Desenhos de Chocolate escrita por Mellanie


Capítulo 5
Sexta-Feira




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URARAKA jogou seu corpo inquieto na cama e suas bochechas pareciam estar pegando fogo até aquele momento. Seu coração batia descompassado e ela sabia exatamente que o motivo disso tinha um nome e olhos vermelhos extremamente bonitos. Cobriu o rosto com suas mãos como se estivesse se escondendo de algo, mas estava sozinha no quarto. Estava tremendo e precisava respirar com calma para que conseguisse compreender o que estava acontecendo.

A volta para casa foi silenciosa com Bakugou ao seu lado. Desde que ele secou suas lágrimas ambos ficaram digerindo o que tinha acontecido um ao lado do outro, mas sem abrir a boca para dizer mais nada. Ela ficou com o casaco dele até chegar em casa e notou que o loiro ficou esperando até que ela entrasse para começar seu caminho até sua casa. O casaco dele tinha um cheiro forte de perfume e ela parecia estar sentido em sua pele até agora, mas aquilo não era ruim. Ao contrário, era bom. Sentir o cheiro do perfume de Katsuki era peculiarmente bom.

Ela notou que quando entrou na casa e espiou pela janela ele parecia ter um leve sorriso nos lábios, embora sua feição expressasse a cara irritada usual. Honestamente, gostaria que Bakugou sorrisse mais mas aquilo parecia um pouco impossível quando se tratava dele. Sentiu seu celular vibrar na cama e procurou ele pelo colchão até notar que estava embaixo de seu travesseiro. Seu coração começou a bater rápido novamente. Será que era ele? Não, não poderia ser. Ela não tinha passado seu número!

E realmente não era Katsuki. Era Mina Ashido, mais eufórica que nunca, contando ao grupo que Uraraka estava saindo com o loiro esquentadinho. Momo mandou um emote surpreso mas depois desejou boa sorte e Tsuyu questionou sobre Deku. A única coisa que Ochako conseguiu fazer foi questionar a amiga como ela tinha aquela informação, e a resposta era óbvia. Kirishima e sua boca grande. “Nós não estamos saindo. Vocês estão enganadas. E avise Kirishima que Bakugou provavelmente vai matar ele por contar pra vocês”

“Na verdade ele contou só pra mim, mas nós somos amigas! Precisamos saber! Por que não contou pra gente que gostava do esquentadinho? Deveria ter contado, é seu dever de amiga!”  - Ashido

“Eu não acho que é obrigação dela contar, até porque eles parecem estar no ínicio da relação.” – Momo

“Tsuyu concorda com Momo.” – Tsuyu

”Obrigada, Momo. Mas de verdade, gente, não temos nada. Foi coincidência.” – Uraraka

Ela bufou enquanto jogava o celular em um canto da cama, irritada. Sequer sabia o que estava sentindo direito e já precisava dar satisfação para suas amigas? Virou o corpo para o lado da parede, e enquanto o cheiro do perfume de Bakugou parecia estar no ambiente, caiu no sono.

Quando Katsuki abriu os olhos que eram inundados pela luz do sol e calor, notou que estava na hora do almoço. Correu para o banheiro tomar seu banho e desceu as escadas, deparando-se com sua mãe terminando de cozinhar arroz no fogão. A mulher, que era parecidíssima com ele, lhe abriu um sorriso e seu pai já se sentava a mesa. Bakugou não falou nada, apenas sentou no lugar habitual e esperou que sua mãe colocasse as panelas.

— Você está estranhamente quieto hoje, filho. – A mãe dele comentou, simples, enquanto o analisava e Bakugou arqueou a sobrancelha. — QUE MERDA VOCÊ FEZ? – Ela cruzou os braços, desconfiada, e Bakugou apertou o hashi com força.

— Como assim, velha?! Eu não fiz nada! – Berrou, enquanto se servia com peixe assado e arroz. Seu pai apenas observava a cena e servia os copos dos três com água gelada.

— Não me convenceu. O que houve, pirralho? Sua namoradinha correspondeu? Você está muito quieto. – A mãe falou em um tom debochado e o pai continuava em silêncio, já que o pobre coitado sempre se tornava a vítima da situação quando abria a boca.

— Não existe namoradinha, inferno! Velha, você é chata pra caralho. – Bakugou engolia o arroz com pressa querendo se livrar da situação e a mãe tomava um gole da água. Aquela conversa parecia uma briga, mas não era. Katsuki e sua mãe eram extremamente parecidos e uma situação daquelas, naquela casa, era como uma conversa normal.

— Trate de levar algum presente para sua garota. Ela é legal? Querida? Aposto que é uma fofa! Quero conhece-la! – A mulher de cabelos loiros e curtos abria um sorriso animado. Ela andou até a sua bolsa que estava na mesinha de centro da sala e abriu sua carteira, jogando algumas moedas na frente de Bakugou que teve que levantar seu prato para que não caísse na comida.

— Velha.... – Ele grunhiu, irritado.

— Compra alguma coisa pra ela com isso, Katsuki. E tenha bom gosto!

Bakugou não disse nada, apenas pegou as moedas para que a conversa acabasse e terminou seu prato, andando direto para a porta da casa. Não disse nada quando bateu a porta e saiu.

— O que eu faço com isso? – Observou as moedas prateadas brilhando na palma de sua mão. Ainda era muito cedo para aparecer no café onde Uraraka trabalhava e ele também estava cheio demais para comer algo lá. Pegou seu celular e mandou uma mensagem para o grupo onde tinha Kirishima e Kaminari.

“O que eu compro para uma garota?” - Bakugou

“QUÊ? QUE TIPO DE PERGUNTA É ESSA? VOCÊ ESTÁ COM ALGUMA GATINHA, SEU PERVERTIDO?” – Kaminari

“Sei lá, cara. Flores?” – Kirishima

“Kirishima tem alma de romântico, mas acho que é uma boa ideia. Quem é a gata?” – Kaminari

“Eu não sei porque eu coloquei você na porra desse grupo, Kaminari. Morra.” – Bakugou

“Que agressividade, cara.” – Kirishima

“Concordo.” – Kaminari

Bakugou bufou, primeiramente porque estava estressado com seus amigos e depois porque o calor estava infernal. Andou pelas ruas com pressa e enxergou a única floricultura da cidade. Seria aquilo, então. Flores. Espera... mas... o que ele estava pensando?! Ele realmente daria flores para a cara redonda?

Sua mente estava em contradição, e ao mesmo tempo que ele sentia que aquilo não fazia parte de sua natureza, ele queria entregar algo para ela.

— Que porra de sentimento. – Murmurou para si mesmo. Andou até o local e assim que entrou lá, percebeu que existiam flores demais. Como diabos ele escolheria a certa?

A moça que foi lhe atender parecia ter sua idade, e ele cogitou se ela entenderia alguma coisa sobre aquelas inúmeras flores. A atendente sorriu quando questionada que tipo de flor ele poderia entregar para uma amiga.

— Como ela é? – A garota observava as flores enquanto seus cabelos castanhos que estavam presos em uma trança voavam com o vento que entrava pela porta do local.

Bakugou cruzou os braços, intrigado com algumas flores brancas.

— Fofa. – Ele falou e ficou vermelho. — Digo, ela é irritante. Mas é gentil com todo mundo, e...

— Que tal você montar um buquê com lírios e crisântemos vermelhos? – Ela começou a pegar as flores e coloca-las juntas. Bakugou observou.

— Pode ser. – Ele deu de ombros, não entendia porra nenhuma de flores.

— Vou te dizer o que significam. – Ela sorriu enquanto terminava o buquê. — Lírio significa inocência, que acho que combina com a descrição que me deu sobre ela, e... crisântemos vermelhos, significa que você está apaixonado. – Ela sorriu gentilmente e Bakugou ficou vermelho na mesma tonalidade das flores.

— Não estou apaixonado por ela! Caralho. Mas pode ser isso aí. – Ele jogou as moedas para a moça e saiu segurando o pequeno buquê, delicado demais ao seu ver, assim como Ochako.

Bakugou só esperava que Uraraka não soubesse o significado das flores. Porque se a garota soubesse, ele sentia que explodiria de vergonha. Mas ele definitivamente não estava apaixonado pela cara redonda, estava?

 


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