Danielle escrita por July Beckett Castle


Capítulo 1
Capítulo 1 (único) – Bonaseras


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores!! Estou aqui com mais uma one, e essa eu tinha prometido há muito tempo, mas sabem como é né?
Espero que gostem dessa grande história :O Eu fiz com muito amor pensando em vocês ♥
Feliz Natal atrasado!! Tenham um Ano Novo maravilho suas lindas (e lindos)!!!

Aviso: as partes em itálico e negrito no começo de um parágrafo indica mudança de cenário. Usei assim ao invés do meu usual ***** já que é uma crônica!!



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Stella abraçou a bebê em seus braços como se sua vida dependesse disso. Ela era gordinha, porém pequena em seus braços protetores, pareceu gostar do carinho que estava recebendo pela mulher de cabelos cacheados, embora protestara um pouco por estar sendo apertada – não muito forte é claro – pela a mesma.

Com os olhos marejados, Stella não escondia que estava chateada por não poder cuidar da menininha. A partir do momento em que colocou os olhos em Danielle ela sentiu uma conexão entre elas, algo além do que já sentiu, de repente ela tinha esse louco desejo de amá-la e protegê-la em seus braços, mas tinha que colocar na cabeça de que essa bebê não era sua e seus pais estavam voltando para busca-la.

Isso era o que a preocupava mais. Deixar Danielle para os pais que não faziam muito da filha, e ela sabia como ‘funcionava’ pais assim, não era a vida que uma criança merecia, e talvez, apenas talvez, ela conseguisse dar algo melhor para a bebê. Com isso em mente, ela deixou a bebê no berçário e saiu, mas não saiu do prédio, ao invés disso, fez algo que se arrependeria. Aliás, quais seriam suas chances?

— Você fez o que?— Perguntou Mac como se o que ela acabou de dizer fosse a coisa mais obscena que já ouviu. 

Stella engoliu em seco evitando contato visual com o melhor amigo que estava em pé na frente dela, enquanto ela estava sentada revendendo o seu julgamento como se tivesse feito algo errado. Arranhou a parte de trás de sua mão - um tic nervoso que adquiriu -, respirou fundo, não sabia exatamente como iria repetir isso para ele quando ele teve essa reação exasperada, porém tinha que responder, mas não o encararia.

— Eu não sabia que iria funcionar. - Se defendeu. – Eu só fui até a sala da assistente social e disse que queria a guarda de Danielle. Então ela disse que iria ver o caso, mas eu pensei que era apenas por que ela estava sendo gentil. - Falou um pouco nervosa, ainda arranhando a parte de trás de sua mão com a unha. – Mac, eu realmente quero cuidar dessa garota, mas minha intensão não é fazer caos. Eu achei que não aconteceria, porém eles levantaram um caso contra os pais e eles estão sendo acusado de negligência, contudo eu não esperava que ligassem justo para mim. - Stella olhou para o amigo, seus olhos cheios d'agua, mas não chorou.

Mac suspirou. Passara 1 um mês desde que Stella encontrou com a bebê e ele não tinha ideia de que ela tinha feito isso, se soubesse teria a ajudado, mas não o fez porque ela não confiava que teria uma chance. Ele se sentiu culpado. Ela realmente achou que não conseguiria a guarda de Danielle por causa de seu trabalho, e como o seu melhor amigo o seu trabalho era mostrar apoio e convencê-la o contrário, ele não fez nada disso desde que ela terminou a história, apenas mostrou-se objeto a ideia. 

— Stell, você vai conseguir isso. - Ele disse finalmente, mostrando um sorriso confiante.

Ela o olhou surpresa, encarou os seus olhos e viu o que ele estava falando era verdade, isso deu coragem para ela. 

— Eu tenho muita coisa a fazer! - Anunciou Stella entrando em seu novo apartamento com uma bebê em sua cintura.

Donald Flack apareceu atrás dela carregando uma grande caixa, desceu a caixa no chão quando parou perto dela. 

— Nós conseguimos a maioria. - Disse Falck sorrindo para a amiga e a bebê que brincava com o colar no pescoço de Stella. – Não se preocupe, vocês irão ter tudo. - Tranquilizou o detetive, colocou a mão no ombro de Stella e mostrou um sorriso com covinhas. 

Ela se sentiu mais do que apoiada naquele dia, todos os seus amigos por perto, até mesmo Lindsay que estava ajudando a decorar seu novo lugar. Stella sentiu amada, e sabia que sua bebê também estava recebendo esse sentimento de sua família. Há uma semana atrás ela nem achou que isso seria possível, mas depois que saiu da sala de Mac, mais confiante de que antes, ela parou em uma loja de artigos infantis e comprou um monte de roupinhas que sabia que caberia em Danielle, estava ansiosa e temia que se decepcionasse caso nada desse certo. Felizmente, no dia seguinte seu advogado ligou informando que tinham um bom caso contra os pais biológicos de Danielle e ela podia lutar por sua guarda, naquela mesma tarde ela se reencontrou com a bebê, Danielle parecia feliz em seus braços e ela estava feliz com isso, e quando se despediu de Danielle naquele dia, ela foi com a promessa de que voltaria para buscar a bebê. No dia seguinte, o juiz considerou o pedido de Stella com base no que ouviu da assistente que observou a interação da bebê com a detetive. 

— Você está preparada? - Perguntou Mac ao lado dela, os dois estavam em frente a sala do tribunal, ele podia ver Stella nervosa e segurou sua mão para tranquilizá-la.

Stella respirou fundo apertando a mão do amigo. Ela estava mais do que preparada. E foi assim que ela saiu, com uma vitória e correu direto para ver a bebê, o juiz dissera que ela a teria depois que a detetive estivesse bem estabelecida, embora conseguira a guarda ela precisava estar de acordo com as recomendações. Por sorte, Flack conseguiu um apartamento em seu prédio, tinha dois quartos e dois banheiros, duas salas (na verdade era apenas uma desde que a cozinha e a sala eram em conjunto, apenas um balcão separando os dois espaços) e a vizinhança era boa. Em seguida ela já tinha alguns móveis e um berço montado no quarto onde seria de Danielle. Foi tudo muito rápido, então logo estava com Danielle nos braços em seu novo apartamento. Seria eternamente grata a Flack por ter conseguido um apartamento tão rápido e a ajudara a montar algumas coisas no final de semana. 

Sentou-se cansada no sofá ao lado de Mac, eles passaram a tarde toda mudando o sofá de lugar e montando uma sala onde seria seguro para Danielle brincar, a bebê estava agora dormindo em seu novo quarto depois de ter se cansando de brincar com toda a nova família, o que Stella estava grata porque estava realmente cansada naquela hora. Adam ligou a TV um pouco baixa e Danny trouxe as cervejas para os rapazes, Stella já tinha bebido mais cedo então não aceitou, Flack tinha saído para comprar o jantar com Sheldon, e Lindsay sentava no pequeno sofá com sua cerveja na mão, o grupo estava em silêncio por um instante, estavam esgotados, Sid já tinha ido embora.

— Danielle é um amor. - Elogiou Lindsay com um sorriso encantador no rosto enquanto observava Stella terminar de colocar a fralda limpa na bebê.

Stella sorriu com orgulho. Ela já se sentia mãe, ela era a mãe da bebê mais encantadora que já vira e estava orgulhosa disso. 

— Ela é. - Concordou Stella, pegando a bebê nos braços e a fralda suja na mão, jogou a fralda no lixo no chão perto do trocador e acompanhou Lindsay até a sala para se juntar ao resto da equipe.

Os meninos ainda estavam lá e o jantar estava na mesa. Flack conseguiu um chinês e rolinho primavera que Stella tinha certeza que dava para duas famílias, parecia que ele estava com medo de que não fosse suficiente para saciar sua fome. Já Sheldon, mesmo que tinha ido com o amigo, trouxera algumas bebidas (que não foram alcoólatras) e a fórmula que Stella pedira para a comida de Danielle, ele também trouxera uma torta para a sobremesa como lhe foi pedido pelas meninas.

— Veja só quem acordou! - Exclamou Mac com um grande sorriso enquanto observava Stella com Danielle em seus braços.

Stella sorriu alegremente enquanto a bebê em seus braços bateu os bracinhos feliz, então finalmente se juntou a sua família e começaram a comer em meio de uma conversa animada, Danielle estava no colo de Mac para que Stella pudesse terminar o seu jantar e Lindsay servia a sobremesa para os demais. 

— Ei Linds, não precisa fazer isso, sério. - Disse Stella entrando na cozinha. Os meninos tinham deixado a casa de Stella uns 10 minutos atrás, Lindsay foi a única do grupo que ficara para ajudar Stella com os pratos sujos. – Você já fez muito. - Argumentou a detetive dentando convencer a outra mulher a ir embora, não era justo para ela lavar os seus pratos quando ela tinha trabalhado feito um burro a tarde toda com ela.

Lindsay sorriu olhando para trás e virou-se novamente desobediente, continuou a lavar os pratos como se Stella não tivesse ali. A morena bufou atrás dela, o que lhe causou uma risada, Stella voltou para sala para a sua bebê sentada na cadeirinha no chão enquanto assistia a um desenho que Adam colocou antes de ir, ela estava concentrada no desenho enquanto abraçava seu novo ursinho, mas logo soltou o urso pelúcia para bater suas palminhas quando o mesmo aconteceu no desenho. Stella sorriu docemente vendo essa imagem. Suspirou feliz e sentou-se no tapete para ficar perto da bebê, seria sua primeira noite com Danielle, ela queria que desse certo.

Assim que deixou Danielle na creche no andar de baixo, Stella entrou no laboratório para começar o seu trabalho, mas antes mesmo de chegar até o seu escritório foi abordada por uma Lindsay entusiasmada, até demais para essa hora da manhã, porém sorriu educadamente para a mulher.

— Como foi sua semana? - Perguntou a mulher baixinha, sorrindo para Stella.

Mac dera uma semana de folga para Stella cuidar da bebê, nesse meio tempo Stella recebeu muita visita de seus amigos, inclusive Lindsay, por isso estranhou a pergunta quando saiu da boca de sua nova amiga. 

— Bem. Danielle apenas teve um pequeno problema para dormir, mas conseguimos entrar em um acordo e agora ela dorme à noite toda. Eu ainda checo sua respiração quando ela está no berço. - Stella riu, Lindsay acompanhou, mas sua risada foi de admiração e Stella jurava ter ouvindo um "Aww" da boca da mulher mais nova. 

— Estou feliz que esteja dando certo. - Disse Lindsay com sinceridade. Stella sorriu sem responder, e mesmo que fosse falar alguma coisa iria ser para ela mesma. Lindsay tocou em seu braço e saiu, deixando-a sozinha para fazer o seu caminho até sua sala. 

Stella passou a manhã toda pensando em como estava Danielle sem ela quando deveria se concentrar em acabar os arquivos mais cedo para que pudesse ficar mais tempo com a bebê. Quando a hora do almoço chegou, Stella não pensou em mais nada exceto em descer até a creche e pegar a bebê em seus braços. Mac a chamou para saírem no almoço, então Stella tirou Danielle da creche e foram até o carro da morena, ela acabou demorando mais do que deveria porque tinha que instalar o bebê-conforto novamente, quando conseguiu, ela dirigiu até o restaurante onde Mac a esperava e entrou com a bebê para encontrar-se com o amigo.

O final de semana finalmente chegou e Stella terminava de colocar os sanduíches dentro da caixa térmica, enquanto isso Don brincava com Danielle no tapete da sala, os dois pareciam entretidos pois não perceberam Stella em pé com as bolsas esperando por eles. 

— Vamos Don, ou chegaremos atrasados! - Apressou Stella com um revirar de olhos divertido.

Flack olhou para a amiga e sorriu. Era um bom dia de verão e eles tinham planejado um final de semana na praia com toda a equipe, eles passariam dois dias em Long Island numa casa alugada, e Stella não queria desperdiçar o tempo. 

— Estamos indo! - Anunciou Flack fazendo palhaçada para Danielle que ria de tudo o que ele fazia.

Stella sorriu docemente para o amigo, ele não viu isso embora. 

No carro, Stella olhou para trás para ver como estava Danielle, não dava para vê-la muito bem pois a cadeirinha estava virada de costas para ela, mas ainda conseguia ver seu chapeuzinho de praia e suas pernas gordinhas batendo contra o banco do carro, Don estava ao lado dela fazendo as mesmas brincadeiras que fazia antes no apartamento, Stella riu e olhou para Mac dirigindo ao seu lado, ele tinha um sorriso no rosto também. 

Mac tinha Danielle nos braços enquanto andavam pelo parque, a bebê, ao contrário do que os adultos pensaram, estava encantada pelas as luzes e todas as crianças correndo no parque. Stella andava ao lado de Mac levando a bolsa da bebê com ela, estava tão feliz por estar com a bebê ali, não acreditava que seu advogado conseguira tão rápido uma permissão para ela viajar com a bebê, mesmo que fosse para tão perto. Danielle vestia um vestido em um tom vermelho claro e um cardigã vermelho mais escuro, uma meia calça branca e uma sapatilha preta com um lacinho em cima, Stella tinha escolhido a roupinha no mesmo dia que ela viu na vitrine de uma loja e não hesitou em comprar, quando viu sua filha vestida achou que era perfeito para ela, estava tão orgulhosa de si mesma por ter conseguido esse feito. 

Da-da! - Gritou Danielle agitada no braço de Mac, ela batia as palminhas e dava uma risada gostosa. – Da-da-da! - Zumbia ela alegremente.

Stella e Mac se olharam sorrindo. 

— Hey, fiquem aqui para eu tirar uma foto das duas. - Pediu Mac parando em frente a roda-gigante e entregando Danielle nos braços de Stella.

A mulher de cabelos cacheados aceitou a bebê sem hesitar, entregou a bolsa para Mac e ele a abriu tirando a câmera de dentro. Ele sorriu se afastando um pouco e depois apontando a câmera para elas, Stella sorria abertamente e apontava para Mac para que Danielle olhasse em sua direção. Mac chamava pela a bebê, mas ela só queria saber da roda-gigante atrás dela, Stella riu desapontada, mas não chateada. 

— Danielle! - Chamou Mac. Mas a bebê não atendia.

Os dois adultos riram.

— Hey, posso bater uma foto de vocês três? - Pediu um homem gentil que acabara de se aproximar, seus cabelos curtos eram bem cacheados, ele tinha uma câmera pendurado em seu pescoço sob sua camisa xadrez. 

Mac hesitou, mas não pôde dizer nada desde que Stella concordou.

— Sim, por favor. - Disse ela ainda sorrindo. – Vem Mac. - O chamou.

Mac então foi até ela, passou uma mão por sua cintura a segurando contra ele, ela sorriu olhando para ele e, com ele perto Danielle agora o olhava também, Mac riu e olhou para frente junto com Stella, mas a bebê nos braços da mulher olhava para Mac com um sorriso gengival e com as mãozinhas entrelaçadas. O homem bateu a foto com a sua câmera, na mesma hora eles receberam a fotografia nas mãos desde que a câmera era uma daquelas antigas, o casal de amigos agradecera.

— Quanto te devo? - Perguntou Mac.

O homem de cabelos cacheados sorriu olhando de Mac para Stella.

— Nada, essa foi por conta da casa. - Disse ele batendo amigavelmente no braço de Mac e se afastando.

Mac e Stella trocaram um sorriso e continuaram a andar.

A foto dos três estava agora em um porta-retratos na sala de Stella, numa prateleira no alto. Na prateleira já tinha mais duas fotos, uma de Danielle, da primeira vez que Stella a pegou, e outra das duas que Mac tirou na praia naquele final de semana. Stella amava aquelas fotos, as lembranças a deixava tão contente que não podia esperar para fazer mais. 

Danielle já estava nos seus 9 meses, o advogado ligou para Stella lhe dizendo que marcaram uma nova audiência, já fazia um tempo que estavam correndo atrás de ganhar a guarda definitiva de Danielle e parecia que esse dia já estava mais perto do que imaginava. Stella estava nervosa e muito ansiosa, seus amigos garantiram que ela ganharia a causa, e mesmo que ela quisesse, ela só iria se acalmar quando Danielle fosse oficialmente sua filha, assim teria a certeza de que ficaria com ela para sempre. 

Danielle estava engatinhando. Stella gravou a primeira vez que ela começou a engatinhar, e claro, ela mostrou para todos os amigos porque estava feliz, não via hora de vê-la andar. Ela não queria perder isso por nada, só de imaginar não poder ver sua bebê dar os primeiros passos deixava-a além dos nervos.

— Quem é a minha garotinha? - Falava Stella para a bebê sentada na cadeira de alimentação. – Isso mesmo, é você! - Brincava com as mãozinhas fazendo Danielle rir. – Você sempre será a garotinha da mamãe, está me ouvindo. - Dizia ela, agora se sentindo mais emocional. – Nós iremos ficar juntas, eu prometo. - Sorriu lacrimejando. Pegou a bebê no colo e a abraçou, isso a levou para a vez que a abraçou no berçário, ela estava tão feliz que agora a abraçava a todo tempo, dessa vez sem ter que dizer adeus. 

— Bipee! - Zumbiu a menininha em um grito fino. Stella riu.

— É mamãe? - Perguntou brincando, como se tivesse entendido o que ela falou. – Você consegue falar isso? Mamãe!— Stella esperava que sim. Se sentia ansiosa para isso, ouvir as primeiras palavras de sua filha, se perguntava se as primeiras palavras seria mamãe. – Mamãe! Mamãe. - Repetia isso como se ensinando a sua filha a falar.

Riu de si mesma pois sabia que a bebê ainda não falaria, mas não custava nada tentar. 

— A mamãe é muito ansiosa, não é mesmo? - Falou com a voz fina. Ela riu mais uma vez enquanto caminhava até a sala com a bebê em sua cintura. – Vamos brincar com a mamãe?! - Sentou-se no tapete e colocou a filha lá para brincar, mas a menina engatinhou de volta para ela a fazendo pegá-la de volta e deixá-la sentando em suas pernas. – Ok então, você não quer brincar. Vamos ler um livrinho? - Perguntou não esperando uma resposta, obviamente. 

Conhecia muito bem sua filha para saber que ela estava com sono, mas Stella não podia deixá-la dormir agora porque assim ela não a deixaria dormir à noite. Pegando um livrinho no chão, Stella folheou para que pudesse ler, as mãozinhas gordinha ficou em cima da página que Stella parou, e para entreter a bebê enquanto fazia sua leitura, Stella deu-lhe um ursinho que fazia um barulho irritante, mas que sua filha gostava, Sid acertara no brinquedo, ela lembrou. 

— Dan, você gosta desse livro? Foi o tio Mac que trouxe para você. - Usou a voz que usava apenas para falar com a bebê. – O vovô Sid disse que era bom estimular a leitura, embora eu sei que você não entenda nada e só queira rasgar o livro. - Ela riu. – Lembra do vô Sid? Ele veio aqui ontem te trazer mais brinquedos. - Stella riu novamente, já sabia quem levaria sua filha para ser mimada, Sid e Mac, apesar de todos terem se apegado muito a Danielle nos últimos 2 meses. – Você consegue falar vovô? - Quis perguntar, sabendo já que não ouviria uma resposta. – Acho que não. - Beijou o todo da cabeça de sua filha que se divertia sozinha com o ursinho que tinha um sino no pescoço.

— Oh-oh! - Exclamou a bebê animada quando sua animação preferida apareceu na TV. Stella riu, pegou o controle e aumentou o volume da TV para que a filha escutasse as musiquinhas.

— Acho que a leitura vai ficar para outra hora. - Suspirou ela tirando o livro do colo com cuidado para Danielle não rasgar e colocou o livro no sofá.

Ouviu três batidas em sua porta e arqueou o cenho, olhou para Danielle e pensou bem se abriria a porta, o porteiro não anunciara então podia ser alguém que conhecia, depois de alguns minutos pensando se abriria ou não, Stella pegou Danielle e a colocou na sua cintura segurando-a protetoramente enquanto ia até a porta. A bebê fazia um zumbido com a boca, apertava a blusa de Stella enquanto ela se movia, Stella abriu a porta e a bebê olhou para a mãe que a segurava. Stella arqueou o cenho colocando a outra mão em sua filha como se quisesse protegê-la, engoliu em seco, não sabia o que dizer.

— Oi. - Falou a mulher timidamente.

Era a mãe biológica de Danielle parada em sua porta. O que ela estava fazendo ali? Stella não sabia, e não sabia se queria saber. 

— Sim? -  Perguntou Stella querendo saber o que ela queria, pareceu um pouco rude, mas estava apenas sendo direta.

— Podemos conversar? - Indicou ela.

Stella imaginava que seria uma longa conversa e que ela apenas queria sua filha de volta, e Stella estava pronta para dizer não, mas Danielle começou a protestar em seu braço irritada. Limpando a garganta, Stella fez uma coisa que iria se arrepender.

— Claro. - Ela concordou descontente. – Entre. - Deu espaço para a mulher entrar e assim ela fez, enquanto passava por Stella ela deu uma boa olhada para a filha. 

Stella fechou a porta e indicou a cozinha. – Eu vou trocar ela, volto em um instante. - Avisou já se afastando. Minutos depois Stella voltou com Danielle para a cozinha onde tinha deixado a mãe biológica da bebê.

— Você não tem uma babá? - Perguntou a mulher impressionada. 

— Não. - Deu de ombros. Stella entrou na cozinha e abriu um armário retirando a mamadeira da bebê e a fórmula, suspirou e virou-se para a mulher em pé do outro lado do balcão. – Sente-se, eu só tenho que fazer a mamadeira dela. - Avisou. Colocou a bebê sentada na cadeira de alimentação onde sabia que ela estaria segura, sorriu para a filha e beijou sua bochecha quando a bebê deu um sorriso mostrando seus dois dentinhos. Enquanto fazia a mamadeira, Stella assistia a mulher desconfortável no banco do outro lado do balcão, ela mal podia ver a própria filha. 

— Ela está grande. - A mulher sorriu observando a bebê brincar com a colher.

Sorrindo olhando para a filha, Stella tinha seus olhos brilhando, sua princesa crescera bastante nesse meio tempo em que esteve cuidando dela. 

— Sim, ela cresceu. - Afirmou Stella agitando a mamadeira.

— Esse é o seu marido? - Perguntou a mulher. – Na foto. - Apontou para a foto grudada na geladeira.

Stella olhou para onde a mulher apontava, era uma foto dela e de Mac com Danielle, ao contrário da foto no parque, dessa vez a bebê olhava para frente, os braços abertos e um grande sorriso gengival, Stella lembrara que ela queria pegar o urso de pelúcia gigante que Danny segurava, Sid era quem estava tirando a foto porém, Mac dessa vez segurava Danielle nos braços, Stella apenas tinha uma mão protetora na menina, eles estavam em um playground naquele dia, atrás dava para ver algumas crianças brincando e uns brinquedos coloridos. 

— Não, é apenas um bom amigo. - Disse Stella sorrindo. – Dani o adora, na verdade, ela adora todos os titios dela. - Stella sorria olhando para a bebê que agora levantara os bracinhos para pegar a mamadeira, ela estava mesmo com fome, e por sorte Stella já tinha a mamadeira pronta. – Ela estava tentando pegar um urso enorme que um dos meus amigos estava segurando. - Falou ela andando até a filha, a pegou nos braços apenas com uma mão e andou até a sala para alimentar a bebê faminta. Tirou a tampa da mamadeira quando sentou no sofá quando Danielle estava deitada em seu colo, em seguida introduziu o bico da mamadeira na boca da pequena que tomou com pressa seu leitinho. A mulher sentada no banco seguiu Stella até a sala e sentou-se numa poltrona.

— Hum. 

— Por que você está aqui? - Questionou Stella tirando os olhos da filha para encarar a mulher morena e muito elegante sentada na sua poltrona.

— Quanto você quer para desistir de tirar a minha filha de mim? - Perguntou a mulher encarando Stella. 

A morena cerrou os dentes sem acreditar no que acabara de ouvir. Ela estava oferecendo dinheiro para comprá-la, Stella viu dessa forma, e era o que realmente significava. Podiam lhe oferecer 1 milhão de dólares, mas ela não estava desistindo de sua filha, não a trocaria por nada. Stella riu secamente, olhou para baixo para a filha mamando e respirou fundo.

— Você sabia, quando ela está irritada porque está com fome ela abre a boquinha como se quisesse morder e grita? - Stella riu áspera, sem olhar para bebê. – Se ela chorasse agora, você conseguiria decifrar o que significa? Se ela está com sono ou fome, ou se ela está com alguma dor? - Olhou para a mulher que não dizia nada. – Você sabe a temperatura certa que ela toma sua mamadeira? Ou o que ela gosta mais de comer? Você ao menos sabia que ela já está comendo frutas e outras comidas certo? - Desafiou Stella, sabendo as repostas para todas as suas perguntas.

— Você pode anotar tudo... - Disse a mulher como se fosse uma solução.

Stella não via sua filha sendo criada por essa mulher, ela nem podia imaginar.

— Algumas coisas nós não podemos anotar, a gente apenas descobre por conta própria. - Respondeu Stella. – A primeira semana com ela foi um pouco difícil, nós demoramos para se acostumar uma com a outra, mas então eu fui descobrindo algumas coisas, algo que não tinha no que suas cuidadoras anotaram, ou o pediatra dizia. Danielle é esperta, você acredita que ela já está engatinhando? - Ela sorriu cheia de orgulho. – Estamos aprendendo a andar, não é meu amor? - Falava olhando para a bebê que ainda tomava sua mamadeira. – Ela adora quando eu falo com ela, muitas vezes ela apenas fica ouvindo minha voz paradinha, embora ela seja bem ativa e queira brincar toda hora. Dois dentinhos estão saindo e ela anda um pouco irritada, mas não está como algumas crianças ficam, ela é mais calma nessa parte, embora queira ficar mais comigo. Tem tanta coisa que você não sabe sobre ela. - Olhou para a mulher. – Eu sei que você a carregou por 9 meses e deu à luz a ela, mas isso não significa nada pois mãe é quem cuida, quem está lá na primeira queda, quando fica doente, quando os dentinho estão saindo da gengiva e os deixa dengosos, mãe é quem dar carinho e atenção, que mesmo cansada pois trabalhou feito um burro o dia todo ainda vai brincar à noite toda com a bebê porque ela sentiu sua falta e você sentiu falta dela, mãe é quem vai dormir às 3 da manhã porque ela está com dores, é quem sabe o que é melhor para a filha e que protege de qualquer mal, é quem se coloca na frente dela para defendê-la, é quem a coloca em primeiro lugar em sua vida independente de tudo. - Quando terminou o seu discurso, sentiu o seu rosto molhado, foi quando percebeu que estava chorando. Desviou o olhar e encarou sua filha, Danielle terminara o leitinho e ela mesma empurrou a mamadeira com as mãozinhas, Stella colocou a mamadeira ao seu lado no sofá e levantou a filha para ela deitar em seu ombro, quando ela estava deitada abraçou Stella e fechou os olhos sonolenta.

Stella olhou para a mulher que mais nada falou, não tinha como se defender dessa, pois Stella tinha razão, ela não foi a mãe de verdade de Danielle, Stella era.

O advogado de Stella ligou dizendo que a audiência foi adiada, eles teriam que esperar mais um mês para marcarem novamente, já era novembro e Stella estava fazendo os preparativos para o aniversário de Mac, ela estava animada, a equipe toda tinha se juntando para fazer uma surpresa ao detetive e a mãe dele estava se juntando a eles, tinha sido um tempo bom em NY, eles estavam fechando os casos mais rápido e Mac parecia mais relaxado, Stella tinha certeza de que ele iria adorar a surpresa. A equipe tinha montado a pequena festa na casa de Flack, decidiram lá porque se fosse em Stella Mac iria desconfiar, e em Flack ele não desconfiou. Os dois detetives de olhos azuis chegariam por último, a missão de Don era atrasar Mac até que tudo estivesse pronto, a mãe Taylor se instalou na casa de Stella por enquanto e foi ela quem deu conta do bolo e o pequeno jantar para os mais famintos. Às 9 horas em ponto Don chegou, Mac atrás dele com a desculpa de que esqueceu os ingressos para o jogo que "estavam indo", quando Mac entrou no apartamento do amigo se surpreendeu com todos os amigos lá dentro e sua mãe incluída. Cantaram parabéns e o abraçaram desejando feliz aniversário, Stella foi a última a falar com ele, ela estava com a pequena Danielle nos braços.

— Feliz aniversário! - Exclamou ela indo abraçá-lo junto com a pequena.

— Obrigado. - Ele sussurrou no ouvido dela a fazendo sorrir radiante. Mac sorriu se afastando e pegou Danielle em seus braços. – Hey você, senti sua falta hoje. - Segurou seu rostinho e beijou sua bochecha. Stella sorria bobamente para eles. 

— Pa-pa! - Gritou a menina fazendo todos rirem. – Nana! Buuuuh. - Zumbia ela batendo as palminhas. – Aah! Buuh! Beepe, beepe! Há.

— É, filha? - Falou Stella como se tivesse entendido o que ela falou. – Eu acho que ela quis dizer "feliz aniversário tio Mac". - Brincou Stella encarando o amigo.

Mac riu balançando a bebê em seu colo.

— Obrigado princesa! - Agradeceu sorrindo e beijou a lateral de sua cabeça.

Quando o chamaram para apagar as velas, ele foi com a pequena ainda em seus braços, apagou a vela com cuidado e sua mãe partiu o bolo, Mac sentou no tapete da sala com alguns brinquedos e começou a brincar com a menina, ele conseguia fazê-la gargalhar com tudo e sorria satisfeito com isso. Stella os observava da cozinha com um sorriso brilhante no rosto, ele era tão atencioso com ela e sua menina, ela gostava disso. Danielle se apoiava em Mac e ficava de pé, mas não o soltava, e quando o fazia era quando Mac a segurava para que não caísse.

Quando a audiência foi marcada novamente, Mac estava com Stella, os dois estavam tendo um almoço em um restaurante que gostavam, Danielle estava junto também, a audiência foi marcada para dezembro, estava bem perto da data o que deixava Stella mais nervosa, porém confiante. Foi o dia em que a assistente social foi fazer a visita mensal em sua casa, ela relatou que a mãe biológica de Danielle apareceu lá depois que a mulher tinha rondado toda há casa e começou a fazer perguntas, quando a mulher foi embora, Stella fez um pequeno jantar e comeu com sua filha no colo, ficou aliviada quando a filha resolveu dormir cedo. 

Entrando na sala do tribunal, Stella sentou-se com o seu advogado e esperou o juiz chegar, olhou para trás e viu Sid lá para lhe apoiar, ao lado dele estava Lindsay que acenara para ela com um sorriso confiante e Don estava ao lado dela. Stella respirou fundo, nervosa. Minutos depois a mãe biológica de Danielle entrara com o marido e o advogado da família, eles eram ricos e tinham muitas influências, mas o advogado de Stella disse para não deixar se intimidar com isso, contudo, Stella fazia porque além do fato deles serem ricos, era os pais biológicos de Danielle. A porta se abriu atrás dela e ela se virou para ver Danny e Adam entrar, em seguida Mac com Danielle sentada em seu braço, ela sorriu quando viu a filha, mas o juiz entrara na mesma hora fazendo com que ela virasse e ficasse de pé. Stella podia sentir seu estômago revirar, sentou-se de volta na cadeira e seu advogado falou algo que não lhe foi compreensivo, suas mãos suavam, ela teria que falar na frente de todo mundo, mas teria que convencer apenas a uma pessoa de que era capaz de cuidar de sua filha. Quando o juiz chamou a mãe biológica de Danielle para defender o seu ponto, Stella ficou horrorizada com tudo o que ouvira, porém se conteve para não criar caos.

— Eu sei que não foi certo - Ela chorava, fazendo-se de inocente, mas suas lágrimas eram falsas. – Mas eu só queria ver a minha garotinha. Queria estar para ela nos momentos em que sua mãe deveria estar. - A mulher morena olhava para Stella, seu rosto sem maquiagem para dar uma de coitadinha.

Stella respirou fundo com tudo. A mulher usou as palavras de Stella contra ela, mas não foi nada que não pudesse inverter.

— Nós somos bons pais, eu e meu marido. Nós nos preocupamos com o bem-estar da nossa garotinha, foi só.... Tudo o que aconteceu, nossa babá sendo assassinada, foi um inferno de ano. Tudo o que queríamos era estar com a nossa filha, mas fomos separados dela por meses, embora a justiça esteja errada em nos acusar, quando deveriam impedir essa mulher... - Ela fechou os olhos como se falar de Stella foi doloroso demais. – Deviam impedir essa mulher de adotar. Sua profissão é perigosa, ninguém sabe dos imprevistos que pode ocorrer, e se algo acontecer com a Dani? Ela me disse que a minha filha tinha caído, e ela achou algo bonito de se dizer, mas, a menina nem estar andando. - Ela soluçou. E Stella bateria palmas para essa atuação, se não estivesse indignada demais para usar ironia. – Agora minha filha vai dizer mamãe para a mulher errada por causa de um erro da justiça. - Ela terminou o seu discurso de “auto piedade” limpando as lágrimas do rosto.

Stella teve que engolir as palavras que estavam prontas para sair de sua garganta. Seu advogado a segurou para que não fizesse algo estúpido. Embora se conteve, ela não podia acreditar como a mulher teve coragem de destorcer tudo o que ela disse. Se ela não iria cuidar da menina, por que estava lutando por ela afinal? Era algo que Stella não entendia. Olhou para trás para dar uma olhadinha na filha, ela estava de pé no colo de Mac, tentando ir para o chão, o que causou um sorriso bobo no rosto de Stella, desde que começou a engatinhar ela só queria ficar no chão, também tinha suas tentativas falhas de andar, ela estava chegando lá. O advogado moreno ao lado de Stella chamou sua atenção para que olhasse para frente. A “espiada” rápida em sua filha não foi tão rápida afinal, mas ela não podia se conter, Danielle era uma bebê graciosa, e talvez ela só achasse isso pois era a sua filha, até porque em seus olhos ela era a bebê mais linda do mundo.

Se recompondo do pequeno momento de fofura, Stella passou a observar o juiz que pegava tudo o que foi dito pela a mãe biológica de Danielle, depois conversou com o advogado dos pais para então chama-la para defender o seu ponto. O advogado de Stella deu um olhar encorajador, um sorriso confiante em sua boca enquanto seus olhos chocolates ganhara um tom mais escuro, mais determinado. E em seu caminho até a bancada, Stella olhou para seus amigos, sua família, com a sua grande bebê fazendo barulho, ela sorriu sem graça, por sorte Mac conseguiu fazer com que ela ficasse mais quietinha, por apenas alguns minutos, desde que viu a mãe mais à frente. Stella sentou-se na bancada ao lado do juiz, achou meio exagerado aquilo tudo, mas os pais de Danielle estavam lutando com unhas e dentes para derruba-la.

— Mama! - Stella ouviu o grito de Danielle mais à frente, os poucos presentes olharam para a bebê. A atenção de Stella estava na bebê, então ela não ouviu quando o juiz a chamou pelo nome. – Mamãe! - E ali foi, a primeira palavra de Danielle, desajeitada, mas compreensiva.

— Senhora Bonasera! - O juiz chamou mais uma vez, mas também olhava para a bebê que o detetive Taylor tinha nos braços.

Balançando a cabeça, Stella pigarreou, estava emocionada demais para conseguir formular qualquer palavra agora.

— Desculpe-me. É só... - Lamentou Stella, olhou para a filha que gritava animada. Engoliu para não chorar. Mac teve que ser obrigado a se retirar da sala, Danielle estava animada demais para ficar mais um pouco quieta. – É a primeira vez que ela fala alguma coisa. - Confessou isso com uma mistura de orgulho e animação.

O juiz compreendeu. Stella se recompôs.

— Hum...- Ela sorriu olhando para baixo. – Eu nunca cuidei de uma criança antes. - Confessou ela. – Danielle me ensinou muita coisa, - Riu. – É engraçado, porque, eu deveria ser quem a ensinaria as coisas, mas acabou que ela foi quem me ensinou. Nos últimos meses que passamos juntas, eu tive a melhor experiência que qualquer mulher ansiaria por. Eu passei da detetive Bonasera para a mãe de Danielle. - Falou com tanto orgulho, seus olhos lacrimejando emocionada. Sentiu saudades do rostinho da bebê. – Hum, anteriormente, quando recebi a visita inesperada da mãe biológica da Dani. - Enfatizou o apelido que chamava a sua filha enquanto olha para a mulher morena a sua frente. – Eu disse algumas coisas, sim. Eu disse a ela como, em poucos meses, eu fui a mãe de Danielle e como eu estava orgulhosa da minha pequena. E como eu não poderia estar orgulhosa? - Riu amorosamente. – Dani é a bebê mais encantada que eu já vi. Ela é bem espertinha, já engatinha e está quase andando, ela ama ouvir minha voz antes de dormir, e ela é uma garotinha barulhenta. - Riu novamente olhando para o juiz que sorriu entendendo o seu ponto, depois para frente novamente, engoliu o nódulo na sua garganta para continuar de novo. – Eu já amo tanto! Eu nunca a deixaria cair, nunca. O que eu queria dizer naquele dia, senhora...- Cerrou os dentes olhando de novo para a mulher ao lado do marido. – Era o significado de ser mãe, as pequenas coisas que eu aprendi em 2 meses. Uma criança sempre terá um joelho ralado, faz parte da infância, se você quiser saber! Nós nunca podemos segurá-los nos braços por muito tempo, um dia eles apenas crescem e querem andar com as próprias pernas, então haverá algumas quedas, e um choro agudo que dará para ser ouvido em uma distância considerada, mas haverá muito beijos da mamãe e abraços melosos, porque, por mais que não seja, nós, como mães, sempre acharemos que aquele joelho ralado foi nossa culpa. - Olhou para baixo, dando uma pequena risada. – Desde que Dani entrou na minha vida, eu não quero perder nada, nenhum momento, eu quero ser a mãe presente que ela merece, lhe dar amor e conforto, pensar no nosso futuro, mas, o mais importante, eu quero aproveitar o presente com ela. Danielle merece ter alguém que se levante por ela, que esteja lá toda vez que precise, alguém que largaria o trabalho para abraça-la quando ela precisa de você, alguém que realmente seja sua mãe. Meu trabalho não interfere em meu relacionamento com a minha filha, o que eu faço é por ela, se não fosse pelo o meu trabalho, criminosos dos mais cruéis ainda estariam lá fora. Eu estou limpando a cidade, por assim dizer, para que seja um lugar onde minha filha possa viver, não um lugar onde ela vai ficar com medo de sair de casa porque algo possa lhe acontecer se o fizer. - Suspirou, as lágrimas sessaram quando ganhara mais raiva dentro de si. Ela estava lutando, não queria perder a sua filha.

Mac dissera uma vez, antes mesmo dela conseguir a guarda da criança que ela era quem a menininha precisava naquele momento, e, um tempo depois, Stella percebeu: Ela era quem precisava da menininha. Algo dentro dela incendiou, ela queria lutar pela sua filha tanto, ela faria de tudo para proteger aquela menina.

Depois que proclamou todas aquelas palavras, ela só queria pegar sua menina nos braços e abraça-la firmemente, queria ouvir de novo as palavras desleixadas saíram de sua boquinha em sua vozinha única, queria ver o seu rostinho redondo para esquecer de todos lá atrás, ficar em um mundo onde era apenas elas, juntas sem que ninguém tentasse separá-las.

Mais tarde, naquele dia, quando o juiz chegou com a usa decisão, Stella ficou apreensiva, seu estômago parecia revirar dentro dela. A ansiedade estava matando-a. Foi quando o juiz declarou a sua decisão que o mundo de Stella pareceu girar, ela queria limpar os ouvidos para saber se ouvira certo. O advogado moreno ao seu lado a olhou sorridente, Stella sentiu o seu coração bater tão forte quando deu conta que tinha ouvido certo. Atrás dela, seus amigos batiam palmas animados, segurando presentes que ela não tinha visto com eles quando entraram, Mac ainda estava do lado de fora com Danielle, ouvira que a assistente social estava com a filha e Mac estava apenas acompanhando, ao seu lado, os pais biológicos a olhavam com raiva e indignação.

— Muito obrigado, Ronnie. - Stella agradeceu emocionada abraçando abruptamente o homem de ombros largos mais alto que ela.

Ronnie, o advogado de Stella nesse caso, riu retribuindo o abraço. – O seu discurso fez tudo, Stella. - Ele respondeu carinhosamente. Feliz por ter ganhado esse caso, mas, com carinho pela detetive e sua filha.

— Eu apenas falei com o coração. - Disse ela se afastando.

Assinaram alguns papéis e, tudo pronto, Danielle era oficialmente uma Bonasera, de acordo com o Juiz Lawson e o estado de Nova York. Com isso, Stella saiu mais depressa que pôde, com os papeis da adoção na mão, viu Mac do lado de fora da Corte, Danielle em seus braços olhando para os pombos e batendo os bracinhos contentes enquanto esforçava-se para falar algo coerente. Assim que a viu, Mac a encarou preocupado, Stella estava com os olhos avermelhados e tinha parado poucos metros na frente dele, sua carranca confusa esperava uma resposta, foi quando Stella abriu um grande sorriso que ele suavizou sua expressão, a grega correu até ele e pegou Danielle em seus braços protetores, a abraçou firmemente deixando as lágrimas rolarem em sua face novamente. Mac sorria ao lado delas, a equipe veio logo atrás se juntando ao homem de olhos azuis para assistir à interação de mãe e filha.

— Nós conseguimos, meu amor, nós conseguimos. - Ela dizia para sua filha apertando sua bochecha contra a dela. Danielle tentava sair do aperto, ela não gostava muito de abraços melosos a não ser que fosse ela a estar dando o abraço, mas Stella não a soltou por um tempo, a menina resmungou, mas se segurou com a mãe. – Eu te amo! Eu te amo tanto. - Declarou verdadeiramente.

Não podia esconder suas emoções, estava tão feliz!

— Mamãe! - A vozinha um pouco incompreensiva gritou.

Stella amou esse som, ela podia ouvir todos os dias.

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 O fim de uma história é o começo de outra...

 

[Owwn Momma bear Stella é tão cuteee  S2]


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Notas finais do capítulo

Isso foi grande hein. Vocês querem mais? Por que eu acho essa história suficiente rsrs Mas a história continuará como “não finalizada” por enquanto, vai que eu decida postar mais um capítulo, e dessa vez, pode ter mais Smacked. Por agora, é apenas isso! Uma vida feliz para nossa Stellinha e sua menininha!
Porque eu sempre imaginei Stella como mãe!! #TeamSmacked Porque eu sempre imaginei Mac como pai também, principalmente sendo o pai do filho da Stella!!
Beiju =^,^= até a próxima!



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