Laços Cruzados escrita por Cukiee


Capítulo 8
Capítulo 8 - Haruno Sakura


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura >>>



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772385/chapter/8

8

Sakura Haruno

~*~

— Eu não sou o meu irmão!

— Eu também não disse que eras! Longe disso! – Mas tinha dito, da pior das formas possíveis.

—Talvez se não o deixasses morrer ainda estaria aqui, neste mesmo sítio, no teu lugar! – A cada momento a situação se tornava pior e não parecia que nenhum de nós se iria calar sob o outro.

— Não o deixei morrer! – Supliquei mais para mim que para ele. E ele, num momento de silêncio, andou irritado bufando alto enquanto o perseguia com os olhos:

— Não fizeste os exames suficientes, tiveste de dar uma de salvadora da pátria! E no que deu?! Na morte do Itachi! – Senti como se me tivessem espezinhado cruelmente.

— Aí sim? E se alguém não tivesse pegado no carro bêbedo nada disto teria acontecido, nem operação, nem morte, nem porra nenhuma – Sentia-me como se fosse desabar a qualquer momento – De onde isto começou?! Explica-me! Diz na minha cara! – Tinha perdido a noção do meu próprio tom, falava completamente sem pensar duas vezes naquilo que lhe dizia.

— Não estou para ouvir isto de uma pessoa que se intitula de médica e não passa de uma incompetente completa! – Mesmo que visivelmente não estivesse tão descontrolado quanto eu, podia sentir toda a sua irritação nas palavras que proferia. Carregadas de mágoa.

— É isso que te faz sentir menos culpado?! É?! Ao menos assumi o que fiz quando falei contigo! – Defendi-me novamente.

— É, assumiste? Que me lembro não eras a médica responsável! Só não foste processada por pena da minha parte! E agora vejo que foi um erro, também da minha parte!

— NÃO PRECISO DA TUA PENA PARA NADA! – Gritei com toda a força que tinha e saí dali imediatamente, sem sequer fechar a porta, sem sequer ter uma minúscula hesitação por olhar para trás.

Aquelas palavras ecoavam na minha cabeça como se fossem agulhas sobre a minha própria pele.

Pena

Sentia tanta raiva que pude sentir os olhos inundarem-se, mas ainda assim, contra tudo, impedi que qualquer mínimo vestígio de lágrima se fizesse existir sobre o meu rosto e foi assim até casa. Sozinha, em silêncio, ainda que aos gritos por dentro, fui direta ao chuveiro e sobre ele libertei todos os meus impedimentos, bati com o punho na parede e deixei que as lágrimas escorregassem, intermináveis; pedi que todo o sofrimento fosse com elas de uma vez.

— Pporquê…de n-novo…

Sussurrei sozinha, no meio do choro. Saí do banho ainda sem respostas, ainda num péssimo estado. Ignorei, na medida do possível, todos os pensamentos ruins e fui direta à cama e, por algum milagre, adormeci bem rápido.

 

~*~

[No dia seguinte]

Passei o dia todo ainda mal-humorada, ainda chateada com metade do mundo, mesmo que soubesse que a culpa era bem singular. Fiz todas as tarefas do hospital com a maior concentração que arranjava e foi a melhor parte do dia, tão simplesmente pela ocupação que me dera na cabeça.

Recebi duas chamadas de Ino e não atendi nenhuma, porque saberia que ela toparia na hora o meu humor e a minha paciência para esclarecimentos não estava pronta, mas prometi comigo mesma que me desculparia com ela.

Estava de saída ao hospital, mais pelo sono e cansaço do que pela vontade de regressar a casa. E, naquele dia, os meus 5-10minutos habituais de caminho até casa pareciam intermináveis para as minhas doridas pernas.

Estava tão mecanizada no meu trilho até ao apartamento que quando de súbito sou bruscamente puxada para trás não tenho qualquer tipo de reação e sinto o seu corpo acompanhar sem protesto o movimento forçado.

Quando uns segundos parecem passar em câmara lenta bem na nossa frente, foi isso que aconteceu comigo.

Senti o meu corpo esbarrar no chão de forma crua e sem respeito. Busquei com o olhar a origem de tudo aquilo e no momento em que vi alguém, completamente encoberto em preto, não houve tempo para melhores análises e detalhes da situação, porque nesse mesmo instante fui pontapeada com força, sendo arrastada pelo chão novamente.

O medo tomou todo o meu espírito. Em choque. Sem reação. Tentava perceber o que se passava.

Voltei a procurar por respostas, ainda atordoada com tudo. De relance vi dois vultos pretos à minha frente. Um deles pegou na minha bolsa e aí entendi: assalto?!

Ganhei alguma força, onde quer que fosse possível de ganhá-la e tentei levantar-me para fugir dali; nessa mesma hora, senti um forte braço puxar-me e dolorosamente voltei a sentir o chão frio, desta vez já sentia sangue a escorrer o meu rosto, ainda que não sentisse qualquer dor, talvez fosse o medo que fosse demais, ou a tensão que sentia ali, ou melhor, deveria ser a adrenalina, que me tornava incapaz de sentir quaisquer sensações físicas do meu próprio corpo, como se toda a sensibilidade tivesse sido momentaneamente perdida.

— Onde vais, ainda não é para ir embora – O portador daquela voz masculina cínica parecia desfrutar daquela situação, enquanto o meu medo só crescia.

Pressionada contra o chão, segurava-me os braços de forma forçada pelas suas mãos e uma das suas pernas pressionava a minha barriga sem qualquer cautela.

Logo em seguida senti uma das suas mãos percorrer o meu corpo, apalpando-me sem pudores, enquanto me contorcia com repudia e nojo daquilo.

— Não abuses – Ouvi outra voz masculina dizer seriamente.

Naquele momento agradeci, pois por alguma razão que não era do meu conhecimento o outro que se debruçava sobre mim parou e limitou-se a segurar-me os braços. Olhou-me de cima a baixo e senti-me suar frio.

— Acho que no-

— Vamos! – O outro voltou a interrompe-lo e apressadamente retirou-o de cima de mim e não voltei a vê-los.

Depois daquilo, não me contive, agachei-me no meu próprio corpo, contra o chão, e deixei que as lágrimas acompanhadas de soluços de sofrimento saíssem. Não tinha forças para nada. Nem mesmo já para correr, fugir ou gritar dali.

No mesmo momento, ouvi alguém aproximar-se e em pânico fechei os olhos, tentando silenciar o choro, tão amedrontada que quando o toque foi sentido no meu ombro estremeci:

— Sakura?! Estás bem? O que se passa?

~*~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Voltei mais cedo!!
Desta vez trouxe muita dor num só capítulo T-T

O que acharam? Quero saber tudo nos comentários!!

PRÓXIMO CAPÍTULO PREVISTO PARA: [25/04/2019] Capítulo 8 - Sasuke Uchiha



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laços Cruzados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.