Laços Cruzados escrita por Cukiee


Capítulo 1
Capítulo 1 - Uchiha Sasuke


Notas iniciais do capítulo

Perspetiva de Sasuke Uchiha.



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Sasuke Uchiha

~*~

14 Março 2018 | Quinta-Feira

Fechei os olhos dentro daquele elevador, enquanto me convencia mentalmente de que mais 7 andares e aquele terrível dia começaria. Em vão. O mau-humor só aumentou quando ouvi o derradeiro sinal de abertura do elevador.

— Finalmente chegou, daqui a meia hora quero-o no meu escritório! – Assenti completamente instintivamente, sem declarar uma palavra. Visualizei o relógio, enquanto pensava no “Finalmente”, afinal, apenas passavam 3 minutos da hora. Se naquela altura da manhã Fugaku já estava assim, algo viria muito mal pela frente do meu futuro próximo.

Dirigi-me ao meu escritório de forma tão mecanizada que nem ao menos reparei que estava povoado e, enquanto servia um wishky e massajava as têmporas, se fez ouvir:

— Bom dia, estou a ver que a noite foi animada – Não me dirigi para Itachi sequer, apesar da evidente surpresa da minha parte.

— Não diria… – Cortei, pois estava ciente de onde a conversa chegaria e cabeça era, de certo, aquilo que eu não tinha naquela manhã.

— Fugaku pediu pa-

— Já me passou o aviso – Interrompi de rompante, enquanto verificava novamente o relógio e completava – Ainda tenho uns 20 minutos de paz, Itachi.

— Aproveita que a tempestade está para vir – O seu tom deixara de ser divertido para passar a uma seriedade digna de me voltar na sua direção.

— O que se passa?

— Não vou importunar mais a “sua paz” – Revirei os olhos no exato momento, enquanto ele retornava o tom divertido – Vim apenas avisa-lo de bom grado, dada a hora e o estado em que chegou, e a situação do pai, não quero que se torne pior do que já será.

— Certo, estarei precavido – Sorri sarcasticamente ainda intrigado com o motivo do drama, mas vi que Itachi já estava de saída e a curiosidade podia bem esperar uns minutos para que pudesse aliviar aquela dor infernal que se abatia sobre a minha cabeça.

~*~

— Bom, embora provavelmente teremos uma reunião mais formal acerca deste assunto, chamei os dois aqui pois precisamos de agir rápido – Era notória a tensão dentro daquela sala e notório também o desagrado de Fugaku. Eu e Itachi apenas ouvíamos sentados na sua frente de forma atenta e silenciosa.

— Sofremos uma fuga de informação, a segurança do sistema falhou por aproximadamente 2 minutos e meio e o vírus está cá dentro – A assimilação daquela informação foi chocante tanto para mim, como para Itachi, como a empresa mais preparada do mercado sofre um ataque destes? Pior! Como a nossa empresa com produtos e serviços direcionados à segurança sofre disto?! Era pesadelo demais para a realidade suportar.

— Como assim? – Era realmente a única reação possível naquele momento e Itachi foi o único dos dois a conseguir verbaliza-la.

— Oiçam, com atenção! Fiz uma verificação profunda no meu e nos vossos escritórios e não encontrei absolutamente nada, mas ainda assim quero que usem uma rede privada. Neste momento, vocês os dois são as únicas pessoas dignas da minha confiança e, portanto, vão resolver este assunto e, claro, manter-me informado de tudo – O tom imperativo era intimidante, mas não era caso para menos.

— Mas de onde o sistema falhou? – Perguntei.

— De Konoha. Deste mesmo edifício. Deste mesmo piso. – Nada parecia fazer sentido naquela história.

— Quero os vossos departamentos em andamento normal, e não quero uma única palavra deste assunto fora daqui. Tratarão ainda das burocracias acerca do sucedido, os dois edifícios de Suna devem ser informados de que tudo não passou de um “falso alarme” – O terrível acabara de conseguir tornar-se terrivelmente mais terrível numa só manhã.

Saímos sem muitas mais palavras a serem ditas e o resto da manhã foi passado no meu escritório, em frente da base de dados do sistema. Mais uma vez constatava: nada fazia mesmo sentido naquela história.

~*~

O dia tinha sido exaustivo e inútil em termos de produtividade, como é que iria apresentar um relatório deste assunto se não chegava a conclusão nenhuma no meio daquilo? Enquanto matutava no assunto ouvi a porta de entrada ser aberta e Itachi tinha chegado.

— Ainda acordado Sasuke!? – Ignorei a sua constatação do óbvio, mas pude vê-lo com alguma surpresa, era relativamente cedo, passava pouco da meia noite.

— Ainda em encontros noturnos?! – Constatei também o óbvio, de forma a distrair um pouco a minha cabeça daqueles problemas.

— T-Tive uns assuntos extra da empresa para tratar… – A típica desculpa do costume, à qual eu apenas sorria e fechava os olhos, face ao constrangimento dele.

— Hm – Mesmo que quisesse tirar mais pontas soltas de Itachi, naqueles momentos em que precisava de ter uma conversa ele sempre conseguia escapar, quando dava por ele já estava de costas, voltado para qualquer outra coisa e mesmo que prosseguisse ele ignoraria como se não fosse nada com ele, sempre era assim. Com os anos percebi que não havia como pressionar Itachi.

— Então e já vais contar a razão daquele mau-humor todo pela manhã? Antes ainda do desastre. – O mesmo não se aplicava a mim, o Itachi sempre conseguia obter o que queria de mim, mas era o único.

— Nada de mais – Respondi com desinteresse, ao que ele não pareceu convencido.

— O Uzumaki fez questão de enviar uma foto, digamos, reveladora – Disse entre risos enquanto parecia recordar-se.

— Foto? Que foto? – Franzi o cenho. Obviamente que Naruto tinha feito alguma porcaria, como sempre, aliás.

— Uma com uma ruiva – Dizia entre risos mais acentuados – que enviava o seu conteúdo estomacal – Quase gargalhava – diretamente para o teu colo.

— Hm – Resmunguei ao lembrar daquilo e ainda mais enfurecido por ter sido motivo de foto por parte daquele idiota.

— Ainda bem que não fui! – Acrescentou ainda rindo na minha cara.

— Estavas muito ocupado – Insinuei noutro sentido.

— E acabei de ficar mais, a mãe ligou a perguntar se estava tudo bem connosco e disse que no fim de semana, mais precisamente depois de amanhã, há almoço de família para reservarmos o dia e chegarmos cedo – E lá estava ele, sempre a esquivar-se com a maior das subtilezas.

— Depois do drama na empresa?!

— É, nem me lembres… Hoje descobri que no departamento de desenvolvimento de equipamento os registos do dia anterior, entre as 4:00 e as 4:30, desapareceram misteriosamente, como se aquelas horas sequer existissem para ser registadas – Disse enquanto suspirava cansado.

— Algo está muito errado…

~*~

15 Março 2018 | Sexta-Feira

Tinha adormecido tarde, dormido mal, acordado pior ainda, atravessado uma manhã terrível na empresa e para tornar tudo melhor estava há exatos 40 minutos à espera de Naruto, depois da sua insistência infinita para que almoçasse com ele, pois segundo as suas próprias palavras “Tenho novidades calientes”.

— CHEGUEI! – Anunciou a mim e ao restaurante todo.

— Podes começar a explicar e é bom que tenhas uma excelente explicação.

— A melhor de todas! – Estava mais hiperativo do que já era habitual e aquela animação toda estava a dar-me irritação a mais.

— A minha paciência está a acabar… – Ameacei severamente.

— Are! Are! Sasuke, estás mais mal-humorado que o costume – Franzi o cenho e ele prosseguiu – Certo, certo, lembraste daquela morena que encontramos na noite e que convidei para dançar e que depois a levei pa-

— Lembro – Interrompi.

— Deixa contar a história completa, Sasuke! – Reclamou amuado.

— Sem detalhes da tua miserável vida sexual, por favor – Adverti e vi uma veia de irritação formar-se na sua cabeça, mas logo continuou detalhadamente, demasiado detalhadamente e morosamente.

— Não é incrível o destino nos juntar?! – Tanto falatório para dizer que se tinham encontrado de novo e planeavam voltar a encontrar-se? Por amor de deus, Naruto gasta-me tempo de mais com a sua estupidez.

— Maravilhoso – Fingi o interesse com a clara ironia.

— Mal posso esperar, quando a vi naquela noite soube! Soube que Hinata era especial! – Os olhos dele brilhavam estupidamente.

— Claro, com o álcool que tinhas dentro dessa cabeça oca, de certo que a viste iluminada!

— Sasuke!! – Refila cruzando os braços que nem uma criança.

— Por falar nisso, queres explicar qual foi a estupidez da foto que enviaste ao Itachi?!

— Foto? – Demorou um pouco para que a expressão de confusão passasse a uma gargalhada estridente, seguida de mais estupidez – Quase esquecia desse tesouro. Então foi apenas para mostrar o que Itachi tinha perdido em não ir, apenas e só! – Fingiu um ar sério e convincente, para logo em seguida cair novamente em gargalhadas que pareciam não acabar.

— Idiota! – Finalizei ignorando aquela criatura irritante na minha frente.

— A ruiva apesar de meio louca era bonitinha, pena que não houve um final feliz como o de Naruto – Como a festa ainda estava pequena, decide chegar Shikamaru e sair-se logo com comentários destes.

— Shikamaru, pessoas não presentes não têm direito a comentários acerca do assunto! – Declarou Naruto como lei universal e falso ar de seriedade, voltando a desmanchar-se em risos.

— Que problemático… É realmente uma foto digna de ser comentada – Suspirei enquanto massajava as têmporas e questionava para quantas mais pessoas tinha Naruto enviado aquela desgraça.

— Problemático é sair à rua com Naruto, nunca corre bem e está aí a prova! – Murmurei mal-humorado.

—Eii Sasuke! Que injustiça – Lamuriou-se Naruto, prosseguindo com todo um discurso em como não tinha tido qualquer culpa do sucedido e como era um excelente amigo e decidi ficar em silencio no meio daquele monólogo sem fim, já havia conseguido esgotar a minha paciência para as suas palhaçadas e o dia ia a meio, como iria ainda atura-lo mais logo?

~*~

Tinha anoitecido e esperava Itachi à porta de casa, tínhamos combinado ir ao casinho com Naruto, Shikamaru e Sai, deveria ter sido adiado pois amanhã seria o almoço de família, mas assim que tentei explicar isso para o idiota do Naruto, logo desatou numa birra existencial que era noite de não-sei-o-quê, que só para o calar acabei por ceder e, bom, até Itachi quando eram planos no casino cedia fácil, como aliás, cedeu.

— Desculpa a demora, atrasei-me – Entrou Itachi rapidamente no carro, desculpando-se.

— É, reparei, nem vou questionar o porquê – Suspirei cansado demais e apenas conduzi.

Rapidamente chegamos todos ao casino e com umas boas doses a noite tinha ficado animada demais para aquilo que era plano de ficar!

Primeiro: Sai desaparecera do ar.

Depois: Shikamaru estava a ser expulso pela segurança da sala onde estávamos, estava vago na minha cabeça o como e o porquê, só via que a mulher estava prestes a espancá-lo e ele continuava com ar de aborrecido, face aos gritos dela, pelo que decidi afastar-me, já tinha problemas que chegasse para me preocupar.

E por fim: Naruto berrava no meio de tudo, seguindo o jogo em que Itachi participava, no qual estava a lucrar bastante até, deixando uma mulher que também participava, completamente embriagada, enfurecida com o jogo. Conseguia adivinhar que se Naruto continuasse os festejos excêntricos ia certamente apanhar naquela cara até não abrir mais a boca.

— BORA ITACHI! MAIS UM! MAIS UM! – Naruto estava alucinado demais

— Tsunade, já chega, vamos embora! – Implorava outra mulher junto da que participava embriagada, a qual gritou por cima de todos enquanto batia com o punho na mesa – MAIS UM!

E, assim, mais um jogo se iniciou que resultou novamente na vitória de Itachi e como esta não poderia passar despercebida, de uma forma que não me recordo, fomos parar a um bar qualquer, acabando com tudo o que Itachi tinha ganho no casino.

Quando dei por nós, eram 7 da manhã, com a cabeça a mil, ainda apenas a sair do bar, cambaleando uns contra os outros.

— Sasuke! O almoço! – Itachi relembrou o total esquecido almoço de família que teríamos de estar presentes daqui a poucas horas.

— Entra! – Apressei o passo até ao carro, ainda com a vista totalmente turva e Itachi seguiu logo atrás de mim, enquanto nos despedíamos rapidamente de Naruto e Shikamaru. Ainda iriamos até casa tomar banho e colocar um aspeto apresentável antes de seguir para o almoço.

O que veio a seguir pareceu passar em meros segundos. Apenas me lembro de abrir os olhos vagarosamente e com dor, enquanto me apercebia aos poucos que tínhamos capotado, estava um monte de carros ali, e alguém perto de mim repetia o mesmo constantemente:

— Estão ambos conscientes? Consegue sair do carro? – Conseguia ouvi-lo como que num plano secundário, piscava os olhos repetidas vezes e parecia que o meu corpo não reagia, nem compreendia o que se passava e de repente, no meio de toda aquela confusão, tudo ficou escuro…

~*~


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Partilhem comigo nos comentários o que acharam.
Beijinhos a todos e até ao próximo!

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