Apaixonada pela Morte (Lésbica) escrita por Ally


Capítulo 3
Proposta ou exigência?


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Desculpe realmente pela demora, mas fim de faculdade, acarreta muito tempo e assim não conseguia terminar o capítulo...
Ainda nem consegui rever para corrigir os erros, desculpem por isso.. Esperoo que gostem do capítulo.. bjinhos e se cuidem, bbs
;)



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Trabalho, para alguns uma luta difícil para se conseguir e para outro o martírio de cada dia. Depois de muitos estudos, enfim consegui trabalhar no que planejei, não pense que logo que sai da faculdade arranjei emprego, infelizmente demorou, porém deu certo. O silêncio da minha sala e não ter que lidar sempre com pessoas, somente papéis, para alguns uma verdadeira catástrofe e só consigo pensar no privilégio que tive.

No trabalho lidava com perícias ambientais, isso me proporcionou a ter uma sala e escolher os horários de trabalho. Mas infelizmente, ninguém consegue fugir da burocracia de lidar com pessoas, sempre vamos precisar de alguma coisa que não é específico da área que atue, para isso irá contratar outra pessoa e lidar com ela. Recebi uma oferta tentadora da empresa, porém a responsabilidade era maior e o sossego que tanto zelei seria jogado por água abaixo, enquanto meus amigos escolheram empregos com bastante contatos com pessoas, eu preferi a lógica e natureza, as pessoas são complicadas e na sociedade que vivemos a confiança é algo raro.

Decidi morar sozinha depois de um longo tempo com meus pais, eles não aceitaram muito bem eu assumir minha sexualidade, por isso sai de casa e estou morando longe, porém sempre os ajudo financeiramente e falo com eles. Foi mais a reação, o que meus amigos irão pensar de mim e de você, que me fez se afastar deles.

O relógio no meu pulso marcava quase o horário de ir embora, senti os músculos rígidos pela tensão causada pela dúvida. Só queria chegar em casa e tomar um bom banho e ler um livro para relaxar. Quando escuto alguém bater na porta, não me virei para olhar quem era, faltava apenas um parágrafo para eu terminar o laudo técnico, então apenas dei a permissão para que a pessoa entrasse com um clássico.

— Pode entrar. – Falei, terminando de digitar.

Escutei a porta se abrir e fechar, a pessoa foi cuidadosa de não fazer barulho ao caminhar e esperou que paresse de digitar, assim terminei a última frase para enfim a pessoa quebrar o silêncio.

— Vim entregar alguns papéis, que sua secretária provavelmente tinha que dar para você assinar. – A voz que não esqueceria tão fácil soou, me virei rapidamente encarando ela. – Desculpe atrapalhar. – Minha cara deveria estar impagável pela surpresa.

— Como? – Foi a única palavra que consegui pronunciar diante ao choque. – Secretária? Quem te falou isso, senhorita? – Consegui me recuperar e questionar algo coerente.

— O tal de Marcus. – Ela me respondeu.

— Meu chefe é um cara muito brincalhão, Sophia. – Falei e vi um sorriso sutil e não de surpresa. – Eu trabalho sozinha, a secretária dele que as vezes me traz alguns documentos. Mas não me lembro de esquecer nenhum. – Falei pegando de sua mão e dando uma olhada.

— Sinto lhe informar que não trabalha mais sozinha. – Sophia, sentou na cadeira a minha frente. – Esse é o contrato da sua nova função e com isso serei sua nova colega de trabalho.

Fiquei realmente surpresa por ver que ela estava falando a verdade, olhei em seu rosto e notei o sorrisinho confiante, porém o surpreendente é saber que ela não estava fugindo. Pois se se estava assinando esse contrato teria que ficar por pelo menos dois anos trabalhando comigo, a oferta era tentadora, mas será que teria psicológico para ter ela em minha vida?

— Irei ler o contrato e amanhã saberá minha resposta. – Falei de forma firme e vi seu sorriso confiante sumir do seu belo rosto.

— A vida é curta demais para se perder oportunidades, senhorita Aline. – Sophia, falou de forma gentil. – Então, até amanhã.

Apenas acenei e a vi sair da sala, meus olhos repousaram sobre o contrato em minha frente. Decidi que iria fazer uma lista de prós e contras para decidir se iria aceitar a proposta. Peguei minha caneta e comecei a pensar, teria um salário maior, trabalharia em áreas totalmente interessante, viajaria mais e teria que lidar com Sophia, trabalharia mais, seria mais exigente.

Olhei mais uma vez o relatório e enviei, com isso me arrumei para ir embora, pensava melhor quando não estava tensa como agora. Ganhei uma mania saudável da época de faculdade, eu sempre ia a noite na academia, isso fazia com que eu tivesse uma atividade física e todo estresse fosse canalizado para fora no final do dia por pegar peso ou correr em algum equipamento.

O treino foi tranquilo como sempre, mesmo ficando mais tempo na esteira e sentindo meu corpo gritar por descanso, permaneci firme ao chegar em casa depois de um banho relaxante, ainda ler alguns documentos e deixar o contrato separado para devolver.

A rotina do trabalho estava calma como sempre, até ter uma movimentação estranha no corredor, alguns barulhos e alguém entrar na minha sala todo afoito.

— Marcus, marcou uma reunião de emergência. Temos que ir para a sala de conferências que é a maior do nosso setor. – Falou o jovem da copiadora, eu realmente era horrível para gravar nomes.

— Okay. – Falei e me levantei o seguindo.

O mais estranho era notar que todos realmente estavam presentes na sala de reunião, até de outros setores e a mania do ser humano de especular o que poderia acontecer era o burburinho na sala.

Estava distraída olhando pela janela, era uma bela vista da cidade, que só me virei quando o silêncio reinou na sala e escutei barulhos de sapatos. Na ponta da sala de reunião, estava Marcus com mais um de seus inúmeros termos caros, acompanhado de uma morena com lindos cabelos cacheados e da ruiva que invadia meus sonhos, Sophia.

— Gostaria de agradecer a todos vocês, realmente hoje é um dia importante para essa empresa. – Marcus começou a falar ganhando total atenção de todos, menos a minha, que só olhava para as duas mulheres ao seu lado. – É com imenso prazer que anúncio uma fusão com a Ellens, dirigido por Helena e Sophia. – Ele aponta para cada uma.

— Como vai funcionar? – A menina do RH, questionou. Realmente todos foram pegos de surpresa.

— Ninguém vai ser demitido, não se preocupem. Só que alguns funcionários vão ser designados para a filial em outro lugar. – Helena, respondeu de forma educada e com um sotaque europeu carregado. – Pense que isso é uma grande oportunidade.

— Por hoje é só, voltem a suas tarefas. – Marcus, anunciou e todos saíram rapidamente da sala, lógico que cumprimentaram as novas chefes.

Realmente só gostaria de sair despercebida daquela sala, porém não teria como passar pela porta sem falar com eles que continuavam parados em frente. Olhei mais uma vez pela janela e suspirei me dirigindo a eles. Logo ganhei o olhar de Sophia a cada passo que dava, até estar próxima o suficiente e os outros dois me notarem.

— Só queria disser meus parabéns pela fusão. – Tentei soar o mais simpática possível, por mais que o olhar da ruiva me deixava nervosa.

— Helena e Sophia, vocês devem conhecer uma das melhores profissionais que trabalho. – Marcus, falou animado e nunca me senti tão deslocada como agora. – Essa é a Aline, trabalha na parte ambiental e os grandes projetos de redução de custos, ela solucionou de forma brilhante. – Ele falava animado, fiquei sem graça, minhas bochechas ganharam um tom vermelho e cocei a nuca.

— Não foi nada de especial, apenas fiz meu trabalho. – Respondi de forma contida.

— Não seja modesta, já ouvi falar muito bem dos seus trabalhos. – Helena, falou de forma simpática e senti que aquilo me soava como duplo sentido. – Faço questão que esteja em nossa filial na Europa, vou passar todas as informações necessárias e espero te ver por lá.

Aquela proposta me pegou de surpresa, apenas agradeci e fui para minha sala. Decidi dar uma olhada melhor no contrato em minha frente, ontem estava tão dispersa que nem notei os detalhes da nova função proposta, então Sophia tentou me avisar e nem percebi.

Aquela sala se tornava pequena a cada momento com minha mente formulando teorias, então decidi que já era hora de voltar alguns hábitos antigos.

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Pov- - Sophia

Depois que sai por aquela porta, sequer ousei a olhar para trás. Mas não poderia aparecer do nada na vida das pessoas, então construí uma história. Encontrei uma agente da morte, que havia uma empresa com bastante lucro, lógico que fiz sociedade com ela e com alguns contatos fez parecer que estava nesse negócio a anos.

A minha vontade era imediatamente ir aonde ela trabalha e fazer uma abordagem qualquer, apenas para ver ela. Porém isso seria arriscado, ela poderia me rejeitar, tentar fugir, me achar uma stalker ou pior de tudo, não me reconhecer.

Conversei com minha sócia sobre uma fusão ou um investimento numa empresa com grande potencial, ela não ficou feliz e demorei a ganhar seu sim. Existe coisas na vida que não se conhece os limites, pelo menos aos olhos humanos, lá estava eu na frente daquele belo humano fazendo minha proposta.

Uma das coisas observando os humanos é notar seus sinais, quase como um padrão, você só precisa saber aonde pressionar e ser persuasiva. Depois de horas em uma reunião cansativa, havia um contrato em minha frente assinado, mas essa necessidade que me atraia a ela me fez ter um plano de a ver naquela mesma semana.

Olhando para o espelho, tento criar coragem para encarar seus olhos e agir normalmente, sem parecer nervosa e ansiosa. Olho mais uma vez para os papéis em minhas mãos, isso seria antecipar os fatos e a preparar para as mudanças.

Nosso primeiro encontro foi gratificante, ver o quanto ainda mexia com ela, por mais indiferente que ela tente se mostrar, ainda segue os padrões humanos. Porém ao sair da sua sala eu sabia que não havia conseguido a conquista, então, apelei para o plano B.

— Espero que isso seja urgente para me ligar essa hora. – Ela me atendeu com mau humor, as vezes esqueço o fuso horário.

— Preciso que apresentação, seja amanhã. – Falei calmamente.

— Está brincando comigo? – Poderia imaginar o quão furiosa ela estava.

— Amanhã, Helena. – Falei sem brecha para discussão. – Pegarei você no aeroporto e já de encaminharei assim que resolvermos.

— Espero que esteja preparada para minha fúria, senhorita Sophia. Nem o supremo vai te poupar das minhas garras. – Ela gritou e desligou na minha cara.

O lado bom de se ter um sócio é que você pode brincar de ter um lado bonzinho e o lado do mau. Então, Helena era conhecida como a carrasca e uma excelente profissional, enquanto eu era apenas a sócia boazinha que dava um jeito em tudo. Quando avisei ao Marcus que minha sócia estava chegando para anunciar a proposta, ele achou um absurdo de ser tão rápido, mas aceitou com relutância.

Encarar Helena de mal humor era o pior castigo que poderia ter planejado para aquele dia, mas algumas coisas se fazem necessárias. A dificuldade do dia era fazer com que nosso parceiro entendesse por qual motivo estávamos levando alguns funcionários da empresa para a nossa filial na Europa.

— Não acho que seja necessário. – Marcus, falou de mau humor.

— Não estamos discutindo, apenas avisando. – Helena, disse já perdendo a paciência.

— Somos uma parceria, temos um mesmo número de poder aqui. – Marcus, falou de forma arrogante. – Não recebo ordens, sou o chefe.

— Bem, 80% das ações estão em seu poder, e 20% é aberta a bolsa de valores. – Falei calmamente, cruzando as pernas. – Quando fizemos o contrato, só assumimos com o valor proposto se dividíssemos o seus 80% meio a meio. – Ele franziu a testa. – O ponto que quero chegar é que somos 40% da empresa agora.

— Isso não implica a nada. Só que temos um mesmo poder e não aceito receber ordens sem sentidos, como essa. – Marcus, sorriu como se fosse vitorioso.

— Bem.. Só que os 19% da bolsa de valores é minha. – Helena, falou calmamente e Marcus arregalou o olho. – Então temos agora 59% da empresa, se eu anúncio primeiro para você, deveria se sentir grato.

— O que estamos propondo não é questionável, sim o que irá ser feito. Vamos ter um olho aqui e levar novas cabeças pensantes conosco para mudança. – Falei calmamente.

— Isso é mentira. – Marcus, falou em choque.

— Mesmo ganhando muito dinheiro, você tomou decisões erradas. Nenhum setor deveria cobrir o outro, então, vamos ter mudanças aqui. – Helena, falou mais calma. – Não invisto meu dinheiro em lugares que não vejo progresso, fazendo esse intercâmbio incentivará os funcionários e fará com que eles tenham um novo ponto de vista.

— Mas você quer levar meus melhores funcionários. – Marcus, falou com medo.

— Não trabalho com incompetentes, por isso, eu vou levar os melhores que achar ser necessário, porém irá vir os meu melhores para te ajudar aqui também. – Helena, falava de uma forma tão segura que qualquer dúvida saiu de seus olhos.

— Então, já que essa reunião durou horas, vamos anunciar essa nova mudança e parceria. – Marcus, falou mais animado.

A empresa até que era organizada, pois para reunir os funcionários foi muito rápido. Meus olhos já vasculhou o ambiente atrás de quem eu gostaria de ver, percebi que Helena fazia a mesma coisa. Algumas palavras de incentivo, um aviso de algo promissor e lá estavam eles saindo da sala e nos parabenizando.

Conforme as pessoas ia passando e nos cumprimentando, nosso novo sócio nos passava informações da pessoa, mal ele sabia que já havíamos nomes em mentes.

— Só queria disser meus parabéns pela fusão. – Aquela voz era inconfundível, poderia sentir os pelos do meu corpo se arrepiarem apenas por escutar sua voz.

— Helena e Sophia, vocês devem conhecer uma das melhores profissionais que trabalho. – Marcus, falou animado e isso me incomodou pela postura dele perto dela. – Essa é a Aline, trabalha na parte ambiental e os grandes projetos de redução de custos, ela solucionou de forma brilhante. – Ele falava animado, passou as mãos ao redor do ombro dela, eu queria arrancar as mãos dele naquele momento.

— Não foi nada de especial, apenas fiz meu trabalho. – Aline, respondeu de forma timida.

— Não seja modesta, já ouvi falar muito bem dos seus trabalhos. – Helena, falou de forma simpática e senti que aquilo me soava como duplo sentido. – Faço questão que esteja em nossa filial na Europa, vou passar todas as informações necessárias e espero te ver por lá.

Aquilo realmente me pegou de surpresa, assim como a minha humana que não esperava por aquilo. Achei que ia poder trabalhar mais calmamente com ela para ocorrer as mudanças, mas Helena tinha outros planos. Depois de muitos cumprimentos e mais papeladas, levei minha sócia ao aeroporto.

A viagem foi feita em silêncio até a hora do seu embarque, eu queria esganar ela pelo feito, mas sabia que era sua forma de se vingar, sabia que discutir agora não adiantaria de nada.

— Bem nos vemos em breve. – Helena, falou de forma casual e não respondi. – Sabe, você é muito ranzinza, eu te fiz um favor.

— Não pedi sua ajuda. – Respondi de mau humor.

— Quando me ligou, me soou como pedido de ajuda. – Helena, respondeu de forma dura. – Não posso perde minha mente brilhante, por causa de uma humana. – Ela falou de forma debochada. – Então, não vamos enrolar as coisas. Você a conquista em outro país e continua sendo a boa amiga que tenho.

Minha raiva por ela só aumentou, não gostava de me sentir encurralada ou manipulada. Helena, deixou um beijo em minha bochecha e foi pegar seu vôo.

Entrei no meu carro com o destino certo, precisava descontar minha raiva de alguma forma.


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Notas finais do capítulo

Será que velhos hábitos são esses? Aonde Sophia pretende ir? O.o
Essas são algumas dúvidas para vcs, beijinhos e se cuidem, bbs
;)



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