Mais que o Tempo escrita por Le petit prince egoiste


Capítulo 3
Três


Notas iniciais do capítulo

"A time for us, at last to see
A life worthwhile for you and me"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772425/chapter/3

 

Pietro acordou empolgado para o seu primeiro dia como assistente na livraria de Délia. Quando levantou, o espaço de Bruna na cama se encontrava vago. Nem mesmo encontrou Giovani ou Miguel para dividir a felicidade. A essa hora, pelo menos sabia, o pai e o irmão deviam estar trabalhando na oficina da família.

O rapaz tomou um banho demorado e passou bom tempo se arrumando em frente ao espelho, tendo especial cuidado com o bigode que era sua maior vaidade. Enfim satisfeito, Pietro pôde caminhar para o trabalho. Observou que a chave do meio ainda o olhava do criado mudo e ele, incomodado, guardou-a na gaveta.

Sentindo-se o homem mais sortudo do mundo, Pietro encontrou com Délia saindo de casa com um beijo do marido e do filho. Vitor acenou de forma amigável, mas o pequeno Vinícius virou o rosto para a porta.

“Vini amanheceu do avesso hoje. Animado para o primeiro dia?”

“Muito! Eu estou o próprio Gene Kelly”.

Délia riu. Os dois seguiram o caminho todo conversando. Délia abriu a livraria e logo passou algumas instruções importantes para seu novo assistente. A primeira tarefa do dia era catalogar as doações novas e organizá-las nas categorias das estantes. Délia cuidava do atendimento. O primeiro rato de livraria a chegar foi Rodrigo, que buscava uma dica de leitura para presente. Ele conversava com a amiga, vez em quando dirigindo um olhar para Pietro. Este, embora concentrado em sua tarefa, dava pontuais olhares de esguelha para o rapaz.

“Talvez eu precise de uma opinião nova em folha. Que tal se treinarmos os seus dotes nesse primeiro dia?”

Pietro derrubou a pequena pilha de livros que havia acabado de organizar.

“Minha nossa! Tudo isso é nervosismo? Calma! Vai lá atender o Rodrigo que eu cuido daqui.”

Pietro entregou os livros caídos para Délia e seguiu na direção de Rodrigo. Se bem que era melhor que ela tivesse me deixado onde eu estava... Ele teve de disfarçar a angústia de atender justamente o homem que não saiu da sua cabeça desde a noite passada. Mas, sendo o mais profissional possível, engoliu em seco e fingiu costume.

“Hã... Qual tipo de livro você tem em mente?”

“É pra minha sobrinha. Queria um daqueles clássicos da coleção vagalume... Mas não sei qual dos livros é o melhor pra ela.”

“É, o vagalume é muito bom pra quem está começando a ler... Olha, tem esse... Vem aqui. Quer vir aqui?” Pietro não conseguiu acreditar que falava todas aquelas coisas.

Ele foi à frente, auxiliando Rodrigo a se guiar pelos corredores de livros. Dava pra ver que Pietro levava jeito na função. Apesar de estar atrapalhado com as inúmeras sessões, conseguiu dar boas dicas e Rodrigo saiu dali com uma pilha de cinco exemplares diferentes para a sobrinha. Délia ficou impressionada.

“Meus parabéns, senhor Piê. Logo, logo vai estar melhor do que eu.”

“Aí serei o Sherlock Holmes do seu Arthur Conan Doyle.”

Rodrigo agradeceu o atendimento e deu um beijo amigável na bochecha da amiga. Olhou para Pietro, que talvez esperasse o mesmo agradecimento. Mas Rodrigo apenas assentiu e pegou a sacola de livros da sua mão. Seus dedos tocaram-se por um breve momento e o assistente de Délia teve certeza de sentir Rodrigo tremer como se tivesse levado um choque. Assim que ele foi embora, os outros dois comemoraram o sucesso do seu primeiro dia. O restante das horas transcorreu normalmente.

x-x-x

Pietro cumpria apenas um período de expediente, das 7h às 12h. Na saída da livraria, Délia disse não poder acompanhá-lo até em casa, pois passaria no trabalho do marido. Ele, então, seguiu seu caminho com a realização de um primeiro dia de trabalho bem feito. Seus pensamentos oscilavam entre essa conquista, Rodrigo e Bruna. Não esquecera de que havia dormido e acordado brigado com a esposa. A história entre os dois sempre fora tão complicada! Talvez sua relação significasse o que acontecia entre duas almas aprisionadas pelas vontades sociais. Sabia da infelicidade mútua, ao mesmo tempo em que existia um medo da parte dos dois de largar tudo depois de anos. Afinal, acabaram se acostumando a dividir a mesma frustração. Poucos casais são felizes à sua maneira - boa parte deles se iguala na infelicidade.

Distraído, demorou a perceber a rua na qual passava. Uma antiga casa de chá e, algumas lojas depois, a oficina de seu pai. Pelo barulho de motor e ferramentas, Caetano devia estar trabalhando até aquele horário. Entrou, pé ante pé, tomando cuidado para não fazer barulho. Lá estava Caetano, olhos claros e cabelos brancos, atarefado com a moto de uma cliente. Pietro decidiu não anunciar sua presença: existia mágica em observar as expressões espontâneas do pai sem a sombra do rancor e da indiferença que os cercava há anos.

Porém, o instante foi quebrado pela percepção do senhor de que o filho se encontrava no recinto. Olhou-o, sem nada demonstrar. As mãos sujas de graxa e óleo. Ao menos nisso os dois eram parecidos: sabiam reprimir os sentimentos, de modo que o que poderia ser chamado de orgulho, em verdade era silêncio, ocultamento.

  “O que você quer?” Mais uma conquista: Caetano se dera ao trabalho de falar com ele.

“Vi que estava passando por aqui... Pensei que quisesse um pouco de ajuda. Eu estou vindo do meu primeiro dia como assistente na livraria.” Pietro arriscou. Teve esperanças ao perceber seu pai assentir à informação.

“Ótimo, pode começar a ajudar nas contas da casa.” E voltou a trabalhar normalmente.

 Pietro suspirou.

“Até quando ficaremos assim? Você é meu pai.”

“E você é meu filho. Sua mãe era sua mãe. Seu irmão é seu irmão. Me conte uma novidade.”

“Ah, agora temos um avanço” Respondeu, com ironia “Enfim você começou a falar da mamãe.”

Caetano largou a ferramenta na mesa com tudo, o barulho ecoando pelas paredes. Estava ereto, respirando pesadamente, firme na direção do filho. Uma tensão visível no espaço que separava os dois.

“Que é que você quer? Atrapalhar meu serviço?”

“Quero entender tudo isso. Eu não tive culpa, sabia?”

O pescoço de Caetano ficou vermelho.

“Sua mãe morreu de desgosto por sua culpa! Se você não tivesse se revelado um... Um frangote. Uma... Bicha...”

Pietro interrompeu os xingamentos:

“Mamãe morreu de tristeza porque você me expulsou de casa. Você simplesmente não aguentava ver seus filhos tomando as rédeas da própria vida e a mamãe ganhando bem mais do que você. Eu não sou o culpado. Chega!”

Caetano ameaçou avançar contra o filho, mas parou no meio do caminho. Com a respiração acelerada, um princípio de desmaio tonteou sua cabeça e teve de se apoiar no banco das ferramentas. Pietro tentou chegar perto para acudi-lo, mas seu pai lhe interrompeu com um gesto enfático das mãos. 

“Não precisa, estou bem, filho...”

Filho. A primeira vez que lhe dirigia aquelas palavras em anos... Caetano percebeu seu “deslize” e voltou à mesma expressão dura que era de seu costume. Olhando para baixo, tentava recobrar o fôlego.

“Vá... Vá!” Vociferou, raivoso contra si mesmo, por ter se deixado levar.

Pietro deu-se por vencido. Caminhou para a entrada da oficina, suas tensões ainda estalando. Um cliente entrava para ser atendido. Ele se lembrou de um detalhe e virou na direção de seu pai novamente. Caetano o olhava, resfolegando.

“Tente a alavanca”.

E saiu da oficina, enfim.

x-x-x

Era noite quando o filho de Caetano sentiu seu astral melhorar. Um dia daqueles. Tudo que mais queria agora era relaxar ao lado do irmão, Giovani, que continuava a olhar a planilha de prejuízos.

“É, foi embora quase todo o seu capital. Fora as dívidas.”

“Mais um sucesso para mim neste grande dia.”

“Relaxa, irmão” Giovani afagou seus ombros “Lembre-se de que eu sou formado em contabilidade. Em pouco tempo vamos equilibrar essas contas e reabrir a sua oficina.”

Pietro sorriu, sentindo esperança.

“Obrigado. Sinto que hoje sou capaz só de mover o meu corpo até a cama para dormir. De resto, não podem me cobrar mais nada.”

“O que houve de tão grave para você declarar falência? Desculpe perguntar... Mas eu só sei do pouco que você quis me dizer por telefone, então...”

Ele decidiu que era a hora de contar.

“Miguel. Era meu sócio no negócio da oficina. Mas aconteceu que ele começou a beber sem parar e a fazer apostas. Da bebida eu sabia e tentava ajudar, ele estava indo para o Alcoólicos Anônimos até. Nunca me deixou participar de uma reunião com ele. Enfim... O que eu não sabia era das apostas. Ele foi... Tirando, tirando... Valores cada vez mais altos. As contas começaram a não bater. Percebi que ele estava mentindo nos relatórios. Mas era tarde demais. Eu devia ter ficado mais atento nele. Pensei que ele estava melhorando... Só que não.”

“Isso explica toda aquela coisa no jantar. E na viagem até aqui, que a Bruna me disse que vocês passaram o tempo todo jogando indiretas um pro outro. Por que trouxe ele com você?”

“Apesar da briga... Do ressentimento... Ele é meu amigo. Eu sabia que ele não fez isso por querer. Ele está doente. Se eu deixasse ele lá, aí é que ele ia se destruir. Não, não podia fazer isso. Por mais que fosse difícil pra mim olhá-lo... E ver que tínhamos nos estrepado. A culpa não é dele.”

“Ah... Eu vi que o Miguel só tomou água no jantar.”

“Sim. E a bebida ainda causa efeitos nele. Ficou tremendo o jantar inteiro. Eu avisei Délia sobre isso, mas ele fez questão de manter tudo como estava. Disse que seria o seu teste de resistência. Mesmo assim, eu fui cruel, eu sei.”

“Foi, foi mesmo. Se eu soubesse disso, teria puxado mais a sua orelha.”

“Não, chega... Aliás, preciso resolver minha vida. Bruna...”

Pietro suspirou, massageando as têmporas de cansaço. Ao tocar no nome da esposa, ela surgiu na sala segurando Miguel, bêbado, trôpego, e pediu ajuda para sentá-lo no sofá.

“Meu Deus! Onde ele estava?”

“Ele sumiu o dia todo. Achei estranho, porque ele passou a noite toda vendo tevê e, quando acordei, ele não dormia no sofá. Fiquei aflita... Esperei ficar mais claro pra ir procurá-lo... Só encontrei agora, no bar mais longe possível, e estou morta de cansada...”

“Fala assim comigo de novo, fala! Fala agora, porra!” Miguel dizia na direção de Pietro “Você disse que eu era um traidor no jantar. Fala na minha cara, porra! Fala! Fala!”

Bêbado, ele mal conseguia articular uma sílaba com clareza. Pietro ajeitou seu corpo no sofá, embora o amigo oferecesse resistência. Bruna foi fazer um chá para tentar limpar seu estômago e Giovani a seguiu.

“Quer vomitar? Quer que eu pegue água?”

“Quero que você vá se foder!”

Pietro desconsiderou o xingamento.

“Bruna vai trazer um chá pra você. Miguel, você perdeu um pouco do controle hoje... O que houve que te fez ficar assim? Meu amigo, você não bebia há três semanas...”

“Limpa essa sua boca imunda... Pra falar... Dela...”

“Ela? Bruna?”

“A sua mulher... Que era...Ah, Pietro, a Bruna...” Finalizou, num muxoxo.

Miguel começou a chorar descontroladamente.

“Eu amo a Bruna, Pietro. Eu amo a Bruna... Bruna, Bruna, Bruna...”

Pietro mal teve tempo de raciocinar: ele correu para pegar um balde onde Miguel pudesse vomitar sem sujar o chão. O amigo teve longos espasmos e jogou uma grande quantidade de vômito no recipiente. Quando esteve um pouco mais controlado, Pietro trouxe um pano e água para que se limpasse. Bruna veio com o chá para fortificar o estômago. Giovani sugeriu que o levassem direto para o quarto, pois Miguel mal se segurava em pé o suficiente para tomar banho. Desse modo, Giovani e Pietro o carregaram até o quarto, onde o acomodaram para dormir.

 Exausto, Pietro decidiu que era hora de dar por encerrado aquele longo dia. Bruna dissera que ia tomar um banho - seus cabelos loiros e encaracolados estavam grudados na testa. Pietro não sabia se tinha energia para esperá-la e em seguida tomar uma ducha. Giovani estranhou a dinâmica do casal, que parecia se evitar de todas as formas possíveis, mas desconsiderou e se recolheu para seu quarto. Enquanto a esposa foi para o banho, ele se dirigiu ao quarto, tonto e com os músculos doloridos.

Apertou a maçaneta, mas se encontrava trancada. Uma chave preta e descascada pelo tempo estava inserida na fechadura. Então, ele a girou e...

x-x-x

“Amore mio? Cadê você?”

Pietro estranhou aquela voz. Pior: que lugar era aquele? Quer dizer, era a mesma casa, com exceção dos móveis. Mas o espaço era o mesmo. Pietro olhou para si, e ele trajava vestes de capitão do exército. Franziu o cenho, atarantado com a situação inusitada. O que diabos estava acontecendo? Quem era aquele que o chamava? Por que... Por que vestia aquelas roupas? Não era ele que há pouco estava colocando o amigo bêbado para dormir, enquanto rejeitava um banho a dois com a própria esposa? A voz continuou a perguntar por alguém.

“Amore mio? O que esperava para abrir a porta pra mim?”

Da porta conjugada saiu um bonito rapaz de cabelos pretos, sorriso e expressão doce com vestes de mecânico, sujo de graxa. Sabia, pois seu pai não fugia daquele modelo.

“Ah, eu... Eu...”

“Minha nossa, Otávio, você está mais lerdo que de costume...”

“Ora!” Pietro ofendeu-se “Lerdo, eu?”

“Sim, lerdo, você...” E o rapaz, sorrindo, aproximou seu corpo do dele com intimidade. Pietro tremeu, mas deixou que o contato permanecesse. Havia algo naquele homem que o fazia se sentir em casa. “Nem se lembra que fazem seis meses desde que começamos a morar juntos... Ou, digo... Meio juntos.” O rapaz riu.

Pietro precisava descobrir o nome dele.

“Posso esquecer de tudo. Menos do seu nome.” Ora, Pietro, esse é o melhor que pôde inventar? Pensou.

“Luccino” Respondeu o rapaz, marcando as sílabas. Pietro se assustou com o ato seguinte: Luccino preencheu sua boca de beijos, com tanta candura que ele se acostumou com seus movimentos em pouco tempo. “Amo você, amore mio. Mesmo você sendo tão pouco romântico”.

Luccino desabotoou o colarinho do amado. Pietro sentia sua respiração pesada e nervosa. O homem acariciou-o assim que encontrou sua pele livre. Percebeu um longo colar que envolvia o pescoço do desconhecido. O pingente era um anel. Luccino o tirou e envolveu-o no pescoço de Pietro, até então simplesmente Otávio.

“O que acha de tomarmos um banho?” Luccino perguntou.

“Eu acho ótimo” Otávio se flagrou sorrindo, mas no último momento, lembrou que ainda era Pietro, por via das dúvidas. “Quero dizer, acho melhor não. Vou pegar um pouco de ar lá fora”.

Luccino gargalhou.

“Essa sua mania de fugir de mim, mio marito”.

“Não estou fugindo de você”.

“E a mania de se achar o sabe tudo.”

“Luccino!”

“E a mania de nunca esquecer o meu nome...”

Otávio revirou os olhos, fazendo graça. Era isso: os dois se conheciam há tempo demais. Sabiam tudo um do outro, nada passava despercebido. Otávio tirou a parte de cima da pesada roupa de capitão.

“Se é assim, vamos ao banho”.

Quando deu por si, Pietro estava nu na frente de outro homem, que o olhava com uma singela admiração. Luccino também já havia tirado suas roupas. Eles se encontravam na banheira grande, de frente um para o outro. A princípio, Pietro viu-se constrangido, apesar do ato sem intenções sexuais . Aquela emoção que ele nunca se permitiu sentir tomava-o por completo.

“Alguém está muito tímido hoje. Como foi no quartel?”

“Foi... Foi tranquilo.”

“Que ótimo. O coronel sabe que você é capaz.” Luccino silenciou um instante. “Posso te falar uma coisa?”

“Você nem deveria me perguntar isso.”

Ele esperou um tempo para continuar.

“Papai ainda não melhorou. Se ele morrer, não sei o que será de mim. Viver com a agonia de saber que meu pai pode morrer me odiando... Não sei se... Se sou capaz de aguentar isso.”

“Ei, ei” Otávio se aproximou de seu rosto, dando-lhe um beijo casto nos lábios. “Seu pai vai se recuperar. E quer saber de uma coisa? Ele me procurou no quartel dias antes de... Disso acontecer.”

Luccino estranhou.

“É mesmo? E o que ele queria?”

Pietro sabia bem no fundo do peito que teria de mentir para ele, para seu próprio bem.   

“Disse que gostava de nós dois juntos. Que estava feliz em ver o filho dele feliz.”

“É sério? Não pode ser...”

“Mas é verdade, meu amor. Não vai demorar até seu pai ver que nós só queremos ser felizes. Que não queremos... Afrontar ninguém. Agora vamos. Vou passar esse sabonete nas suas costas. Anda, Luccino.”

Luccino, um pouco mais calmo, virou de costas para Otávio. Otávio, por sua vez, começou a ensaboá-lo com suavidade, enquanto Pietro, naquele corpo, buscava decorar as formas delicadas do rapaz, suas curvas, seu cheiro natural adocicado. Era a primeira vez que tocava em um homem... Luccino emanava bondade. Todos os seus movimentos eram suaves, leves. Será que esta era a sensação do amor verdadeiro?

“Ah, como eu precisava disso. Hoje na oficina foi puxado. Não temos notícias de Virgílio... E o Xavier continua por aí, de picuinha com o Ernesto. Mamãe vem todos os dias, mas e quando papai acordar? Ele não vai permitir que ela venha visitar o filho... O filho...”

“O filho que é o homem mais feliz do mundo!” Otávio virou o corpo de Luccino para que pudesse vê-lo. Buscou o máximo de sinceridade que podia transmitir para o amado. “Não estamos fazendo nada de errado. Ouviu?”

O rapaz assentiu, aliviado. Otávio era seu porto seguro.  

 Após o banho, eles se deitaram para dormir. Enquanto abraçados na cama, Otávio sentido a lavanda de Luccino adentrando em seu olfato... Quase se deixou levar, mas Pietro, embora continuasse sem entender o que estava acontecendo, sabia que teria de voltar. Seria aquele um sonho, fruto do seu dia cansativo? Otávio disse a Luccino que iria tomar água na cozinha. Antes de sair, acariciou os cabelos do marido e viu que a porta conjugada estava ali, embora bem mais nova. Respirando pausadamente, Pietro abriu a porta, e daí não se lembrou de nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E assim termina a primeira viagem no tempo ♥
Até o próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mais que o Tempo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.