círculo de amizades tanto da família Cavallari quanto da família Snyde e Contursi.

— É, meu meio que vou ser obrigado a ir — Jack deu um risinho, um pouco constrangido por ter dito isso perto da garota que ele havia beijado e com quem ele queria sair. Droga, agora o que ela vai pensar de mim?

— Que bom! — Alissa riu e pareceu aliviada, isso fez com que Jack sorrisse e também se sentisse aliviado. — Eu também “meio” que vou ser obrigada a ir.

— Que saco — Alexis revirou os olhos. A loira achava a jovem Topaz a garota mais chata de todo o universo, ela conseguia superar até mesmo Melinda. — Ainda bem que meus pais não vão me obrigar a ir na festa dela, minha irmã vai no meu lugar, o que é perfeito já que ela é uma criança e eu tenho certeza que a festa vai ser o mais infantil possível.

Arabella só conseguia rir ao ver a situação que os colegas se encontravam, às vezes ela se sentia grata pelo seu pai ser o xerife e não um ricaço da alta sociedade.

— Ainda bem que eu não tenho essas obrigações sociais — A líder de torcida comentou.

— Eu também não! — Alexis nunca se permitia sair por baixo — Foda-se a festa da Scarlett, eu vou é pra Los Angeles aproveitar a minha noite.



Na terça-feira após o fim das aulas, Pedro se encaminhou para o auditório junto com a professora de teatro da escola. Ele já havia sido escolhido como o ator principal de um musical escrito pelo mesmo, se tratava de uma versão de Romeu e Julieta moderna, onde a família Capuleto era uma família de cantores de ópera e renomados músicos clássicos, porém Julieta desejava se tornar uma cantora pop chamada Lady J, a família Montéquio seriam donos de uma grande gravadora e Romeu faria uma espécie de dupla musical com Benvólio, ambos cantores pop. Pedro parecia estar mais ansioso do que a própria professora, mas ele com certeza havia trabalhado mais do que ela para fazer com que tudo ocorresse conforme ele havia planejado.

— Primeira audição: Alexis Contursi, para o papel de Julieta ou devo dizer, Lady J — A professora dizia entusiasmada. Pedro ficou um pouco nervoso, não via a garota Contursi desde o desfile, onde ela havia tentado beijá-lo. Respirou fundo e procurou agir naturalmente.

Mas quando Alexis subiu no palco todos puderam ver que o garoto estava evitando contato visual com a garota que tinha tudo para ser a atriz principal de seu músical. Ela estava completamente deslumbrante, com os cabelos levemente cacheado, vestia um vestido longo com uma fenda que mostrava o seu scarpin preto da Loubotin. Ela estava preparada para ir até o piano e mostrar para todos ali a melhor versão acústica de Poker Face que eles já haviam ouvido em suas vidas, ou que poderiam ouvir algum dia.

 

Arabella havia esquecido o celular dentro do carro de Alexis e não conseguia contatar ela de maneira alguma. Estava completamente perdida e não conseguia se concentrar em absolutamente nada, talvez fosse esse o motivo pelo qual havia chegado atrasada ao primeiro treino desde que havia mudado a capitã do time, não havia ido ao treino de segunda-feira, se ela se interessasse pelo jornal da escola talvez tivesse pelo menos passado o olho e descoberto que Melinda agora estava a frente do time. Uma outra garota também chegava atrasada, as duas pararam e ficaram observando enquanto a mais nova capitã comandava a coreografia ao som de ...Ready For It, da Taylor Swift. Parecia a coreografia antiga, mas dessa vez todas estavam sincronizadas e de alguma forma pareciam mais sensuais. Quando elas finalizaram em uma pirâmide quem estava no topo da pirâmide central era Mel, a garota que Arabella havia trancado e impedido de participar do desfile.

— Estão atrasadas! — Melinda exclamou assim que colocou os seus pés no chão, depois de todo o ocorrido do final de semana ela ficou se perguntando o que faria para em seu último ano não ser conhecida como a garota que saiu por baixo, o fato de Arabella não estar se dedicando cem por cento e estar faltando aos treinos eram munições para a sua metralhadora. A antiga capitã nem se importaria, mas ela não havia sido trancada e humilhada. — Arabella você está faltando aos treinos e eu vejo que ser uma de nós não é a sua prioridade — A morena olhou para as colegas de time, como se falasse em nome de todas elas — Eu não vejo motivos para te manter como flyer do time, vou ser obrigada a te rebaixar para base —. Melinda se aproximou da garota e sussurrou próximo ao ouvido de alguém que um dia ela pensou que seria uma grande amiga: — Além de tudo, você deu uma engordadinha — Ela se virou para o restante do time com um grande sorriso nos lábios, como se não tivesse dito nada — Vamos encerrar o treino mais cedo!

Todas vibraram, menos Arabella, de alguma forma ela sabia que até o final de sua vida escolar a garota faria de tudo para infernizar sua vida dentro do time. E não era como se ela pudesse simplesmente desistir de ser líder de torcida, o Clube de Xadrez não iria lhe garantir uma bolsa de estudos.

— Você vai querer jogar esse joguinho mesmo, Melinda? — Arabella perguntou puxando a capitã do time pelo braço.

— Qual joguinho, Bella? — Exalava ironia quando Mel dizia “Bella” — Só estou preocupada com o futuro do time — Ela disse com um meio sorriso nos lábios e se soltando. — Não me leve a mal — Ela forçou um sorriso largo e em seguida saiu do ginásio onde elas treinavam.



Na quinta-feira a noite as mãos de Jack tremiam enquanto ele dirigia até o seu destino, ele finalmente havia tomado coragem e havia ligado para Alissa chamando-a para um encontro, ele não achava certo ficar beijando ela sem compromisso. Na cabeça do garoto eles iriam até o cinema, iriam para algum parque ou iriam acampar, como ele costumava fazer no seu último relacionamento, mas com Alissa as coisas eram diferentes, Jack sentia que precisava estar pronto para o que viesse pela frente. Ali não iria fazer guerra de pipoca com ele, nem assistir os filmes que somente ele gostava, não iria fazer sanduíches para levar para um piquenique no parque e muito menos iria armar uma barraca para os dois passarem a noite. Por exemplo, quando Jack perguntou onde eles poderiam ir em seu primeiro encontro, ela sugeriu o Polished Star Lounge, um bar badalado em Los Angeles.

O Polished Star Lounge era gigantesco e presunçoso, lotados de poltronas confortáveis, sofás de couro e banquetas transparentes, havia placas escrito “V.I.P” há cada passo que o loiro dava. O lugar parecia querer oferecer a ideia de que os clientes pudessem se sentir como se estivessem dando sua festinha particular em cada mesa. Havia uma parede iluminada por dezenas de velas pretas, do outro lado da parede eram velas vermelhas, espalhadas bruxuleando no local meio escuro. Havia uma DJ de cabelo azul que tocava uma batida suave em uma mesa de som enquanto bebericava um drink da cor de seu cabelo. Eram oito horas e o bar já estava cheio de gente vestindo roupas de grife e segurando coquetéis de tom pastel. Ele usava uma camiseta da Versace e jeans da Calvin Klein, sua jaqueta de couro Dolce & Gabbana fazia com que ele parecesse um dos astros de Hollywood. Enquanto caminhava até uma poltrona perto do bar Jack atraiu olhares que se não estivesse tão nervoso teria conseguido aproveitar, os músculos dele estavam incríveis, mas a autoestima ainda era algo que ele precisava trabalhar.

Quando a garçonete de cabelo rosa e cheia de tatuagens se aproximou do rapaz para anotar seu pedido ele nem a notou, estava ocupado demais sentindo-se um mané sentado ali sozinho e todo produzido.

— Olha só para ela — Jack ouviu um homem de óculos dizendo para o amigo — Não é linda?

Quando o Jack virou-se para olhar, era claro que era Alissa.

A garota se aproximava com um vestido curto de Uma Wang, dourado de alças finas e com um decote em forma de U. Ela exibia suas pernas grossas e bronzeadas, os pés calçavam botas de bico fino Dolce & Gabbana de couro com paetês na cor dourada e carregava nos ombros uma bolsa tiracolo listrada da Off-White. O rapaz ainda não tinha pedido um drink e estava com a boca seca, caso contrário teria babado ali mesmo, ela estava mais incrível do que de costume. O cabelo negro levemente ondulado caía pelos ombros, sua maquiagem era leve e dava a impressão natural, a única coisa que pesava na mesma eram os cílios e os lábios carnudos pintados por um batom nude. Ela sorriu e acenou para Jack do outro lado da sala, abrindo caminho pela multidão. Ele conseguia ver as cabeças se virando enquanto ela passava, seu estômago revirou. Estava ansioso e nem tinha falado com

ela ainda.

— Oi — Jack disse um pouco nervoso enquanto se levantava para abraçar a garota, ela simplesmente sorriu e lhe deu um beijo na bochecha, eles se sentaram em um sofá quadrado que também ficava perto do bar.

Quase que imediatamente a garçonete voltou.

— Oi, Alissa, quanto tempo. Como está seu irmão? — Na verdade o rapaz em questão não era irmão dela, era apenas o filho de sua madrasta, mas ela não iria discutir sobre isso.

— Oi, amor. Ele está bem. Ocupado demais trabalhando pro meu pai pra sair, liga pra ele, ele anda precisando sair de casa — A verdade era que ele só havia beijado aquela garçonete uma única vez e ela havia se apaixonado, se ela pelo menos soubesse que ele tinha pelo menos umas nove namoradas diferentes. — Como é que você está?

— Estou ótima — A garçonete respondeu com um largo sorriso nos lábios, Alissa provocava esse efeito nas pessoas. — E minha irmã que trabalha em um bufê, disse que te viu uns dias atrás em um evento e desfilando na frente de um monte de gente importante. É verdade?

— É. Que loucura, né? — A garota soltou uma risadinha, era claro que ela estava bem desconfortável, quando ela se virou para Jack foi como se estivesse pedindo por socorro. Ele sorria, mas por dentro mal podia esperar para que aquela conversa acabasse para que eles poderem tomar um drink e conversar em paz.

— Irado! — A garçonete guinchou. Ela olhou para o loiro, que encarava ela torcendo para que ela parasse de falar. — E aí, o que vocês vão querer?

— Me trás um uísque com gelo — Certamente era melhor opção para ele que queria ficar mais descontraído e relaxado.

— E pra você, gatinha?  — A garçonete perguntou à garota.

— Eu vou querer um cosmopolitan — Era a melhor opção para ela que queria algo para combinar com as suas unhas.

A garçonete se afastou com um pouco de pressa para pegar os drinques, também porque estava ansiosa para se gabar para os seus colegas de trabalho que a garota que havia desfilado em um dos eventos de caridade mais importantes da região estava sentada perto do bar e que elas eram amigas.

— Me desculpa se eu atrasei — A morena ajeitou o vestido e começou a vasculhar a bolsa listrada procurando pelo maço de cigarros Marlboro White Menthol. Pegou um e o colocou entre os lábios. — Aceita?

Jack balançou a cabeça na horizontal em negativa. O rapaz estava prestes a acender o cigarro da garota quando o bartender apareceu de repente com um isqueiro prateado que reluzia a luz das velas que havia no local. Alissa ergueu os olhos para olhar para o homem, quando a chama se levantou ela tragou e em seguida agradeceu pela gentileza.

— O que foi, Jackie? Parece nervoso — Ela deu um longo trago no cigarro e soprou a fumaça para o lado.

— Nada, a temporada de jogos está se aproximando e eu ando treinando muito — Sentia uma vontade inacreditável de roer as unhas freneticamente, mas manteve as mãos entre as pernas. — Não quero acabar fracassando.

— Você não vai — A garota estava séria. Acariciou a pele macia e alva de Jack com a mão que não estava segurando o cigarro — Você é incrível, vai ser uma temporada incrível e você vai ver.

Jack não se sentia que ele fosse incrível, a baixa autoestima fazia com que ele questionasse até mesmo o que havia acontecido com Alissa para que ela aceitasse sair com ele. Eles eram da mesma turma desde que haviam entrado em Calabasas Hills School e mesmo que ela tivesse mudado bastante no último ano, ela havia sido sempre atraente e carismática, o que uma garota daquelas tinha na cabeça para dizer que um garoto feito ele era incrível. Antes que o rapaz tivesse a chance de dizer alguma coisa a garçonete surgia mais uma vez, trazia as bebidas consigo enquanto exibia um largo sorriso nos lábios.

— Ao seu sucesso! — Alissa bateu seu copo no de Jack, em seguida deu um curto gole em sua bebida cor-de-rosa e finalizou com um suspiro de prazer.

O jovem deu um longo gole no seu uísque e imediatamente sentiu como se o seu corpo estivesse em chamas, ele ficou tão aquecido que colocou o copo no apoio do sofá e tirou a jaqueta. Ali deu mais um gole em seu drink e um tragou o seu cigarro mentolado, jogando a fumaça para longe de seu encontro com Jack.

— Espero que você esteja certa, mas só de você ir no jogo da semana que vem pra mim tá ótimo — Não conseguiu evitar de sorrir, ele nem acreditava que estava fazendo aquilo de novo depois de terminar o namoro de dois anos, mas afinal ele não estava morto.

— Por mim tudo bem, eu posso ser a sua Gisele e você o meu Tom Brady, mas sem a parte da traição — Eles riram juntos e quando pararam cada um deu um gole em sua respectiva bebida.

Talvez ele não precisasse de nenhum jantar a luz de velas ou algum outro programa romântico, aquela garota na sua frente definitivamente não era a sua ex-namorada e talvez fosse isso o que mais gostasse nela. Alissa o fazia rir e se divertir, nessas últimas semanas havia feito com que ele se arriscasse mais e que se sentisse como se valesse a pena viver. Ou talvez fosse o álcool falando mais alto, mas pensar nisso fazia com que ele bebesse ainda mais.  

— A diferença é que Tom Brady é quarterback, e se eu quiser essa posição vou ter que superar o idiota do Enricco Lefon, o novato — Rancoroso, Jack deu um longo gole em seu uísque. — Ele é bom e todo mundo idolatra ele porque era uma espécie de super-jogador de Rugby na escola antiga. Consegue derrubar qualquer um que esteja em seu caminho — Em mais um grande gole acabou secando o copo, restando apenas as pedras de gelo, já se sentia levemente alterado e apesar do assunto, estava relaxado.

— Você pode fazer e conquistar qualquer coisa que quiser, basta você querer e se esforçar — Era fácil para ela falar, todos sabiam que ela usava de sua influência e boa aparência para garantir tudo o que ela queria, nem sempre ela precisava. O mundo simplesmente abria portas para garotas como ela. Jack não sentia , e o pai certamente concordava. — Eu já volto, vou pedir uma rodada de doses para a gente — Alissa terminou o seu drink e se dirigiu ao bar, o rapaz ficou encarando a pista de dança.

A DJ decidiu que estava na hora de animar as coisas por ali, colocando para tocar uma espécie de synth-pop que fez com que algumas pessoas se levantassem e começassem a dançar umas com as outras. As luzes do lugar se reduziram, as velas bruxuleavam, Alissa voltava para a mesa segurando mais um Cosmopolitan e a garçonete vinha atrás carregando uma bandeja com seis doses de tequila.

— Festa! — A morena estava animada, sentou-se no sofá, colocou o copo sobre a mesa que estava em frente à eles e já foi pegando uma das doses para si. Eu não posso, tenho que dirigir, Jack quis dizer, mas ela estava o encarando e ele não queria parecer um idiota no primeiro encontro dos dois. Ele pegou uma dose e a garçonete também. — Vira! — Ao comando de Alissa todos derramaram a bebida goela a baixo e em seguida fizeram careta, menos ela que sorria como se fosse uma criança. — De novo! — Ele queria dizer não, mas quando se deu conta já estava na segunda dose.

— Eu preciso de ir ao banheiro — Ele largou o copo da dose em cima da bandeja e saiu cambaleando até onde achava que era o banheiro, um pouco bêbado já.

Foi diretamente até uma pia, molhou o rosto, enxugou com uma toalha que havia por ali e se encarou no espelho. Qual era o problema com ele? Deveria estar se sentindo super bem: estava minimamente satisfeito com a sua aparência, estava em um encontro com a garota mais bonita da turma e estava bêbado. Em qualquer outro dia ele estaria rindo e aproveitando com ela, mas o que havia de errado? Estava nervoso, quando pensava muito em seu relacionamento anterior sentia que a ansiedade o atacava. Era possível que houvesse a possibilidade dele desenvolver um relacionamento com Alissa e então parar de sentir atração por ela? Já havia acontecido isso com ele antes, e segundo a garota ele havia beijado um garoto em sua frente. Ele nem havia saído com a menina de quem estava afim antes que ela descobrisse que ele era bissexual, para sua sorte aparentemente ela não ligava.

Quando saiu para fora do banheiro o ambiente havia mudado totalmente, o lugar estava lotado e as pessoas dançavam mais perto umas das outras. Jack começou a procurar por Alissa, eles estavam bem perto do bar, pensou que não seria difícil de encontrá-la, após quase trinta minutos depois havia se cansado, sentou-se no bar e pediu mais uma dose de uísque. Percebeu que estava bêbado depois do terceiro gole, claro, antes havia pensado que estava apenas um pouco “altinho”, mas era como se uma voz dentro dele finalmente dissesse que não era segura dirigir de volta pra casa.

Quando terminou a sua bebida a garota com quem havia desencontrado voltou. Parecia preocupada mas quando seus olhos se encontraram ela pareceu aliviada. O loiro estava já pronto para ir embora mas a sua companhia puxou-o pelo pulso e o arrastou para dançar com algumas pessoas de uma área V.I.P.  

— Você tá bem? — Ela quis saber enquanto dançava bem próxima a ele.

Jack não quis responder sinceramente, optou por uma resposta casual e que não demonstrasse a confusão que estava os seus pensamentos, mas não encontrou palavras que fossem capazes de expressar o que ele desejava, então ele simplesmente balançou a cabeça positivamente, afirmando que estava bem.

Foi quando um cara começou a encarar e deixar Jack completamente desconfortável, ele era grande, cheio de músculo, careca, vestia uma camisa polo da Gucci e calças apertadas. Ele se aproximou de Alissa tentando dançar com ela, mas ela simplesmente virou de costas e continuou dançando com Jack. O homem encarava o rapaz como se quisesse comê-lo vivo, como se ele fosse um leão e o jovem sua simples presa. Quando o homem tentou se aproximar mais da jovem ela simplesmente jogou o cabelo por cima do ombro.

— Quer saber? Vamos sair de perto desse babaca — Ela disse com a voz um pouco alta, achou necessário pois tinha medo que por causa da música Jack não conseguisse ouvi-la.

— O que falou, sua vagabunda? — O homem empurrou Alissa, que consequentemente foi com o corpo contra o de Jack, que segurou a garota em seus braços e olhou para o homem, por um segundo não soube nem mesmo o que fazer. Quando se deu por si já havia acertado um soco na boca do homem, a garota por sua vez pegou um drink deixado em uma mesa e jogou no rosto do homem. Não demorou muito para que as pessoas da área V.I.P começassem a tumultuar e a fazerem barulho.

Jack pegou Alissa pela mão e junto dela correu até a saída. Ela gargalhava enquanto vasculhava a bolsa a procura de um cigarro, mais tarde ele se arrependeria de toda a confusão, mas aproveitou o momento em que achou que era super romântico a ideia de que eles haviam agredido um babaca juntos. Ele respirou fundo e pegou as chaves, a noite já havia dado o que tinha que dar, também não queria esperar pelo momento em que o pai iria ligar para ele o mandando ir embora.

— Ali, eu preciso de ir embora — Apesar do susto ele ainda estava bêbado — Você quer ir comigo?

— Acho melhor pedirmos um táxi, eu não vou entrar em um carro com você — Ela assoprou a fumaça na direção do rapaz.



Scarlett Topaz havia acabado de sair do banho quando silenciosamente seus tios abriram a porta da frente da mansão que eles tinham em Calabasas, se eles estivessem tentando realizar um assalto não teriam sido tão furtivos. A porta do quarto da ruiva estava escancarada ela estava sozinha, os tios tinham ido fazer compras em Los Angeles, iriam passar a noite fora e só deveriam voltar no dia seguinte. A música alta fazia ela dançar nua pelo seu quarto, quanta animação! Mas afinal, era o aniversário dela, e só se faz dezoito anos uma vez. A garota congelou e murchou quando ouviu a voz alta do tio chamando ela do início do corredor. Não havia tempo para pensar, era necessário agir! Ela correu para pegar a toalha e desliga música. Foi o prazo de enrolar o pano em volta de si para que a tia da garota aparecesse toda sorridente na porta.

— Posso entrar um minutinho, querida? É importante — A mulher já havia entrado dentro do quarto segurando duas sacolas, colocou-as em cima da cama e de uma delas tirou uma caixa da Cartier e dentro dessa havia o colar mais delicado que havia visto em toda sua vida. Todo em ouro branco e brilhantes, com um pingente de diamante. Da outra sacola tirou um vestido de seda com mangas longas da Prada, ela realmente teria que usar logo aquilo em seu aniversário?

 

Eleanor chegou na mansão Topaz acompanhada por Rico De Palma, eles pareciam um daqueles casais famosos do Instagram que frequentavam os restaurantes mais caros e famosos da Califórnia. Ela vestia um vestido de veludo metálico com mangas longas que ia até a altura de seu joelho, estava com os cabelos cacheados e calçava um espadrille de couro Saint Laurent. Rico estava todo vestido de Armani, com a sua camisa branca e sua calça preta apertando um pouco as suas coxas e panturrilhas, o rapaz parecia um galã de cinema dos anos 50, estava calçando sapatos derby de couro Balenciaga. Ele cheirava tão bem que Eleanor precisava respirar fundo, se acalmar e lembrar-se de que os dois na verdade eram amigos. Ele olhou as horas no relógio vintage da Cartier que o avô havia lhe dado.

— A gente não chegou muito cedo? — Ele perguntou para a garota que estava ao seu lado.

— Bom, eu sinceramente estou ansiosa para ver como a Scarlett está — Sem responder a pergunta de Rico, Eleanor já foi logo batendo na porta.

Não demorou muito para que Scarlett abrisse a porta, ela parecia uma espécie de miss. Estava vestindo um vestido luxuoso, sandálias de salto alto da Gucci e um colar que aparentemente havia sido caríssimo, os dois olharam bem para a aniversariante, não achavam que era possível que ela pudesse ficar daquela maneira: estava usando iluminador demais, uma maquiagem de garota do YouTube e um penteado parecido com o da Priscilla Presley nos anos 60. Scarlett abraçou os colegas, ela realmente estava já se conformando com a ideia de que ninguém iria aparecer e que seu aniversário seria um fiasco.

— Que bom que vocês vieram — Ela abriu espaço para que eles pudessem entrar e assim que eles já havia adentrado a residência fechou a porta. — Querem beber algo? Querem comer alguma coisa? — Ela estava nervosa, nunca havia sido anfitriã de uma festa, e ainda mais uma festa de aniversário em uma mansão. Aquilo era uma loucura, ela só queria organizar um churrasco com os amigos mais próximos e comemorar, mas em vez disso ela estava procurando o vinho rosé e as garçonetes com os canapés.

— Eu vou querer vinho — Eleanor disse, ela não era do tipo que exagerava nas bebidas, talvez fosse por isso que ela se aproximou tanto de Scarlett, enquanto todas as outras garotas exageravam no álcool e nas drogas, elas simplesmente bebericavam seus drinks sem descer do salto.

— Eu vou beber vinho também — Foi Rico terminar sua frase que quase que imediatamente surgiu um garçom com três taças com vinho rosé. As duas garotas bebiam realmente saboreando a bebida, o que ele estranhou, desde que havia chegado na Califórnia via os jovens bebendo como se a bebida alcoólica fosse acabar. Elas faziam com que ele se lembrasse das primas italianas e como enxergava elas como pessoas portadoras de uma extrema elegância.

A campainha tocou e um dos empregados correu para atendê-la. Arabella e Alexis passaram pela porta como se estivesse chegando a um enterro, mesmo que suas roupas denunciassem o contrário. Arabella calçava botas biker de Jimmy Choo, usava um vestido cavado e simples preto que ia até a metade da sua canela. Alexis usava um vestido vintage da Versace justo e curto na cor branca, calçava botas brancas da Chanel de novilho e parecia preparada para uma noitada. A loira segurava um embrulho de presente que não havia feito questão de ver o que era. Elas caminharam até a aniversariante, ignorando completamente a presença de Rico e Eleanor, quando estava frente a frente com a ruiva Lexi sorriu.

— Meus pais pediram pra eu te entregar o seu presente — Era claro como ela estava forçando o sorriso. — Onde está o bar?

— Lá de fora — Scarlett pegou o embrulho e também obrigou-se a sorrir. Antes que pudesse agradecer as duas garotas foram em direção a porta que levava para a área externa da residência.

Aquilo havia sido sinistro, os três somente trocaram olhares antes de cair na gargalhada. Rico havia reparado que Alexis havia saído pisando pesado como uma personagem de desenhos animados, ele geralmente achava ela uma das garotas descoladas do colégio, mas naquela noite ela parecia somente uma criança dentro do corpo de uma patricinha remota da Califórnia. Já Arabella parecia uma versão peituda da Kate Moss, só que sem a postura, sem a classe e definitivamente sem a elegância.

— Vem, vamos comer alguma coisa — Scarlett deixou a sua taça em cima de uma mesinha com flores e seguiu até o lado externo da casa acompanhada dos outros dois colegas.

O cenário era deprimente: mesas e mesas de aperitivos para somente alguns colegas do Jornal da Escola, um luxuoso bar que se não fosse por Arabella e Alexis estaria completamente vazio, uma pista de dança deserta e a música que absolutamente ninguém dançava. Eleanor cantava bem baixinho a música que tocava alta do lado de fora da residência Topaz, IDGAF, da Dua Lipa.

A porta se abriu e todos pararam para ver o rapaz louro que havia chegado a festa, ele usava uma camiseta listrada da Abercrombie, jeans pretos rasgados nos joelhos e um tênis da Vans completamente preto. Sua acompanhante chegou logo em seguida, atraindo também olhares para si. A morena usava uma blusa segunda pele preta, por baixo da mesma usava um top preto de renda, estava vestindo calças de couro e botas da Gucci que combinavam com a sua bolsa da mesma marca. Jack segurava um pequeno embrulho, já Alissa segurava uma sacola da Swarovski, ela não havia tido tempo de embrulhar e também não era como se ela ligasse para isso. A morena abraçou a ruiva, como se fosse íntimas, mas nunca haviam sequer trocado palavras uma com a outra, a maior interação que haviam tido foi quando Scarlett riu de uma piada dela durante um jantar dos tios. A jovem Topaz segurou a sacola e cumprimentou o jovem Snyde com um beijo no rosto. Eles pareciam todos versões mais jovens de seus pais.

— Feliz aniversário, Scarlett — Alissa parou em frente ao trio, como se fosse incapaz de enxergar Rico ou Eleanor, tirou um cigarro de dentro da bolsa e o acendeu. Em seguida se deu conta de que não havia trocado nenhuma palavra com o italiano desde o beijo que ocorrera no dia do desfile beneficente. — Oi, Rico — Ela exibiu um largo sorriso no rosto e o abraçou, de maneira nenhuma queria parecer que estava constrangida. — Oie — Cumprimentou Eleanor também com um abraço e sorriu para a garota. — Foi muito legal da sua parte convidar a gente pra sua festa, tudo está muito bonito — A jovem Cavallari ainda exibia um largo e doce sorriso em seus lábios.

— Quer beber alguma coisa? — Jack não sentia constrangimento, não se lembrava de ter beijado Rico, mal se lembrava de ter beijado Alissa, tudo o que ele queria era aproveitar aquela noite e esquecer que havia perdido uma noite na casa do capitão do time para ter de ir para o aniversário da sobrinha dos Topaz.

 

— Pensei que fossem ir curtir a noite em Los Angeles — Comentou Alissa pegando o seu martini com o barman e dando um longo gole na bebida.

— Pois é, eu também pensei que fossemos — Arabella fumava uma pequena ponta do que havia sido um baseado, ela olhava para Alexis entregando completamente o fato de que não estava curtindo nem um pouco aquele momento. Ela não queria ir pro aniversário da idiota da Scarlett Topaz, tudo que ela desejava era ir até o centro de L.A, entrar em algum lugar, curtir a festa até acabar, então ela e a loira voltariam para Calabasas e nadariam na piscina da mansão Contursi até o sol aparecer.

— Meus pais me obrigaram a vir, mas enfim, como foi a sua semana? Eu mal te vi, andei ocupada — Lexi forçou um sorriso para a amiga e em seguida olhou para Arabella, incomodada — Dá pra você por favor parar de pensar que é a minha culpa?!

— E dá pra você por favor parar de falar como se não fosse? — A líder de torcida assoprou a fumaça na cara da jovem Contursi — A gente tinha programado a noite perfeita, mas você me arrastou para esse enterro!

— Olha não foi minha culpa, você acha que eu não preferia estar curtindo com você em outro lugar? — Alexis se virou para a garota que estava ao seu lado, ela sentia seu rosto pegando fogo, sentia vontade de chorar, mas se controlou, ela nunca chorava.

Alissa somente esperou que Jack pegasse a sua bebida, entrelaçou os dedos de sua mão aos dedos dele e puxou ele para o mais longe possível da discussão das garotas. Deu mais um gole em sua bebida, ela de alguma forma sentia que a cabeça iria explodir. O rapaz sentiu que seu coração iria parar quando sentiu ela dar a mão para ele e de certa forma se sentiu poderoso, como se fosse imbatível, ela lhe causava essa sensação. Quando estava perto de Alissa sentia que não tinha nada de ruim ou de errado com ele, e mesmo que tivesse ela iria gostar.

— Por que elas estavam brigando? — O jovem quis saber, elas pareciam um casal perfeito e ele se recusava a acreditar que estavam discutindo por causa de uma besteira. Outro motivo pelo qual ele gostava da companhia de Alissa: ela alimentava os seus sonhos românticos.

— Sei lá, deve ser tensão sexual — Eles pararam na pista de dança, ainda mantinham as mãos unidas. Ela se aproximou, colocou a cabeça no ombro dele, respirou fundo sentindo o cheiro do rapaz e acalmou os nervos. Se ela parasse para pensar em tudo que a deixava mal ela iria acabar chorando, não queria que ele a visse assim.

O olhar dela parecia vago, ela parecia distante e ao mesmo tempo parecia que queria lhe dizer alguma coisa. Ele nunca sabia o que ela estava pensando. Esperou que Ali olhasse para cima para que beijasse os seus lábios delicadamente.

— É melhor a gente animar essa festa antes que eu acabe dormindo — Alissa disse para o loiro e em seguida soltou uma risadinha.

 

— Vai ser rápido, eu prometo — Jason disse descendo da moto junto de Enri, eles iriam sair para jantar fora e ter o primeiro encontro de verdade, mas a tia de Jason havia pedido para que ele aparecesse no aniversário de Scarlett e ele não pôde negar. Toda aquela história de garota deslocada de fora que havia vindo morar com os tios e viver naquele luxuoso mundo onde se sentiria mais deslocada ainda derretia o coração dele. — Vamos só entregar o presente, ficar um pouco e então vai ser só eu e você.

— Ok, tudo bem — Na verdade não estava tudo bem para Enri, ele só queria um encontro de verdade com o cara que ele estava gostando, mas aquilo parecia algo impossível de se conseguir. Era como se houvesse algum evento ou alguém precisando mais da atenção de Jason todos os dias, era complicado, mas valia a pena.

 

— Obrigada pela presença — Agradeceu Scarlett pegando a sacola da Burberry das mãos de Jason — Aproveitem a festa — Ela se sentia um pouco desajustada em cima daqueles saltos caros e do vestido que coçava, mas mesmo assim forçou-se a manter a postura. Ela colocou a sacola junto dos outros presentes e voltou a dançar com os seus dois amigos.

— Já podemos ir? — Brincou Enri cutucando o braço de Jason, que cutucou de volta rindo. A festa estava realmente um pouco chata, a coisa mais divertida de se fazer por ali era olhar Alissa tentando arrastar as pessoas para a pista de dança enquanto Jack tentava acompanhá-la nos passos de dança.

— Calma — Todd respondeu com um largo sorriso nos lábios — Só meia horinha e a gente vai embora — Enricco resistiu a tentação de beijá-lo na frente de todas aquelas pessoas conhecidas, o que foi quase que inevitável uma vez que seu coração batia tão rápido que parecia que ia sair do seu peito a qualquer momento.

— Olá, rapazes — O coração de Enri parou ao ouvir a voz de Alissa, como ela havia se deslocado tão rápido? — Por que vocês não estão se divertindo? — Ela segurava um copo com gim tônica e ofereceu para Jason e para Enricco.

— Obrigado, Alissa, mas eu to dirigindo essa noite — Jason se explicou e ela revirou os olhos. Estava decepcionada com aquela festa, ela mesma deveria ter organizado uma.

— Eu vou querer um pouco — O jovem Lefon não desejava receber uma revirada de olhos da garota, quando ela fazia aquilo era como se ela tirasse todo o valor que alguém poderia ter, mas é claro, isso não funcionava com Jason, o garoto dourado, mas ele não era o Jason.

No momento em que ele segurou a bebida a morena desapareceu e só depois de alguns segundos o olhar de Enricco capturou-a no bar. Ela então ofereceu duas bebidas para mais algumas pessoas que ele nunca tinha visto em sua vida, parecia que a missão dela era embebedar todos da festa. Pelo menos ela estava se divertindo, o resto da festa parecia que estava em um enterro. Arabella e Alexis não paravam de discutir, Jack parecia já ter recebido bebidas o suficiente de sua acompanhante e agora se concentrava para não apagar, Scarlett tentava dançar, mas parecia extremamente desconfortável, Eleanor e Rico estavam rindo, talvez fosse o efeito do vinho.  

 

— Acho que preciso de deitar — Eleanor comentou com a barriga doendo de tanto rir de Jack Snyde — Sou fraca com a bebida e já estou me sentindo um pouco tonta — Scarlett se virou para a amiga e a abraçou.

— Pode ir se deitar, pode escolher qualquer quarto casa — A ruiva colocou a mão no ombro da amiga e em seguida olhou para Rico — Você leva ela? Minha tia pediu pra eu não sumir da vista dos convidados por nenhum momento.

— Vamos — Disse ele pegando Eleanor pela mão e guiando ela até o interior da mansão Topaz.

Eleanor não sabia se era efeito do vinho ou se de repente as mãos do italiano haviam se tornado tão suaves, ele havia se tornado mais atraente e o cheiro dele fazia com que ela tivesse vontade de abaixar a calcinha. Tudo nele era tão bonito, os olhos dele eram tão brilhantes e era como se os lábios dele estivessem implorando por um beijo. Ela queria beijá-lo ali mesmo,  na sala de estar, no grande sofá vermelho. Mas, quando ela simplesmente parou e se sentou, sentiu o mundo ao seu redor girar. Quando ela se deu por si estava deitada e tonta, aquilo não era nada atraente.

— Rico… — Ela tentou chamar por ele, mas sua voz estava baixa e fraca.

— Eu vou pegar água e já volto pra ver como você tá — A verdade era que ele já estava bêbado. Sentia a boca seca, como se estivesse caminhando pelo deserto em pleno meio-dia.

A casa de Scarlett era tão grande que era fácil de se perder, já com os lábios hidratados ele parou no corredor para respirar. Um cheiro de cigarro mentolado se aproximou de suas narinas, contra a luz ele conseguiu ver uma silhueta e o brilho de calças de couro. O que ele deveria fazer? Ele simplesmente parou. Ela estava próxima dele, não tão próxima, deu um longo trago no cigarro e soprou a fumaça para longe. Rico segurou a respiração enquanto sentia seu membro crescer dentro da cueca, ele não conseguia nem pensar direito, não conseguia nem formar uma frase por inteiro para dizer.

— Eu sabia que isso iria acontecer — Ela sussurrou bem próximo ao ouvido do rapaz.

Um sorriso malicioso se formou nos lábios da garota, sem pensar duas vezes ela abriu a porta mais próxima e empurrou o jovem De Palma para dentro do mesmo. O coração dele batia rápido, mil paranoias o atormentavam enquanto ele olhava a morena fechando a porta.

— Alissa… — Ele nem sabia o que dizer, também não teve a oportunidade de dizer nada, pois em questão de segundos ela estava sentada em seu colo beijando os seus lábios e fazendo com que tudo de ruim se afastasse de seus pensamentos.







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Notas finais do capítulo

É isso aí meus xuxuzeira, não se esqueçam de comentar e favoritar a história. Desculpa real pela demora ^-^



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