Sonic The Hedgehog: Outside N'Counter escrita por Hunterx


Capítulo 7
Engrenagens Metálicas (parte 2): "termine o que começou"


Notas iniciais do capítulo

E começa a batalha.



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— SONIC! SONIC! RESPONDA! ROTOR?! TAILS?! AMY?! AQUI É SALLY! VOLTEM! TEM ALGUÉM ME OUVINDO? RESPONDAM, POR FAVOR! NOVA MOBOTRÓPOLIS ESTÁ SOB ATAQUE!

A princesa Sally suplicava aos montes por uma resposta, mas sem sucesso. A evidente crise que tomou conta de toda a cidade era algo inimaginável, tendo em vista que Nicole havia tomado outra vez o controle de seus nanites. Porém havia um grande problema: a cidade estava com sua reserva de energia limitada por causa da luta contra Great Doom Doll, que fez com que a bela IA lince usasse sua arma mais poderosa, Proton Cannon. Nicole, ao saber da situação, fiz:

— Sally, algo está interferindo na comunicação.

— Como assim, Nicole? Isso nunca aconteceu antes.

— Eu sei, mas não existe nenhum problema nas ondas de rádio. Algo ou alguém está causando esse bloqueio.

— Nicole, o que você pode fazer pra resolver isso? Se tiver, por favor faça o quanto antes.

— Tudo bem, Sally.

— Enquanto isso irei tentar contatar quem estiver próximo daqui.

Não demora muito e do comunicador da base uma voz conhecida é ouvida:

— SOCORRO!

— Cream!? Onde você está? - Disse Sally, preocupada ao extremo

— Estou na minha casa. Tem robôs aqui... Eles estão atirando... atirando contra as pessoas!

— Cream, saia daí. Tenta vir pra cá com sua mãe e Cheese.

— Vamos tentar. Mas a gente não vai conseguir sair daqui sozinhas. Cadê o senhor Sonic?

A princesa logo recebe um duro golpe. Não havia aliados disponíveis para ajudá-los na cidade. Ela, ficando em silêncio por alguns segundos, toma fôlego e diz:

— Cream, escute bem: Sonic e os outros estão longe daqui e eu não consigo contato. Estamos sozinhos nessa.

— O que? Não tem ninguém? Ninguém?

— Olha, eu não deveria pedir isso a você, pois é muito nova. Mas teremos que enfrentar isso juntas.

— Senhorita Sally, eu estou com medo... Eles são grandes... e estão atirando...

— Cream, se esconda... Cream... Proteja-se...

Sally mais uma vez ficou em silêncio. Era uma situação completamente nova. Sabido que não poderia fazer tudo sozinha, foi até Nicole as pressas. Sem exitar, diz:

— Nicole, abra canal com o castelo.

— O que? Mas Sally, você não pode se expor ainda. Sonic disse que...

— Não há tempo pra discutirmos isso! Só eu como membro da família Acorn estou aqui. Meu pai deve estar preocupado com seu reino mas não está em condições de comandar e minha mãe deve estar o protegendo. E Naugus... acho que nem preciso dizer sobre esse.

— Eu entendo, Sally. Tudo bem. Acabei de abrir o sinal!

— Obrigado, Nicole.

No castelo Acorn, a guarda do reino estava desalinhada, pois os ataques foram em pontos distintos da cidade. O comandante, o mesmo canino que havia conhecido e ajudado Vicent, diz a frente de seus comandados:

— Vocês, todos a postos. Não sabemos o que está acontecendo, mas temos que lutar pelo nosso povo!

E antes que pudesse dizer mais uma palavra, eis que a voz de Sally é ouvida em seu rádio.

— ATENÇÃO! AQUI É A PRINCESA SALLY ACORN! ESTÁ ME OUVINDO?

— Si-sim... Sim... PRINCESA? SALLY, VOCÊ VOLTOU?!

— Não há tempo para explicações. Onde estão todos os guardas do reino?

— Es-estamos prontos para agir. Eu iria comandar a tropa para reconhecimento e neutralização dos alvos...

— Não! O inimigo é forte.

— Contra o que iremos lutar, princesa Sally?

— Robôs... Robôs enormes... E fortemente armados.

— PRINCESA?

— Terão de usar armas de maior poder, como lasers. Simples espadas não serão efetivas.

— Elias proibiu esse tipo de armamento, princesa. Não queremos machucar as pessoas que os robôs sequestraram para Eggman

— NÃO É UM ATAQUE DO DR EGGMAN! ELES NÃO ESTÃO FAZENDO PRISIONEIROS!

— Não? Isso quer dizer que...

— ELES QUEREM MATAR NOSSO POVO!

Mesmo o pequeno rádio do comandante da guarda do reino teve volume o suficiente para que todos os guardas entendessem muito bem o grau de risco que iriam enfrentar. Era possível ver o desespero estampado no rosto de muitos do que estavam alí. Suas famílias corriam perigo e se antes eram para serem sequestrados por Eggman, dessa vez era contra suas próprias vidas. Na base dos Lutadores da Liberdade, Nicole diz a princesa:

— Sally, eu abri o canal de vídeo. O telão do hall do castelo está ligado. Eles estão desolados.

— Certo, Nicole! Eu entendi o que você quer que eu faça.

Logo o belo rosto de Sally aparece para todos alí presentes. Performados, Sally começa a dizer:

— Heróica guarda do reino Acorn. O momento é de extremo perigo. Nosso povo está sofrendo um doloroso ataque que ninguém esperaria sofrer. Eu sei que suas famílias podem... que suas famílias devem estar em perigo, mas devemos ser fortes. Somente a união e o compromisso de todos nós irá nos fazermos vencedores. Não é hora para desistir. Na verdade, estamos lutando pela nossa sobrevivência! Nós sempre lutamos juntos e sempre saímos vitoriosos. Hoje não será diferente! Eu clamo por meus votos como princesa e como representante de meu pai, Maximilian Acorn e de meu irmão, o rei Elias Acorn. Nós iremos vencer! Seja lá o que ou quem for que esteja fazendo isso, IRÁ CONHECER A FORÇA DO BRAVO POVO DE NOVA MOBOTRÓPOLIS!

Todos os guardas arderam em júbilos a Sally. Seus votos de garra e determinação foram totalmente renovados e uma imensa confiança passou a ser vista em seus semblantes, com alguns até em prantos tamanha era a emoção. Toda a guarda do reino Acorn pegou armas lasers para deter os invasores. O comandante diz:

— Sally, me dê as coordenadas dos alvos. Vamos agir!

— Tudo bem. Nicole, mostre a eles.

— Tudo bem, Sally. Agora mesmo! - Disse Nicole, materializando monitores a sua frente.

— Vamos vencer essa guerra...

É chegada a hora da batalha pela sobrevivência! E vocês já devem saber onde isso irá começar...

Nova Mobotrópolis Ato 1: Streets of Rage

(Música sugerida: "Rules of Nature" de Metal Gear Rising)

Vicent, já com seus cabelos da cor escarlate, assim como seus olhos, parte com toda sua fúria contra o robô assassino. Executa então um soco devastador na cabeça do robô, fazendo com que fosse jogado para longe. Ele, sem perder um segundo sequer, corre pelo braço do invasor, voltando a golpeá-lo com um violento soco em sua cabeça, que é arrancada com o forte impacto. Mas Vicent estava inquieto: a sua ira o fazia agir instintivamente. Era como se estivesse lutando para sobreviver. Uma força inata o guiava, fazendo com que terminasse executando um poderosíssimo ataque ao dorso do robô, enquanto ainda estava no ar. Ele então, com a intensidade do golpe, parte o robô em dois, com seus destroços caindo ao chão, inerte.

"O tempo chegou ao fim

Sim - isso é o que a natureza planejou"

O jovem então aterrisa ao chão, com os punhos serrados. Seu rosto demonstrava toda a fúria que carregava. E logo, ao fundo, mais dois robôs perceberam o que ele havia feito ao outro invasor e logo foram ao seu embate. Vicent, ainda tomado pela fúria, diz:

— EU FUI UM IDIOTA! UM INSENSÍVEL! UM MONSTRO! TODO ESSE TEMPO O ÚNICO CULPADO POR TUDO... FUI EU!

Ele então corre ao encontro dos outros dois robôs, que se preparavam para atirar. De forma instintiva, Vicent desvia dos projéteis usando seus movimentos de Parkour unindo com sua força descomunal, usando as paredes ao lado para se apoiar e tomar impulso, se agarrando em vigas de ferro e se arremessando contra um deles. Ao fazer isso, o robô alvo de Vicent tenta-lhe acertar com um soco, mas o jovem consegue se desviar e faz o improvável: ele segura o braço do robô, o arrancando de seu dorso. Não satisfeito, ele o agride com seu próprio braço, golpeando-o de forma violenta em sua cabeça, jogando-o contra o chão. Vicent então, ainda segurando o braço do segundo robô que abateu, com um giro no ar, arremessa com toda sua força o braço do invasor, o fincando no dorso do terceiro robô que iria a seu encontro. O terceiro invasor vai ao chão, a exemplo do segundo.

"Tenho que seguir as leis da natureza... AINDA VIVO!

Com as suas vidas em jogo... SEM CHANCES!

Aqui só os fortes sobrevivem"

Muitos habitantes que estavam tentando fugir do lugar ficaram paralisados com todo o ocorrido. A luta que estavam presenciando era algo absurdo, onde nunca viram um overlander, nome dado aos humanos de Mobius, agir dessa forma. Continuaram acompanhando o ataque de Vicent, que não acabou.

O rapaz, que ainda estava tomado por pura fúria, aproveitou que iria cair sobre o terceiro robô e o golpeou com força. Logo que caiu sobre, começou a desferir inúmeros golpes em toda lataria do invasor. Seus golpes tinham para o jovem um valor simbólico: era a forma de se expressar, de colocar pra fora toda a vergonha que estava sentido por si mesmo. E sim, toda sua ira era por ele mesmo. Suas lágrimas evidenciaram ainda mais seu amadurecimento.

— MEU PAI SEMPRE TENTOU ME MOSTRAR O CAMINHO CERTO! EU VOU PROTEGER A TODOS DESSA CIDADE! EU VOU DEFENDER A HONRA DA MINHA FAMÍLIA! 

"O caçador e a presa ágil

Não há garantia

De qual deles terá sucesso

Forte ou fraco"

Vicent explodia em força. Logo mal podia se dizer que aquilo um dia foi um robô. O rapaz destruiu todo seu dorso metálico. Ao fim, Vicent cessou seus ataques e, ofegante, diz:

— E eu... e eu... fui um idiota... com ele...

Logo os habitantes que estavam fugindo se aproximam de Vicent que, surpreendendo a todos, vai ao chão, ao mesmo tempo que seus poderes cessaram, com seu cabelo voltando a sua coloração normal.

Vicent caiu, imóvel...

Enquanto isso...

Quartel general dos Lutadores da Liberdade, em crise.

Sally passava as coordenadas ao general, quando Nicole a avisa:

— Sally, tenho uma má notícia.

— Nicole, o que houve?

— A energia. Já está no limite. Eu não vou conseguir proteger a todos. No momento estou defendendo várias pessoas com meus nanites. Os guardas já estão próximos, mas não poderei garantir as barreiras.

— Nicole, tente ao máximo!

— Terei que deixar o quartel general e voltar para o computador. Assim ao menos irei economizar energia.

Nicole então se desmaterializa, tornando a ficar no computador somente. Porém, ao estar lá, constata que a falta de energia estava prestes a acontecer.

— Sally, a situação está pior que imaginava.

— Porque, Nicole? A energia do núcleo está muito baixa?

— Está em estado crítico, Sally. Rápido, você precisa agir.

— O que poderia fazer, Nicole?

— Rotor manteve o núcleo reserva intacto no laboratório central de Nova Mobotrópolis. Durante esse tempo que você esteve fora da cidade, enquanto eu estava retornando do exílio, Geoffrey pediu para Rotor que mantivesse esse núcleo desconectado ao computador central para evitar... evitar um "surto" meu. Com ele ativado, termos energia suficiente para proteger a cidade.

— É isso! Eu vou avisar aos guardas para...

— Não, Sally. Eles não podem ir até lá.

— Porque?

— Rotor colocou um sistema de segurança.

— Proteção de segurança?

— Sim. Só alguém com o DNA dos Acorn ou o próprio Naugus pode desativar.

— Essa ideia foi do Goeffrey, não?

— Sim, Sally. Rotor foi contra, mas não tinha outro jeito.

— Aquele infeliz... Bem, então terei que ir até lá para ativar a conexão. Muito bem, Nicole. Vou me preparar...

Porém um evento paralelo a conversa é percebido por Nicole que, mostrando surpresa, diz:

— MAIS COMO PODE ISSO?! SALLY!

— O que foi, Nicole?

— Acabei de rastrear a localização de todos os invasores. Os guardas já estão chegando, mas tem algo estranho...

— O que?

— Três dos invasores sumiram.

— Do que está falando Nicole? Eles foram... abatidos?

— Sim! Eles foram! Estou tentando abrir um canal de vídeo no local onde ele estavam...

O momento era de apreensão. Sally, já munida de sua mochila com alguns suprimentos, aguardava inquieta sobre a atualização dos fatos. Logo Nicole diz:

— Não consegui ainda sinal de vídeo ao vivo, mas consegui uma gravação de momentos anteriores.

A imagem não era das melhores, pois as câmeras estavam com sinal fraco por causa da pouca energia do computador central, mas ambas conseguem ver o que de fato aconteceu. Nicole quase surta de tanta surpresa:

— FOI O VICENT! ELE DETEVE TRÊS DELES!

Sally não sabia o que dizer. Seu rosto mostrava tudo: estava deveras impressionada com a força do rapaz, muito acima do que imaginava que fosse. Ela, mostrando incredulidade, diz:

— Ele... Ele fez... isso?

— SIM, SALLY! ELE SALVOU AQUELAS PESSOAS! - Disse Nicole, com lágrimas nos olhos, com uma das mãos sobre seu rosto.

A princesa, ao se dar conta que tudo de fato aconteceu, não perdeu tempo:

— Conseguiu o vídeo ao vivo, Nicole?

— Sim. Agora mesmo!

Viram então Vicent caído, com vários mobianos se aproximando para acudí-lo. Nicole, mostrando desespero em seu rosto, diz:

— Sally, ele... minha nossa...

— Nicole, se concentre! Tente ajudar ele do jeito que puder. Eu vou até o laboratório central. Não podemos ficar paradas. Precisamos agir o mais depressa possível.

— Tudo bem. Combinado!

Sally então, com um pulo acrobático, segue até a porta, mas antes que saísse, de costas, diz a Nicole:

— Nicole?

— Sim, Sally?

— Salve-o... ajude-o... faça tudo o que for preciso... só temos ele.

A IA lince respondeu a Sally da forma mais sincera possível: serrou seu punho direito e o colocou a frente de seu lindo rosto, sinalizando positivamente com sua cabeça. Elas então com isso fizeram um pacto: teriam sucesso em sua missão. Sem exitar nem se lamentarem: A confiança estava restabelecida.

Enquanto isso...

Nova Mobotrópolis Ato 1: Streets of Rage

Vários moradores se juntaram em volta de Vicent, a fim de ajudá-lo de alguma forma. Betina Coelho e sua filha, Beatrice Coelho, tentavam a todo custo acordá-lo. Mas o rapaz de cabelos longos estava desacordado. Talvez a imensa gama de poder utilizada por ele em sua batalha anterior for demais para seu corpo, causando assim a sua indisposição. Mas Vicent, embora fraco, estava com suas funções cerebrais intactas. Tanto que voltou a lembranças: recordou-se de quando seu pai estava prestes a sair em serviço das forças armadas. Vicent tinha seus quatorze anos e era mais curioso na época. Sentado no sofá de sua casa, acompanhado seu pai arrumar uma mala, diz:

— Pai... Porque você tem que usar armas? Eles só servem pra machucar pessoas.

— Vicent, eu não tiro sua razão. Mas tem algo que precisa saber sobre instrumentos.

— O que seria?

— Armas, por exemplo. São instrumentos. No nosso mundo caótico muitos fazem mal uso desse instrumento, seja por serem criminosos ou imperícia mesmo. E existem pessoas que sabem usar esse instrumento para trazer ordem e defender pessoas do mal.

— Elas não deixam de ser perigosas por causa disso.

— Todo instrumento mal usado traz resultados ruins, Vicent. Eu trabalho para nunca usá-las. Se eu for usá-las, é para me proteger e a quem estiver em perigo. Armas não são instrumentos de ataque. São de defesa. Nada substitui uma boa dose de diplomacia, absolutamente nada. Porém existem pessoas que não são convencidas por palavras...

— Eu... eu meio que entendi. Mas você não tem medo de usá-las?

— Existem três regras básicas e todas servem pra qualquer instrumento, Vicent:

Primeira, você precisa saber usar; segunda, você precisa ter um fundamento para usá-la; terceira, você só deve usá-la para fazer o bem.

As memórias de Vicent se misturaram com sua situação atual. Na verdade o rapaz estava relacionando essa explicação de "instrumentos" com seu poder. Ele mesmo passou a refletir:

— *Pai... Essa minha força... é um instrumento. Eu... eu o estou usando para fazer o bem e... e eu usando pra salvar as pessoas dessa cidade... mas... mas eu... eu... eu sei mesmo usá-la? Eu me sinto fraco, como se meu corpo não suportasse mais nada... Eu estou perdendo os sentidos...*

E mais uma vez se vê em mais lembranças. Desta vez se recorda quando estava no clube, praticando Parkour. Vicent já tinha seus quinze anos. Enquanto todos completavam o percurso, Vicent fracassava já no primeiro obstáculo. Tentava sucessivas vezes, em vão. Passou então a ser defrontado por seu professor e menosprezado pelos demais praticantes. Um deles chegou a dizer:

— Esse cara é mesmo filho do Sr Pierre? Que fracassado...

Em casa, Vicent, cabisbaixo, era interpelado por seu pai, que não estava nada satisfeito com seu comportamento.

— O que acontece com você, Vicent?

— Pai, esse curso é barra pesada demais. Meu corpo não responde...

— Ah por favor, Vicent. Já está desistindo? Que papo é esse?

— Eu não estou desistindo, mas...

— Mas o que?

— Eu não tenho forças. É um esforço fora do comum que se deve fazer pra...

— Vicent, nem parece que disse pra mim que iria até o fim com isso.

— Você fala comigo como se eu fosse um fracassado. Minha mãe não falaria assim comigo.

— Ela deixaria que eu tomasse a frente de tudo isso. Você está com pensamentos de perdedor.

— Eu não sou perdedor!

— Então eu te desafio a continuar. Acha que consegue? Se você não é um perdedor, então vai adorar esse desafio. E então, fracote?

— Cale-se! Não me chame assim!

— Muito bem então. Se esforce, esgote tudo de si. Fortifique sua mente, tente outra vez. Não desista. Se cair, levante. Se cair outra vez, levante-se novamente. Se perder as forças, mova-se e puxe até a última gota de seu vigor. A vida é assim. E nunca se esqueça: termine o que começou.

As lembranças de Vicent martelavam sua mente incessantemente, como se estivessem querendo acordá-lo.

"Termine o que começou"

A cada segundo, o jovem ouvia no fundo de sua alma a voz firme de seu pai, que agia como um engate. Uma faísca iluminava sua mente mais uma vez.

"Termine o que começou"

Essa voz tinha um efeito poderoso, como se enchesse de energia todo seu corpo. Vicent estava voltando a si, e isso ocorreu ao ouvir novamente.

"TERMINE O QUE COMEÇOU"

Entre então acorda adruptamente, puxando ar pela boca. Continuava fazendo esse movimento enquanto Betina Coelho, surpresa por ele ter acordado, o abraça, dizendo:

— Vicent... Por tudo que é mais sagrado nessa vida... Você acordou! Ah que bom!

— O... O que aconteceu?

— Você desmaiou... Nós te ajudamos aqui pra você acordar...

— Senhora... O que...

Logo, a frente de todos, surge Nicole, que parecia estar com pressa, pois tinha pouca energia. Seguindo o plano que havia combinado com Sally, se aproxima de Vicent, o abraçando.

— Vicent, graças a tudo de bom nesse mundo você está bem!

— Anjo... Eu...

Ela, olhando para Betina, diz:

— Obrigada por tê-lo ajudado. Eu pensei que...

— Tudo bem, minha filha. Acho que você tem algo de importante a falar, não?

— Nossa! Tenho sim. Vicent, rápido... Não temos muito tempo...

— O que foi, Nicole? Eu ainda... ainda estou me... recuperando...

— Desculpe, Vicent. Mas estamos com uma crise na cidade.

— Eu derrotei os robôs...

— Sim, mas existem mais deles!

— O que?

Todos em volta ficam temerosos, já que com apenas três o perigo já era tremendo. Vicent então pergunta:

— De quantos estamos falando, Nicole?

— Há mais sete na cidade, de acordo com meu radar. E estão espalhados.

— Pour tout ce qui est le plus sacré! ("Por tudo que é de mais sagrado" em francês) Nicole, então as pessoas da cidade...

— Eu as estou protegendo com meus nanites, mas o computador central tem pouca energia. Sally está indo nesse exato momento ao laboratório central ativar a energia reserva que Rotor preparou. Só ela pode fazer isso.

— Qual é o plano, Nicole?

— Vicent, acho que isso pode ser algo muito egoísta para dizer, e irei entender se você não concordar, mas a única esperança que temos para sair dessa é com a sua ajuda. Nós dependemos mesmo de você, pois não conseguimos contatar ninguém. As únicas forças que temos é a guarda do reino Acorn. Eles são bravos guerreiros, mas os robôs são um problema colossal...

— Isso quer dizer que...

— Não existe outra alternativa, Vicent. Precisamos que você impeça todos os robôs. Só você tem o poder necessário para nos ajudar. Eu sei que isso não é justo...

Vicent se lembra mais uma vez do que seu pai disse, dessa vez de forma mais pragmática:

"Termine o que começou"

O jovem então sente alguém segurar sua mão. Era Beatrice, que o olhou nos olhos. A pequena coelho, que praticamente tornou Vicent como seu amigo, dizia enquanto chorava:

— Ajuda a gente, esquisito... Por favor... Nós precisamos de você agora...

Vicent então se abaixa, beijando o rosto da garota coelho. Determinado a ajudar, o jovem diz

— Eu vou sim, maninha. Eu prometo... Até tudo isso terminar eu não vou cair mais...

Enquanto isso...

Oeste de Nova Mobotrópolis, crise na cidade.

Correndo pelas ruas turbulentas da cidade, Sally só se preocupava em chegar até o laboratório central. Estranhamente, não havia nenhum dos robôs invasores na área, não havendo ninguém, embora explosões e tiros pudessem ser ouvidos ao redor. Mas a missão era prioridade para a princesa que, ao chegar na entrada do laboratório, contata Nicole:

— Nicole, já estou aqui. Está tudo fechado.

— Ah... Sally... Existe um vão abaixo da porta a sua direita. Você vai encontrar um monitor. Toque-o para fazer o Scan de DNA.

— Tudo bem.

— Tome cuidado, Sally.

Logo a princesa vai até o lugar onde Nicole disse e encontra o monitor. Mas, estranhamente, ele está apagado. Logo Sally diz:

— Nicole, tem algo errado.

— O que foi, Sally?

— O monitor está desativado.

— Desativado? Mas como?

— Eu não tenho a mínima ideia. Tente acessá-lo.

— Eu não posso, Sally. Rotor colocou restrições nessa área aos meus nanites a mando de Goeffrey.

— Isso está muito estranho, Nicole.

— Estou buscando uma outra forma, Sally. Um segundo... Achei. Próximo a você há uma escotilha. Entre por ela e conseguirá acessar o hall principal do laboratório. Rotor pensou em tudo. Ele deu seu jeito e colocou uma passagem alternativa.

— Boa, Nicole!

Não demora muito e Sally acessa a escotilha, chegando a um corredor escuro e úmido, mas que faça passagem até o interior do prédio. Porém, surpreendendo Sally, um barulho de ativação é ouvido. O ruído se parecia como a de um bip, que logo se intensificava. Caminhava pelo corredor preocupada, olhando para trás. Logo uma explosão era ouvida por onde veio e uma imensa labareda vai em direção a princesa, fazendo-a correr por sua vida. O rosto de Sally era de desespero, correndo como nunca correu antes. E a poucos metros de ser atingida, encontra um tipo de reservatório de água a frente de onde estava. Ela imediatamente começa a pisar na fechadura, até que ela se rompe e, no último segundo, consegue mergulhar na água, evitando ser atingida. Ela pôde observar a labareda se lastrear por sobre sua cabeça, salva pela água.

Depois do susto, Sally, já na superfície e caminhando pelo corredor, diz:

— Monitor desligado, passagem secreta com armadilha... Tem algo muito estranho nisso tudo...

Ela então, no fim do corredor, encontra uma escada, que levava até uma outra escotilha. Sem perder tempo, Sally faz uso do meio e, ao subir, percebe que estava mesmo dentro do laboratório. Era um lugar limpo e com algumas lâmpadas acesas, com monitores de computador sobre mesas e uma imensa sala de experimentos ao fundo. Sally então caminha normalmente pelos corredores estreitos do lugar, procurando pelo local do gerador reserva. Ela, parecendo estar perdida, diz:

— Nicole, já estou dentro do laboratório. Onde fica o lugar?

— Sally, está tudo bem aí?

— Eu quase fui pega por labaredas... Mas esqueça isso. Onde está o gerador?

— Ao fundo do corredor central existe uma sala isolada. Atrás da porta está o gerador. É só apertar o botão deles.

— Nicole, consegue rastrear algo estranho no laboratório?

— Infelizmente não, Sally. Eu não tenho permissões para analisar seu perímetro. Estou usando o banco de dados que Rotor colocou no computador. Estou às cegas.

— Desconfio que alguém está tentando me impedir de...

E Sally é interrompida, pois um raio quase a atinge em cheio. Se não fosse sua agilidade e forma acrobática, não conseguia ter se esquivado a tempo. Logo um robô aparece na sala, menor que os demais. Ele, olhando para Sally, diz:

— Aniquilar invasor.

Sally então corre para trás de uma das mesas do lugar, a fim de se esconder. Agrupada, contata Nicole:

— NICOLE!

— Sally, o que houve?

— Tem um robô aqui! Parece um swatbots do Eggman.

— Impossível, Sally! Não tem como...

— Tem como sim. Digo, se parece com um.

E a princesa logo percebe que há outros feixes de luz pelo salão. Olha cuidadosamente ao redor e constata que há pelo menos mais cinco desses robôs patrulhando. Ela, desolada, diz:

— Nicole, tem seis desses robôs sentinelas aqui!

— Sally! Mas o que...

E o mesmo que perseguia Sally atira na mesa onde se abrigava, fazendo com que a princesa pulasse para longe, procurando abrigo. Não era uma situação habitual. Sally então passou a ser procurada por todos eles. Era questão de tempo que a encontrassem. Sem opção, tentou ajuda:

— Nicole, eu estou sem saída! Não dá pra prosseguir!

— Sally, você precisa ativar o gerador o quanto antes. A energia está quase acabando.

— Eu estou sendo encurralada. Não tenho armas pra me defender.

Nicole então começou a pesquisar mais assiduamente no bando de dados que Rotor armazenou no computador. E não demora muito e acha algo que poderia de fato ajudar Sally. Rapidamente, disse a princesa:

— Sally, me escute bem... Há um projeto que Rotor e eu desenvolvemos pra você. Como não sabíamos que isso iria acontecer, ele guardou no laboratório.

— O que seria, Nicole?

— Eu não sei ao certo. Rotor só me disse que seria uma arma muito útil a você quando voltasse.

— Uma arma? E onde está?

— Existe um tipo de sala com uma grade próximo a você?

— Deixa eu ver... Sim, eu vi aqui.

— Ela está lá. Pegue-a!

— Está bem...

Sally então corre até a sala indicada por Nicole. Mas durante sua fuga, os robôs a observa, tornando então a atirar em sua direção. A princesa, usando de seus habilidades acrobáticas, evita ser alvejada por poucos centímetros. Era impressionante o quanto Sally era ágil, mesmo depois de tudo que aconteceu. Por último, executando um mortal, consegue adentrar na sala, rompendo a grade com um chute usando suas duas pernas. Os robôs, analisando o local, caminhavam em direção da sala a fim de exterminarem a princesa.

Porém, da mesma sala, uma bomba de fumaça é arremessada, cobrindo dois dos robôs sentinelas. Não demora muito e vultos cortantes são vistos, golpeando os membros inferiores dos robôs e suas cabeças. Ao fundo, os sentinelas restantes somente observavam, imóveis. E eis que, surgindo entre a fumaça, aparece Sally, empunhando em cada um de seus braços lâminas de plasma, que iluminavam o escuro do salão. Ela, mostrando confiança, com um semblante fechado, como se quisesse lutar, diz:

— Hora de mostrar a vocês quem sou eu!

Ela então corre em direção a todos, agora munida das plasma blades. E isso nos leva a mais um estágio dessa história.

Nova Mobotrópolis Ato 2: Bare Knunkle

(Música sugerida: "A Soul Can't Be Cut" de Metal Gear Rising)

"Alguma vez você já cortou almas como fitas?
Alguma vez você já viu uma miragem?"

— GET READY!

Disse Vicent, correndo pelas ruas turbulentas de Nova Mobotrópolis. Estava totalmente concentrado em cumprir a promessa feita a Beatrice. Ele, antes de sair, também abraçou Betina Coelho, pedindo para que fossem para um lugar seguro. O jovem então foi ao encalço de mais robôs invasores. Já transformado, pensava sobre a missão.

 *Nicole disse que eles estavam nessa direção. Eu preciso me focar nisso de forma integral. Todo mundo está contando comigo.*

E a frente, como esperado, haviam mais dois robôs, estes com mais armaduras em sua lataria. Vicent não pensou duas vezes: correu ao encontro dos dois, sem poupar esforços. Logo o jovem é visto pelos invasores, que começarem a atirar em sua direção. Mas Vicent estava em grande forma: suas habilidades de Parkour eram espetaculares. Como estava mais forte, seus atributos também foram expandidos. Ele então pula até uma viga, tornando a girar em seu eixo, pegando impulso e pula com toda sua força contra o robô mais próximo, que continuava atirando contra o jovem. Mas Vicent foi arrojado em seus movimentos, se apoiando em um dos braços do colosso de metal, pulando contra sua cabeça em seguida com toda força, lhe aplicando um chute. O robô então é jogado para trás, indo ao chão em seguida.

"A escuridão nos cobre, os corpos desmancham...

Como é que vamos jogar com as cartas que nós somos? SER OU NÃO SER!

Beleza - é o maior pecado de todos!"

Aproveitando o momento, Vicent então aterrisa sobre ele, golpeando-o em seu dorso. Como sua lataria era mais reforçada, Vicent precisou de mais golpes para tentar atingí-lo de forma mais eficaz para destruí-lo. Mas antes que terminasse com ele, o segundo invasor não o deixaria em paz: tornou então a atirar em sua direção, atingindo ao outro caído. O rapaz de longos cabelos escarlate então se esquiva, correndo até uma parede, se apoiando. Tinha como objetivo subir no prédio, para ter vantagem em seu ataque. O robô então passou a usar seus braços para tentar atingir Vicent que, mais uma vez fazendo uso de Parkour, pula de uma janela para outra a cada tentativa do invasor de tentar golpeá-lo. E, num último movimento, Vicent lança seu corpo para o alto, realizando um salto mortal, aterrizando sobre as costas do robô, que se mexia ensandecidamente, tentando a todo custo neutralizar o jovem.

Ao mesmo tempo, no laboratório central, Sally travava uma batalha terrível contra os robôs sentinelas. Muitas dúvidas marcavam o embate. Porque estavam alí? Teria Rotor planejado uma suposta proteção noturna? A princesa não tinha tempo para pensar nisso, já que estava sendo alvo dos ataques dos swatbots. Se esquivando com maestria entre as mesas do prédio, tentava se aproximar dos robôs para atacá-los de forma efetiva. Sally não era forte o suficiente para um ataque frontal, mas sua agilidade era admirável e impressionante. Era incrível como utilizava suas acrobacias para escapar dos ataques dos sentinelas. A cada saraivada de projéteis, executava pulos duplos, aplicava saltos em espiral milimetricamente calculados, mortais para frente e para trás... suas habilidades estavam sendo colocadas a prova a todo instante. Ela, munida com suas plasma blades, diz:

— Vocês vão cair, um por um! *Eu preciso pensar em um plano para me aproximar deles*

Sally então analisa bem a situação e planeja uma investida contra os sentinelas. Olha para cada centímetro do lugar, elaborando um plano.

— *Eles estão todos juntos. Eu preciso separá-los, senão sou um alvo fácil.*

Ela então, falando baixo, chama Nicole em seu comunicador.

— Nicole? Me ajude!

— Sally, o que houve?

— Esses robôs estão me isolando. Preciso flanquear, mas no momento que eu sair de onde estou serei morta na certa!

— Estou ajudando o Vicent. O que poderia fazer pra te ajudar? Esse espaço é restrito. Eu não tenho acesso algum.

— Nicole, você consegue se ligar ao sistema de vídeo, não?

— Talvez, porque?

— Então há uma chance...

Sally ficou pensativa por um instante...

Voltando a Vicent, o jovem estava com problemas. A lataria do robô era mesmo mais reforçada, fazendo com que fizesse ainda mais esforço para tentar destruir sua lataria e, para piorar, o outro robô estava se levantando, mesmo com sua lataria soltando faíscas. Ele, sabendo que era inútil continuar na costas do robô, executa um salto para uma marquise alí próximo, pousando são e salvo. Vicent ainda era o alvo e os invasores logo foram em sua direção. Nicole, ao perceber a evasiva do rapaz, diz:

— Vicent, preciso te avisar...

— O que foi, Nicole?

— Sally está com problemas no laboratório. Eu a estou ajudando. Mas tem algo que tenho que te dizer...

— O que houve?

— Seu poder... Ele é limitado.

— O que? Como assim?

— Essa pedra no seu braço não tem energia infinita. Pelos dados obtidos pelo inibidor, você tem cerca de 70% de energia.

— Minha nossa! Nicole, isso é um grande problema.

— Sim, mas há algo que pode ser útil.

— O que seria?

— Cada golpe que executa ou recebe, por alguma razão, nutre essa pedra com energia. Não é muito, mas pode ser útil.

— Então ela é nutrida por refração?

— Exatamente. Ela é tão volátil que absorve energia.

Mas a conversa não dura muito tempo. Logo um dos robôs golpeia a marquise onde Vicent estava, fazendo com que o rapaz pule mais uma vez para sobre o seu agressor, subindo por seu braço. Aproveitando a correria, executa então um violento soco na cabeça do robô, que o faz tombar para trás. Mais uma vez Vicent golpeia-o incessantemente em seu dorso, causando um dano permanente em seu braço direito. Mas mesmo assim, por um descuido, Vicent é goleado pelo outro invasor, recebendo um soco poderosíssimo pelas costas. Vicent então é arremessado para o alto de um prédio, onde havia um relógio. A força do golpe foi tanta que o rapaz marcou a coluna do prédio com seu corpo. Nicole, preocupada, diz:

— Vicent, você está bem?

— Não... Não estou... Esse me pegou de jeito.

— Vicent!

— Calma, anjo. Eu estou bem. Só que um pouco frustrado. Está difícil passar pela armadura destes robôs.

— Estou escaneando a área. Vou te ajudar... Achei. Vicent, esses robôs tem pontos fracos. Irei sinalizar no corpo deles com meus nanites. Eles não causarão danos aos robôs, mas irão te indicar onde golpeá-los!

— Isso! Bom trabalho, anjo!

"Não importa o que a lâmina tente cortar, mesmo cega!

Se você seguir o seu próprio caminho para a justiça... QUE É CEGA!

A verdade brutal será revelada!"

Vicent então pega impulso e desce o prédio usando suas técnicas de Parkour. Mas os robôs não estavam dispostos a esperar que o jovem fosse ao encontro deles. Enquanto um deles arremessou um pedaço grande de um dos prédios que foram destruídos, o outro passou a atirar em sua direção. Vicent, num pensamento rápido, reagiu conseguindo segurar o granito que fora arremessado em sua direção e o usou como escudo. Ainda caindo, percebendo que a saraivada de tiros havia cessado, correu sobre o concreto do pedaço e executou um pulo em direção de um deles. Mas dessa vez, com a ajuda dos nanites de Nicole, pôde ver exatamente o ponto fraco do robô: suas costas. A região era a mais frágil, pois Vicent, fazendo uma manobra acrobática se esquivando de um soco, consegue finalmente atingir o ponto crítico com um forte chute, fazendo com que uma intensa explosão ocorra. Nicole, satisfeita, diz:

— Isso, Vicent! Era alí mesmo onde ficava o reator!

— Valeu, Nicole! Você mandou bem nessa! Mas ainda falta um...

— Vicent, sua energia está em 62%!

O jovem nem ao menos pôde pegar muito fôlego, pois o outro robô já estava em seu encalço. Vincent por pouco não é alvejado por mais uma rajada de tiros, se esquivando no último minuto. Mas antes de tentar outra coisa, percebe um fato muito importante: se a explosão causava pelo robô não o feriu, por então tiros fariam um mal maior? E pior: levou um soco em cheio de um dos robôs e saiu ileso. Constatando isso, tornou então a ignorar os tiros do robô, correndo em sua direção, com seus braços a frente. Os tiros ricocheteavam em seus membros, mostrando então mais um tipo de poder: enquanto transformado, além de muito mais forte, Vicent também se tornava invulnerável. O jovem abraçou essa causa e, com a ajuda dos nanites de Nicole, pôde ver que as pernas do invasor eram o ponto fraco. Sabendo disso, pulou até elas e, com um poderoso soco, esfacela uma das pernas, fazendo com que o robô caísse. Para não correr riscos, com um chute destruiu a outra perna. Logo os nanites se posicionaram sobre o dorso do invasor. O jovem então executou um salto para cima e, em queda, golpeou-o no ponto indicado. Vicent, ao atingir o dorso, instantaneamente o desativou, trazendo-lhe mais uma vitória.

— Beleza! Menos dois. Só faltam cinco!

Enquanto isso, no laboratório central de Nova Mobotrópolis...

Sally tinha um plano. Inteligente como sempre foi, esquematizou junto a Nicole todo o contexto de sua estratégia. Os sentinelas do laboratório estavam a sua procura, usando suas lanternas e sensores para rastrear sua localização. Mas a princesa estava mesmo confiante. Logo Sally corre para um dos cantos escuros do lugar, atraindo a atenção de todos, que passaram a atirar imediatamente. Mas era demais para Sally, que foi atingida em cheio pelas costas, fazendo-a cair, ficando imóvel. Logo um dos robôs que estava mais próximo se aproxima, para se certificar que o seu alvo foi mesmo neutralizado.

Mas não. Como dito antes, Sally era de fato muito astuta. Supostamente havia sido alvejada. Mas, como combinado a Nicole, o sistema de vídeo do laboratório também se aplicava realidade aumentada e, usando disso, Sally pediu a Nicole que emulasse sua aparência, chamando a atenção de todos. Sally estava longe do alcance deles. No mesmo momento que sua "cópia" havia corrido, Sally tomou o caminho oposto, flanqueando-os. E no mínino descuido dos sentinelas, Sally partiu para o ataque usando suas plasma blades: com um salto para frente, cortou a cabeça de um deles, já o desativando, indo ao chão em seguida. Sem perder tempo e sem dar chances, a princesa então clava suas duas lâminas plasmáticas no dorso do segundo, cortando-o ao meio depois. Mas Sally estava distante do terceiro, que mirou em sua direção e começou a atirar. A princesa então pulou para um dos lados, se protegendo da rajada. Sally então correu para entre dois armários que estavam no ambiente, sendo então perseguida pelos outros dois sentinelas. Ela, munida com suas plasma blades, olhando-os de forma decidida, diz:

— Vocês já devem ter percebido que eu estou usando um emulador. Então já sabem que eu posso não ser eu ou eu posso ser a verdadeira. Olhem só!

Logo, por detrás dos dois, surge outra Sally, praticamente idêntica. Os sentinelas logo se separam e cada um mira para uma das princesas. Era uma reação esperada por Sally, pois a verdadeira logo aparece em queda livre, pois estava se escondendo no teto do laboratório. Ela então, usando mais uma vez suas plasma blades, corta a cabeça dos dois com um único golpe giratório, os neutralizando. Seu movimento foi impressionante. Sua familiaridade com sua nova arma era incrível. Nicole mesmo a parabenizou.

— Sally, você foi incrível!

— Obrigada, Nicole. Mas se não fosse você eu não conseguiria.

— Ah Sally...

— Rápido, não temos tempo a perder. Vou ativar o gerador!

Sally então corre até a sala principal e encontra finalmente o botão de ativação. Sem hesitar, aperta o botão, porém nada acontece. Repete várias vezes, mas sem sucesso. Alguma coisa estava errada.

— Nicole, eu já apertei o botão. Ativou?

— Não, Sally... Nossa! Como pude esquecer?

— O que houve, Nicole?

— Sally, Rotor colocou no banco de dados que é necessário ativar o DNA Acorn diretamente no reator. Eu vi que o gerador foi ativado, mas o reator precisa dessa confirmação.

— E onde fica isso?

— No sub-solo, não muito longe daí. Tem uma outra passagem ao fundo da sala que o leva até lá.

— Tudo bem, Nicole. Já estou indo!

— Rápido, Sally. A energia só me garantirá mais vinte minutos de proteção aos habitantes...

Sally então segue a toda velocidade para o lugar indicado...

Voltando a cidade

Nova Mobotrópolis Ato 2: Bare Knunkle

Vicent continuava a correr pelas ruas da cidade. Já havia derrotado cinco d os dez que estavam tentando matar os habitantes da cidade. Logo chega até uma zona mais farta de prédios. Ao fundo, ainda bem distante, conseguia ver um grupo de pessoas armadas, possivelmente os guardas do reino Acorn. Mas antes que pudesse fazer algo, um robô aterrisa a sua frente e, para sua surpresa, este começa a falar:

— Então você está tentando nos impedir da nossa missão? Não passa de um verme...

— Seus desgraçados! Porque estão fazendo isso?

— Nada importa. A única coisa que você precisa se preocupar é isso!

Logo o robô lança um raio poderoso contra um prédio, de onde saíram várias pessoas, que estavam tentando fugir. Com o impacto, o prédio começou a sacudir, causando desespero a Vincent, que diz:

— SEU MISERÁVEL! COMO PÔDE FAZER ISSO?

O jovem então corre até o prédio, o segurando. Desesperado, grita para as pessoas:

— RÁPIDO! SAIAM TODOS! EU NÃO SEI POR QUANTO TEMPO PODEREI SEGURAR ISSO!

As pessoas continuavam a correr, não entendendo ao certo o que estava acontecendo. Alguns até estranhavam Vicent, por ele ser um overlander. O robô então responde:

— Simples: para que você não fuja e que eu possa destruí-lo.

O robô então aponta seu canhão laser em direção a Vicent, com o intuito de acabar com tudo. Nicole, percebendo o que estava acontecendo, diz:

— Vicent, ele vai...

— Eu sei... Eu sei... Mas eu não posso soltar o prédio.

— Sua energia está em 47%. Se ele te atingir...

— O QUE EU FAÇO, NICOLE? ESSAS PESSOAS IRÃO MORRER SE EU SOLTAR!

Tudo parecia perdido. Embora Vicent estivesse invulnerável no momento, seu poder já estava com menos da metade da energia. Qualquer embate mais demorado poderia esgotá-lo completamente. E para piorar, os guardas estavam longe e possivelmente estavam combatendo os outros invasores. Vicent estava agindo na sua sagacidade até agora. Sua intuição e espontaneidade que o fazia ir em frente, mas pra tudo há um limite. Ele não poderia soltar o prédio e mesmo que se mantivesse, seria alvejado e isso também causaria a morte de todos. Porém sempre houve esperança em Nova Mobotrópolis. Talvez ninguém esperasse por isso, mas logo um forte feixe de laser atinge um dos visores do robô falante. Eis que quatro vultos são vistos sobre o alto de um dos prédios, com a luz da lua delineando seus traços. Logo todos descem usando cordas, voltando a atirar contra o invasor. E ao chegar ao chão, um deles, que parecia o líder, diz:

— Essa cidade nunca foi atacada de uma forma tão covarde como agora. E vocês irão pagar pelo que estão fazendo ao nosso povo. Por isso, sob minha palavra, nós iremos te destruir e ajudar aos nossos aliados!

Elias entrou na batalha. E junto a ele, trouxe os Lutadores da Liberdade Secretos!

Continua.


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Notas finais do capítulo

O estágio ainda não acabou



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