Thanatophobia escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

AVISO: PESSOAS QUE SOFREM DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE OU ATAQUES DE PÂNICO, É RECOMENDADO QUE NÃO LEIAM ESSA FANFIC POR PODER DESENCADEAR UMA CRISE. SE VOCÊ SEGUIR EM FRENTE, SERÁ POR SUA PR?“PRIA CONTA E RISCO.



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Suando frio.

Coração batendo acelerado.

Um nó enorme na garganta que quase a impedia de respirar.

Era como se ela estivesse morrendo. A palavra morte a deixava tendo um ataque de pânico, uma fobia pela palavra e por seu significado.

Roxanne não conseguia entender o porquê de tanto medo, mas medos no geral eram irracionais.

“Estado de angústia, impossível de ser dominado, que se traduz por violenta reação de evitamento e que sobrevém de modo relativamente persistente, quando certos objetos, tipos de objeto ou situações se fazem presentes, imaginados ou mencionados” ela repetia constantemente em sua mente, como um mantra, como se isso fosse aliviá-la dos sintomas.

No meio da noite, antes de dormir.

No meio de um sonho, ou um pesadelo, melhor dito.

No meio da rua, quando ela tinha que atravessar e via os carros não desacelerando a vista do semáforo vermelho.

No meio de uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, quando precisava erguer um escudo de proteção, mas ficava paralisada ao ver um raio de feitiço vermelho vir em sua direção.

Tudo tinha começado no enterro de seu avô Arthur, que tinha sofrido as sequelas da mordida da cobra de Voldemort, muitos anos depois de ser mordido.

Quem poderia imaginar que aquele acontecimento, depois de tanto tempo, o levaria a morte? Seus avôs eram como imortais para si, assim como toda a sua família.

Talvez também tinha começado desde que ela tinha nascido, sob a sombra da morte do tio Fred, mesmo nome de seu irmão mais velho. Victoire também sofria sob a sombra dessa morte e de tantas outras, já que tinha nascido 2 anos depois da Batalha de Hogwarts. No exato dia 2 de maio.

Mas ninguém tinha aquele medo irracional, aquela fobia. Ninguém tinha medo de sair de casa, ninguém pensava em tantas formas pelas quais ela poderia morrer durante o dia, ninguém odiava tanto a palavra “morte” quanto ela.

Em um momento, ela se imaginava dali a alguns anos, sendo uma jogadora de quadribol. E então imaginava a vinda do balaço. Ou viajava por mais uns anos a frente, ela velha na cama de um hospital.

Seu coração batia mais rápido, em protesto aos batimentos fracos e a respiração rasa que aquela velha Roxanne sentiria.

E depois? O que seria dela depois?

Acordaria em um novo corpo?

Acordaria milhares de ano depois, como se tivesse cochilado, diante de um novo mundo, prometido aos católicos depois que Jesus descesse à Terra?

A sua alma teria uma aparência parecida com o corpo? Abdicaria inconscientemente às suas memórias e sentidos?

Ela acompanharia a vida de todos de perto como a um espírito?

Poderia vê-los todos do céu? Reencontraria o seu tio Fred e tantos outros mortos, que a acompanharam por toda a sua vida lá de cima?

Ou talvez ela não fosse tão digna e tivesse que passar pelo purgatório primeiro?

Os descrentes diriam que nada aconteceria. Sua existência seria apagada e seu corpo pereceria sob o caixão. Mas ela não acreditava nisso, apesar de seus medos irracionais.

Algum dia ela simplesmente pararia de se importar com isso? Estaria tão cansada dos anos que viveu, que simplesmente pararia de lutar contra os seus medos e descansaria para sempre?

Mas como poderia algum dia cansar-se? No dia anterior, ainda tinha 11 anos e estava indo para Hogwarts pela primeira vez. E em um dia ela já tinha 16 anos e estava prestes a acabar a escola e cair no mundo, sem o apoio que as paredes remendadas do castelo e o corpo docente a forneciam.

O tempo passava muito rápido, como em um piscar de olhos, e ela não sentia que estava vivendo como deveria.

Talvez ela não sentisse fobia da morte, mas do tempo.

Da morte. Do tempo. Das incertezas e dúvidas que o ser humano era incapaz de explicar.


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